Lido em: Dezembro de 2011
Título: A Estrela Mais Brilhante do Céu
Autor: Marian Keyes
Editora: Bertrand Brasil
Gênero: Chi Lit
Ano: 2011
Páginas: 598
Nota:
★★★★☆
Sinopse: Existe um misterioso espírito que paira sobre o edifício número 66 da Star Street, em Dublin, Irlanda. Ele está em uma missão para mudar a vida de alguém. Em A Estrela Mais Brilhante do Céu, Marian Keyes demonstra mais uma vez sua técnica como uma dos grandes contadores de histórias da atualidade e sua vontade de ultrapassar limites na literatura. Os inquilinos do prédio 66 formam certamente um grupo excêntrico. Na cobertura mora Katie, uma mulher de 39 anos que trabalha como relações públicas de cantores e que só se preocupa com o tamanho de suas coxas e se seu namorado irá propor casamento. No apartamento abaixo, dividem o espaço dois poloneses mais a engraçada Lydia. No primeiro andar está Jéssica, a octogenária que vive com seu malvado cachorro e o filho adotivo. Já no térreo estão os recém-casados Maeve e Matt, que por mais que tentem esquecer o passado, não conseguirão.
Resenha: O tal espírito misterioso citado na sinopse, é o narrador dessa história, e chega de mansinho no prédio 66 passando a observar a vida dos moradores. Cada personagem tem sua própria história, que em forma de contagem regressiva feita por ele, tem a vida analisada. A ideia que eu tive sobre isso é que se alguém está sendo analisado ou avaliado é porque, após ser escolhido, está prestes a receber alguma coisa, seja ela boa ou má.
A vida desses vizinhos vão se cruzando de forma muito bacana, onde após anos de desinteresse e indiferença um para com o outro, eles começam a se enxergar de outra maneira com ajuda desse "espírito".
Os personagens dessa história são mais adultos, mais maduros, e acho que a história de vida e propósito de cada um foram os elementos que tornaram o livro menos engraçadinho.
Katie já está chegando aos 40 e tem um complexo enorme por ainda estar encalhada. Ela e seu chefe acabam se envolvendo, mas ela continua desacreditada e infeliz pois o cara é completamente viciado em trabalho, e tudo indica que ele sempre vai colocar a carreira em primeiro lugar, mesmo que isso signifique sacrificar um relacionamento que poderia dar certo e magoar os sentimentos alheios sem a menor consideração.
Lydia trabalha como taxista e divide o apartamento do terceiro andar com dois poloneses, Andrei e Janco (e não, eles não são gays). Ela vive se aventurando com um deles por mais antipatia que ela sinta. Ela é super arrogante, mandona, debochada, daquele tipo que fala tudo que lhe vem a cabeça sem medir as consequências, e de início tomei uma certa raiva da moça, mas depois que conhecemos sua história e descobrimos porque ela é do jeito que é e o que ela fez por sua mãe doente, ela se tornou minha personagem preferida, pois no fundo, ela é uma boa pessoa e só quer ser feliz. Só achei que ela passou por muita coisa injusta na vida... Mas quem disse que a vida é justa, né? :/
Jemima, é uma senhora que vive com seu cachorro rabugento e que odeia gente estranha, Rancor, e espera por seu filho adotivo, Fionn, que está pra gravar um programa sobre jardinagem na TV. Ela é a personagem mais sem graça da história na minha opinião, talvez por viver naquela mesmice de sempre, mas não deixa de ter sua importância e função na história, claro...
Já o casal Maeve e Matt, são os personagens que foram mais trabalhados com relação aos detalhes de suas vidas, e o mistério maior gira em torno deles e de uma coisa horrível que aconteceu no passado. Só que Maeve é fresca, fica se fazendo de vítima a todo momento e isso chega a ser irritante. Ela tem seus motivos pra se comportar assim, mas beira o exagero. Já Matt, é um exemplo de bom marido na minha opinião, mas acho meio difícil, pra não dizer impossível, existir um homem com a "paciência" que ele tem, por mais que tenha sofrido junto com a esposa.
Apesar de ter, ainda não tive chance de ler todos os livros de
Marian Keyes, mas dentre os que já li,
A Estrela Mais Brilhante do Céu é mais "sério" e não faz o mesmo estilo cômico dos outros, que mesmo abordando temas sensíveis, sempre vêm cheio de humor e maluquices.
Quem narra a história do livro, nos faz imaginar que ele seja qualquer coisa, menos quem ou o que realmente é...
O livro é muito bacana, mas confesso que além de ter achado o começo um pouco arrastado e a empolgação não vir de imediato, me perdi em algumas partes pois a leitura não me prendeu justamente pela enrolação do começo. Mas depois fica bom! Não percam as esperanças! Eu demorei quatro dias pra acabar de ler esse bendito! Talvez porque alguns personagens foram menos trabalhados do que outros e alguns acontecimentos deixaram um pouco a desejar também. Outra coisa que me incomodou um pouco, é a famosa "falação" desnecessária de MK pra engrossar o livro. Tinha muita coisa alí que poderia ter sido bem menos detalhada ou simplesmente cortada da história, pois, ao meu ver, não acrescentou nada. Mas de forma geral, apesar de não ser o melhor, é um livro muito bom pra ser lido, principalmente quando se tem tempo pra isso! Confesso que me emocionei muito com a história do casal do primeiro andar e cheguei a ficar com os olhos cheios de lagriminhas. É o tipo de livro que você fecha e fica com aquela sensação de paz, com aquele sorriso no canto da boca, refletindo sobre as coisas boas da vida e percebendo que a leitura valeu muito a pena...