Bling Ring: A Gangue de Hollywood - Nancy Jo Sales

4 de agosto de 2013

Lido em: Agosto de 2013
Título: Bling Ring: A Gangue de Hollywood
Autora: Nancy Jo Sales
Editora: Intrínseca
Gênero: Documentário
Ano: 2013
Páginas: 272
Nota: ★★★★☆
Sinopse: Entre 2008 e 2009, as residências de Lindsay Lohan, Orlando Bloom, Paris Hilton e diversas outras celebridades foram invadidas e saqueadas. Os ladrões, um grupo de jovens criados em um endinheirado subúrbio de Los Angeles, levaram o equivalente a 3 milhões de dólares em joias, dinheiro e artigos de grife, como relógios Rolex, bolsas Louis Vuitton, perfumes Chanel e jaquetas Diane von Furstenberg. As notícias surpreendentes sobre o caso chocaram Hollywood e intrigaram o mundo. Por que esses garotos, que em nada correspondiam à tradicional imagem dos bandidos, realizaram crimes tão ousados?

Resenha: Bling Ring foi o nome dado ao grupo de jovens composto por Diana Tamayo, Jonathan Ajar, Alexis Neiers, Rachel Lee, Nick Prugo, Courtney Ames e Roy Lopez, que entre 2008 e 2009 resolveram "ir as compras", invadindo as mansões das celebridades, como Paris Hilton, Lindsay Lohan, Orlando Bloom, Rachel Bilson, Megan Fox entre outros, tomando posse de suas roupas, jóias, obras de arte e o que mais encontrassem pelo caminho que lhes interessassem e até com intuito de "serem" quem estivessem roubando. Nancy Jo Sales escreveu uma reportagem sobre o ocorrido, pesquisando fatos, entrevistando os envolvidos nos roubos, seus familiares, os advogados e até mesmo os famosos que foram vítimas dessa quadrilha, o que originou o livro que recentemente foi lançado pela editora Intrínseca aqui no Brasil.

Bling Ring não é uma história de ficção que se desenrola com começo meio e fim, cheia de personagens adolescentes malucos e inventados que aspiram fama, status e riqueza. Se você for começar a ler imaginando e esperando algo do tipo, pare. Bling Ring se trata de uma reportagem sobre fatos e investigações criminais do caso, um documentário extenso, muito detalhado e às vezes repetitivo, com estudos, muitos dados reais e percentuais para diversos tipos de pesquisas sobre comportamento social dos jovens no decorrer dos anos, que traz trechos de diálogos e a história real dessa gangue cujo prejuízo estimado dos roubos chegou a marca dos 3 milhões de dólares, dentre outros apontamentos para a vida desregrada que esses (e muitos outros) jovens querem ter devido a uma busca incessante e sem limites para poderem sentir o gostinho do que é ser uma celebridade, seja na forma de se vestir, de pensar, de se comportar, e até mesmo nos princípios e na religião que seguem, sem parar para pensarem nas consequências que isso pode trazer e muitas vezes embarcando num mundo quase sem volta, cercado por drogas, bebidas e outros vícios horríveis...

Os crimes foram cometidos por quem menos se esperava, afinal, quem iria esperar ou desconfiar que jovens de 18 e 19 anos - brancos - iriam simplesmente invadir a casa de alguém famoso para roubar roupas e sapatos? E devido a isso o caso ganhou muita repercussão na mídia, já que foram atos audaciosos e até mesmo despreocupados cometidos por esses jovens, que ficavam super a vontade ao entrar na casa dos famosos, como se fosse algo que fizesse parte de suas rotinas, principalmente porque Paris Hilton não trancava a porta quando saía, e se trancava, deixava as chaves debaixo do tapete de entrada...

O maior site de notícias e fofocas sobre celebridades, o TMZ, sempre divulgava novas informações e até mesmo videos capturados pelas câmeras de seguranças de alguns famosos. Por mais que os objetos fossem valiosos, o que mais preocupou e chocou as vítimas foi a questão da invasão da privacidade e a falta de segurança que sentiram ao descobrirem que estavam sujeitos a esse tipo de coisa.

