Encruzilhada - Kasie West

13 de dezembro de 2015

Título: Encruzilhada - Pivot Point #1
Autora: Kasie West
Editora: Seguinte
Gênero: YA
Ano: 2015
Páginas: 288
Nota: ★★★★★
Onde comprar: Saraiva | Submarino | Americanas
Sinopse: Conhecer o futuro nem sempre torna a escolha mais fácil.
A vida de Addison Coleman é um grande “e se…?”, graças à sua habilidade especial: Investigar Destinos. Addie é capaz de prever duas possibilidades de seu futuro toda vez que precisa tomar uma decisão.
Quando os pais dela anunciam o divórcio, a garota deve escolher se vai morar com o pai entre os Normais ou se prefere ficar com a mãe no Complexo Paranormal. Para ter certeza do que a espera, Addie resolve Investigar.
Em uma alternativa, ela conhece Trevor, um Normal sensível com quem logo sente uma conexão. Na outra, se envolve com Duke, o garoto mais popular da escola Paranormal. Mas aos poucos ela percebe que esses dois destinos aparentemente maravilhosos podem causar muitos estragos e sofrimento. Isso porque nos dois cenários o pai de Addie se torna consultor da polícia num caso de assassinato no Complexo, e a garota acaba envolvida em um jogo perigoso que ameaça tudo o que mais importa para ela.
Addie encontra amor e perdas nas duas versões do futuro, mas só pode viver em uma dessas realidades.

Resenha: Encruzilhada é o primeiro livro da duologia Pivot Point escrita pela autora Kasie West e publicado pela Seguinte no Brasil.
Addie Coleman é uma adolescente que vive em um Complexo secreto onde as pessoas possuem poderes psíquicos/paranormais por terem aprendido a aumentar suas capacidades cerebrais. Em meio a pessoas cujas habilidades mentais lhes permitem criar ilusões visuais, detectar mentiras, apagar memórias, terem poder de persuasão, manipular humor e até mover objetos com o poder da mente, Addie é uma Investigadora de Destinos. Ao se ver diante de uma situação que envolve uma escolha, ela tem o poder de Investigar seu próprio futuro e escolher qual caminho é o melhor, mais seguro ou mais vantajoso a se seguir, sem se arriscar no desconhecido e a tornando alguém bastante cuidadosa.
Ela não usa seu dom com muita frequência por não achar necessário, mas quando seus pais decidem se divorciar, Addie fica entre continuar morando com a mãe no Complexo Paranormal, ou ir morar com o pai em Dallas, no mundo Normal, onde as pessoas são comuns, não tem poderes e não sabem da existência das pessoas com esses dons. Addie, então, decide Investigar algumas semanas dos futuros alternativos que poderá escolher. Do lado paranormal ela se vê diante de Duke, o garoto mais popular da escola a quem ela "odeia", e do lado Normal, ela tenta se ajustar a vida sem as tecnologias que ela tem costume e conhece Trevor, um garoto sensível por quem tem grande afeição. A medida que a investigação ganha continuidade, ela acaba se deparando com dois futuros que se tornam perturbadores e que podem causar complicações que ela não esperava já que seu pai passou a trabalhar num caso envolvendo um assassinato e isso já é um assunto delicado e perigoso. Cabe a Addie fazer sua escolha e decidir em qual futuro viver.

Com uma escrita simples, direta e fluida, o livro é narrado em primeira pessoa pelo ponto de vista de Addie, e tem um dos conceitos mais originais e bem desenvolvidos que já tive oportunidade de me deparar em meio as minhas leituras infinitas.
Addie está diante de duas situações que ainda não aconteceram, em lugares diferentes e com pessoas diferentes, logo não há um triângulo amoroso (thank's Lord) pois ela não tem dois relacionamentos simultâneos e nem gosta dos dois ao mesmo tempo. Confesso ser um pouco frustrante saber que a história está somente na visão da protagonista e que uma delas terá que ser descartada quando ela fizer sua escolha, por mais que ela tenha sentimentos verdadeiros nas duas alternativas, mas a forma como tudo é desenvolvido supera todas as expectativas. Assim, a proposta do livro é bastante inovadora pois a autora consegue contar as duas histórias para Addie de modo alternado fazendo com que o enredo tenha duas versões super empolgantes. É genial!

