Dez Coisas que Aprendi Sobre o Amor - Sarah Butler

20 de outubro de 2015

Título: Dez Coisas que Aprendi sobre o Amor
Autora: Sarah Butler
Editora: Novo Conceito
Gênero: Romance
Ano: 2015
Páginas: 256
Nota: ★★★☆☆
Onde Comprar: Saraiva | Submarino | Americanas
Sinopse: Por quase 30 anos, quando a brisa de Londres torna-se mais quente, Daniel caminha pelas margens do Tâmisa e senta-se em um banco. Entre as mãos, tem uma folha de papel e um envelope em que escreve apenas um nome, sempre o mesmo. Ele lista também algumas coisas: os desejos e o que gostaria de falar para sua filha, que ele nunca conheceu. Alice tem 30 anos e sente-se mais feliz longe de casa, sob um céu estrelado, rodeada pela imensidão do horizonte, em vez de segura entre quatro paredes. Londres está cheia de memórias de sua mãe que se fora muito cedo, deixando-a com uma família que ela não parece fazer parte. Agora, Alice está de volta porque seu pai está morrendo. Ela só pode dar-lhe um último adeus. Alice e Daniel parecem não ter nada em comum, exceto o amor pelas estrelas, cores e mirtilos. Mas, acima de tudo, o hábito de fazer listas de dez coisas que os tornam tristes ou felizes. O amor está em todas as partes desta história. Suas consequências também. Sejam boas ou más. Até que ponto uma mentira pode ser melhor do que a verdade?

Resenha: Dez Coisas que Aprendi Sobre o Amor, escrito pela autora americana Sarah Butler e publicado no Brasil pela Novo Conceito traz a história de Daniel e Alice. Daniel vive nas ruas de Londres há décadas, vagando por aí e procurando no lixo o que pode ser aproveitado ou considerado arte. Ele ainda sonha em encontrar a filha que jamais conheceu, e por isso carrega uma enorme tristeza dentro de si. Apesar de sua condição, Daniel tem boas lembranças de sua vida de uma forma geral e tem um dom artístico maravilhoso.
Alice é a caçula de três filhas, perdeu a mãe muito cedo e está quase chegando aos trinta anos. Ela é rebelde e tem o espírito livre, a ovelha negra da família. Ela quer viajar pelo mundo e aproveitar a vida, talvez para fugir de ter que enfrentar seus problemas pessoais. Enquanto está na Mongólia, ela recebe a notícia que seu pai está doente e, de volta a Londres, sentindo que não pertence mais aquele lugar, ela descobre que ele está muito perto do fim. Inquieta, ela só quer fugir, mais uma vez...
Alice e Daniel parecem não ter nada em comum um com o outro, mas além de terem o mesmo hábito de criarem listas pra tudo, eles apreciam as mesmas coisas, coisas pequenas e simples, como observar estrelas no céu, que de alguma forma trazem um pouquinho de conforto e felicidade.

O livro é narrado em primeira pessoa e os capítulos se alternam entre Alice e Daniel. Cada capítulo se inicia com uma lista de dez coisas que eles gostam ou não, coisas que conhecem ou querem fazer, motivos que os levam ou não a fazer alguma coisa e afins, e podemos identificar o personagem pelo tipo de fonte utilizada na lista. Alice tem uma caligrafia mais delicada enquanto Daniel parece escrever à mão, mais rabiscado.
Os dois contam suas vidas de forma paralela e, inicialmente, é um pouco confuso para captar o que está acontecendo, mas ao se situar a leitura flui melhor.
As listas eram bem interessantes pois não deixavam de ser uma forma de conhecermos um pouco mais de cada personagem e até de fazer com que o leitor reflita, mas num determinado ponto se tornaram cansativas e achei que foram mais uma forma de resumir "fora da história" a personalidade de cada um. Ainda assim achei que os personagens foram bem construídos, cada um com pontos positivos ou negativos, mostrando que são humanos e passíveis de erros e acertos de acordo com a experiência de vida que tiveram.