Paris Hilton fotografada pela
polícia após ter sido presa por
direção perigosa (2006)
A autora, através das pesquisas e entrevistas, além de tentar entender o que levou esses jovens de menos de 20 anos a cometerem tais crimes, expõe a cultura dos jovens americanos de forma crua, em que pra eles a fama, a riqueza, a beleza e afins são coisas essenciais e que devem ser exibidas e fazer parte da vida real e até da virtual, através das redes sociais, pois trazem glamour, status e felicidade, como se isso isentasse qualquer um de problemas, tristezas ou preocupações. Ela também salienta como os americanos tem um fascínio maluco e até doentio a ponto de iconizarem o casal de bandidos Bonnie e Clyde, como se tudo o que roubaram e até as pessoas que mataram fosse algo muito bacana e que deve ser visto/reproduzido/copiado, o que pode levar pessoas a acreditarem que roubar não é tão grave assim, muito pelo contrário, principalmente se o roubo for contra quem já tem muito. Outra coisa que ela traz a tona é esse tipo de comportamento visto em filmes, comerciais e reality shows roteirizados na TV que todos querem participar (e que Alexis inclusive participou de um deles, o Pretty Wild, exibido no E!), nas letras de muitas das músicas de sucesso (que sempre falam sobre as vantagens de se ter dinheiro e quanto é bom gastar adoidado, das orgias, da bebedeira, das curtições na balada, da importância da beleza e etc) ou até nas próprias celebridades, que vivem se divertindo, aparecendo em revistas e programas de TV, sendo perseguidas por paparazzis, gastando horrores, cometendo crimes, sendo presas e cumprindo 2 minutos da pena pois têm dinheiro e status suficientes pra ficarem livres pra ir e vir quando bem entendem sem se preocuparem com nada, afinal, são famosas, idolatradas, conhecidas e é isso o que importa.

Ao terminar o livro, pesquisar pelas fotos dos jovens foi algo automático... E é triste pra mim ver pessoas que já tinham uma vida boa escolherem um caminho cheio de vícios e recorrendo ao crime para alimentarem suas fantasias e desejos achando que se dariam bem... Lamentável e vergonhoso...

Com certeza o livro é uma ótima fonte de informações para os que se interessaram e têm curiosidade por uma visão jornalística do caso. Pra mim, a Bling Ring são um bando de ladrões que por mais que tenham seus sonhos e objetivos, ridiculamente se deixaram levar pelo momento, mas não passam de criminosos que escolheram o caminho fácil, sujo e errado, e que tinham mais que pagar pelo que fizeram.

Espiem as fotos dos meliantes:
Rachel Lee, Diana Tamayo, Jonathan Ajar, Alexis Neiers,
Nick Prugo, Courtney Ames e Roy Lopes
Confira um dos vídeos da invasão feita por Nick Prugo e Rachel Lee a casa de Audrina Patridge clicando AQUI.

Top Comentarista - Agosto

2 de agosto de 2013

Oie, gentem!!!
Bora pra mais um Top Comentarista aqui no ?
Dessa vez, o prêmio vai ser nada mais nada menos do que o livro divo Will & Will!


Regrinhas:

- Os 10 leitores (e seguidores) do blog que comentarem nas postagens válidas* do mês de Agosto irão concorrer ao livro!
- Em caso de empate com relação ao número de comentários, será feito um sorteio.
- Caso haja mais de 10 pessoas com a mesma quantidade de comentários, irei considerar a ordem dos comentários no último post válido do mês, ou seja, os 10 primeiros (que supostamente estiverem empatados) que comentarem estão dentro. Dessa forma o sorteio fica restrito a somente 10 participantes.
- Interessados em participar, comentem aqui nesse post para eu saber quem irei acompanhar, por favor!

Esse comentário (e o do post de ontem - "Resumo do mês de Julho") já contam como comentários válidos!
Lembrando que só pode UM COMENTÁRIO por post (responder comentários não conta), e como o top é do mês, os comentários também devem ser feitos dentro do mês, de 01/08 a 31/08! Não serão aceitos comentários registrados a partir de 01/09 em diante para este top! Se o mês virar, o comentário já não vale, ok?

Dúvidas? Me mandem um email ou entrem em contato pela página do blog no face.