Acredito que o livro pode ser considerado uma fantasia juvenil, tanto pela forma como foi escrito quanto pelos diálogos e situações que os personagens vivem, então não espere por uma história complexa com milhões de reflexões pois o foco não é esse. Há o toque sobrenatural que aponta os poderes dos Paranormais, mas isso pra mim foi só o detalhe que permitiu com que Addie pudesse ter a oportunidade de investigar seu futuro, sendo a base pro desenvolvimento mas não o fator principal. A história em si não é cheia de personagens usando seus poderes por aí como um X-Men, por exemplo. O que ganha maior espaço são os dilemas adolescentes tão comuns da idade e o questionamento do "e se?" quando há opções diferentes a seguir.

Ouvi algumas pessoas falando que o livro é uma distopia, mas até agora estou procurando o fator ditópico nessa história visto que não existe opressão, ditadura ou totalitarismo algum por parte de líderes ou governos, longe disso. As pessoas paranormais, embora vivam isoladas a fim de preservar e manter em segredo o dom que têm, são livres para ir e vir como bem entendem.

Com relação aos personagens, eu gostei da construção dos principais mas, em alguns pontos, senti que alguns dos secundários, que têm grande importância no desenrolar dos acontecimentos, não foram tão explorados quanto eu esperei.
Addie é o tipo de personagem que sempre procura ser certinha para evitar confusões, mas muitas vezes se mostra indecisa e imatura, tomando algumas atitudes que não condizem com quem ela é de verdade. Mas pra mim foi até compreensível pois a garota não ficou nada feliz com a separação dos pais e obviamente sua cabeça ficou bastante confusa com a nova situação.

No complexo ela, inicialmente, evita Duke pois como ele é popular e joga futebol, além de ter o dom da telecinesia, ela logo deduz que não gosta dele pois ele é tudo o que ela não quer em alguém, mesmo sem ter um motivo realmente plausível pra isso. Quando sua melhor amiga, Laila, incentiva e apoia Addie a dar uma chance para o garoto se aproximar, ela acaba percebendo que ele pode ser muito mais legal do que parece e sua resistência contra o garoto começa a se desfazer.
Eu só achei que o envolvimento deles foi um tanto forçado e acho que por Duke fazer aquele estilo "jogador popular que se acha e é rodeado por todas as garotas", tomei uma certa antipatia dele, assim como a própria Addie tinha no começo.

Laila é a melhor amiga que todo mundo devia ter, principalmente se levarmos em consideração que o poder dela é apagar lembranças. Ao mesmo tempo em que ela é maluca, extrovertida e impulsiva, conseguindo se meter em roubadas e levar Addie junto, ela também consegue ser sensata e bem inteligente em alguns momentos. Imaginem fazer uma besteira qualquer e sua amiga simplesmente te faz esquecer aquilo como se nunca tivesse acontecido?
Trevor é um doce de garoto e através da companhia dele Addie passa a conhecer melhor o mundo Normal. Sua história envolve um mistério sobre uma lesão que ele sofreu no jogo ter ou não sido proposital. Acho que o envolvimento de Addie com Trevor foi muito mais verdadeiro e bonito, logo, sou #TeamTrevor.

Sobre a parte gráfica, só tenho elgios, pois a capa condiz bastante com a ideia do livro e é muito bonita. A diagramação é simples e ão há erros na revisão. Os capítulos são curtos e iniciados com alguma palavra seguida por seu significado, ou pelo menos o significado dado pela protagonista.

Enfim, eu gostei da ideia que a autora passou sobre o poder das escolhas que temos para cada oportunidade que a vida nos dá mesmo que o livro tenha essa pegada voltada ao público mais juvenil. Faz com que pensemos no "se". Se pudéssemos conhecer o futuro, faríamos escolhas diferentes? O que acontece se formos pelo caminho que julgamos certos? Mas e se formos pelo errado? E quais as consequências disso? No final, só podemos trilhar por um único caminho, gostando ou não.

Pra quem gosta de uma trama original, com toques de mistério e um final de tirar o fôlego, leia!

Twist - Tom Grass

12 de dezembro de 2015

Título: Twist
Autor: Tom Grass
Editora: Agir Now
Gênero: YA/Thriller
Ano: 2015
Páginas: 288
Nota: ★★★★☆
Onde comprar: Saraiva | Submarino | Americanas
Sinopse: Como seria a vida de Oliver Twist se ele fosse um menino órfão em pleno século XXI? Recém-fugido de uma instituição para jovens criminosos aos 18 anos, Oliver é apaixonado por arte. Dotado de uma memória incrível, passa seus dias recriando de cabeça quadros famosos nos muros de Londres enquanto sonha em estudar artes plásticas. Porém, seus talentos chamam a atenção de Fagin e sua gangue de ladrões, que possuem outros planos para Twist...

