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As Tumbas de Atuan - Ursula K. Le Guin

13 de julho de 2017

Título: As Tumbas de Atuan - Ciclo Terramar #2
Autora: Ursula K. Le Guin
Editora: Arqueiro
Gênero: Fantasia
Ano: 2017
Páginas: 160
Nota:★★★★☆
Sinopse: Quando Tenar é escolhida como suma sacerdotisa, tudo lhe é tirado: casa, família e até o nome. Com apenas 6 anos, ela passa a se chamar Arha e se torna guardiã das tenebrosas Tumbas de Atuan, um lugar sagrado para a obscura seita dos Inominados.
Já adolescente, quando está aprendendo os caminhos do labirinto subterrâneo que é seu domínio, ela se depara com Ged, um mago que veio roubar um dos maiores tesouros das Tumbas: o Anel de Erreth-Akbe.
Um homem que traz a luz para aquele local de eternas trevas, ele é um herege que não tem direito a misericórdia.
Porém, sua magia e sua simplicidade começam a abrir os olhos de Arha para uma realidade que ela nunca fora levada a perceber e agora lhe resta decidir que fim terá seu prisioneiro.

Resenha: As Tumbas de Atuan é o segundo volume da série Ciclo Terramar que dá continuidade ao primeiro livro, O Feiticeiro de Terramar. Embora se trate de uma continuação, não é necessário ter lido o primeiro livro, pois as histórias são independentes e trazem alguns personagens diferentes com arco próprio.

Ao completar seis anos, Tenar foi separada da família e levada para a Ilha de Atuan pois acreditava-se que ela era a reencarnação da Sacerdotisa da Tumba. Lá ela passa a se chamar Arha, e é treinada para se tornar guardiã das Tumbas de Atuan, um local sagrado, porém sombrio e tomado pela escuridão, com vários tesouros escondidos que pertencem à Seita dos Inominados, cumprindo, assim, sua missão que existe desde muitas vidas passadas, até sua morte.
Anos mais tarde, durante um treinamento para aprender o caminho dos labirintos subterrâneos, Arha acaba encontrando Ged, o mago que protagoniza o primeiro livro. Ged está alí para roubar o anel de Erreth-Akbe, mas, como guardiã das tumbas, Arha precisa impedí-lo. Porém, Ged desperta a curiosidade da garota ao se revelar alguém que não só ilumina as trevas, mas leva a vida de uma forma bem diferente da qual ela foi ensinada, e isso faz com que Arha comece a se questionar sobre a própria vida quando fica diante de uma nova realidade.

A história é narrada em terceira pessoa e se desenvolve num ritmo bastante lento. As descrições são detalhadas de forma bem satisfatória, mas pela história se passar praticamente num único cenário, a sensação de que nada de novo acontece é inevitável, pois não há aventuras ou longas viagens como no primeiro livro.
Tenar/Arha é uma personagem que vive dentro de uma "bolha", seguindo uma diretriz e vivendo para um único propósito. Até que a aproximação com Ged, assim como as coisas que ela descobre a partir desse contato, acabam lhe gerando um conflito de ideais e crenças, mas também leva a garota a uma jornada de autoconhecimento e amadurecimento.

O que pude perceber durante a leitura é uma crítica bastante relevante a fé e ao fanatismo (mas não acho que a autora teve intenção de levantar questões propriamente religiosas), que impede que as pessoas enxerguem além do que aprenderam, e no caso de Tenar/Arha, somente quando Ged cruza seu caminho, indo contra tudo o que ela acreditava, é que ela começa a quebrar os paradigmas que lhe foram impostos.

A capa combina com a do primeiro livro, tanto pela ilustração possuir o mesmos estilo, quanto pelo tipo de fonte utilizada no título. A diagramação também segue o padrão, trazendo o mapa de Terramar, a área das Tumbas e o Labirinto logo nas primeiras páginas e apresentando capítulos curtos, numerados e intitulados. São doze capítulos em 160 páginas.

Por ter sido lançado em 1971, o livro desconstruiu alguns estereótipos de gênero ao trazer uma protagonista feminina numa época onde não era comum mulheres fazerem o papel de heroína, e por ser uma fantasia que inspirou várias outras obras, é leitura muito recomendada pra quem gosta do gênero.