Então bora participar?!

*Postagens válidas: Todas as postagens de 01/08 a 31/08, exceto as destinadas à promoções!

O livro será enviado ao ganhador pela Galera Record!

Resumo do mês - Julho

1 de agosto de 2013

Oie, gentem!
Bora conferir o resumo do que rolou no blog em Julho?

♥ Resenhas:
- O Oceano no Fim do Caminho - Neil Gaiman
- Amor - O Caminho para a Felicidade - Vilko Larcerda
- O Código Élfico - Leonel Caldela
- Meu Hamster É um Gênio - Dave Lowe
- Reino das Névoas - Camila Fernandes
- Na Companhia das Estrelas - Peter Heller
- O Futuro de Nós Dois - Jay Asher e Carolyn Mackler
- O Teorema Katherine - John Green
- A Queda dos Reinos - Morgan Rhodes
- A Corrida de Escorpião - Maggie Stiefvater
- Will & Will - John Green e David Levithan
- Esconderijo Perfeito - Meg Cabot

♥ Polêmica, eu?
- Ah, o anonimato... - Porque quem comenta pra causar escondendo a cara não pode ser levado em consideração...

Caixinha de Correio de Julho
Sim! Me controlei!! *o*.

♥ Dica Esperta
- Dica para formatação dos textos no blog

Entrevista com Nicolaj Frobenius
Autor de  "Vou lhe mostrar o medo"

♥ Promoção ativa:
Aniversário de 1 ano do Descobrindo Livros (até 15/08)








♥ Livros lidos em Junho:


  1. O Código Élfico - Leonel Caldela
  2. Reino das Névoas - Camila Fernandes
  3. O Teorema Katherine - John Green
  4. A Queda dos Reinos - Morgan Rhodes
  5. A Corrida de Escorpião - Maggie Stiefvater
  6. Will & Will - John Green e David Levithan
  7. Esconderijo Perfeito- Meg Cabot
  8. A Viagem do Tigre - Colleen Houck

Pronto!
Aguardem novidades do novo Top Comentarista de Agosto! (comentários neste post são válidos e serão contabilizados pra quem quiser participar)
Resultados das promoções que terminaram ontem, dia 31/07, sairão amanhã, e do Top de Julho sai no final de semana.
Peço desculpas pela minha meia ausência no final do mês aqui no blog, mas como alguns sabem, precisei viajar, fiquei mais tempo do que eu pretendia e isso acabou me enrolando um pouco.

Bjodoce! :*



Caixa de Correio #17 - Julho

31 de julho de 2013


Hey, pipous!
Último dia do mês é dia de Caixa de Correio. Esse mês me segurei pra não comprar nada, mas não resisti a promoção #400x4 (ou coisa parecida) da Record, em que tinham um monte de livro bacana com 50% de desconto. Vi muita gente falando que o desconto era uma baita enganação, porque tinha livro na lista que dava pra achar até mais barato fora dessa promoção. Alguns até que sim, vou concordar, mas os que realmente me interessavam eu aproveitei porque nunca tinha visto mais baratos! E só me segurei bravamente e não aproveitei outras promos porque estou necessitada de duas estantes pra colocar todos os livros "sobrando", que não cabem na que eu tenho, e se eu continuar recebendo livro sem ter onde colocar, daqui a pouco tô dormindo no chão enquanto os livros ficam na cama, ou pagando um aluguel de um depósito rsrsrsrsrsrs
Mas, para a minha alegria, o problema da estante está em andamento. Já comprei as duas que tanto precisava e estou esperando chegar. E assim que tiver tudo montado, ajeitado e lindo, eu mostro pra vcs como ficou a organização, porque até então, tenho é vergonha de mostrar a bagunça em que esses pobres desses livros se encontram.... Tem uns amontoados no chão... Que dor no coração!