Resenha: Baseado na famosa obra "Oliver Twist" escrita por Charles Dickens em 1837, o autor Tom Grass criou Twist, seu primeiro livro que trata de uma releitura moderna desse clássico adaptada à atualidade do século XXI. Em Twist, Oliver é um jovem de 18 anos que possui uma incrível memória fotográfica e é um verdadeiro artista quando o assunto é grafitagem, mas diferente do Oliver original de Dickens, não é tão inocente assim e acaba adentrando o submundo do crime.

A história se passa em Londres e começa com a fuga de um jovem ladrão, Harry (também conhecido como H-Bomb), após ter sido capturado em uma emboscada. Sua ideia era retornar para a gangue de Cornelius Fagin, ou FBoss, um colecionador de artes fora da lei, mas fora traído pelos próprios comparsas e passou a ser alvo de um atirador que queria matá-lo. Harry queria encontrar Dodge, seu contato, para conseguir dinheiro e sumir mas, por ter escapado, a gangue ficou desfalcada de um "artista".

Red é uma garota que acabou em apuros quando se envolveu por acidente com a máfia russa, mas conseguiu sair dessa vida devido a um acordo feito por Bill Sikes, outro bandido que trabalha para FBoss. Red se sentia segura sendo protegida por Sikes mas isso faria com que ela tivesse uma dívida eterna com ele e, por isso, Sikes a enxergava como sua garota. Ela é um tipo de peça chave para encontros e roubos arquitetados pela gangue de FBoss.
A especialidade da gangue é roubar grandes obras de arte e eles vivem escondidos a fim de não serem encontrados pela polícia. Os assaltos que eles comentem são ousados e muito bem planejados e os russos, aproveitando do acordo com Sikes, encomendaram um roubo de uma série de obras de arte avaliadas em milhões, caso contrário Red pagaria o preço.
Mas um roubo desse porte não poderia ser executado se um artista que pudesse recriar as obras não fosse encontrado...

Partindo desta premissa conhecemos Twist, de dezoito anos. Ele é órfão, não tem um lugar pra morar, não tem amigos e é um completo solitário. Ele conseguiu fugir de uma instituição para jovens criminosos há pouco, o que fez com que fosse perseguido pela polícia. Mas quando Dodge descobre o garoto, ele resolve resgatá-lo e apresentá-lo a Fagin, que possui grande interesse no dom artístico do rapaz e precisa dele para executar o próximo roubo.
Red é incubida de treinar Twist como seu parceiro no crime e, obviamente, um interesse que vai além do profissional começa a surgir, mas se envolver com a garota de alguém tão perigoso e violento não é uma boa ideia...

Narrado em terceira pessoa, Twist é o tipo de livro com vários acontecimentos, logo, embora seja um livro curto, não é tão rápido de ser lido, ou pelo menos não pra quem quer captar os detalhes, que é o que faz a diferença na história. Tais detalhes acabaram por tornar a narrativa um pouco lenta e complexa, mas não deixa de ser empolgante e bastante inteligente. Os pontos de vista se intercalam entre os personagens e não fica focado somente em Twist, então o leitor não fica limitado a ter somente a visão do rapaz. A história segue e se desenvolve como num filme, com tem várias cenas de ação, todas bastante dinâmicas e intensas envolvendo perseguições de tirar o fôlego e que deixam o leitor ansioso pelo próximo acontecimento.

A capa é bem sugestiva com o borrão de spray e por ser minimalista acaba sendo chamativa e bonita. A diagramação é simples e os capítulos possuem a mesma mancha quando iniciados. As paginas são amarelas e não lembro de ter me deparado com erros na revisão.

Achei que a releitura foi bastante original e apesar da história demorar um pouco pra engatar é possível pescar várias características do livro clássico. Os personagens ganharam vida e ficamos torcendo por Twist e Red a todo custo. É bacana percebemos de forma gradual como ambos têm sonhos que vão muito além da vida no crime que eles vivem.
Twist é um bom rapaz, de boa índole e que precisa seguir seu caminho contando com sua imaginação e bom senso, e claro, com Red.

Gostei da forma como os personagens foram desenvolvidos, pois todos possuem um carisma próprio e particularidades que os tornam únicos.
O cenário também tem seu espaço a parte, pois Londres ganha vida ao mostrar um lado obscuro cheio de oportunismo que parte de ladrões tão astutos e habilidosos e que têm interesse em obras de arte raras e valiosas, o que acaba tornando a história fascinante de se acompanhar.
Twist é um livro que prende o leitor do início ao fim e pra quem gosta de uma história cheia de ação e reviravoltas, além de planejamentos e execuções geniais, é uma boa pedida.

