Top Comentarista de Junho
3 de junho de 2014
Oie, gentem!
Depois de 2 meses sem ter top aqui no blog, já tava na hora de organizar um, né?
Dessa vez valendo o livro Morte Súbita, de J.K. Rowling.
E pra participar é fácil, confira abaixo:
Regrinhas:
♥ O Top Comentarista irá premiar o participante que comentar nas postagens válidas do blog que forem ao ar de 01/06 até 30/06 (exceto posts relacionados a promoções). Lembrando que comentários em postagens de meses anteriores ou que entrarem em Julho/14 por causa do horário (registrado no próprio comentário juntamente com a data) não serão contabilizados.
♥ Quem quiser participar, comente nesta postagem deixando endereço de email pra que eu possa saber quem irei acompanhar e posteriormente entrar em contato avisando caso você seja o ganhador, please. O comentário neste post (e os anteriores a este - desde que não seja de promoção) será contabilizado.
♥ Só será válido um comentário por post.
♥ Em caso de empate, será feito um sorteio.
♥ Comentários de propaganda/spam ou que não sejam relevantes ao conteúdo (por exemplo "adorei a resenha, parabéns, não li nada e tô aqui enchendo linguiça, visite meu blog") não serão considerados.
♥ O resultado será divulgado na fanpage do blog no Facebook até dia 15/06/14, e posteriormente enviarei o email pedindo o endereço do ganhador para que seja feito o envio do livro.
♥ Os participantes devem ter endereço de entrega no Brasil.
Obrigada e bjos!
Tag das Redes Sociais
2 de junho de 2014
Oie, Gentem! Tem tanto tempo que não respondo uma tag que já tinha até esquecido da existência das abençoadas! Ninguém me indicou, vi em algum blog que não sei qual foi, sorry, e resolvi responder porque achei legal e pronto ahahaha! O nome é Social Networks Book Tag, foi criada pela Reagan do canal Faultdevices, e traduzida pela Tati do canal Tiny Little Things. A Tag consiste em responder as perguntas abaixo associando um livro para cada rede social. Bora conferir minhas respostas?
Twitter
Um livro que você quer compartilhar com todo mundo
Facebook
Um livro do qual você gostou e foi recomendado por outra pessoa
Tumblr
Um livro que você leu antes de fazer o blog ou canal no youtube, e não resenhou
Myspace
Um livro que você não tem a intenção de reler
Instagram
Um livro com a capa bonita
Youtube
Um livro do qual você gostaria de ver uma adaptação para o cinema
Skype
Um livro com personagens com os quais você gostaria de conversar
Resumo do mês - Maio
1 de junho de 2014

Bora espiar o que rolou no blog em maio?
♥ Resenhas:
- Metamorfose? - Gail Carriger
- O Segredo do Meu Marido - Liane Moriarty
- A Escolha - Kiera Cass
- Enfeitiçadas - Jessica Spotswood
- Delírio - Maya Banks
- Maldição - Nancy Holder e Debbie Vingué
- Espinho de Ferro - Caitlin Kittredge
- O Feitiço Azul - Richelle Mead
♥ Caixinha de Correio de Maio
Nem acredito que consegui não comprar nenhum livro!!
♥ Livros lidos em Maio:
- A Escolha - Kiera Cass
- Delírio - Maya Banks
- Maldição - Nancy Holder e Debbie Vingué
- Espinho de Ferro - Caitlin Kittredge
- Inferno - Meg Cabot
Caixa de Correio #27 - Maio
31 de maio de 2014
Dia de Caixinha de Correioooo, gente!!
Espiem o que recebi esse mês epasmem não comprei nadica de nada! Ihuu!
Espiem o que recebi esse mês e
O Feitiço Azul - Richelle Mead
27 de maio de 2014
Lido em: Maio de 2014
Título: O Feitiço Azul - Bloodlines #3
Autora: Richelle Mead
Editora: Seguinte
Gênero: Fantasia/Sobrenatural
Ano: 2014
Páginas: 400
Nota: ★★★★★♥
Resenha: Sydney Sage e Adrian Ivashkov, ainda mais irresistível, estão de volta nessa empolgante continuação da série Bloodlines. Dessa vez a alquimista entrará em uma grande missão: tentar impedir que uma feiticeira maligna roube a juventude de jovens inocentes. Ao mesmo tempo em que ajuda a Sra. Terwilliger a caçar essa bruxa, Sydney tem que lidar com a questão dos Guerreiros da Luz, que envolve Marcus, um ex-alquimista que se voltou contra seu povo. A jovem se vê em uma via de mão dupla, onde deve escolher virar a cara para uma cultura enraizada na sua vida com diversos aprendizados ou seguir a diante aceitando tudo que a sociedade alquimista impõe. Em meio a tantas dúvidas, Sydney encontra em si muitos questionamentos e uma única certeza: descobrir o que os alquimistas têm a esconder.