O Feiticeiro de Terramar - Ursula K. Le Guin

8 de janeiro de 2017

Título: O Feiticeiro de Terramar - Ciclo Terramar #1
Autora: Ursula K. Le Guin
Editora: Arqueiro
Gênero: Fantasia
Ano: 2016
Páginas: 176
Nota:★★★★☆
Onde Comprar: Saraiva | Submarino | Americanas
Sinopse: Há quem diga que o feiticeiro mais poderoso de todos os tempos é um homem chamado Gavião. Este livro narra as aventuras de Ged, o menino que um dia se tornará essa lenda.
Ainda pequeno, o pastor órfão de mãe descobriu seus poderes e foi para uma escola de magos. Porém, deslumbrado com tudo o que a magia podia lhe proporcionar, Ged foi logo dominado pelo orgulho e a impaciência e, sem querer, libertou um grande mal, um monstro assustador que o levou a uma cruzada mortal pelos mares solitários.
Publicado originalmente em 1968, O Feiticeiro de Terramar se tornou um clássico da literatura de fantasia. Ged é um predecessor em magia e rebeldia de Harry Potter. E Ursula K. Le Guin é uma referência para escritores do gênero como Patrick Rothfuss, Joe Abercrombie e Neil Gaiman.

Resenha: Originalmente publicado em 1968, O Feiticeiro de Terramar se tornou um clássico da literatura fantástica e a autora, Ursula K. Le Guin, serviu de referência para alguns escritores de renome que pertencem ao gênero. A Editora Arqueiro republicou a obra em 2016 aqui no Brasil.

Gavião é o feiticeiro mais poderoso de todos os tempos, mas pra ter chegado a este ponto, ele precisou percorrer um longo caminho, e esta história vai narrar suas aventuras quando ainda era criança, sua fase de aprendizade a amadurecimento, até ter se tornado esse mago lendário.

Duny é um garoto que perdeu a mãe ainda muito pequeno e foi criado pelo pai, mas por não ter tanta atenção, se tornou um garoto bastante teimoso e de gênio difícil. Aos sete anos ele descobriu ter o dom da magia e por conseguir usar seus poderes para chamar aves de rapina, ficou conhecido como Gavião. Ao aprender a usar seus poderes para feitos grandiosos em sua pequena aldeia, Duny chama atenção do mago da Ilha e se torna seu aprendiz e, ao completar treze anos, passa a ser chamado de Ged, o que seria seu nome verdadeiro. Ged é enviado para a escola de magos mas seu orgulho e petulância fizeram com que ele libertasse um monstro, e agora cabe ao garoto partir numa grande aventura a fim de desfazer o que aconteceu antes que seja tarde demais.

O Feiticeiro de Terramar é um livro que considerei bastante introspectivo por se focar na busca pessoal de Ged a fim de reparar um problema desencadeado por ele próprio e que traria grandes consequências, e o restante dos elementos da trama que o leitor capta de relance acabam não ganhando a profundidade esperada apesar de serem descritos com bastante riqueza. Por mais interessante seja, e de forma bem direta, acompanhamos o protagonista sentindo o peso do erro que cometeu até que esteja preparado para enfrentá-lo.
Eu gostei do fato que envolve os nomes dos magos e de que são confiados somente a pessoas de confiança, pois quem sabe o nome tem poder sobre ele, e isso acaba sendo relacionado com a própria sombra, cujo nome é desconhecido.

Gostei de Gavião, gostei da forma como ele foi construído, já que ele não usa somente a força e a coragem que tem, mas a inteligência para conquistar seus objetivos, e o diferencial dele para outros "heróis" é que ele erra, ele se deixa levar pela ideia de ser poderoso pois tem urgência em conseguir logo o que quer, não aceita a ideia de levar desaforo pra casa e por isso nem sempre tem as melhores atitudes ou toma as melhores decisões, e isso faz dele alguém bastante real, mesmo que imperfeito.

No mais, pra quem procura por uma aventura que não irá abordar os grandes feitos de um grande homem, mas sim sua jornada até chegar lá, que envolve bastante e é contada de forma super rápida, com personagens marcantes e descrições que nos fazem imaginar o cenário criado pela autora, é leitura mais do que indicada.