Mil Pedaços de Você - Claudia Gray

11 de dezembro de 2015

Título: Mil Pedaços de Você - Firebird #1
Autora: Claudia Gray
Editora: Agir Now
Gênero: Romance/YA/Sci-Fi
Ano: 2015
Páginas: 288
Nota: ★★☆☆☆
Onde comprar: Saraiva | Submarino | Americanas
Sinopse: Os pais de Marguerite Caine são físicos conhecidos por suas conquistas científicas radicais. A invenção mais surpreendente deles é o Firebird, que permite que seus usuários pulem para universos paralelos, alguns completamente diferentes do nosso. Mas quando o pai de Marguerite é assassinado, o assassino, – Paul, o enigmático e belo assistente – escapa para outra dimensão antes que possa ser julgado.
Marguerite não pode deixar que o homem que destruiu sua família fica livre, então ela corre atrás de Paul através de diferentes universos, nos quais suas vidas se entrelaçam de formas familiares. A cada encontro ela começa a questionar a culpa de Paul – e seu próprio coração. Logo ela irá descobrir que a verdade sobre a morte de seu pai é mais sinistra do que ela pode imaginar.
"Mil pedaços de você" explora uma realidade onde testemunhamos as incontáveis outras vidas que podemos levar em um universo incrivelmente intrincado e nos perguntar se no meio de infinitas possibilidades o amor pode durar.

Resenha: Mil Pedaços de Você, escrito pela autora americana Claudia Gray (pseudônimo de Amy Vincent) e publicado no Brasil pela Agir Now conta a história de Marguerite Caine, ou Meg, uma garota de dezesseis anos filha de dois geniais e renomados físicos de Londres. Ao inventarem o Firebird, um dispositivo que possibilita viagens entre dimensões, eles concretizam a teoria de que existem universos paralelos e outras dimensões com várias realidades diferentes daquelas que todos conhecem. Mas o inesperado acontece... O Firebird é roubado e o pai de Meg, Henry, é assassinado. Paul Markov, um dos brilhantes assistentes de seu pai, é o principal suspeito do assassinato, mas, antes que possa ser julgado, ele consegue escapar para outra dimensão usando o dispositivo.
Marguerite quer vingança e com ajuda de Theo, o segundo assistente de seu pai, ela usa o protótipo do Firebird para ir atrás de Paul com intenção de matá-lo.
Porém, as coisas não saem como planejado. Meg acaba encontrando versões de si mesma a cada mundo que vai, assim como versões diferentes de Paul, o que a faz pensar que ele jamais poderia ter culpa no assassinato de alguém que o apoiou e o incentivou com tanta convicção como Henry fez. A verdade sobre a morte de seu pai pode ter mais segredos do que Meg imaginou...

O livro é narrado em primeira pessoa sob o ponto de vista de Marguerite e embora a escrita seja fácil e fluída, tive algumas ressalvas devido ao desenvolvimento da trama e pela própria protagonista. Meg não é nenhum gênio como seus pais, logo o leitor fica limitado à percepção e aos conhecimentos dela nas situações em que se encontra e acredito que isso tenha sido um ponto nada favorável à história, deixando alguns buracos e a impressão de que a ignorância da garota seja a responsável pelo pouco aprofundamento e pela falta de explicações sobre o funcionamento da Firebird. Eu particularmente gosto de saber o motivo das coisas pois são os detalhes que fazem a diferença, principalmente num livro que aborda viagens entre dimensões e universos paralelos e as coisas deveriam ter explicações plausíveis a fim de que a história se torne crível.
Através das viagens que Meg faz, a história passa por uma Londres cuja tecnologia está bastante avançada, até a Rússia onde a monarquia ainda imperava, mas ainda que esses mundos soem interessantes, e de fato a Rússia é, eles foram pouco trabalhados e o foco fica no relacionamento complicado entre os personagens.
Ao longo da história é possível nos depararmos com clichês, entre eles o famoso triângulo amoroso que não costuma me agradar, fora a previsibilidade da história. Fiquei com a sensação desde o início de que eu já sabia exatamente o que iria acontecer, só restava saber como.