Daniel é um homem sensível, que vê o mundo com os olhos de um artista, sob uma perspectiva diferente, ele enxerga cores em sua essência e não desiste nunca do sentimento pela filha que tanto quer encontrar.
Alice parece conseguir arruinar tudo o que toca, se sente sozinha, perdida e não se conforma muito bem por ter a vida amorosa despedaçada.
O drama familiar que a autora construiu remete a dramas comuns, de pessoas normais, e ainda que os personagens sejam opostos, possuem histórias que se completam e que, de alguma forma, servem como verdadeiras lições de vida e amor.
Eu demorei um pouco a me envolver com a história e achei um tanto arrastada até lá pela metade, não senti afinidade com Alice e só queria abraçar Daniel. A história transborda sentimentalismo e é possível se emocionar com as angústias e outros sentimentos dos personagens, principalmente aqueles ligados à esperança.
A escrita da autora é muito boa e ela soube explorar bem o tema que escolheu para sua história. Ela mostra a importância da comunicação, que, às vezes, é feita por forma de gestos e hábitos em vez de uma conversa propriamente dita. Acho que por ter esperado um final e ter me deparado com outro, não aproveitei tanto a leitura quanto gostaria embora ela traga vários ensinamentos relevantes...


A capa do livro é bem bonita e a diagramação é um capricho só. As páginas são amarelas e a fonte, tanto do texto quanto das listas, tem um tamanho agradável.
Não percebi erros na revisão e de forma geral o trabalho gráfico está muito bom.

Dez Coisas que Aprendi Sobre o Amor é um livro sobre amor e perda, sobre conexões com pessoas ou lugares que são perdidas ou deixadas pra trás, mas não são impossível de serem encontradas outra vez.

Adeus, por enquanto - Laurie Frankel

19 de outubro de 2015

Título: Adeus, por enquanto
Autora: Laurie Frankel
Editora: Paralela
Gênero: Romance/Drama
Ano: 2013
Páginas: 320
Nota: ★★★★☆
Onde comprar: Saraiva | Submarino | Americanas
Sinopse: A talentosa autora de O Atlas do amor inova em seu segundo romance, no qual conta a história do jovem casal que estendeu seu amor para além dos limites da vida. Não é milagre e nem magia, é pura ciência da computação. Graças ao software que Sam Elling, um divertido programador do MIT, desenvolve, torna-se possível conversar com projeções perfeitas de pessoas queridas que morreram. Assim, ele ajuda sua namorada a superar a perda recente da avó, mas não esperava que um dia fosse precisar se tornar usuário de seu próprio programa...

Resenha: Adeus, por enquanto me ganhou com seu título, que sugere uma despedida, uma separação inaceitável. Em seu segundo romance, a autora de O Atlas do Amor aborda alguns temas que teoricamente seriam incapazes de coexistir: amor, morte e ciência da computação.
Mas esperem, antes de mais nada devo alertá-los para NÃO LER A SINOPSE!!! Ela tem um dos maiores spoilers que já li em minha vida, sim, ela conta um fato que ocorre somente no final do livro e nos tira, completamente o impacto que essa informação nos deva causar. É lamentável, mas remediável! Agora sim, vamos lá.

Sam Elling é um nerd que trabalha com programação e algoritmos em uma empresa criadora de um famoso site de relacionamentos. Desafiados a criar um algoritmo que melhore o desempenho da empresa, Sam cria o algoritmo perfeito que estuda os dados que os candidatos ocultam no preenchimento do perfil, baseando-se em seus hábitos, com informações obtidas através de compras em cartões de créditos, e-mails, etc...
Para testar Sam cadastra-se no site que indica que o seu par perfeito é Meredith, do departamento de Marketing de sua empresa. À primeira vista ela é, nada menos, que seu oposto, contudo, em pouco tempo o algoritmo mostra que funcionou melhor do que imaginavam, a ponto de causar um prejuízo financeiro à empresa à longo prazo, uma vez que a arrecadação com as matrículas aumentou exponencialmente, contudo, a taxa de permanência e assinatura mensal diminuiu, levando consigo "a esperança" dos usuários em encontrar sua alma gêmea.

