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Crueldade - Scott Bergstrom

7 de novembro de 2017

Título: Crueldade - The Cruelty #1
Autor: Scott Bergstrom
Editora: Seguinte
Gênero: Jovem Adulto/Suspense
Ano: 2017
Páginas: 376
Nota:★★☆☆☆
Sinopse: O mundo de Gwendolyn Bloom vira de cabeça para baixo quando seu pai desaparece durante uma viagem de trabalho. Ela logo descobre que ele não é o homem que, por dezessete anos, achou que fosse — e essa é só a primeira de muitas revelações que Gwendolyn terá pela frente. Sem poder contar com a ajuda de mais ninguém para encontrá-lo, a garota parte em uma jornada tão perigosa quanto alucinante, seguindo os rastros do pai pela Europa. Porém, para se infiltrar — e sobreviver — em um novo mundo cheio de maldade e perversão, ela precisará deixar toda a sua vida para trás, assumir uma nova identidade e se tornar alguém tão cruel quanto seus piores inimigos.

Resenha: Crueldade é o primeiro livro da série The Cruelty, escrito por Scott Bergstrom e publicado no Brasil pela Editora Seguinte.

Gwendolyn é uma garota de dezessete anos e sua vida não é muito parecida com a vida das meninas de sua idade. Depois da perda da mãe, o pai de Gwenlly foi o único que lhe restou, e por ele trabalhar como diplomata, eles viajavam e se mudavam de país com muita frequência. Agora, morando em Nova York, as coisas não estão muito fáceis para ela na nova escola, pois, por ser bolsista, os filhos dos altos escalões da sociedade não a aceitam muito bem e ela vive sofrendo bullying. Mas, numa viagem a trabalho para Paris, seu pai desaparece, e a partir daí o mundo da garota vira de cabeça pra baixo. Além de descobrir que vivia uma mentira e de não poder acreditar em mais ninguém, ela ainda é obrigada a ir para o Texas viver sob a guarda de uma tia desconhecida. Até ela descobrir pistas sobre o paradeiro do pai e decidir que é hora de deixar o passado para trás, assumindo uma nova identidade e partindo para a Europa para procurá-lo.

Narrado em primeira pessoa pelo ponto de vista da protagonista, acompanhamos uma trama envolta por muita ação e com várias reviravoltas. Chega até a lembrar o filme "Busca Implacável".
Confesso não ser nada muito novo, pois o que encontramos é basicamente a história de uma garota que larga tudo para trás e parte rumo ao desconhecido, e além da jornada jornada cheia de perigos que ela enfrenta, essa busca acaba se transformando numa experiência de aprendizado, transformação, autoconhecimento, amadurecimento e até superação.
A transformação de Gwendollyn começa e ela se torna Sofia, e, após passar por um treinamento super intensivo, se torna alguém tão "cruel" quanto os inimigos que ela virá a enfrentar. Porém, o livro tem várias conveniências irritantes e penso que foi aí que a história se perdeu pois, pelo menos pra mim, não fez muito sentido uma menina que até então era tão "inocente" e sem maiores atrativos, se transformar numa pessoa quase sanguinária, impiedosa e que está pronta para resolver qualquer situação, por mais perigosa e impossível que seja. Acho que a tentativa do autor em criar uma personagem bad ass não só beirou o exagero como foi um fiasco. Gwendollyn/Sofia é superficial e seu lado "malvado" não é nada natural. Ela não convence em nada, e é como se tivesse sido construída para ser aquela fodona cheia de estereótipos que deveria agradar o público, mas só me fez revirar os olhos. As pessoas que estão ali para ajudá-la são agentes motivadores do enredo para desenvolver situações que não acrescentaram em nada e muitas vezes sequer tem muitas explicações, e suas características são convenientemente o que a protagonista precisa de acordo com suas necessidades.

Não sei se era por eu já estar de saco cheio da protagonista que outras coisas começaram se me incomodar, mas passei a prestar mais atenção nos diálogos, nas cenas de violência gratuita, sexo e nudez, nos palavreados sujos e afins, e tudo pra mim começou a ficar cansativo e desnecessário. Usar e abusar desse tipo de artifício deveria ser um complemento para tornar a narrativa interessante, evidenciando as essências desses personagens moralmente complexos, por mais que tenham pouca idade e já tenham que viver no limite do perigo, mas parece que o efeito foi outro.

Não acho que esse livro possa ser considerado como young adult porque aborda alguns temas bem pesados e até delicados de se falar sobre. O autor adentra esse universo mostrando um pouco do submundo das drogas, tráfico humano, prostituição e a até impunidade dos mafiosos que são bem cruéis com aqueles que entram em seus caminhos, até se depararem com a "crueldade" em pessoa...
Em suma, a impressão que fiquei ao final da leitura é que não passa de uma história rasa sobre uma garota que não hesita em enfrentar - e matar - um bando de criminosos.