Autora: Kiera Cass
Editora: Seguinte
Gênero: Romance/Juvenil
Ano: 2016
Páginas: 310
Nota: ★★☆☆☆
Onde comprar: Saraiva | Submarino | Americanas
Sinopse: Em A Herdeira, o universo de a Seleção entrou numa nova era. Vinte anos se passaram desde que America Singer e o príncipe Maxon se apaixonaram, e a filha do casal é a primeira princesa a passar por sua própria seleção.
Eadlyn não acreditava que encontraria um companheiro entre os trinta e cinco pretendentes do concurso, muito menos o amor verdadeiro. Mas às vezes o coração prega peças… e agora Eadlyn precisa fazer uma escolha muito mais difícil - e importante - do que esperava.
America Singer e o Príncipe Maxon se apaixonaram, e a filha do casal é a primeira princesa a passar por sua própria seleção.
Eadlyn não acreditava que encontraria um companheiro entre os trinta e cinco pretendentes do concurso, muito menos o amor verdadeiro. Mas às vezes o coração prega peças… e agora Eadlyn precisa fazer uma escolha muito mais difícil - e importante - do que esperava.
Resenha: A Coroa é o quinto e último livro que encerra a série The Selection e nele continuamos a acompanhar a princesa Eadlyn passando por sua primeira Seleção.
A resenha tem spoiler dos livros anteriores!
A história continua de onde parou no volume anterior, onde America está a beira da morte e Maxon e Eadlyn estão desesperados com essa tragédia, sem contar que Ahren, irmão gêmeo de Eadly, simplesmente fugiu com a ideia de seguir seu coração, deixando sua família na mão. Eadlyn assume o trono pois Maxon está abalado demais para governar, mas ela ainda precisa dedicar sua atenção a Seleção que está acontecendo para poder escolher seu futuro marido.
A Herdeira e A Coroa acabaram me fazendo acreditar que depois do "felizes para sempre" de A Escolha, em que Maxon e America ficaram juntos e reformularam o sistema de castas visando a melhoria de vida do povo de Illeia, não houve, realmente, um final tão feliz e digno de suspiros se formos analisar o contexto geral da história. Acho arriscado inserir questões politicas em romances desse tipo. É necessário um desenrolar e uma resolução convincente de temas distintos mas que acabam se entrelaçando devido a posição em que os personagens se encontram, e se não houver fatores que tornem as coisas críveis, a história desanda e o resultado acaba não sendo o melhor. A atitude de Maxon, ao meu ver, foi irresponsável, e a forma como Eadlyn chegou lá foi uma decepção.
Alguns dos questionamentos que levantei em A Herdeira foram explicados aqui, como a questão de Maxon e America não revelarem o passado deles para a filha, mas outros não. Eadlyn aprendeu um pouco mais com os erros e deixou de ser aquela garota tão irritante e mimada como antes, e eu não esperava outra coisa, pois ela sendo herdeira do trono e futura rainha, teria que aprender a viver caso contrário jamais estaria apta para governar. Ela não é uma personagem muito simpática e fácil de engolir, mas a boa notícia é que, como governante, ela tem um choque de realidade e começa a pensar no povo, a querer fazer o melhor para o país, e por esse único motivo, eu torci por ela.
Sobre o romance, vou ser sincera em dizer que não gostei. Desde A Herdeira eu sabia muito bem que a maior ambição de Kile era sair do palácio para viver sua vida longe dalí, e sua participação na Seleção foi contra sua vontade, mas com uma aproximação maior entre ele e Eadlyn, as coisas estavam tomando um rumo em que era possível imaginar que ele mudaria de ideia. A presença de Erik, o intérprete de um dos selecionados, poderia sugerir um novo caminho para Eady, mas não houve absolutamente nada mais intenso que tivesse sido desenvolvido para que a história tivesse ganhado a reviravolta que ganhou em A Coroa. Acho que quando as coisas se resolvem sem uma base sólida e sem maiores explicações plausíveis para justificar essa tentativa da autora de fugir do clichê, não funciona, e menos ainda quando se quer enfiar um personagem com um destino improvável quanto o de Kile goela abaixo dos leitores. Senti que a história estava caminhando para um final previsível mas a autora já tinha feito tudo de forma premeditada para dar um desfecho "surpreendente", mas pecou no desenvolvimento.
Enfim, ao final da série, minha conclusão é que os dois últimos volumes não foram realmente necessários e funcionam mais como um spin-off da trilogia principal. Tudo bem que ainda acompanhamos alguns acontecimentos que envolvem America, Maxon e afins, e é legal saber o que aconteceu com eles, mas da mesma forma que a autora escreveu contos para se aprofundar em alguns personagens e situações que explicassem um pouco mais de suas vidas, acredito que um conto final - e único - também poderia ser escrito para resumir o futuro dos mais importantes sem que houvesse necessidade de trabalhar em cima de uma princesa inconstante e que teve a vida resolvida de forma instantânea em um capítulo.
Acho que a decepção foi maior porque eu realmente tinha adorado a série, tudo era bem construído e convincente e nesse desfecho a impressão que ficou é que tudo não passou de enrolação e a autora recorreu a alternativas fáceis para se livras de algumas coisas e resolver outras que tornaram o final feliz, mas longe de ser satisfatório... Pra quem é fã, é uma boa apostar na leitura para matar a curiosidade e saber que fim levou a série, mas leia sem expectativas.