Preparem os corações! Minha história com a Richelle é diferente de algumas que conheço. Meu primeiro contato com a autora foi em Laços de Sangue, que dá início a série Bloodlines, spin off de Academia de Vampiros. Após ler O Lírio Dourado e conhecer um pouco sobre o mundo dos Moroi, Strigoi, Dampiros e Alquimistas é que embarquei na série protagonizada por Rose. O efeito foi bem reverso, pois quando chegou Promessa de Sangue é que reencontrei a Sydney. Mas reencontros à parte, posso garantir que estou cada vez mais viciado em Richelle Mead. ♥
Um dos grandes preconceitos que vejo com a série é quem a protagoniza. É evidente que a Sydney é o oposto da Rose em tudo. Enquanto Hathaway era um tanto “valentona”, Sage é mais contida e pensa antes de agir. Então, não dá pra esperar encontrar em Bloodlines o mesmo clima, já que a narrativa acontece em primeira pessoa.
Sydney está agora muito mais segura de si. Nos dois volumes a personagem trazia consigo muitas dúvidas sobre o que deveria ou não fazer. Agora ela está mais ciente de verdades parciais sobre sua própria vida e cultura. Entendo perfeitamente isso. Imaginem uma mãe que ensina algo a um filho desde seu nascimento e ele carrega tal lição consigo a vida toda. Sua opinião pode mudar? Sim, mas é uma ideia difícil. É isso que acontece com a Sydney nesse volume. Ela começa a se questionar alguns pontos sobre sua criação e junto com Adrian tenta encontrar tais respostas. Essa personalidade dela cria forma e traz de dentro uma força para a personagem que é admirável. Uma verdadeira evolução que continuará até o último livro, espero.
Ah, Adrian! Ele continua do jeitinho que os leitores da Richelle conhecem: convencido, carinhoso, amoroso e clichê. Mas quem não ama um clichê de vez em quando? Costumo comparar muito Adrian e Sydney com Rose e Dimitri. E pasmem, mas prefiro o primeiro casal. A interação dos dois é ótima, feita em diálogos recheados de falas engraçadas. Creio também que o amor deles é menos fogo e paixão (apesar de isso existir mais nesse volume) e mais carinho e companheirismo. Adoro ver o Adrian se arriscando e fazendo de tudo pela Sydney.
É sempre bom relembrar o talento da Richelle para escrever. Li recentemente O Tabuleiro dos Deuses e vi um outro lado dela, uma escrita mais adulta e madura. Em Bloodlines a linha se mantém numa narrativa fácil que flui sem que se perceba, e quando menos nos damos conta já chegou ao final e nos roemos de ansiedade para o próximo. Esse talento de Mead é inegável, já que ela escreve livros para séries diferentes ao mesmo tempo.
O Feitiço Azul é perfeito. Soa até exagerado, mas não consigo encontrar defeitos nessa série. A resistência da Sydney em aceitar que sua vida é uma mentira parece incomodar alguns leitores, mas a mim agrada muito, pois mostra que a verdade é questão de ponto de vista, ainda mais quando enraizada em uma cultura de vida. Há uma bela dose de ação, muitos feitiços e mistérios adicionados ao romance adorável de Adrian e Sydney. Estou, definitivamente, apaixonado por esses dois.
Título: O Feitiço Azul - Bloodlines #3
Autora: Richelle Mead
Editora: Seguinte
Gênero: Fantasia/Sobrenatural
Ano: 2014
Páginas: 400
Nota: ★★★★★♥
Sinopse: A atual missão da alquimista Sydney Sage fez com que ela revisse seus conceitos não só sobre os vampiros, mas também sobre a própria organização à qual pertence, responsável por esconder a existência dessas criaturas do resto da humanidade. Sydney acabou descobrindo um grupo dissidente que tinha muito em comum com os alquimistas, mas objetivos bem mais radicais. Certa de que seus superiores estão guardando segredos sobre essa facção paralela, ela contará com a ajuda do misterioso ex-alquimista Marcus Finch para tentar desvendá-los. Mas isso só será possível se ela conseguir escapar de uma ameaça ainda mais urgente; uma feiticeira cruel que suga a alma de jovens usuárias de magia. Enquanto isso, a garota luta contra os sentimentos cada vez mais fortes pelo rebelde vampiro Adrian Ivashkov. Há tabus e preconceitos milenares arraigados entre as duas raças, que representam um obstáculo enorme para esse relacionamento. Mas Adrian é persistente e é o único em quem ela confia para enfrentar as ameaças que se aproximam. Será que Sydney conseguirá se libertar do seu modo de vida e se render a esse romance?