"Acontece que arrumar namorado para as pessoas não é o que nos dá dinheiro. É não arrumar namorado, mas dar a elas esperança de conseguí-lo."
- Pág. 30

Criador de um sucesso, porém desempregado, Sam tenta agora se adaptar à vida a dois e a ajudar Merde a superar sua enorme perda, a da avó Livie. Sam não aguenta mais assistir a dor de Merde, que desencadeia sua dor pela ausência da mãe que morrera quando ele ainda tinha 18 meses e resolve criar um programa que responde e-mails com base nas palavras chaves e e-mails antigos trocados entre Livie e Meredith. Será que isso será capaz de consolar ou aumentará a ferida? Como lidar com a ânsia de ver novamente um ente querido que já morreu mas responde seus e-mails?
Será que a ciência da computação é capaz de lidar, responder e realizar essas e tantas outras perguntas e expectativas daqueles que ficam? Como você reagiria a isso? Leia Adeus, por enquanto e descubra, reflita e chore muito!

Laurie foi infinitamente feliz em escrever esse livro, contudo temos que entender que é um drama e não um romance romântico, ele vai falar de perda, de luto, de apoio, de superação e das maneiras que isso acontece. Cada um de nós reage de uma determinada maneira e tem x ou y coisas a dizer em seu Adeus e essa foi a grandiosidade da obra, mostrar que enquanto algumas pessoas deixam uma saudade incrívelmente dolorosa, outras deixam mágoas e coisas não ditas.

O programa de Sam, supera tudo isso e permite que todos possam resolver suas pendências com aqueles que já partiram. Quem não gostaria de falar mais uma vez, apenas mais uma vez com aquele ente querido? Confesso que eu pediria à minha avó o segredo de sua receita de charuto de folha de uva, além de dizer o demonstrado mas nunca dito "Eu te amo". Culpas, é disso que Adeus por enquanto vai falar também.
Mas nem tudo são rosas, aliviar um pouco essa dor, fingir que a partida é parcial, é iludir-se e quão amargo pode ser esse enfrentamento? a dor da segunda perda não seria ainda pior? Um paleativo funciona por quanto tempo, já que somos fadados a sempre desejar mais?
Um tema pesado tratado de uma forma respeitosamente leve, dinâmica, porém, inevitavelmente dramática. Eu acreditei na proposta do livro porque minhas expectativas foram atendidas. É claro que, me senti um tanto quanto incomodada com a ideia não crível que se desenrola quando Meredith já não se conforma apenas com a troca de e-mails (optei por não colocá-la aqui, já que faz parte de mais da metade do livro), mas quem pode prever que isso um dia não exista de verdade, não é mesmo?!

Outra reflexão interessante trazida para o livro e que analogicamente pode ser aplicada àqueles que ainda estão vivos, é o quanto o virtual nos afasta do real? Chegamos ao ponto de preferir conversar com alguém pela internet a fazê-lo pessoalmente, é ou não é verdade?

"Não sou só eu - todo mundo passa a maior parte do tempo com amigos virtuais hoje em dia. Todo mundo passa mais tempo no Facebook do que com pessoas, mais tempo clicando em perfis do que saindo, mais tempo jogando tênis no videogame do que tênis de verdade, e tocando guitarra no videogame do que guitarra de verdade. As redes sociais não são tão sociais assim. Na verdade, é isolamento. Na verdade, é ficar sozinho."
- Pág. 281

Eu simplesmente amo livros que me fazem pensar, refletir, suspirar, que mexem com meu mundo, que me desestabilizam, me incomodam, sim, muita coisa nesse livro me incomodou, mas de uma forma positiva, de uma forma a sair da minha zona de conforto e mudar, para não me arrepender, para não entristecer ao lembrar que ainda não poderemos trocar e-mail com aqueles que nos deixaram, ainda que de mentirinha.

A capa do livro está totalmente relacionada ao tema do livro, quando apresenta um casal de costas com seus computadores e entre eles uma árvore, que respresenta a vida. A Árvore e o rapaz possuem sombra, enquanto que a moça não a tem. Adoro capas interpretativas e desenhadas. A diagramação está excelente, não percebi erros de revisão, a fonte tem um tamanho médio e as páginas são amareladas, o que no conjunto propiciou uma leitura bastante agradável.

Leiam, leiam e leiam, é só o que me resta fazer agora, além de chorar.

