Autora: Victoria Schwab
Editora: Seguinte
Gênero: Urban Fantasy/Jovem Adulto
Ano: 2018
Páginas: 448
Nota:★★★★☆
Sinopse: Na sequência final de A Melodia Feroz, Kate Harker precisa voltar para Veracidade e se unir ao sunai August Flynn para enfrentar um ser que se alimenta do caos.
Kate Harker não tem medo do escuro. Ela é uma caçadora de monstros - e muito boa nisso. August Flynn é um monstro que tinha medo de nunca se tornar humano, mas agora sabe que não pode escapar do seu destino. Como um sunai, ele tem uma missão - e vai cumprir seu papel, não importam as consequências.
Quase seis meses depois de Kate e August se conhecerem, a guerra entre monstros e humanos continua - e os monstros estão ganhando. Em Veracidade, August transformou-se no líder que nunca quis ser; em Prosperidade, Kate se tornou uma assassina de monstros implacável. Quando uma nova criatura surge - uma que força suas vítimas a cometer atos violentos -, Kate precisa voltar para sua antiga casa, e lá encontra um cenário pior do que esperava. Agora, ela vai ter de encarar um monstro que acreditava estar morto, um garoto que costumava conhecer muito bem, e o demônio que vive dentro de si mesma.
Resenha: Seis meses depois do que aconteceu no livro anterior, Kate está em Prosperidade trabalhando como assassina de monstros, enquanto August está em Veracidade liderando um grupo que visa eliminar quantos monstros puderem. A trégua não existe mais e a guerra entre humanos e monstros parece muito longe de chegar ao fim. Tudo piora ainda mais quando Kate descobre a existência de um monstro com poderes bem diferentes daqueles que já existem: ele força as pessoas a matarem outras, e o caos que esses atos de violência extrema desencadeia, é o que o alimenta. Assim, com receio do que pode acontecer, ela decide voltar para veracidade a fim de combater essa terrível ameaça.
Mantendo o padrão do primeiro volume, o livro é narrado em terceira pessoa trazendo o ponto de vista de Kate e August, com capítulos curtos, e continua tão envolvente e fluído quanto. A diferença é que este apresenta uma sequência muita mais sombria, com mais perigos e outras questões pessoais enfrentadas pelos personagens, que acabam os transformando com relação ao seus desenvolvimentos. É praticamente impossível viver num lugar quando o medo toma conta, não se tem comida, não se pode dormir, e nunca se sabe quando um mostro pode atacar.
August e Kate possuem uma química muito boa. No primeiro volume torcíamos para que eles ficassem juntos, mesmo que fosse algo impossível em meio a todo aquele caos plantado no mundo, e agora torcemos por um reencontro e ficamos felizes por eles se entenderem e fazerem bem um pro outro de uma forma bem natural.
August já está numa posição um pouco mais delicada e ele é um personagem bastante complexo. Se antes, como monstro, ele queria se comportar como um humano sendo gentil e doce, agora, como líder de um grupo de caçadores, não teve outra escolha a não ser abraçar a escuridão, e isso o atormenta muito. A humanidade que ele tanto buscou ainda não foi perdida, porém está escondida, sem que ele saiba quando poderá retornar.
Kate não tem medo do escuro. Ela é corajosa, luta pelo que é certo, fala o que lhe vem a cabeça e é bastante impulsiva. Seu retorno acaba fazendo com que August deixe sua humanidade vir à tona.
Embora eu tenha achado que alguns elementos tenham sido jogados de forma bem aleatória na trama e sem maiores explicações ou continuidade, eu gostei do desfecho, mesmo tendo esperado um pouco mais. Foi trágico/triste, mas ao meu ver, necessário e de acordo com o contexto.
Mesmo que eu tenha aproveitado a leitura, não pude deixar de pensar que toda a metáfora relacionada à violência parece não ter ganhado a devida importância. Aquela vontade dos protagonistas de mudar o mundo para que todos possam viver felizes e longe de tanto caos, parece ter se perdido em algum ponto da história.
A duologia Monstros da Violência não tem nada de feliz e, através de uma crítica sutil acerca do que gera a violência e quais as consequências para isso, acaba sendo um belo de um tapa na nossa cara por ser tão semelhante à nossa própria realidade, principalmente nesses tempo sombrios onde vemos tanta violência partindo de pessoas ignorantes e que usam outras pessoas como desculpa para promoverem ódio e cometerem atrocidades por aí...