Preparem os corações! Minha história com a Richelle é diferente de algumas que conheço. Meu primeiro contato com a autora foi em Laços de Sangue, que dá início a série Bloodlines, spin off de Academia de Vampiros. Após ler O Lírio Dourado e conhecer um pouco sobre o mundo dos Moroi, Strigoi, Dampiros e Alquimistas é que embarquei na série protagonizada por Rose. O efeito foi bem reverso, pois quando chegou Promessa de Sangue é que reencontrei a Sydney. Mas reencontros à parte, posso garantir que estou cada vez mais viciado em Richelle Mead. ♥
Um dos grandes preconceitos que vejo com a série é quem a protagoniza. É evidente que a Sydney é o oposto da Rose em tudo. Enquanto Hathaway era um tanto “valentona”, Sage é mais contida e pensa antes de agir. Então, não dá pra esperar encontrar em Bloodlines o mesmo clima, já que a narrativa acontece em primeira pessoa.
Sydney está agora muito mais segura de si. Nos dois volumes a personagem trazia consigo muitas dúvidas sobre o que deveria ou não fazer. Agora ela está mais ciente de verdades parciais sobre sua própria vida e cultura. Entendo perfeitamente isso. Imaginem uma mãe que ensina algo a um filho desde seu nascimento e ele carrega tal lição consigo a vida toda. Sua opinião pode mudar? Sim, mas é uma ideia difícil. É isso que acontece com a Sydney nesse volume. Ela começa a se questionar alguns pontos sobre sua criação e junto com Adrian tenta encontrar tais respostas. Essa personalidade dela cria forma e traz de dentro uma força para a personagem que é admirável. Uma verdadeira evolução que continuará até o último livro, espero.
Ah, Adrian! Ele continua do jeitinho que os leitores da Richelle conhecem: convencido, carinhoso, amoroso e clichê. Mas quem não ama um clichê de vez em quando? Costumo comparar muito Adrian e Sydney com Rose e Dimitri. E pasmem, mas prefiro o primeiro casal. A interação dos dois é ótima, feita em diálogos recheados de falas engraçadas. Creio também que o amor deles é menos fogo e paixão (apesar de isso existir mais nesse volume) e mais carinho e companheirismo. Adoro ver o Adrian se arriscando e fazendo de tudo pela Sydney.
É sempre bom relembrar o talento da Richelle para escrever. Li recentemente O Tabuleiro dos Deuses e vi um outro lado dela, uma escrita mais adulta e madura. Em Bloodlines a linha se mantém numa narrativa fácil que flui sem que se perceba, e quando menos nos damos conta já chegou ao final e nos roemos de ansiedade para o próximo. Esse talento de Mead é inegável, já que ela escreve livros para séries diferentes ao mesmo tempo.
O Feitiço Azul é perfeito. Soa até exagerado, mas não consigo encontrar defeitos nessa série. A resistência da Sydney em aceitar que sua vida é uma mentira parece incomodar alguns leitores, mas a mim agrada muito, pois mostra que a verdade é questão de ponto de vista, ainda mais quando enraizada em uma cultura de vida. Há uma bela dose de ação, muitos feitiços e mistérios adicionados ao romance adorável de Adrian e Sydney. Estou, definitivamente, apaixonado por esses dois.
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Espinho de Ferro - Caitlin Kittredge
26 de maio de 2014
Lido em: Maio de 2014
Título: Espinho de Ferro - Código de Ferro #1
Autora: Caitlin Kittredge
Editora: Jovens Leitores/Rocco
Tradutor: Chico Lopes
Gênero: Steampunk/Fantasia/YA
Ano: 2012
Páginas: 516
Nota: ★★★★☆
Resenha: Espinho de Ferro é o primeiro volume da trilogia Código de Ferro, escrita pela autora Caitlin Kittredge e publicado no Brasil pela Editora Rocco.
