Lido em: Fevereiro de 2013
Título: A Linhagem
Autor: Camila Dornas
Editora: Novo Século (Selo Novos Talentos)
Gênero: Romance, Literatura Nacional
Ano: 2013
Páginas: 336
Nota:
★★★☆☆
Sinopse: Londres do século XVIII. A capital da Inglaterra era um dos mais importantes centros do mundo. Vestidos pomposos, elegância e boas maneiras. Um tempo onde as posses e a reputação regiam a sociedade. A igreja possuía poder absoluto e condenava aqueles os quais pesava a suspeita de bruxaria – a arte oculta temida e repudiada pelo senso comum. Nesse cenário intimidador, surge uma mulher especial, com dons inimagináveis. E um destino grandioso...
Resenha: O livro
A Linhagem se passa na antiga Inglaterra do século XVIII (
?) e conta a história de Evangeline Bennet, uma moça que perdeu a mãe quando ainda era criança e foi criada por seu pai, Julian, um homem super tirano, violento, antiquado e cruel. Ela tem uma irmã que vive a atormentando, Margareth, com quem não tem a menor afinidade. Somente Morgana, sua dama de companhia, é quem foi a única pessoa mais próxima de uma mãe que Evangeline poderia ter, e por isso, as duas tem uma relação de cumplicidade e amor incondicional que ultrapassa todas as barreiras.
Evangeline não é uma moça comum... Além de linda, o que atrái olhares de vários homens, ainda possui poderes sobrenaturais: ela controla os quatro elementos da natureza, fogo, água, terra e ar. Sempre que quer levantar o astral ou recuperar suas forças, ela corre para a floresta para sentir e absorver a boa energia do lugar. Mas por receio de ser condenada como bruxa e ser queimada numa fogueira, a moça esconde que possui esse talento de todos. Só seu pai e seus amigos, Genevieve e Albert, sabiam desse segredo.
Como era costume na época, os casamentos eram arranjados pelos pais dos futuros noivos, e para horror de Evangeline, Julian acaba por arranjar um casamento para a filha com Hector, o primo do rei. Julian só queria se ver livre da filha e aproveitou a oportunidade. Mas o que se esperava, era que Evangeline concordasse com tudo de cabeça baixa, e vivesse submissa ao marido, mas não é o que acontece... Evangeline tem o espírito livre, tem a personalidade forte, enfrenta quem quer que seja sem se preocupar com as consequências, vive discutindo com o pai para defender seus interesses e é decidida em suas escolhas. Eis que surge Henry, o cocheiro, e inconformada pelo casamento arranjado, ela acaba encontrando conforto e segurança nele, e daí surge um romance intenso, porém proibido.
Então, a fim de tentar acabar com o casamento e ficar livre para viver com Henry, Evangeline tenta descobrir algo de errado que Hector poderia ter feito, porém, ela descobre que os segredos que ele possui são terríveis...
Ela descobre que não é a única a possuir o dom da magia e aprende muito mais sobre isso, descobre sobre sua verdadeira linhagem, e ainda passa a correr contra o tempo pois há uma enorme conspiração no ar...
Quando vi a capa de "A Linhagem" pela primeira vez, achei muito bonita pois a impressão que dá é a de leveza e liberdade, e é isso que Evangeline quer. Mas ao olhar a capa de perto, pude notar alguns defeitos de montagem que ficaram meio grosseiros, como o recorte e o sombreado exagerado.
A narrativa é muito boa e flui muito bem, os cenários foram muito detalhados, as páginas são amareladas e o tamanho da fonte é ótimo, mas além de ter encontrado alguns erros de ortografia que passaram despercebidos na revisão, de ter percebido que muitas características e pensamentos de personagens se repetiram por muitas vezes, ter encontrado duas mesóclises que não entendi o que estavam fazendo alí (pois acho que os personagens devem manter um padrão de fala, e se falam de forma simples o tempo todo e no mesmo parágrafo aparecerem do nada com um "dar-te-ei", por exemplo, foi triste) e ter notado várias frases de efeito que não se encaixaram no lugar onde estão, fiquei encucada com alguns pontos, pois a história se passa no século XVIII (
?) mas em momento algum eu fui convencida de que realmente se passava nessa época. Por mais que eles vivam a luz de velas, usem anáguas e espartilhos, andem por aí a cavalo ou em carruagens, as personagens vão ao banheiro, ao toalete, tomam banho de banheira, enfeitam a casa com persianas e etc... Oi? Essas coisas não existiram nessa época! Só vieram no século seguinte. Até o termo "nanossegundo" foi usado, e duas vezes, então, todo esse anacronismo fez eu me desconcentrar da história. Acho que faltou pesquisa para que se tornasse crível.
Enfim, a história é bacana, até tem umas cenas
mui calientes (talvez para ilustrar a química perfeita entre Evangeline e Henry), e vale a pena ser lida. Pra quem gosta de romances de época, com toque de mistério e magia, vai curtir, mas não sei se o leitor vai aproveitar a leitura se se atentar a esses detalhes que apontei como falhos.