Ai, chega de falação! Espiem as fotos:

Esconderijo Perfeito - Meg Cabot

28 de julho de 2013

Lido em: Julho de 2013
Título: Esconderijo Perfeito - Desaparecidos #3
Autora: Meg Cabot
Editora: Galera Record
Gênero: Juvenil
Ano: 2013
Páginas: 288
Nota: ★★★★★
Sinopse: Quando Amber Mackey desapareceu Jess estava de férias. Só que agora todo mundo na Ernest Pyle High School culpa a Garota Relâmpago pela morte brutal da líder de torcida. No entanto, ela se sente totalmente isenta de qualquer responsabilidade. Afinal, como poderia ter impedido que a garota aparecesse morta se nem mesmo sabia sobre seu desaparecimento? Além disso, tinha que manter o segredinho sobre seus poderes a salvo. Mas quando outra líder de torcida também some do mapa, Jess tem a chance de se redimir. E, de quebra, de ainda se tornar popular.

Resenha: "Esconderijo Perfeito" é o 3º volume da série Desaparecidos, da autora Meg Cabot publicada no Brasil pela Galera Record, que dá sequência às aventuras e confusões de Jessica Mastriani que após ter sido atingida por um raio sem sofrer nenhum arranhão, passou a ter o dom de simplesmente saber onde as pessoas desaparecidas estão, como conta o 1º volume, "Quando cai o Raio". No 2º volume, "Codinome Cassandra", Jessica, cansada de todos esses problemas e de não ter um pingo de paz, decide espalhar que perdeu seus poderes, e vai para um acampamento para prodígios musicais e se mete em mais uma enrascada quando, por pena, resolve ajudar um pai a procurar sua filha desaparecida.

Nessa continuação, a "Garota do Raio" é praticamente acusada da morte da líder de torcida da escola, Amber Mackey, que, depois de ter desaparecido, foi encontrada morta. Mas quando tudo aconteceu, Jess além de estar fora, "perdeu" os poderes... Como poderia saber de alguma coisa? O problema é que ninguém acredita que Jessica perdeu seu dom e ainda a acusaram de não ter feito nada pra ajudar a encontrar e evitar a morte de Amber, e outra líder de torcida desaparece. Se sentindo um pouco culpada, pois poderia ajudar se estivesse por perto, ela resolve dar uma força pra tentar impedir mais uma morte, o que colabora ainda mais para que os agentes do FBI que ficam em sua cola não a deixarem em paz, querendo que ela se torne "propriedade do governo". E entre a confusão envolvendo o sumiço da garota, seu relacionamento mal resolvido com Rob (o motoqueiro bad boy que faz o coração dela disparar), uma aproximação com o ex namorado da menina que morreu e as brigas que ela arranja na escola, Jess, mais uma vez, vai dar uma de heroína para tentar se redimir e diminuir sua "culpa".

Com relação a parte física, a capa do livro, cheia de pompons tem tudo a ver com a história. A diagramação é simples, os capítulos são curtos (em média 15 páginas) e as páginas são amareladas.
A narrativa é ótima e feita em primeira pessoa, então podemos saber de tudo o que acontece pelo ponto de vista de Jessica. Às vezes, durante alguns diálogos, Jessica acaba interrompendo muita coisa com seus pensamentos, e por isso fiquei com impressão de que ela, por mais que esteja preocupada em resolver as questões a sua volta por ter um espírito super altruísta, fica um pouco alheia ou dispersa, e acaba até distraindo a atenção do próprio leitor. Não sei se outras pessoas são assim, mas quando, no meio de um diálogo, o personagem começa a lembrar de outras coisas, até voltar ao diálogo novamente, me faz esquecer do que ela estava falando. Talvez seja por ela ser adolescente e isso fazer parte de sua personalidade, mas talvez seja um fator de distração proposital da autora devido ao mistério e as investigações para descobrir quem é o assassino, como se ela tivesse a intenção de desviar nossa atenção mesmo.

Jessica continua preocupada em ajudar as pessoas, preocupada em chamar a atenção de Rob, preocupada com sua família e preocupada em fazer com que todos acreditem que ela não tem mais o poder de encontrar os outros. Ela só não se preocupa em enfiar a mão na cara de quem a irrita ou se intromete com quem ela gosta, principalmente se alguém mexer com Douglas, seu irmão esquizofrênico que ganhou mais destaque nesse volume. Os pais de Jess também aparecem mais e até chegam a correr perigo devido a Jessica se intrometer no caso. Morri de rir do pai dela, que sempre se demonstra preocupado, controlador e super protetor, mas qualquer indício de que está tudo bem, fica completamente desligado ou desinteressado em continuar se preocupando com o assunto, como se nada tivesse acontecido. Ruth continua sendo a melhor amiga de Jess, sendo companheira, lhe abrindo os olhos e puxando sua orelha sempre que necessário, afinal, amigas de verdade têm esse papel.

