Título: Maldição - Wicked #2
Autoras: Nancy Holder e Debbie Viguié
Editora: Jovens Leitores/Rocco
Tradutora: Maria Clara Mattos
Gênero: Fantasia
Ano: 2013
Páginas: 256
Nota: ★★★☆☆
Sinopse: O Fogo Negro consumiu Jer. Tudo indica que ele esteja morto, e tia Marie-Claire também se foi. Além disso, o maior inimigo de Holly jurou lealdade à Suprema Confraria. Poém, não há tempo para lamentar suas perdas: ela precisará reunir forças e assumir seu papel de líder. Em meio à dor, Holly ressurgirá como uma grande bruxa e fará o que for necessário para sobrepujar o mal... até mesmo sujar as mãos com o sangue do sacrifício.
Se no volume anterior Holly teve que lidar com a descoberta de poderes incríveis e de uma maldição mortífera, agora ela sentirá na pele a responsabilidade pelas vidas dos que a seguem e o peso de ser uma das últimas sobreviventes de uma das confrarias mais fortes de todos os séculos.
Resenha: Maldição é o segundo volume da série Wicked escrita pelas autoras Nancy Holder e Debbie Viguié. Os livros foram lançados pelo selo Jovens Leitores da Editora Rocco.
A história continua de onde parou em Bruxaria, cujo final foi terrível e desesperador, então esta resenha pode ter spoilers do livro anterior!
Jer, o filho do sombrio Michael Deveraux, foi consumido pelo Fogo Negro, umas das piores magias negras de que já se ouviu falar, e a ideia de que ele está morto deixou Holly arrasada devido ao romance que eles tinham um com o outro. Marie Clare, a tia de Holly, também não sobreviveu, e a garota junto com suas primas, Amanda e Nicole, ficaram sozinhas. Resta a Holly seguir em frente fazendo o que puder contra as forças do mal, mesmo que para isso ela tenha que utilizar o sacrifício...
Apesar de focar em acontecimentos passados com muita frequência, Maldição teve um diferencial em relação ao Bruxaria no que diz respeito à narrativa ou às mudanças bruscas de cena, pois felizmente o leitor é informado e situado sobre onde e quando tal acontecimento se passa sem que haja confusão. Tantas informações sobre o passado talvez tenham tido o propósito de explicar ao leitor como tudo aconteceu até chegar onde chegou, mas fiquei com a sensação de que o presente, que é o que realmente importa mesmo que a guerra entre as famílias Cahors x Deveraux seja antiga, ficou em segundo plano, o que não contribui muito para que a leitura se torne fluída, mas, sim, arrastada já que o primeiro livro se encarregou de contar praticamente tudo que deveria importar sobre vidas passadas e o próprio passado em si. Fiquei com a impressão de que a história ficou dando voltas e mais voltas e pra nada.
Quando nos deparamos com a Maldição jogada sobre os Cahors, a família de que Holly descende, o que realmente deixou as coisas agitadas foi como Michael se aproveitou disso para tentar se dar bem.
Fiquei abismada e em choque com o sacrifício feito por Holly e também em como ela passou de uma bruxa se descobrindo pra alguém tão poderosa. Talvez a ideia dos sacrifícios, rituais e mortes sejam mesmo chocar, pois tudo é muito bem detalhado, sanguinolento, cruel, bizarro... Mas alguém que nunca havia feito nada do tipo anteriormente criar coragem e ser tão fria, mesmo que estivesse envolvida emocionalmente, se tornou além de surreal, incômodo. Entendo que Holly, sozinha e sendo líder, precisa tomar decisões grandes que podem mudar tudo, mas algumas delas parecem ter sido descritas sem considerar que poderiam mudar completamente a personalidade da protagonista a ponto de descaracterizá-la, e isso tudo me deixou com a impressão de que, talvez, foi escrito só pra aumentar a intensidade de determinada cena para que o leitor fique abismado ao ler sobre como é feito um sacrifício. Inconstâncias desse tipo não descem aqui, pois o ritual, da maneira como foi feito, não combina com Holly. Fiquei me perguntando até que ponto a influência de Isabeau e sua "ajuda" poderia interferir no que Holly faz.
Uma coisa que vale ressaltar é que todas as brigas entre as famílias rivais que perduram por séculos lembram bastante a rixa de Romeu e Julieta, pois tudo tem como base a retenção de poder, a ganância, o egoísmo, mas lá estão Holly e Jer, indo contra tudo e todos, tentando ficar juntos...
A capa, seguindo o mesmo padrão da primeira é linda, aveludada, com alto relevo e verniz para destacar o título. A diagramação também segue a mesma linha. A revisão está ótima e as páginas são amarelas.
Considerei esse segundo livro como sendo melhor do que o primeiro pelas divisões de cenas e pelos detalhes sinistros que envolvem a magia negra e outras coisas terríveis, mas continuo achando que a história, pela forma como é contada, é bastante confusa e requer uma atenção redobrada e muita paciência para prosseguir com a leitura, que, em alguns pontos, confesso ser entendiante. Algumas cenas realmente são muito boas, mas não superam as demais. Para uma série com cinco livros, imagino o que virá pela frente, e como...