Novidades de Outubro - Companhia das Letras

18 de outubro de 2015

A Resistência - Julián Fuks
“Meu irmão é adotado, mas não posso e não quero dizer que meu irmão é adotado”, anuncia, logo no início, o narrador deste romance. O leitor se descobre de partida imerso numa memória pessoal que se revela também social e política. Do drama de um país, a Argentina a partir do golpe de 1976, desenvolve-se a história de uma família, num retrato denso e emocionante.
Adotado por um casal de intelectuais que logo iriam buscar o exílio no Brasil, o menino cresce, ganha irmãos, e as relações familiares se tornam complexas. Cabe então ao irmão mais novo o exame desse passado e, mais importante, a reescritura do próprio enredo familiar.
Um livro em que emoção e inteligência andam de mãos dadas, tocando o coração e a cabeça dos leitores.

O Frango Ensopado da Minha Mãe - Nina Horta
Não é sopa, publicado pela Companhia das Letras em 1995, tornou-se em pouco tempo um clássico da literatura gastronômica brasileira. Além das generosas lições de sabedoria acumuladas à beira do fogão, o livro fascinava pela qualidade literária da autora, Nina Horta, que, até iniciar as colaborações semanais com a Folha de S.Paulo, em 1987, era reconhecida pela excelência de seu bufê, o Ginger.
O encantamento provocado nos leitores pela nova colunista não escapou ao olho perspicaz do poeta Décio Pignatari, que endereçou uma carta ao “Painel do Leitor” do matutino paulista saudando um dos textos de Nina como “uma das mais surpreendentes peças literárias destes
últimos tempos destes Brasis da prosa prosaica”.
Duas décadas depois, O frango ensopado da minha mãe faz uma nova reunião de textos inéditos em livro - também originalmente publicados na Folha de S.Paulo -, selecionados com a colaboração de Rita Lobo, discípula confessa de Nina Horta. Eles consolidam a presença da autora não apenas como referência na bibliografia gastronômica, o que já seria muito, mas também como lídima continuadora do melhor da tradição da crônica literária brasileira.
Os textos de Nina pretendem falar sobre comida, mas falam de vida. De uma vida simples, rica em experiências e repetições que levam à sabedoria - do jeito que ela prefere a culinária: sem esnobaria e afetação. Bolo de noiva, sardinhas, torresmo e coca-cola são motivos suficientes para evocar a lembrança da revista semanal ilustrada O Cruzeiro, do cheiro do tomate pisado, dos guardanapos de François Vatel, das “varandas mineiras de poucas palavras e muita tosse”.
Família, amigos, cozinheiros, livros, filmes, lugares, nomes de pratos, modismos gastronômicos, dietas e cuidados alimentares contemporâneos - tudo serve para mobilizar a escrita afetuosa em tom de troca de receitas, a glosa sagaz de quem conhece muita coisa e as escolhas de quem chegou à plena liberdade. Como essa, por exemplo: “Deixem em paz o porco, esse poema”.
Uma sábia, essa Nina Horta.

Angosta - A cidade do futuro - Héctor Abad
“A capital desse curioso lugar da Terra chama-se Angosta. Com exceção do clima, que é perfeito, tudo em Angosta é ruim. Poderia ser o paraíso, mas se transformou num inferno. Seus habitantes vivem num lugar único e privilegiado, porém não se dão conta disso nem cuidam dele.”
Assim começa o romance de Héctor Abad, que se passa em uma cidade da América Latina próxima à cordilheira dos Andes, onde uma grande muralha separa ricos e pobres. No setor da elite, a entrada de visitantes só é permitida depois de uma constrangedora passagem pela imigração, quando um funcionário desconfiado faz perguntas sobre terrorismo, tráfico, explosivos, aids e distúrbios mentais.
A trama gira em torno do Gran Hotel la Comedia, que nos tempos áureos era sinônimo de luxo e hoje, rebaixado a pensão, é o lar de pessoas à beira da pobreza. É nesse cenário que vivem Jacobo, um amante dos livros que antes de ganhar uma herança fora obrigado a transformar a biblioteca da família em sebo - alternando o seu tempo livre como jornalista, professor de inglês e cronista -, e Andrés, um jovem que escreve versos todos os dias e se julga poeta, ofício que em sua opinião nem de longe pode ser considerado uma profissão mas algo mais elevado, próprio dos espíritos luminosos.
O pano de fundo do romance é bem conhecido de nosso cotidiano. À medida que as desigualdades sociais se tornam mais evidentes, aumenta a tensão entre os que tentam sobreviver e um pequeno grupo de privilegiados que deseja manter tudo como está.
Ao flertar com a distopia e o hiper-realismo social, Héctor Abad cria uma fábula moderna como poucas vezes encontramos na literatura contemporânea. Não à toa, Angosta teve os direitos vendidos para o cinema - sua narrativa vertiginosa expõe de modo contundente um cotidiano perverso, desesperançoso, fruto do desequilíbrio social.

