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Príncipe Partido - Erin Watt

10 de novembro de 2017

Título: Príncipe Partido - The Royals #2
Autora: Erin Watt
Editora: Essência
Gênero: Romance/Young Adult
Ano: 2017
Páginas: 352
Nota:★★★★☆
Sinopse: Reed tinha tudo na vida: beleza, status e dinheiro. As garotas da sua escola matariam para sair com ele, os caras queriam ser como ele, mas Reed nunca tinha dado a mínima para nada disso. Nem para a família. Até que Ella Harper apareceu na sua vida. Quando Ella chegou à mansão dos Royal, o que ele mais queria era que a nova hóspede sumisse, mas ela o conquistou e, agora, Reed irá fazer de tudo para mantê-la por perto. Ella lhe dá segurança, lhe transmite paz, o aconchega... sensações que há muito tempo não sentia. Porém Reed comete um deslize e Ella se afasta por completo, trazendo caos à família Royal. Reed vê seu mundo desmoronar e toda a esperança de viver um romance com Ella desaparece. A garota dos sonhos de Reed não quer mais saber dele, porque sabe que se ficarem juntos, isso vai destruí-los. Ella pode estar certa.

Resenha: Príncipe Partido é o segundo volume da série The Royals e dá continuidade aos acontecimentos do primeiro volume, Princesa de Papel do ponto onde terminou.
Ella fugiu depois de um enorme deslize cometido por Reed e não quer mais saber dele. O rapaz sabe que é culpado pelo que fez e ninguém sente mais a falta de Ella quanto ele. Toda a família Royal está indignada e furiosa com Reed, mas não tanto quanto ele próprio, pois da mesma forma que desprezaram a moça quando a conheceram, com o passar do tempo eles a conheceram melhor e aprenderam a amá-la.

Depois de todas as besteiras inomináveis que Reed fez, e de como, muitas vezes, Ella parece não ter usado o cérebro para tomar algumas atitudes, fiquei na expectativa de encontrar algo próximo da redenção neste volume.
Narrado em primeira pessoa, desta vez temos o ponto de vista de Reed além do de Ella para tentarmos compreender as motivações do rapaz que continua achando que pode resolver tudo na base da violência ou, assim como seu pai, com dinheiro. Alguns pontos até esclarecem algumas das atitudes que o rapaz tomou, mas confesso não ter achado muito necessário entrar na cabeça de um personagem arrogante e, muitas vezes, desagradável. Ele deu uma melhorada? Sim! Mas pra mim não foi o suficiente, sorry.

A escrita das autoras é bastante envolvente e fluída, e por abordar o universo adolescente de uma forma mais crua, assim como no livro anterior, nos deparamos com um linguajar chulo e recheado de palavreados de jovens que tiveram as personalidades construídas com base num passado horrível, e por isso acabam tendo mais defeitos do que virtudes (e a beleza não é considerada aqui, claro).

Com a fuga de Ella, o que parece é que a família está em pleno declínio. Um começa a se envolver com o que não deve, outros começam a se distanciar dos demais irmãos, e embora Callum, o pai dos garotos e tutor da menina, seja capaz de usar de vários artifícios para encontrar a Ella e trazê-la de volta pra casa, vemos Reed totalmente alheio com a escola e com suas obrigações. Sua única preocupação é encontrar Ella. E ele faz o que pode para se redimir, para reconquistá-la e ser perdoado, mas a única coisa que importa para Ella, além de reparar o estrago que fez ao fugir sem aviso, é não ser enganada mais uma vez, e perdoar não significa esquecer... Ella também repensa suas atitudes pois por mais que a família Royal tenha incontáveis defeitos, é inegável que ela os considerou sua família depois de ter passado tanta coisa junto com todos eles, e levando tudo isso em consideração, ela percebeu que uma atitude tomada sem pensar direito, pode afetar pessoas que ela não queria magoar. O problema maior é que Ella é uma personagem que, teoricamente, deveria ser um exemplo de empoderamento depois de tudo o que viveu e aprendeu, mas suas tentativas de mostrar o quão é badass é só a tornam digna de pena. A impressão que tive é que ela quer mostrar que é superior a quem tenta prejudicá-la de qualquer forma, mas o que ela faz é "alimentar os trolls", tomando atitudes que só fazem com que tudo o que dizem sobre ela pareça ser verdade. Ou quer fazer outras coisas para se tornar alguém admirável sendo que fica claro que é uma forma forçada de fazer com que os leitores se simpatizem com ela. Mas reclamando tanto e querendo "vingança", só tive pena.

