Autora: Megan Maxwell
Editora: Suma de Letras
Gênero: Romance
Ano: 2015
Páginas: 376
Nota: ★★★☆☆
Onde Comprar: Saraiva | Submarino | Americanas
Sinopse: Um conto de fadas moderno e apaixonante que tem como cenário as ilhas paradisíacas do Havaí.
Kate e Sam se conheceram muito jovens, durante férias de verão na Califórnia, e se apaixonaram à primeira vista. O amor entre eles supera o tempo e a distância e, ao terminarem a faculdade, ele a pede em casamento.
Os anos se passam e o casal parece ter construído a vida perfeita: eles têm uma carreira de sucesso, duas filhas lindas e ainda são apaixonados. Sam, que cresceu em um orfanato, conseguiu com Kate tudo o que sempre quis: uma grande família.
Até que um telefonema muda tudo...
Resenha: Megan Maxwell é autora best-seller na Espanha e fez sucesso com a trilogia Peça-me o que Quiser se tornando best-seller no Brasil.
Os Príncipes Encantados Também Viram Sapos é um romance que conta a história de Kate e Sam, que se apaixonaram à primeira vista ainda muito jovens e nutrem um amor inabalável que parece superar tudo nesta vida. Depois da faculdade eles se casam e muitos anos depois o casal parece continuar mantendo uma vida perfeita e feliz. São companheiros, se compreendem, se respeitam e tem valores familiares que são a base do casamento e que se estendem para o resto da família. Até que um dia o telefone tocou, uma notícia inesperada foi dada e as coisas mudaram da água pro vinho pois não se tratava de um simples mal entendido... Um segredo de Sam que ninguém jamais poderia imaginar veio à tona, tudo que Kate e a família acreditavam fluir com perfeição acabou ruindo e a vida se transformou num poço de incertezas e descrenças. Kate e Sam se separam e tudo se desequilibra pois não é fácil aceitar certas escolhas feitas. O perdão não será o bastante para a família lidar, compreender ou aceitar o problema em questão, então, o que fazer? Como agir diante de uma grande decepção?
Não vou me estender muito ao resumir a premissa pois seria um grande spoiler, mas posso dizer que a autora, ao trazer o clímax que se refere ao segredo de Sam para o início da história, trabalhou no desenvolvimento das reações e da atitude que a família e os amigos passaram a ter a partir dali, afinal, o "príncipe" acabou se revelando um "sapo". Mas talvez não sejam só os príncipes que sofram desse mal...
Geralmente nos deparamos com livros que mostram todo aquele romance mágico e lindo até que se casam e vivem felizes para sempre, mas neste livro a autora traz o que muitos se questionam: "o que vem depois do final feliz continua mesmo sendo feliz?"
A narrativa é feita em terceira pessoa e ainda que seja intrigante é bem lenta e cheia de repetições.
Não consegui me conectar aos personagens e nem acreditar que pudessem ser tão felizes e cheios de paixão pois não acredito que isso corresponda à realidade, principalmente porque tudo foi tão rápido que nem deu tempo de me apegar a eles e nem acreditar naquele amor.
Mas não vou negar que a autora tem uma habilidade muito boa em criar uma trama que faz com que o leitor se envolva em emoções e reaja conforme os sentimentos e as atitudes que os personagens têm. Então, ainda que eu não tenha me conformado com muitas escolhas e decisões tomadas aqui, até mesmo porque quando um autor resolve escrever sobre um tema polêmico e que gera discussões infinitas ele não precisa fazer com que as pessoas concordem ou não com as coisas, mas no mínimo deve fazer com que a história se torne real o bastante para se tornar crível sem que o problema que enraíza a trama seja camuflado com humor e outros detalhes que desviem a nossa atenção, acho que pela forma como o livro mexeu com meus sentimentos a ponto de me envolver, me fazendo ora ter vontade de socar a cara de um e ora tendo vontade de abraçar outro, fez, sim, com que a leitura valesse a pena. Posso dizer que a ideia me atraiu, mas o desenvolvimento de forma geral acabou não funcionando pra mim tão bem quanto eu gostaria pois sou da ideia de que a confiança é a base do relacionamento e uma vez que esta é perdida dificilmente pode ser recuperada, nem com segundas chances.