A história parece se passar nos anos 50, na cidade movida a vapor e éter de Lovecraft. O necrovírus é algo que ameaça as pessoas, pois é responsável pela existência de monstros sobrenaturais e outros seres terríveis, como vampiros que habitam os esgotos, noitibós, fantasmas, corvos mecânicos e outros piores que existem alí. E, nesse cenário bastante dark e pós guerra, conhecemos Aoife Grayson (esse é um nome irlandês cuja pronúncia é "Ee-fah" ou "Ifa"), uma jovem de 15 anos numa visita que faz à mãe. O problema é que o histórico da família dela não é um dos melhores... Sua mãe se encontra internada num manicômio, seu irmão num surto de loucura fugiu após atacá-la, seu pai é um completo desconhecido... Esses fatores foram suficientes para que o Estado se tornasse tutor de Aoife e a colocasse em uma escola de engenharia mecânica. Assim, caso não ficasse louca, quem sabe poderia ter uma carreira na área que tanto se interessa... E enquanto leva a vida receosa pelo necrovirus, mas cercada por máquinas e engrenagens, aprendendo e se dedicando a consertar engenhocas e pondo a mão na graxa, algo imprevisível acontece...
Aoife recebe uma carta e tudo indica que é de seu irmão... Sem saber se a carta foi escrita num momento de insanidade de Conrad ou se é alguma pista que ele deixou para que ela siga, Aoife decide sair de Lovecraft em direção a Arkham para descobrir o que puder sobre sua família. Seu melhor amigo, Cal, a acompanha a fim de protegê-la e ajudá-la no que for preciso. Dean entra em cena para guiá-los até Arkham, e a mansão de Graystone, a casa do pai da garota, está cheia de segredos dos quais ela irá se surpreender. Lá ela conhece Bethina, a empregada que se encontra apavorada depois de acontecimentos assustadores alí que envolveram Conrad. Os perigos e as criaturas apavorantes que existem nos arredores ameaçam a vida de Aoife e de seus amigos, e ela deve encontrar respostas antes de completar 16 anos. E as descobertas que ela faz em Graystone, é algo que Aoife jamais esperava...
Durante a leitura, os detalhes ricamente construídos do cenário e dos elementos dão a impressão de que é tudo muito sujo e velho, como se tudo fosse contaminado e as pessoas vivessem em condições precárias sempre sendo vigiados por algo a espreita. Esse ar sombrio é simplesmente fantástico. O mundo dividido entre racionalistas e heréticos também foi muito bem trabalhado, principalmente porque heréticos são considerados um problemas por acreditarem em magia, como se isso fosse sinal de loucura ou coisa do tipo.
Aoife é a típica adolescente que não se agrada da situação em que se encontra, e mesmo se sentindo frustrada e se lamentar pela sua condição, se mantém estagnada naquela vida, esperando a loucura chegar. Até que a tal carta aparece e ela resolve arregaçar as mangas e ir embora, de repente. Ela é corajosa, não se deixa influenciar por nada nem ninguém e o que me fez admirá-la muito é ela ter uma imensa paixão por livros! Então no meio de tantos mistérios e intrigas, ela descobre que tem o "Dom".
Cal é o melhor amigo dela, único que parece não se importar que a loucura pode afetá-la mas sempre a contradiz quando ela diz que descobre algo novo. Ele é protetor mas muito irritante e tem um papel especial e bastante surpreendente na trama, o que explica seu comportamento. E a partir da descoberta do segredo que ele guarda, ele se torna um personagem muito mais interessante...
Dean faz o estilo bad boy, misterioso, cheio de charme carregando aquele isqueiro por aí, e um tipo de interesse amoroso começa a surgir entre ele e Aoife. Com certeza foi o personagem que mais gostei na história. O romance surge como faíscas, mas apesar de estar visível, não é o foco principal da história.
Os demais personagens também foram muito bem construídos, desde Bethina até o prefeito Draven, que não mede esforços para conseguir o que quer, influenciando as pessoas a denunciarem quem quer que seja que possa estar fazendo algo considerado errado ou ilegal, mandando matar quem considera uma ameaça pelo motivo mais fútil que seja, e ainda perseguindo Aoife e sua família de forma obsessiva e sem uma explicação maior para isso.