A Vida dos Elfos - Muriel Barbery
Maria e Clara são jovens órfãs unidas por dons secretos. A chegada de Maria a uma granja na Borgonha traz prosperidade à terra, o que leva todos a acreditarem que a menina conversa com a natureza. Enquanto isso, Clara cresce numa aldeia perdida nos Abruzos, no sul da Itália, aprende italiano “na velocidade do milagre” e, depois de se revelar um prodígio no piano, é enviada a Roma para desenvolver sua veia musical.
As duas garotas, cada uma à sua maneira, se comunicam co1m um mundo misterioso que garante à vida dos homens sua profundidade e beleza, mas ao mesmo tempo oferece uma ameaça grave contra nossa espécie. As sombras da guerra e do mal avançam, e só Maria e Clara poderão combatê-las, reinstaurando a paz. Mas elas ainda não compreendem os muitos enigmas que as envolvem. De onde vêm? O que as conecta?
Em O Livro do chá, de 1906, Kakuzo Okakura fala com nostalgia da China antiga, fonte de inspirações da arte japonesa, e lamenta que o mundo chinês tenha se tornado “moderno, isto é, velho e desencantado”. Em entrevista à Gallimard, editora de Muriel Barbery na França, a autora concorda com essa caracterização do mundo moderno, afastado de seus encantamentos, e por isso de suas ilusões poéticas. A vida dos elfos, que terá sequência num segundo volume, busca resgatar essa magia poética e natural das coisas.
“Outra inspiração para o texto foi uma conversa com um amigo”, segue Barbery. “Eu dizia a ele que os jardins japoneses são élficos, ao passo que a estética francesa da natureza é humana.” Numa linguagem arcaizante mas atemporal, que não permite ao leitor situar a época em que se passa a história, a autora de A elegância do ouriço tece um romance original de atmosfera inesquecível, um passeio fabular por jardins encantados e palavras de sonoridade mágica. Ao se aventurar pela fantasia, Barbery faz um elogio à arte e à natureza, as órfãs da contemporaneidade.

Doutor Fausto - A vida do compositor alemão Adrian Leverkühn narrada por um amigo - Thomas Mann
Último grande romance de Thomas Mann, Doutor Fausto foi publicado em 1947. O escritor fez uma releitura moderna da lenda de Fausto, na qual a Alemanha trava um pacto com o demônio - uma brilhante alegoria à ascensão do Terceiro Reich e à renúncia do país a sua própria humanidade. O protagonista é o compositor Adrian Leverkühn, um gênio isolado da cultura alemã, que cria uma música radicalmente nova e balança as estruturas da cena artística da época. Em troca de 24 anos de verve musical sem paralelo, ele entrega sua alma e a capacidade de amar as pessoas. Mann faz uma meditação profunda sobre a identidade alemã e as terríveis responsabilidades de um artista verdadeiro.

A Morte em Veneza & Tonio Kröger - Thomas Mann
A morte em Veneza (1912), aqui na tradução de Herbert Caro, é uma das novelas exemplares da moderna literatura ocidental. A história do escritor Gustav von Aschenbach, que viaja a Veneza para descansar e lá se vê hipnotizado pela beleza do jovem polonês Tadzio, mais tarde daria origem ao notável filme homônimo do diretor italiano Luchino Visconti, de 1971.
O volume traz ainda Tonio Kröger, narrativa de 1903 que Thomas Mann declarava ser uma de suas favoritas. A novela tem diversos traços autobiográficos e está centrada na relação entre artista e sociedade, um tema muito caro à obra de ficção do escritor, sobretudo nos primeiros trabalhos. A nova tradução é de Mario Luiz Frungillo.

Um Crime da Holanda - Georges Simenon
Quando um professor francês em visita a um pacato vilarejo da Holanda se vê acusado de assassinato, o comissário Maigret é enviado para investigar o caso.
A comunidade parece satisfeita em acusar um estrangeiro desconhecido, mas há pessoas do lugarejo que sabem muito mais do que aparentam: Beetje, a filha insatisfeita de um fazendeiro da região, Any van Elst, cunhada do falecido, e um notório vigarista local.
Nesta sétima jornada de Maigret - Simenon escreveu 75 livros com o personagem -, o carismático investigador francês aprende a duvidar de suas certezas.