Eu fiquei super incomodada com o nome da protagonista pois a única coisa que me vinha à cabeça era a bebida "margarita", então preferi ignorar seu nome ridículo e chamá-la apenas de Meg.
Meg faz o estilo "garota decidida", principalmente quando começa focada em matar o assassino do pai. Ela usa seu conhecimento sobre cultura pop para suas tiradas em diálogos mornos, mas as burradas que ela faz me fizeram revirar os olhos de preguiça. Achei que o desenvolvimento dela foi bastante fraco pois desde o começo já sabemos que a ideia dela nunca seria executada já que a premissa se torna previsível e se perde quando o romance exagerado, enrolado e sem profundidade toma conta da história no meio do caminho.
Eu senti falta de personagens que realmente fizessem alguma diferença na história. Muitos que apareceram foram irrelevantes, como a irmã e a tia de Meg e, pelo menos neste primeiro volume, não tiveram nada a acrescentar. Os pais foram pouco trabalhados e serviram apenas como inventores do Firebird, tanto que a mãe de Meg mal aparece. Os que tiveram um papel maior poderiam ter aparecido mais, como o vilão que acabou sendo bem apático, se não tivessem sido ofuscados pelo romance entre o triângulo amoroso.

A capa é maravilhosa e consegue retratar a ambientação da história sem revelar o enredo, os detalhes em aquarela deram um charme a mais que deixaram o visual bem agradável. A diagramação também é super bacana pois a cada início de capítulo há a ilustração no topo da página sobre o local em que os acontecimentos estão se desenrolando. As páginas são amarelas e não percebi erros na revisão.

Mil Pedaços de Você é o tipo de história que poderia agradar mais se a ideia fosse melhor executada no que diz respeito a detalhes e explicações. O final traz uma reviravolta interessante e que deixa o leitor ansioso pelo que há por vir. Acredito até que outras dimensões além das quatro que aparecem aqui serão abordadas e, quem sabe, talvez, a falta de explicações seja algo proposital pelo livro ser introdutório, como se Meg fosse descobrir mais coisas futuramente e as explicações venham de outra maneira para que o leitor não fique apenas com a ideia de que "as coisas acontecem porque sim e pronto". Tem que ter algo além...


Promoção - 5 anos de O Clube da Meia Noite

10 de dezembro de 2015


O blog O Clube da Meia Noite completa 5 anos dia 10 /12 e por isso reunimos blogs amigos para fazer uma mega promoção. Vamos comemorar esta data e quem ganha são vocês, leitores do blog!
Serão 3 kits com 4 livros! Cada kit terá um único ganhador!

Gostou dos promoção? Então confira abaixo as regras e participe!
- Haverá apenas um ganhador para cada Kit;
- Preencher corretamente o formulário Rafflecopter. Após seguir as orientações de cada formulário, chances-extras aparecerão. Quanto mais delas cumprir, maior será sua chance de ser sorteado
- Os livros serão enviados em até 45 dias após a divulgação do resultado;
- Ter endereço de entrega no Brasil.

a Rafflecopter giveaway


a Rafflecopter giveaway


a Rafflecopter giveaway

Boa sorte!

Caçadora de Tempestades - Jennifer Bosworth

9 de dezembro de 2015

Título: Caçadora de Tempesdades
Autora: Jennifer Bosworth
Editora: Agir Now
Gênero: YA
Ano: 2015
Páginas: 288
Nota: ★★★☆☆
Onde comprar: Saraiva | Submarino | Americanas
Sinopse: Mia Price é viciada em raios. Já sobreviveu a inúmeros choques, mas seu desejo de receber a energia liberada durante tempestades coloca em risco sua vida e a de todos ao seu redor.
Los Angeles, onde raramente há tempestades, é um dos poucos lugares em que Mia se sente segura. Mas quando um terremoto destrói a cidade, seu porto-seguro é transformado em um campo minado de caos e perigos. Neste cenário aterrador, dois grupos antagônicos se formam, e ambos vêem Mia como a chave para as profecias de uma tempestade ainda maior que está por vir.
Mia quer confiar no enigmático Jeremy, que prometeu protegê-la, mas teme que ele não seja quem diz ser. No fim, o poder e a paixão que os aproximou pode ser o que vai colocar tudo a perder. Agora Mia precisa aprender a utilizar seus poderes, ou então pode acabar perdendo tudo o que ama.