Talvez tudo que aconteceu na família fez com que Callum olhasse para dentro de casa e enxergasse o que estava acontecendo com os filhos e com Ella. Se antes ele era um pai relapso, agora ele se mostra mais preocupado e mais presente, e que ter o pulso firme quando o assunto é educação é algo necessário. Porém, penso que em alguns casos é tarde demais pra tentar recuperar o prejuízo, e educar filhos se encaixa perfeitamente nessa questão. Se alguém passa a vida acreditando num determinado conceito, é difícil ficar livre dele de uma hora pra outra, e se o próprio pai pensa que dinheiro é a solução pra todos os problemas, independente de quais sejam, então boa coisa não pode sair dalí...

Este volume também acaba com um gancho pro terceiro livro da série, Twisted Palace, (ainda não publicado no Brasil), e pretendo continuar a leitura esperando ansiosa para que os personagens amadureçam, aprendam com os erros e tenham algo de relevante para passar adiante que vá além da dinâmica de uma família poderosa e endinheirada que atrai problemas e gente oportunista como nenhuma outra. Penso que muita novela mexicana não é nada perto de The Royals.

Por mais que tenha alguns pontos que, talvez, pudessem ser desenvolvidos e trabalhados de outra forma visando o público alvo do livro, é impossível não querer saber o que mais a história dessa família tão disfuncional reserva.

Princesa de Papel - Erin Watt

8 de novembro de 2017

Título: Princesa de Papel - The Royals #1
Autora: Erin Watt
Editora: Essência
Gênero: Romance/Young Adult
Ano: 2017
Páginas: 368
Nota:★★★★☆
Sinopse: Ella Harper é uma sobrevivente. Nunca conheceu o pai e passou a vida mudando de cidade em cidade com a mãe, uma mulher instável e problemática, acreditando que em algum momento as duas conseguiriam sair do sufoco. Mas agora a mãe morreu, e Ella está sozinha. É quando aparece Callum Royal, amigo do pai, que promete tirá-la da pobreza. A oferta parece tentadora: uma boa mesada, uma promessa de herança, uma nova vida na mansão dos Royal, onde passará a conviver com os cinco filhos de Callum. Ao chegar ao novo lar, Ella descobre que cada garoto Royal é mais atraente que o outro – e que todos a odeiam com todas as forças. Especialmente Reed, o mais sedutor, e também aquele capaz de baixar na escola o “decreto Royal” – basta uma palavra dele e a vida social da garota estará estilhaçada pelos próximos anos. Reed não a quer ali. Ele diz que ela não pertence ao mundo dos Royal. E ele pode estar certo.

Resenha: Princesa de Papel é o primeiro volume da série The Royals, escrita por Elle Kennedy (da série Amores Improváveis) e Jen Frederick (Woodlands e Gridiron) sob o pseudônimo de Erin Watt. Os livros da série estão sendo publicados no Brasil pela Editora Planeta de Livros através do selo Essência.