Espinho de Ferro é um livro bem sombrio e bem complexo no que diz respeito aos elementos inseridos e a mitologia que a autora criou. Apesar de a leitura ser bastante fluida e empolgante, não é um livro para se ler de uma vez, correndo, pois são muitos, muitos detalhes que devem ser absorvidos aos poucos para serem melhor compreendidos. E justamente pela mistura de tantos elementos, senti que a história tomou um rumo beeeeem diferente de onde partiu, como se todo aquele steampunk tão aprofundado no começo fosse deixado de lado para dar lugar a fantasia envolvendo magia e bruxaria e tudo o que antes parecia seguir por um caminho, foi para outro totalmente nada a ver, o que me deixou confusa quanto a intenção da autora, pois pra mim, foi como se ela tivesse unido duas histórias diferentes. A história ainda tem um toque de distopia com a ideia de um governo que condena e castiga todos aqueles que acreditam e/ou praticam magia.
A edição da editora está ótima. A capa remete bem à história, mostrando corvos, dando destaque a cor marrom lembrando a sujeira do cenário e as características físicas da protagonista. A diagramação é simples, os capítulos tem em média 20 páginas e as folhas são amareladas.
O final deixa um gancho pro próximo livro, Jardim do Pesadelo, e surpreende muito deixando o leitor ansioso para continuar acompanhando os próximos acontecimentos. Lovecraft está para cair, nem tudo é o que parece, e para Aoife, o que resta é saber se seu Dom irá ajudá-la em sua nova tarefa num mundo novo e mais perigoso e fantástico do que nunca...
Título: Espinho de Ferro - Código de Ferro #1
Autora: Caitlin Kittredge
Editora: Jovens Leitores/Rocco
Tradutor: Chico Lopes
Gênero: Steampunk/Fantasia/YA
Ano: 2012
Páginas: 516
Nota: ★★★★☆
Sinopse: Na cidade de Lovecraft, os fiscais governam e um grande engenho gira sobre suas ruas, esmagando qualquer resistência a sua ordem para tudo moer. O necrovírus é responsabilizado pela epidemia de loucura em Lovecraft, pelas estranhas lúgubres criaturas que vagam pelas ruas dentro da noite e por tudo o que os fiscais julgam herético ou nascido na crença, na magia e na feitiçaria. E, para Aoife Grayson, o tempo está se esgotando dia após dia.
A família de Aoife é única, no pior sentido. A mãe e o irmão mais velho, Conrad, ficaram loucos ao completar dezesseis anos. E agora, tutelada pelo Estado na proximidade dos próprios dezesseis anos, Aoife está tentando fingir que seu destino pode ser diferente.
Seu futuro parece triste. Até que um dia ela recebe uma carta que diz apenas:
Encontre o alfabeto da bruxa.
Salve sua vida.
Aoife sabe que a carta é de Conrad, mas a última vez que viu seu irmão foi no dia em que ele perdeu a razão e atacou-a antes de fugir dos fiscais. Será que ele está curado em algum lugar e avisando-a para fugir enquanto lhe for possível - ou é apenas a mensagem de um louco perambulando a esmo?
Para salvar a própria vida, Aoife precisa encontrar o irmão. E, para fazer isso, ela deve deixar Lovecraft e se aventurar num mundo de heréticos e piratas do ar, criaturas da noite e sombrios segredos de família... Antes que o ponteiro do relógio gire para baixo e ela também sucumba aos necrovírus.
Resenha: Espinho de Ferro é o primeiro volume da trilogia Código de Ferro, escrita pela autora Caitlin Kittredge e publicado no Brasil pela Editora Rocco.
A história parece se passar nos anos 50, na cidade movida a vapor e éter de Lovecraft. O necrovírus é algo que ameaça as pessoas, pois é responsável pela existência de monstros sobrenaturais e outros seres terríveis, como vampiros que habitam os esgotos, noitibós, fantasmas, corvos mecânicos e outros piores que existem alí. E, nesse cenário bastante dark e pós guerra, conhecemos Aoife Grayson (esse é um nome irlandês cuja pronúncia é "Ee-fah" ou "Ifa"), uma jovem de 15 anos numa visita que faz à mãe. O problema é que o histórico da família dela não é um dos melhores... Sua mãe se encontra internada num manicômio, seu irmão num surto de loucura fugiu após atacá-la, seu pai é um completo desconhecido... Esses fatores foram suficientes para que o Estado se tornasse tutor de Aoife e a colocasse em uma escola de engenharia mecânica. Assim, caso não ficasse louca, quem sabe poderia ter uma carreira na área que tanto se interessa... E enquanto leva a vida receosa pelo necrovirus, mas cercada por máquinas e engrenagens, aprendendo e se dedicando a consertar engenhocas e pondo a mão na graxa, algo imprevisível acontece...