Sobre os personagens, vou ser sincera em dizer que Cat e Ollie, as filhas de Kate e Sam, foram as que mais me agradaram. Elas tentam compreender o que está acontecendo e praticamente fazem papel de adultas, agindo com mais maturidade do que os próprios pais.
Destaque também para Serena, a mãe de Kate, que sempre age com sabedoria e não tem nada de cobra, mesmo sendo a sogra.
Terry e Michael são o que posso chamar de "desvio de atenção" que mencionei anteriormente, pois eles tem um relacionamento que ganha um destaque tão grande que se tornou uma subtrama. Sendo personagens secundários, ela é irmã de Kate e Michael irmão/melhor amigo de Sam, eles conseguiram trazer mais paixão ao livro do que os protagonistas. Deveriam ter um livro dedicado a eles pois neste conseguiram roubar a cena várias vezes.
Quando Kate e Sam se conhecem, o começo do romance se passa no Havaí, então é claro que preciso ressaltar as descrições dos cenários da história, lugares paradisíacos e maravilhosos que praticamente convidam o leitor a fazer uma viagem até lá, mesmo que imaginária. Se a autora nunca esteve lá, sua pesquisa sobre os detalhes da ilha abrangendo o turismo, a cultura, a comida e a paisagem em geral são de tirar o chapéu. A vontade é de estar lá sentada na praia observando o mar e o pôr-do-sol.
Com relação a capa, além de delicada é uma graça pois traz hibiscos, a flor símbolo do Havaí, dando a impressão de um clima tropical mas sem revelar nada da trama e, sendo sincera, gosto de capas discretas assim. A tipografia do título também é linda, mesclando fontes e criando uma arte visual que camufla o título comprido do livro tornando-o mais justo.
Comparei a capa brasileira com a capa espanhola e graças ao próprio Deus a editora não a manteve, pois a impressão que dá está longe de um príncipe encantado cheio de "magia" saindo de si, mas sim que o modelo sofre de algum distúrbio de flatulência azul Confort e ainda acha que arrasa com essa cara "sedutora", coitado. Essa capa espanhola é muito feia, sério.
A diagramação é bem simples e minimalista e o que me incomodou um pouco, além das letras miúdas, foi a divisão de capítulos. Eles não se iniciam em uma página nova mas sim na mesma página onde o anterior termina apenas com uma linha divisória pra separar um do outro. Acho que se os ornamentos usados na capa fossem utilizados nos inícios dos capítulos daria um charme a mais na obra. As páginas são amarelas e não lembro de ter percebido algum erro de revisão.
Quando as pessoas escondem fatos que podem mudar a vida de todos destruindo seus sonhos devemos compreender ou condenar? É possível perdoar alguém em quem acreditamos mas que nos magoa intensamente? É possível curar um coração que se parte em mil pedaços? O que fazer quando atitudes impensadas geram consequências que serão levadas para o resto da vida? E quando outras pessoas que não tem nada a ver com a história se envolvem sem ter como fugir?
Posso dizer que a história me fez refletir acerca de perguntas como estas mas apesar de ter vivido algo parecido não consegui ter empatia alguma. Não acho que devemos tentar reparar erros cometendo outros erros, mas também posso dizer que o julgamento do que é certo e errado é bem subjetivo pois cada um tem sua própria concepção e visão sobre valores e sobre o que acredita.
Como minha primeira experiência com um livro da autora, apesar do livro não ter superado minhas expectativas não achei que seja ruim, muito pelo contrário. É um livro que fala de sentimentos profundos e verdadeiros, consequências que surgem através de mentiras, reações que envolvem o que é certo e errado e o perdão que devemos conceder se quisermos ter uma segunda chance pra sermos felizes, mas dando espaço à esperança pois, em certos casos, só ela é indício de que as coisas vão se resolver...