Título: Sou fã! E agora?
Autora: Frini Georgakopoulos
Editora: Seguinte
Gênero: Interativo/Nacional
Ano: 2016
Páginas: 160
Nota:
★★★★★
Onde Comprar: Saraiva |
Submarino |
Americanas
Sinopse:
Um livro para fã nenhum botar defeito!
Fã que é fã adora conversar, discutir, interagir. Mas nem sempre temos por perto um amigo tão fanático quanto a gente para desabafar. Foi pensando nisso que Frini Georgakopoulos, uma fã de carteirinha, escreveu este livro: um manual de sobrevivência voltado para quem é apaixonado por livros, filmes, séries de TV…
Com uma linguagem rápida e divertida, Sou fã! E agora? é uma mistura de artigos breves e atividades interativas que convidam a refletir sobre os motivos para curtirmos tanto as histórias, além de ajudar a descobrir o que fazer com todo esse amor: criar seu próprio cosplay, escrever uma fanfic, organizar um evento, começar um blog ou canal e muito mais!
Resenha: Quem não é fã de nada não vive nesse mundo. Me lembro que em 2006, um tempo que não existia tanta acessibilidade como existe hoje, assisti a um clipe de um famoso grupo feminino e me tornei fã. Seis mulheres, cadeiras, uma barra de ferro, fogo e o Snoop Dogg participando da música. Remete a algo? Foi assim que conheci as
Pussycat Dolls, e um amor de fã surgiu ali. E não pensem que era fácil, não! Naquela década o acesso a plataformas como
Facebook e interatividade desse modo de hoje não existiam. Passava várias horas no
Orkut, na comunidade dedicada ao grupo. Lá tinha aquela interatividade entre quem amava o grupo, formado em 2003 e que encantou pessoas ao redor do mundo todo. E não tinha guerra de fandom, e sim entre os próprios fãs, afinal, sempre tinha aquela coisa de "a minha Doll preferida é a melhor". Até que a Nicole decidiu lançar um álbum solo (
Her Name is Nicole, que não deu muito certo e foi arquivado) e uma amiga chegou na escola e me disse: "
Lucas, aquela Pussycat Doll lançou uma música". E lá fui eu na caçada até conseguir descobrir o nome da Nicole Scherzinger, tão difícil quanto Georgakopoulos. Google, por favor! Entre muitos trancos, elas lançaram o segundo disco,
Doll Domination, e se despediram dos fãs, após alguns desentendimentos internos. O que aconteceu comigo? Fiquei desolado, sem chão, com depressão-pós-fim-de-grupo. Se vocês não são foram fãs de algum grupo como Backstreet Boys, Spice Girls, N'Sync, Destiny Child e afins, não sabem o que a gente sente naquele momento. Ai meu coração! Até que a Nicole lançou um álbum solo e o primeiro single passou em primeiro lugar no Top 10 MTV. Eu s-u-r-t-e-i. Ela até já me respondeu no
Twitter. Eu tinha dito pra ela que estava muito chateado por não obter uma resposta dela ali, e toda fofa ela respondeu:
no, baby! Happy, happy, happy! Chorei, né?
Surtos de fã à parte, o primeiro livro da
Frini Georgakopoulos, que deve ser parente distante da
Nicole Prescovia Elikolani Valiente Scherzinger, é um guia divertido e interativo sobre o que é ser fã e como a gente tem alguns surtos - num bom sentido - e lida com isso. Dividido em quatro partes, o leitor encontra textos referentes ao gênero YA, o porquê de amarmos histórias, a teoria dos dois gatinhos (eu adorei isso!), preconceito literário (um grande destaque para esse assunto) e etc.
Cheio de observações muito interessantes e coerentes sobre o mundo de fãs, Frini descreveu em um livro curto tudo que a gente vive nesse mundo, seja literário, cinematográfico, musical e etc. A forma de escrever, leve e descontraída, tornou a leitura muito agradável. Em alguns momentos cheguei a exclamar "É ISSO MESMO!", porque percebi que Georgakopolous é fã de várias séries que eu também sou. Em uma atividade, a autora nos conduz a relembrar os momentos engraçados como fãs, passados juntamente dos amigos, claro, por que ninguém paco mico sozinho. Comecei a lembrar de algo que aconteceu na
Bienal do Livro de 2016, bem recente, em que minha amiga protagonizou uma cena bastante memorável com a
Audrey Carllan. Até mesmo eu passei um momento super engraçado com a
Lucinda Riley.
Mas nem tudo é só diversão, não é mesmo? Além das interatividades, o livro proporciona uma reflexão sobre diversos assuntos, como o preconceito literário.
Cinquenta Tons de Cinza gerou muita polêmica na época de seu lançamento e junto com isso vieram muitas críticas às leitoras que amavam a história. Mas por que isso? Pessoalmente, não acrescenta nada a mim o que a
E.L James se propôs a escrever, mas e se outras pessoas gostam e se identificam? Por gostar da
Valesca Popozuda (sim, sou Popofã!), acabei ouvindo coisas como: "
Nossa, mas você? Lê tanto, é tão culto e gosta dela?". É preciso conhecer antes de julgar.
Sou fã! E agora? é uma boa pedida para quem é fã, surta, enlouquece com algo e precisava de um livro que expresse tudo isso com palavras e opiniões. Confesso que não sou adepto de obras interativas, como livros de colorir. A diferença é que
Frini Georgakopoulos fez um livro de fã para fã.
***
Abaixo, algumas respostas minhas às perguntas interativas do livro:
Do que você é fã há muitos anos, e esse amor nunca mudou?
Nicole Scherzinger. Apesar de ela ter mudado muito depois que deixou o grupo The Pussycat Dolls, continuo acompanhando a carreira dela.
Qual temas você gostaria de encontrar na literatura jovem adulta? E quais você sente falta que sejam tratados?
Gravidez na adolescência é algo que nunca vi nesses livros, e acredito que é uma realidade que deva ser discutida. Nos Estados Unidos existe o programa
16 and Pregnant, que retrata a vida de jovens garotas gravidas na adolescência. Seria bacana ver isso na literatura.
Quais histórias vividas por dois gatinhos que conquistaram (e dividiram) seu coração?
Adrian e Dimitri, da Academia de Vampiros. Confesso que sou #TeamAdrian.
Conte quais os destinos literários que você mais gostaria de conhecer ou que te marcaram mais.
Avalon, da série Fadas, escrita por Aprilynne Pike. Além de ser um local sem muitos perigos (eu não gostaria de morrer morto por um strigoi no universo de VA), é um ambiente cheio de magia e cumplicidade.
Conta aí quais vilões que mais te marcaram.
Neferet, da série House of Night. Desejei que ela matasse todos os bonzinhos da trama, porque ela é o exemplo perfeito de como um vilão pode ser mais interessante que os mocinhos.