Benjamin Franklin - Uma vida americana - Walter Isaacson
Um dos chamados Pais Fundadores dos Estados Unidos, Benjamin Franklin está entre as figuras mais influentes de sua época, cujas descobertas científicas e ideias filosóficas e de negócios reverberam mundo afora. É também um homem de carne e osso que foi fundamental no desenvolvimento do que é hoje a nação mais poderosa do mundo.
Nessas páginas, Walter Isaacson - autor do best-seller Steve Jobs: A biografia - narra a tumultuada trajetória desse escritor, cientista, inventor, diplomata e jornalista. Isaacson mostra como essa vida inacreditável ultrapassa o seu próprio tempo, e como a colaboração de Franklin em documentos como a Declaração de Independência Americana ajudou a moldar o mundo moderno.

A Realidade Devia ser Proibida - Maria Clara Drummond
Os dilemas e as pressões sociais de Eva podem se parecer com os de qualquer garota da elite. Para quem vê de fora, sua vida se dá entre o restaurante chique e a festa com DJ francês regada a MDMA.
No entanto, tudo que é óbvio sobre Eva será desconstruído pela autora Maria Clara Drummond. Como o ator consciente da farsa encenada, a jovem colocará em evidência cada parte dessas engrenagens sociais.
Um olhar menos compassivo poderia encontrar apenas superficialidade, mas o que se tem é um retrato sincero de uma geração. Narrado em ritmo cinematográfico e com referências a séries como Girls, de Lena Dunham, A realidade devia ser proibida guarda um vislumbre de uma época tão difícil de definir.

Galveias - José Luís Peixoto
Pequena aldeia no Alentejo, interior de Portugal, Galveias é onde nasceu José Luís Peixoto. A partir de suas memórias de infância, o autor constrói neste romance o universo de um lugarejo quase parado no tempo, que subitamente se vê diante de um imenso mistério. Com grandes histórias e um elenco de personagens admiráveis, ele traça um retrato da vida rural portuguesa no início dos anos 1980, que vivia então um embate entre a tradição e a inevitável chegada da modernidade, em um momento economicamente difícil para o país. Um livro essencial para compreender a identidade lusitana no mundo contemporâneo.


O Finado Sr. Gallet - Georges Simenon
Todas as circunstâncias da morte do sr. Gallet parecem falsas: o nome que usava durante sua última viagem, sua presumida profissão, abandonada em segredo há dezoito anos, e, sobretudo, a dor de sua família.
O desdém dos familiares revela sentimentos ambíguos sobre o desafortunado. E a investigação transforma em principal suspeito ninguém menos que seu filho, Henry Gallet.
Nessa história assombrosa, diversas vezes adaptada para o cinema e a televisão, Maigret descobre a verdade desconcertante e o crime oculto sob um manto de mentiras.



Comando e Controle - Armas nucleares, o acidente de Damasco e a ilusão de segurança - Eric Schlosser
Comando e controle explora um dilema existente desde as origens da era nuclear: como desenvolver armas de destruição em massa sem ser destruído por elas?
Escrita com a agilidade de um thriller, esta reportagem de fôlego traz os detalhes sobre o acidente com um míssil nuclear ocorrido nos Estados Unidos em 1980, abarcando uma perspectiva histórica de mais de cinquenta anos.
O livro acompanha a trajetória de pessoas comuns. Pilotos de bombardeiros, engenheiros, tripulações e funcionários do governo que arriscaram a vida para evitar um holocausto nuclear.
Audacioso, sedutor e inesquecível, Comando e controle é um marco do jornalismo investigativo e um alerta para os perigos da era nuclear.

