Título: Onde Deixarei Meu Coração
Autora: Sarra Manning
Editora: Galera Record
Gênero: Jovem adulto
Ano: 2014
Páginas: 336
Nota: ★★★★★
Sinopse: Simples, careta e sem graça. É assim que Bea se vê. Então quando a super descolada Ruby e seu bando de populares passam a se interessar por sua opinião, isso só pode ser uma pegadinha. Certo? Pelo menos é assim que sempre acontece nos filmes... Mas o convite para passarem as férias em Málaga parece pra valer. E com um bônus: Bea pode se afastar da mãe irritante e controladora. No entanto, depois de apenas 48 horas na Espanha, Bea se flagra mudando o itinerário. A menina decide visitar Paris para encontrar o pai que nunca conheceu. Afinal, a cidade luz pode emprestar um pouco de clareza a um período nebuloso de sua vida familiar. No caminho, ela conhece Toph, um estudante americano mochilando pela Europa. Enquanto procuram pelo pai dela nos cafés e boulevards de Paris, ela perde a cabeça em vez disso. Será que Bea é a garota de Toph ou a boa menina que sua mãe espera que ela seja? Ou será esse o verão mágico em que Bea finalmente torna-se dona do próprio nariz?
Quando Ruby e seu bando de bitches mais populares da escola começam a se aproximar de Bea, a garota só poderia ter imaginado que se tratava de uma brincadeira de muito mau gosto. Desconfiada, ela se sentia deslocada em meio àquelas garotas exuberantes e namoradeiras que não tinham nada a ver com seu jeito. Até que um convite para passar as férias na Espanha com as populares é feito a ela e, levando em consideração seus problemas com a mãe superprotetora e o quanto Bea é correta, previsível e entediante, resolve dar uma de rebelde e parte em viagem. Mas ela percebe as reais intenções de Ruby, que de amiga não tinha coisa nenhuma, conhece um grupo de universitários mochileiros, entre eles Toph ♥, e ao invés de voltar para casa, o que era de se esperar, resolve ser um pouco mais rebelde, fugir de estereótipos e dois dias depois de chegar a Espanha, #partiu para Paris procurar seu pai que, a propósito, ela nem ao menos conhece.
E partindo dessa premissa, com a linda Paris como pano de fundo (oh, Paris), Onde deixarei meu coração se desenrola. Com uma capa perfeita e narrado em primeira pessoa, os pensamentos de Bea ganham voz, como se ela estivesse presa por muito tempo e agora, finalmente, está livre. Como um bom romance, o ritmo dos acontecimentos não é frenético nem cheio de intensidade, as coisas acontecem devagar e considerando o tipo de história era algo que eu já esperava. Bea vai levando seu jeito "careta" e quando explode é que tudo fica ainda melhor. Ela lida com os problemas que tem relacionados as amizades, a família e ao romance que começa a brotar de forma tão singela entre ela e Toph que vai arrancar suspiros das mais românticas... Quando Bea resolve enfrentar tudo que está engasgado, começa a amadurecer muito, pois até então ela não passava de uma típica adolescente, com comportamento de adolescente, e muitas vezes bem idiota (quem nunca, né?), e quando começa a descobrir quem é de verdade, pode ser motivo de inspiração pra muitas que se encontram em uma situação parecida e não sabem o que fazer para se sentirem melhores.
Preciso falar que Toph foi um personagem que me conquistou. O cara tem 20 anos e é um amor de pessoa, e mostra que em meio a tantos trastes não se deve perder as esperanças. Além de mostrar que o interesse de Bea por ele é recíproco, Toph é o tipo de cara que está alí pro que der e vier, daqueles com quem se pode contar sempre. Quem nunca sonhou com alguém assim? E quem nunca sonhou com alguém assim em Paris?? Gente! Paris! Pariiiss! Cenário melhor do que esse é impossível.
A história foi bem trabalhava e desenvolvida, os elementos foram bem apresentados, e a situação no geral (mesmo que não seja um tema tão original assim), consegue ser bem crível e próxima da nossa realidade, principalmente ao abordar os conflitos familiares da garota que não são nada fáceis. Acredito que muitas garotas (e até garotos) irão se identificar com os conflitos, anseios e desejos da protagonista.
Uma história leve, envolvente, doce e comovente que mostra que sair da mesmice, agir por impulso no calor do momento, às vezes, pode resultar em algo muito bom do qual podemos aprender alguma coisa que vale para a vida, como nos conhecermos, nos aceitarmos melhor ou simplesmente nos reencontrarmos dentro de nós mesmos...
É claro que recomendo. De olhos fechados.