No mais, eu adorei esse volume e o desenvolvimento da trama. O desfecho é um pouco previsível, mas isso não tira a empolgação de continuar lendo. Achei que a história tinha caído um pouco depois de ter lido o segundo volume, então comecei a ler sem tantas expectativas, mas esse veio pra dar um up nas coisas e posso afirmar que superou e muito! Comecei a ler e em menos de 3hrs já tinha terminado! É impossível largar depois que a gente começa!
Uma história super envolvente, carregada de mistério, com perigos, toques de ação, suspense e humor dignos da diva, Meg Cabot!

Will & Will - John Green e David Levithan

25 de julho de 2013

Lido em: Julho de 2013
Título: Will & Will: Um nome, um destino
Autores: John Green e David Levithan
Editora: Galera Record
Gênero: Romance/YA
Ano: 2013
Páginas: 352
Nota: ★★★★★
Sinopse: Em uma noite fria, numa improvável esquina de Chicago, Will Grayson encontra... Will Grayson. Os dois adolescentes dividem o mesmo nome. E, aparentemente, apenas isso os une. Um Will é amigo do mais expansivo gay de sua escola. O outro precisa explicar à própria mãe sua orientação sexual. Mas mesmo circulando em ambientes completamente diferentes, os dois estão prestes a embarcar em um aventura de proporções épicas: O mais fabuloso musical a jamais ser apresentado nos palcos politicamente corretos - e tediosos - do ensino médio. Uma produção que promete ser tão cult como este romance.

Resenha: Will & Will é o mais recente lançamento de John Green em parceria com o autor David Levithan e lançado pela Galera Record aqui no Brasil.
Dois personagens e um nome: Will Grayson.

O primeiro Will Grayson, cuja narrativa é feita por John Green, é um garoto tímido, de poucos amigos e que está pouco se lixando pras questões alheias. Após um episódio em que um membro do conselho escolar se irritou pela presença de gays no vestiario, Will defende publicamente seu amigo ofendido, Tiny Cooper, enviando uma carta ao jornal da escola. Após isso, ele meio que ficou desprovido de companhia social. Agora seu lema é ser invisível, ficar calado, não se importar nem se envolver em nada, pois se essas regras não forem seguidas, o resultado só pode ser trágico. Ele é hetero e ainda nutre um sentimento um tanto questionável por Jane, já que nem ele mesmo sabe se é isso o que quer.

David Levithan narra a história do segundo will grayson (reparem, mas não estranhem a letra minúscula), um garoto sozinho, que faz o estilo emo, depressivo, vive pensando em se matar e claro, é gay. A família, que se resume apenas em sua mãe, não é muito bem estruturada, e isso com certeza foi um fator que colaborou para que will se enfiasse em um buraco sem ter vontade de sair. Ele só não teve coragem de assumir sua real "condição" pra ninguém e ainda está apaixonado por Isaac, alguém que conheceu online cujo relacionamento não sai dali há um ano. Tem uma "amiga" que se chama Maura, mas é alguém que não desperta a simpatia de ninguém, e dois colegas esquisitos e nerds, Simon e Derek.

E é claro que não posso deixar de falar do fabuloso Tiny Cooper, que é puro glitter e glamour, cujo apelido é bem sugestivo já que ele é enorme, tanto na altura quanto na circunferência, e que tem um grande, senão o maior, destaque nessa história. Ele é grande, tem um coração maior ainda, irradia alegria por onde passa e resolveu falar sobre amor numa peça musical que ele está escrevendo, dirigindo e estrelando em homenagem a si próprio. Quase sempre mete o primeiro Will em enrascadas, mas nem por isso eles deixam de ser melhores amigos um do outro.
Até que devido à circunstâncias distintas, o destino dos dois Will's se cruza quando eles se encontram num sex shop (não, não é nada do que vocês e suas mentes sujas estão pensando, acreditem rsrsrs), muito decepcionados e chateados com os acontecimentos que os fizeram ir parar naquele lugar e, posteriormente, will acaba conhecendo Tiny através de Will...