Aoife recebe uma carta e tudo indica que é de seu irmão... Sem saber se a carta foi escrita num momento de insanidade de Conrad ou se é alguma pista que ele deixou para que ela siga, Aoife decide sair de Lovecraft em direção a Arkham para descobrir o que puder sobre sua família. Seu melhor amigo, Cal, a acompanha a fim de protegê-la e ajudá-la no que for preciso. Dean entra em cena para guiá-los até Arkham, e a mansão de Graystone, a casa do pai da garota, está cheia de segredos dos quais ela irá se surpreender. Lá ela conhece Bethina, a empregada que se encontra apavorada depois de acontecimentos assustadores alí que envolveram Conrad. Os perigos e as criaturas apavorantes que existem nos arredores ameaçam a vida de Aoife e de seus amigos, e ela deve encontrar respostas antes de completar 16 anos. E as descobertas que ela faz em Graystone, é algo que Aoife jamais esperava...
Durante a leitura, os detalhes ricamente construídos do cenário e dos elementos dão a impressão de que é tudo muito sujo e velho, como se tudo fosse contaminado e as pessoas vivessem em condições precárias sempre sendo vigiados por algo a espreita. Esse ar sombrio é simplesmente fantástico. O mundo dividido entre racionalistas e heréticos também foi muito bem trabalhado, principalmente porque heréticos são considerados um problemas por acreditarem em magia, como se isso fosse sinal de loucura ou coisa do tipo.
Aoife é a típica adolescente que não se agrada da situação em que se encontra, e mesmo se sentindo frustrada e se lamentar pela sua condição, se mantém estagnada naquela vida, esperando a loucura chegar. Até que a tal carta aparece e ela resolve arregaçar as mangas e ir embora, de repente. Ela é corajosa, não se deixa influenciar por nada nem ninguém e o que me fez admirá-la muito é ela ter uma imensa paixão por livros! Então no meio de tantos mistérios e intrigas, ela descobre que tem o "Dom".
Cal é o melhor amigo dela, único que parece não se importar que a loucura pode afetá-la mas sempre a contradiz quando ela diz que descobre algo novo. Ele é protetor mas muito irritante e tem um papel especial e bastante surpreendente na trama, o que explica seu comportamento. E a partir da descoberta do segredo que ele guarda, ele se torna um personagem muito mais interessante...
Dean faz o estilo bad boy, misterioso, cheio de charme carregando aquele isqueiro por aí, e um tipo de interesse amoroso começa a surgir entre ele e Aoife. Com certeza foi o personagem que mais gostei na história. O romance surge como faíscas, mas apesar de estar visível, não é o foco principal da história.
Os demais personagens também foram muito bem construídos, desde Bethina até o prefeito Draven, que não mede esforços para conseguir o que quer, influenciando as pessoas a denunciarem quem quer que seja que possa estar fazendo algo considerado errado ou ilegal, mandando matar quem considera uma ameaça pelo motivo mais fútil que seja, e ainda perseguindo Aoife e sua família de forma obsessiva e sem uma explicação maior para isso.
Espinho de Ferro é um livro bem sombrio e bem complexo no que diz respeito aos elementos inseridos e a mitologia que a autora criou. Apesar de a leitura ser bastante fluida e empolgante, não é um livro para se ler de uma vez, correndo, pois são muitos, muitos detalhes que devem ser absorvidos aos poucos para serem melhor compreendidos. E justamente pela mistura de tantos elementos, senti que a história tomou um rumo beeeeem diferente de onde partiu, como se todo aquele steampunk tão aprofundado no começo fosse deixado de lado para dar lugar a fantasia envolvendo magia e bruxaria e tudo o que antes parecia seguir por um caminho, foi para outro totalmente nada a ver, o que me deixou confusa quanto a intenção da autora, pois pra mim, foi como se ela tivesse unido duas histórias diferentes. A história ainda tem um toque de distopia com a ideia de um governo que condena e castiga todos aqueles que acreditam e/ou praticam magia.
A edição da editora está ótima. A capa remete bem à história, mostrando corvos, dando destaque a cor marrom lembrando a sujeira do cenário e as características físicas da protagonista. A diagramação é simples, os capítulos tem em média 20 páginas e as folhas são amareladas.
O final deixa um gancho pro próximo livro, Jardim do Pesadelo, e surpreende muito deixando o leitor ansioso para continuar acompanhando os próximos acontecimentos. Lovecraft está para cair, nem tudo é o que parece, e para Aoife, o que resta é saber se seu Dom irá ajudá-la em sua nova tarefa num mundo novo e mais perigoso e fantástico do que nunca...
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