Título: O Feitiço Azul - Bloodlines #3
Autora: Richelle Mead
Editora: Seguinte
Gênero: Fantasia/Sobrenatural
Ano: 2014
Páginas: 400
Nota: ★★★★★♥
Sinopse: A atual missão da alquimista Sydney Sage fez com que ela revisse seus conceitos não só sobre os vampiros, mas também sobre a própria organização à qual pertence, responsável por esconder a existência dessas criaturas do resto da humanidade. Sydney acabou descobrindo um grupo dissidente que tinha muito em comum com os alquimistas, mas objetivos bem mais radicais. Certa de que seus superiores estão guardando segredos sobre essa facção paralela, ela contará com a ajuda do misterioso ex-alquimista Marcus Finch para tentar desvendá-los. Mas isso só será possível se ela conseguir escapar de uma ameaça ainda mais urgente; uma feiticeira cruel que suga a alma de jovens usuárias de magia. Enquanto isso, a garota luta contra os sentimentos cada vez mais fortes pelo rebelde vampiro Adrian Ivashkov. Há tabus e preconceitos milenares arraigados entre as duas raças, que representam um obstáculo enorme para esse relacionamento. Mas Adrian é persistente e é o único em quem ela confia para enfrentar as ameaças que se aproximam. Será que Sydney conseguirá se libertar do seu modo de vida e se render a esse romance?
Preparem os corações! Minha história com a Richelle é diferente de algumas que conheço. Meu primeiro contato com a autora foi em Laços de Sangue, que dá início a série Bloodlines, spin off de Academia de Vampiros. Após ler O Lírio Dourado e conhecer um pouco sobre o mundo dos Moroi, Strigoi, Dampiros e Alquimistas é que embarquei na série protagonizada por Rose. O efeito foi bem reverso, pois quando chegou Promessa de Sangue é que reencontrei a Sydney. Mas reencontros à parte, posso garantir que estou cada vez mais viciado em Richelle Mead. ♥
Um dos grandes preconceitos que vejo com a série é quem a protagoniza. É evidente que a Sydney é o oposto da Rose em tudo. Enquanto Hathaway era um tanto “valentona”, Sage é mais contida e pensa antes de agir. Então, não dá pra esperar encontrar em Bloodlines o mesmo clima, já que a narrativa acontece em primeira pessoa.
Sydney está agora muito mais segura de si. Nos dois volumes a personagem trazia consigo muitas dúvidas sobre o que deveria ou não fazer. Agora ela está mais ciente de verdades parciais sobre sua própria vida e cultura. Entendo perfeitamente isso. Imaginem uma mãe que ensina algo a um filho desde seu nascimento e ele carrega tal lição consigo a vida toda. Sua opinião pode mudar? Sim, mas é uma ideia difícil. É isso que acontece com a Sydney nesse volume. Ela começa a se questionar alguns pontos sobre sua criação e junto com Adrian tenta encontrar tais respostas. Essa personalidade dela cria forma e traz de dentro uma força para a personagem que é admirável. Uma verdadeira evolução que continuará até o último livro, espero.
Ah, Adrian! Ele continua do jeitinho que os leitores da Richelle conhecem: convencido, carinhoso, amoroso e clichê. Mas quem não ama um clichê de vez em quando? Costumo comparar muito Adrian e Sydney com Rose e Dimitri. E pasmem, mas prefiro o primeiro casal. A interação dos dois é ótima, feita em diálogos recheados de falas engraçadas. Creio também que o amor deles é menos fogo e paixão (apesar de isso existir mais nesse volume) e mais carinho e companheirismo. Adoro ver o Adrian se arriscando e fazendo de tudo pela Sydney.
É sempre bom relembrar o talento da Richelle para escrever. Li recentemente O Tabuleiro dos Deuses e vi um outro lado dela, uma escrita mais adulta e madura. Em Bloodlines a linha se mantém numa narrativa fácil que flui sem que se perceba, e quando menos nos damos conta já chegou ao final e nos roemos de ansiedade para o próximo. Esse talento de Mead é inegável, já que ela escreve livros para séries diferentes ao mesmo tempo.
O Feitiço Azul é perfeito. Soa até exagerado, mas não consigo encontrar defeitos nessa série. A resistência da Sydney em aceitar que sua vida é uma mentira parece incomodar alguns leitores, mas a mim agrada muito, pois mostra que a verdade é questão de ponto de vista, ainda mais quando enraizada em uma cultura de vida. Há uma bela dose de ação, muitos feitiços e mistérios adicionados ao romance adorável de Adrian e Sydney. Estou, definitivamente, apaixonado por esses dois.