Como cada autor é responsável por um Will, obviamente os capítulos são alternados entre eles, e a diferença de um pro outro, é exatamente a não utilização de letras maiúsculas nos capítulos destinados ao segundo will. De início soa estranho, como se fosse um erro na revisão e é até meio chato de ler, mas considerei uma ideia genial em utilizar esse tipo de formatação no texto e depois da estranhez dá pra levar numa boa. will é depressivo, pra baixo e o texto todo escrito em letras minúsculas é uma forma de refletir essa tristeza e desleixo. As duas narrativas são ótimas, fluem muito bem, ao mesmo tempo que têm drama também tem humor criando um equilíbrio perfeito, e é bem difícil não se envolver. Acho que até quem não tem nenhuma experiência com a escrita de John Green vai conseguir perceber a diferença de uma narrativa pra outra.

Vou ser sincera em afirmar que não esperava nada desse livro, pois os dois livros de John Green que já li (ACEDE e OTK) não superaram minhas expectativas. Considerei bons livros, mas esperava muito mais devido a serem tão idolatrados, indicados e falados... Eu sempre encontrava algum floreio desnecessário ou alguma coisa que me incomodava ou sei lá... Talvez seja questão de gosto, não sei... Cheguei a ficar com aquela sensação de que John Green é um autor estrela, da moda, já que suas histórias, apesar de agradar e emocionar a maioria, tem a mesma fórmula: Personagens nerds com algum dilema/problema/crise, com humor negro e vocabulário rico. Não sei se a participação de um segundo autor teve alguma influência na escrita um do outro, mas definitivamente, o que encontrei em Will & Will foi algo um pouco diferente, e bem melhor, do que eu esperava...

Temas delicados como a depressão, a falta de amor próprio, conflitos familiares e outros assuntos "ruins" são abordados, sim, mas nada de forma agressiva e exagerada, e em contrapartida, há a necessidade de explorar e expor o amor de uma forma muito bonita e natural, sem todos aqueles floreios irritantes e desnecessários dos quais desgostei tanto em outros livros.
A forma como a proximidade e o relacionamento que surge entre os personagens são tratados chega a ser tão intensa, sincera e verdadeira, que foge à ficção. A questão da homossexualidade chega a perder o foco principal e o que importa é o sentimento real e sólido entre pessoas, sentimento este que o sexo não é capaz de definir.
A homossexualidade não é uma opção, não é uma escolha, não é nenhuma doença que precisa de cura...
"- É só uma coisa, tipo, algumas pessoas são gays, assim como outras têm olhos azuis."
- pág. 323
E foi exatamente por esses fatores e pela forma como foram descritos e abordados (principalmente porque é uma história livre de floreios antipáticos, que por mais triste que seja tem uma pureza que supera esse detalhe tornando-a muito bonita), é que me senti na obrigação de fazer John Green subir um degrau no meu humilde conceito e afirmar que Will & Will não só superou minhas expectativas, como se tornou um dos melhores livros que já li, seja com relação a premissa, ao desenvolvimento da trama e da construção dos personagens. É tudo muito próximo da nossa realidade e tenho certeza que muitas pessoas vão se identificar, não só pela parte homossexual e alguns problemas de aceitação com a sociedade, mas com relação a sentimentos ligados a desejos, a amizade verdadeira e coisas que sonhamos e queremos para nós mesmos.
Apesar de o final ser forçado e exagerado, como se tivesse sido feito pra despertar emoções no leitor, achei muito adequado, afinal, uma bicha do estilo de Tiny sempre brilha, emociona com seu jeito contagiante, arranca sorrisos e muitos aplausos, pois sua vida já é um show, literalmente. #pokerface

Pra finalizar, é um livro que recomendo muito, principalmente pra quem tem a mente aberta e livre de qualquer tipo de preconceitos, e sabe enxergar a felicidade e o amor como algo que existe entre pessoas que se gostam, e fim... É só amor... Simples assim... e o resto é consequência, ou meros detalhes a parte...