Lido em: Março de 2013
Título: A Seleção - The Selection #1
Autor: Kiera Cass
Editora: Seguinte
Gênero: Distopia/Romance/Juvenil
Ano: 2012
Páginas: 368
Nota:
★★★★★♥
Sinopse: Para trinta e cinco garotas, a “Seleção” é a chance de uma vida. Num futuro em que os Estados Unidos deram lugar ao Estado Americano da China, e mais recentemente a Illéa, um país jovem com uma sociedade dividida em castas, a competição que reúne moças entre dezesseis e vinte anos de todas as partes para decidir quem se casará com o príncipe é a oportunidade de escapar de uma realidade imposta a elas ainda no berço. É a chance de ser alçada de um mundo de possibilidades reduzidas para um mundo de vestidos deslumbrantes e joias valiosas. De morar em um palácio, conquistar o coração do belo príncipe Maxon e um dia ser a rainha.
Para America Singer, no entanto, uma artista da casta Cinco, estar entre as Selecionadas é um pesadelo. Significa deixar para trás Aspen, o rapaz que realmente ama e que está uma casta abaixo dela. Significa abandonar sua família e seu lar para entrar em uma disputa ferrenha por uma coroa que ela não quer. E viver em um palácio sob a ameaça constante de ataques rebeldes.
Então America conhece pessoalmente o príncipe. Bondoso, educado, engraçado e muito, muito charmoso, Maxon não é nada do que se poderia esperar. Eles formam uma aliança, e, aos poucos, America começa a refletir sobre tudo o que tinha planejado para si mesma — e percebe que a vida com que sempre sonhou talvez não seja nada comparada ao futuro que ela nunca tinha ousado imaginar.
Resenha: Num futuro um pouco distante, em meio a 3ª Guerra Mundial, os EUA foram invadidos e dominados pela China por não terem conseguido pagar a dívida externa que possuíam se tornando o Estado Americano da China. Mas quando Gregory Illeá, um cidadão patriota, lidera um ataque contra a Rússia, que também estava sob ataque chinês, e vence, um novo país é fundado para que os antigos EUA, já decaído e com a reputação em baixa, se reerguesse. E eis que surge Illéa.
Illéa foi dividida em 8 castas, para que além de um novo país organizado, todos saibam qual é o seu lugar e sua função ali, onde a 1ª casta representa a realeza, e já os miseráveis, pobres indigentes e excluídos fazem parte da 8ª. Quanto mais alta a classe, mais rica e poderosa é a família.
Muitos anos se passaram desde então, muitos se rebelaram contra esse governo, mas a democracia e as leis do país permanece intacta. Agora que o príncipe Maxon atingiu a maioridade, ele é obrigado a escolher uma esposa, e A Seleção é uma chance para 35 garotas terem uma vida nova, saírem da pobreza ou elevarem a própria classe social e de suas famílias. Todas elas irão competir entre si, da forma mais civilizada possível (ou não) para serem escolhidas pelo príncipe, e o processo de escolha é um tipo de reality show para que todas as castas, ou pelos menos as que tiveram condições de ter uma televisão, possam acompanhar quem será a nova princesa de Illéa.
Para America, uma jovem ruiva da casta 5, A Seleção é algo abominável, mas acaba sendo convencida pela família a se inscrever, já que passam muitas necessidades. America reluta o máximo que pode, principalmente por ela já ter encontrado o amor em Aspen, um jovem trabalhador e esforçado, que daria a própria vida por America, e que pertence a casta 6. Porém, a família seria muito bem recompensada financeiramente caso America fosse uma das Selecionadas, e com a intenção de ajudar a melhorar a vida de todos, ela entra pro sorteio. Porém, mesmo tendo sido umas das Selecionadas, America não tem a menor intenção de vencer a Seleção... Ela só quer ficar no castelo tempo suficiente para que sua família se estabilize, e a coroa que se dane.