Resenha: Caçadora de Tempestades, da autora Jennifer Bosworth e publicado no Brasil pela Agir Now traz a história de Mia Price, uma garota de dezessete anos que foi atingida por um raio e desde então ficou "viciada" nisso.
"Meu Nome é Mia Price, e sou viciada em raios.
Pronto. Agora você sabe a verdade. Quero que os raios me encontrem. Desejo isso como pulmões desejam oxigênio. Não há nada no mundo que faça alguém se sentir mais vivo do que ser fulminado. A não ser, é claro, que seja fatal."
- Pág. 12
A fim de evitar maiores problemas, afinal, ser atingida por raios poderia colocar a vida dela e das pessoas que a cercam em risco, Mia e a família se mudam para Los Angeles acreditando que a falta de tempestades na cidade não traria os raios que pudessem acertar a garota, assim ela poderia viver em segurança.
Em LA, Rance Ridley é um líder religioso, conhecido como Profeta. Ele alega ser o único a falar com Deus e sua profecias sobre várias catástrofes fizeram com que o povo acreditasse mesmo que ele fora enviado por Ele. Ridley lidera o grupo dos Seguidores da Luz e previu o fim do mundo. Diante disto, ele prega que todas as pessoas que tiverem pecados serão erradicadas da Terra. Somente seus seguidores que entregarem suas almas a Deus serão poupados e dignos de salvação.
Do outro lado estão os Caçadores, um grupo de pessoas que num determinado momento da vida já foram atingidas por raios e por isso acabaram desenvolvendo algum tipo de poder. Eles são detentores da Centelha e o propósito deles é derrubar o Profeta, ainda que também acreditassem que o fim estava próximo.

Por Mia já ter sido atingida tantas vezes, ela parece reservar dentro de si uma fonte de poder, e quando um terremoto destrói a cidade, o caos passa a reinar no local e o cenário apocalíptico dá espaço a esses grupos extremistas com interesses contrários, mas ambos enxergam em Mia a chave para a profecia que envolve uma grande tempestade que está a caminho e que traria o apocalipse. Quando a mãe de Mia tem intenção de seguir o Profeta e seu irmão está disposto a seguir os Caçadores, Mia fica confusa sobre o que fazer, dividida sem saber em quem acreditar, e quando o misterioso Jeremy aparece em sua vida, as coisas começam a mudar pois o garoto parece querer protegê-la e afastá-la de toda a confusão. Por mais que a atração por Jeremy seja inevitável, como saber se ele é confiável em meio a todo esse caos?

Não posso negar que alguns elementos presentes na história lembram bastante o livro "Vivian Contra o Apocalipse". O fanatismo é abordado de uma forma verdadeira, mesmo que haja elementos fantásticos como a questão dos raios e os poderes que eles dão aos atingidos, e a crítica da autora sobre o extremismo religioso, e não sobre a religião propriamente dita já que isso não se discute, fica bastante evidente.
Ao lermos a sinopse fica claro que não há evidência sobre tais fatores estarem presentes na história e talvez alguns leitores que não curtem livros que abordam esse tema, que pode ser visto como bastante polêmico, podem se sentir meio enganados...

Eu particularmente fui fisgada pela ideia de uma protagonista que atrái raios e esperava por uma história sobrenatural cheia de reviravoltas e muita ação, mas senti que no desenrolar dos fatos esta capacidade não foi explorada de forma tão satisfatória assim como imagineie as coisas seguiram pelo caminho do conflito religioso e das opiniões que se divergem entre ele. Não que eu não tenha gostado desse rumo, mas como eu não costumo ler resenhas ou informações que revelam qualquer coisa da história, fui pega de surpresa por esperar outra coisa.

O livro é dividido em quatro partes e todas elas são bem amarradas. A narrativa é feita em primeira pessoa sob o ponto de vista de Mia e ficamos limitados à sua visão de mundo.
Um ponto que achei muito bom é sobre a aparência de Mia, que tem o corpo cheio de cicatrizes pelas vezes em que foi atingida e, de certa forma, isso acaba abordando o tema sobre a aceitação pelo próprio corpo, por mais imperfeito que seja. A autora dá uma floreada na história com o interesse por Jeremy e mostra como a aproximação entre eles mexe com Mia, mas não achei que o romance foi muito bem desenvolvido, mesmo que traga alguns beijos e amassos trabalhando um pouco a questão da descoberta da sexualidade na adolescência.

As escolhas de Mia não são as melhores pois ela é teimosa e, apesar de se preocupar com a família, não tem medo de correr riscos. Eu acabei relevando alguns pontos por Mia ser adolescente e, diante da situação caótica em que se encontra, não tem que agir como uma adulta super madura, mas confesso ter me irritado com alguns problemas que poderiam ser evitados com uma boa conversa entre Mia e seu irmão, ou se Jeremy dissesse a verdade em vez de ser vago só para manter sua pose de "cara misterioso".