O livro conta a história de Ella Harper, uma jovem que não leva uma vida muito fácil já que, devido aos problemas pessoais e familiares, a garota se tornou uma verdadeira sobrevivente. Sem nunca ter conhecido o pai e com a recente morte da mãe, Ella busca pelo sonho de se formar na faculdade e assim se submete a qualquer trabalho para poder se sustentar, inclusive falsifica a identidade para fingir ser maior de idade e poder trabalhar num clube como dançarina de pole dance.
Em meio as dificuldades que Ella vinha enfrentando, algo de inesperado aconteceu: Callum Royal, um amigo do pai que ela nunca havia conhecido, aparece como seu tutor com a promessa de ajudá-la não só com dinheiro, mas com um lugar seguro onde morar.
Seria difícil recusar uma oferta tentadora como essa e, Ella, mesmo relutante, parte para a mansão dos Royal e passa a conviver com os cinco filhos de Callum, entre eles Reed, o bad boy sedutor tão lindo quanto os outros irmãos. Mas nenhum deles está disposto a fazê-la se sentir bem vinda naquela casa, principalmente na nova escola que ela passa a frequentar onde o que eles ditam acaba virando lei... Reed quer distância da garota pois ela simplesmente não pertence aquele mundo...
O que Ella não imaginava era que toda a raiva e repulsa que ela sentia poderia dar lugar a outro tipo de sentimento tão contrário a esses que ela havia desenvolvido. Resta a garota aprender a lidar com as confusões e fofocas típicas dos estudantes da escola, e a se encaixar num mundo regado a requinte e luxo, mas cheio de oportunismo e trapaças...

O livro é narrado em primeira pessoa e flui muito bem. Embora possa parecer algo clichê e bobo pela premissa, não se deixe enganar. A história da órfã que cái de para-quedas num universo de riqueza pode não ser algo tão original, mas as questões que as autoras levantam, mesmo que muitas delas não devam ser tratadas com seriedade, fizeram a diferença e tornaram o livro bem divertido. Algumas situações são bem nonsense e outras deixam qualquer um indignado e com vontade de transformar o livro numa pessoa, de preferência no próprio Reed, para socá-la na cara. Mas levando em consideração que o livro deve ser encarado sem maiores pretensões (de acordo com as próprias autoras), dá pra ir levando e fazendo cara de paisagem pra algumas cenas nada a ver.

Ella é uma tem apenas dezessete anos, mas já viu e viveu muitas coisas que deram a ela um certo grau de experiência de vida que muitos de sua idade não tem. Ela é determinada e tem a personalidade muito forte, com algumas excessões, mas ao mesmo tempo é desconfiada e resistente quando o assunto é o desconhecido, seja no que diz respeito às pessoas ou novidades, mas mesmo que esteja numa situação que a tenha tirado de sua zona de conforto, ela faz de tudo para se adaptar. Ao se sentir ameaçada e constantemente confrontada por Reed, que acredita que ela não passa de uma oportunista que quer se aproveitar de sua família, eles praticamente entram em guerra, mas muitos sabem que sentimentos mais intensos nascem de situações caóticas e cheias de más interpretações... Assim, um inimigo pode acabar se tornando o que menos se espera. Porém, e coloque um porém bem grande aqui, quando qualquer coisa surge de um relacionamento abusivo, por mais que haja tentativas de se justificar comportamentos questionáveis de sujeitos que crescem sem limites numa família completamente disfuncional, questões envolvendo a moral, desvios de caráter, os valores de alguém e etc, não consigo aceitar muito bem que um final feliz esteja alí esperando por todos no fim quando a personagem aceita ser tratada de forma abusiva. Reed é apresentado como um carinha mimado que acha que é dono do mundo e pode controlar os outros como bem entende, e, até que isso fosse desconstruído, eu já tinha tomado uma antipatia enorme da criatura. Não sou muito fã de relacionamentos nem um pingo saudáveis, mas é exatamente este elemento que serve para o desenvolvimento não só da história, mas do próprio caráter dos personagens envolvidos em toda aquela confusão que chamam de família.

O projeto gráfico do livro é muito bem feito, assim como a diagramação. Percebi alguns erros na revisão/tradução mas nada que tenha afetado a compreensão da frase.

Embora seja cheio de exageros e vagamente tenha me lembrado outras tramas, Princesa de Papel é uma leitura que dá pra curtir e até me arrancou algumas risadas, pois tem seus momentos de bom humor. Assim, recomendo a leitura pra quem goste de histórias a lá novelas mexicanas, com reviravoltas, segredos e revelações bombásticas e vários conflitos familiares que só fazem com que a vontade de devorar cada capítulo aumente. É leitura pra um único dia, pois é impossível largar o bendito livro.