Poesia Antipoesia Antropofagia & Cia - Augusto de Campos
Guimarães Rosa, Mario Faustino, João Cabral, Ferreira Gullar, Wlademir Dias-Pino, Gregorio de Matos e Oswald de Andrade. A primeira edição de Poesia, antipoesia e antropofagia, de 1978, reunia as “incursões errático-críticas” de Augusto de Campos sobre poetas que, como ele, revolucionaram a poesia brasileira vigente.
Passados mais de 35 anos, esta edição revista e ampliada pelo autor volta às livrarias, com a seção & cia., incluindo textos publicados desde então. Os objetos de análise são Ernani Rosas, Oswald de Andrade (novos textos), Sousândrade, Décio Pignatari, Cyro Pimentel, Erthos Albino de Souza e Waldemar Cordeiro, além de reflexões sobre as perspectivas oferecidas à poesia concreta pelas novas tecnologias.



Companhia das Letrinhas
Turma da Mônica em: Os Azuis - Mauricio de Sousa
A Mônica não está entendendo nada: de uma hora para outra, todo mundo ficou azul no bairro do Limoeiro. E o pior: seus vizinhos e amigos - inclusive a Magali - resolveram fugir da dentuça e tratá-la mal só porque ela é a única “alaranjada”. A coitada não sabe o que fazer! Se for mais uma armação do Cebolinha ele vai ver só... Mas... e se não for? Será que foi ela que pirou de vez? Ou está no meio de um pesadelo que não quer acabar?
Desta vez, quem ilustra o clássico de Mauricio de Sousa é Elisabeth Teixeira, um grande nome da literatura infantil brasileira. Aqui, além de descobrir a resposta para esse mistério, o leitor ainda vai conhecer curiosidades sobre a história e seus personagens, em uma seção imperdível de extras!

Novidades de Outubro - Paralela

After - Depois da Promessa - After #5 - Anna Todd
Bem quando Hardin acreditava já ter enfrentado todos os fantasmas de seu passado, um terrível segredo sobre seus pais é revelado, despertando os seus piores demônios internos.
Tessa sabe que só ela tem o poder de aliviar todos os sentimentos de raiva, traição e confusão que afligem seu amado badboy. Só ela sabe como salvá-lo de seu ciclo de autodestruição. Mas, dessa vez, ela não pode. Porque, quando menos espera, sua vida é para sempre alterada por uma tragédia.
Hardin e Tessa prometem lutar com todas as suas forças para que o destino não os separe para sempre. Mas o que acontecerá quando suas forças chegarem ao fim? Depois da promessa... qual será o desfecho dessa história?

Gigantes - Cinco amigos. Uma história. - Pedro Henrique Neschling
Tudo começa numa festa de formatura de ensino médio. Cinco amigos comemoram juntos o tão aguardado fim da vida escolar. Apesar de bem diferentes entre si, têm algo em comum: enxergam o futuro como um mar de possibilidades a ser descoberto e explorado. Sonham em ser gigantes, tão grandes quanto suas ambições.
Mas para nenhum deles o futuro será conforme o previsto. À medida que os anos passam, os jovens deparam com as complexidades trazidas pelo chamado da vida adulta. Desilusões amorosas, questões familiares, conflitos na carreira, dúvidas e mais dúvidas… É inevitável: ao chegar perto dos trinta, todos nos tornamos um pouco mais desencantados e - por que não? - sábios. Mas e os sonhos da juventude, onde vão parar?

Amigos da Mente - Dr. David Perlmutter e Kristin Loberg
Em seu novo livro, David Perlmutter, o autor best-seller de A dieta da mente, apresenta novas pesquisas que comprovam a importância do microbioma - os micro-organismos que moram dentro do seu corpo - para a sua saúde. Para se proteger de diversas doenças ligadas ao cérebro, como autismo, déficit de atenção e Alzheimer, o neurologista apresenta os alimentos amigos que irão salvar a sua mente.





Enfim 30 - Um livro para não entrar em crise - Camila Fremder
Fazer trinta anos é uma crise? Camila Fremder e Jana Rosa respondem: não precisa ser! Muito pelo contrário, os trinta podem e devem ser maravilhosos. Carreira, relacionamento, ter ou não ter filhos, saúde, vida social, tecnologia, moda, conjunções astrais e numerologia - com um texto sempre bem-humorado, elas falam sobre o que viveram e pesquisaram acerca desses aspectos da vida como mulheres balzaquianas. Depois do sucesso de Como ter uma vida normal sendo louca, a dupla preparou este novo livro que vai trazer verdadeiras iluminações sobre entrar na terceira década e, com muita leveza, ajudar a lidar com as questões que inevitavelmente surgem.