Eu gostei bastante do cenário criado pela autora pois toda a situação de Los Angeles poderia acontecer em qualquer lugar que sofresse uma destruição, principalmente quando ela decorre de atitudes que partem do ser humano que não considera as consequências de seus atos com relação à natureza. É difícil, e até triste, encarar uma história onde as pessoas passam por necessidades após um desastre natural arrasar com suas vidas e elas não terem a quem recorrer. Desabrigadas, sem comida, sem água e morrendo aos poucos, elas ficam fragilizadas e acabam se agarrando a qualquer ideia de salvação que podem tirá-las daquele sofrimento... E é nessa fragilidade que entra a questão da fé e como as palavras podem ter poder quando partem de alguém que tem o dom da manipulação, fazendo com que as pessoas idealizem coisas inexistentes, movidas pela esperança de conseguirem sair da situação em que se encontram mas que acabam se deixando enganar... Os fatores sobrenaturais, pra mim, foram apenas detalhes que incrementaram a história para que tal mensagem/crítica pudesse ser passada.

A capa é bastante sombria mostrando uma silhueta num local escuro e coberto de nuvens espessas. O vermelho do título faz um contraste bastante chamativo e o resultado final ficou bastante satisfatório.
A diagramação segue o estilo dos demais livros da editora, trazendo imagens na parte superior da página a cada início de capítulo. Encontrei alguns erros na revisão, mas nada que atrapalhasse a compreensão da história. Um dos erros está bem na sinopse na orelha do livro: o sobrenome de Mia está escrito como "Pierce", mas durante a história é "Price", como ela se apresenta.

Enfim, é uma história que vale a pena ser lida pela mensagem que passa. Pode parecer confusa pra alguns, mas pode ser bastante clara pra outros que conseguem captar a crítica da autora, mas pra quem procura por uma ficção que faz esse misto de sobrenatural com questões que envolvem a religião, mesmo que para ter um novo ponto de vista sobre o extremo fanatismo, recomendo.

Eu Fico Loko - Christian Figueiredo de Caldas

8 de dezembro de 2015

Título: Eu Fico Loko: As desaventuras de um adolescente nada convencional #1
Autor: Christian Figueiredo de Caldas
Editora: Novas Páginas/Novo Conceito
Gênero: Juvenil/Nacional
Ano: 2015
Páginas: 160
Nota: ★☆☆☆☆
Onde comprar: Saraiva | Submarino | Americanas
Sinopse: Ele só precisou de uma câmera, muita criatividade e um pouco de coragem para criar um dos vlogs mais acessados do YouTube. O EU FICO LOKO é recordista absoluto de views e inscrições, com mais de 1 milhão e 500 mil assinantes.
Para os entendedores, o Christian hoje é um vlogger e um youtuber dos mais bombados. Mas na verdade ele é apenas um cara que gosta de escrever e que transformou o papel em vídeo.
Todos os dias, milhões de jovens procuram pelo Christian em suas redes sociais para saber o que ele está pensando. O porquê desse sucesso fora do normal você vai descobrir neste livro.

Resenha: Christian Figueiredo é dono do canal Eu Fico Loko, que já existe há cinco anos, beira os 4 milhões de seguidores e não pára de crescer. Os temas e as brincadeiras que ele aborda no canal são voltados ao público adolescente pois trata de questões que envolvem e chamam atenção exatamente dessa faixa etária.
Pegar carona no sucesso de um youtuber que fica famoso e conquista milhões de fãs também parece ser um bom investimento no mundo literário, afinal, quanto mais material do ídolo em questão o fã puder colecionar, independente do que seja, melhor.

Ele expõe com sinceridade (mas, às vezes, de maneira forçada) alguns fatos que viveu e o que pensa sobre determinados assuntos, fala um pouco da época quando queria aparecer na televisão, quando era zoado na escola por ser muito magro e o quanto isso interferiu em sua autoestima, a preocupação em não se passar por "bv" por ainda não ter tido um primeiro beijo, a ansiedade envolvendo a primeira vez (sexualmente falando), o primeiro porre (vergonhoso) e por aí vai...
Em vários pontos ele fala e dá conselhos sobre seguir os próprios sonhos, sobre ser quem você é, sobre não se deixar levar pela ideia fraca dos outros para ser aceito ou parecer descolado, e até sobre ter cuidado com o que é dito a alguém devido as consequências que isso pode ter um dia, e acredito, sim, que esse tipo de mensagem é legal, principalmente quando se usa uma narrativa animada para dar tais toques. Apesar de ter achado tudo extremamente desinsteressante, acho válido quando esses aspectos naturais e que fazem parte da vida maluca de qualquer adolescente são abordados já que servem de exemplo, mas deve-se ter atenção sobre a forma de transmitir tais experiências, principalmente quando elas são contraditórias ou brincam com o que não é motivo de piada.