Mas America acaba conhecendo o príncipe, até mais do que gostaria, e se aliando a ele, e mesmo que o castelo sofra com constantes ataques de rebeldes, ela se surpreende com o que vivencia lá...
A Seleção era um livro que eu queria ler desde quando soube de seu lançamento, mas só agora tive a oportunidade e posso garantir que todas as expectativas que tive foram além da superação.
Não vou negar que a história lembra Jogos Vorazes, com essa questão da sociedade ser dividida, os mais pobres servem os mais ricos e tudo mais, e A Seleção, por mais séria que seja, devido aos interesses políticos do país, ainda é um tipo de entretenimento para a sociedade. Porém há bastante diferenças.
Ao abordar a História (com H maiúsculo, mesmo) de um futuro distante de forma tão rica, detalhada e convincente, a autora conseguiu criar um cenário distópico fantástico! Já falei que amo História? E saber que o livro aborda o assunto, mesmo que não seja nada real, foi uma grande e muito boa surpresa pra mim.
A narrativa é bem ágil e fácil, e é o tipo de leitura que se lê de uma vez só. Não conseguia parar, queria saber um pouco mais dessa 3ª Guerra Mundial, mesmo que fictícia, e fiquei maluca pra saber qual seria o próximo passo de America para dar prosseguimento ao seu plano.
Pra não perder o costume, serei sincera em afirmar que ODEIO triângulos amorosos, mas o que acontece em A Seleção, é um pouco diferente... Ao se inscrever, America deixa tudo pra trás, e por insistência de Aspen, fica livre pra seguir seu caminho. Ela ainda o ama, mas a mágoa que guardou, deu lugar a esperança pois tentar vencer A Seleção poderia fazê-la feliz...
Os relacionamentos de America com a família dela, com Aspen, com as Selecionadas e até com Maxon foram super bem trabalhados, tanto com as amigas que faz, como a inimiga dissimulada e intragável também, e acredito que qualquer pessoa inteligente, ao levar um fora, não ficaria perdendo a vida se lamentando, mas sim, iria em busca do que a faz bem... America é sensata e decidida, tem a personalidade forte, e, apesar de ter ficado bem triste com tudo o que aconteceu antes se ter sido selecionada, deu uma chance a si mesma para fazer sua estadia no castelo valer a pena.
O príncipe Maxon é o tipo de cara encantador, engraçado, mas com seus mistérios, que chega de mansinho e nos conquista aos poucos, e justamente pelo relacionamento não brotar do além é que aprovei tanto. Acho que esses relacionamentos devem acontecer devagar e aos poucos para que se tornem convincentes e críveis, e a autora acertou em cheio na minha opinião.
Aspen tem o instinto de cuidar e proteger, e a intensidade do amor que ele sente por America é algo fora do comum e muito bonito, mas acreditando que ela teria um futuro melhor participando da Seleção, acaba insistindo para que ela vá. Pra ele, o que importa é que America seja feliz, mesmo que pra isso ele tenha que se afastar e sofrer. Sei que muitos podem odiar o rapaz, mas até que gostei dele.
Por me fazer lembrar de elementos de outra história, não vou afirmar que A Seleção seja 100% original, mas a história me prendeu e me conquistou de tal forma que simplesmente me apaixonei por ela, pela forma como foi contada, pela forma como foi desenvolvida e adorei o rumo que levou até chegar ao final que é muito inesperado! Terminei de ler já com saudades, com vontade de não ter acabado nunca e com vergonha por não ter lido antes!
E que capa e essa, gente? Eu não costumo aprovar capas com gente de verdade, mas essa é tão caprichada e bonita que é impossível não ficar curioso pelo livro só de olhar pra ela. Adorei! O título é em alto relevo e o trabalho de revisão e diagramação da editora foi muito bacana, e nem tenho do que reclamar com relação a parte física do livro. Só elogios.
Recomendo com certeza, entrou pra lista dos favoritos e estou ansiosa pela continuação:
A Elite.