"Os homens beijam por beijar. As garotas beijam por atração, momento, sentimento, química, física, biologia e gramática. Meu Deus! A cabeça das garotas não poderia ser que nem a dos homens? Vai lá, beija e faz o garoto feliz."
- Pág. 19 (e-book)
" Eu simplesmente odeio pessoas que brincam com coisas sérias. Apesar de gostar muito de fazer piadas com os outros, quando fazem comigo fico bravo."
- Pág. 82 (e-book)

Pra mim foi completamente inaceitável uma pessoa, que pode ser considerada formadora de opinião e ter influência nesse meio juvenil, falar abertamente em seu livro que é normal que os caras tenham vontade ou planejem embebedar uma garota a fim de "facilitar o acesso", mesmo que depois ele diga que "isso é babaca e idiota". Talvez a intenção tenha sido compartilhar a ideia de que um adolescente pensa e faz uma besteira pior que a outra nessa fase, mas no fundo sabemos que tal pensamento faz parte da concepção masculina, independente da idade. Então, por mais que ele realmente tenha passado a considerar uma atitude desse nível horrenda, não terá como escapar de ter "imortalizado" tal ideia de merda em seu primeiro livro. Um livro que vendeu centenas de milhares de cópias e que, querendo ou não, pode transmitir a ideia de que tal absurdo é normal, disseminando a maldita cultura do estupro em pleno ano de 2015, pra milhares ou até milhões de jovens... É pra morrer de desgosto...


Pra ser sincera, esse tipo de abordagem me deixa um pouco assustada e me preocupa. Entendo que durante a adolescência é normal que a pessoa tenha ideias mirabolantes e queira ter experiências novas, queira chamar atenção, queira ser popular, ser aceita e tudo mais, mas embora muitos por aí possam sentir que não são os únicos a terem tais pensamentos e consigam se identificar perfeitamente com Christian e sua adolescência bizarra, a forma com que ele expõe a opinião, usando e abusando de palavrões, compartilhando opiniões sobre pegação, sexo ou bebidas para depois trazer reflexões e dar conselhos do que fazer e o que não fazer, foi completamente fail. Esses detalhes, pelo menos pra mim, foram negativos demais e acabaram se sobrepondo ao pouco que poderia considerar bom no livro mas que não foram suficientes pra sequer me fazer cogitar a ideia de gostar.
Eu só acho que o método que ele usa para expor pensamentos, que acabam influenciando adolescentes, alguns até de míseros 12 ou 13 anos, não seja o adequado, sorry. Fiquei me questionando por que motivo uma adolescente de 13 anos teria interesse e gostaria de ler sobre um dia de bebedeira brava num sítio, ou assistir a um vídeo sobre ele ter brochado ou ter sido enganado por um "traveco". Quando eu tinha 12 anos minha preocupação era não perder um episódio de Chiquititas na televisão, Lord!

Um ponto que devo ressaltar é que pelo livro ter ligação com o canal dele no youtube, poderia haver mais interatividade nesse aspecto. Em todo o livro há somente um único link para conferir um vídeo mencionado por Christian.
O livro tem uma diagramação legal, cheia de fotos, desenhos e fontes diferentes que dão um ar descolado ao livro. A versão impressa é em preto e branco. A versão digital tem o diferencial de ser colorida, com exceção das fotos.

Enfim.. é um livro sobre questões adolescentes, para adolescentes. Não acho que se encaixe totalmente no gênero biográfico pois Christian conta alguns poucos fatos aleatórios que viveu e que só servem pra mostrar que ele foi um adolescente como qualquer outro e que teve experiências "lokas" como qualquer um. Não espere por nada que aborde uma vida inteira, até mesmo porque pessoas de vinte e poucos anos ainda tem muito o que viver e conquistar até chegar ao ponto de terem o que contar e que possa ser considerado realmente relevante pra se tornar uma biografia, além de serem, no mínimo, notáveis e terem sido responsáveis por um grande feito, e não é esse o caso.
Quem tem até uns 16 anos e se identifica com ele vai gostar, e quem não vê problemas e nem se atenta aos detalhes dos casos contados, tanto os fúteis quanto os preocupantes, também...