Título: Os Vivos e os Mortos - Os Últimos Sobreviventes #2
Autora: Susan Beth Pfeffer
Editora: Bertrand
Gênero: YA/Distopia/Ficção Científica
Ano: 2016
Páginas: 378
Nota:
★★★★★
Onde Comprar: Saraiva |
Submarino |
Americanas
Sinopse: A humanidade à beira da extinção vista pelos olhos de um adolescente de família humilde numa das cidades mais importantes do mundo. Um meteoro em rota de colisão com a Lua: um evento astronômico previsto com antecedência pelos cientistas. Só que para surpresa de todos, o impacto da colisão é bem maior do que o esperado, e a Lua sai de órbita, aproximando-se da Terra e alterando de modo catastrófico o clima do planeta. À medida que Nova York é devastada e tanto comida quanto ajuda tornam-se escassas, o adolescente porto-riquenho Alex Morales luta para manter suas irmãs, Bri e Julie, de 14 e 12 anos, a salvo. Com os pais desaparecidos, cabe a ele assumir responsabilidades inimagináveis e dar o seu melhor para sobreviver enquanto reza para que o restante de sua família volte com vida para casa.
Resenha: Os Vivos e os Mortos é o segundo volume da série distópica Os ùltimos Sobreviventes, escrita pela autora Susan Beth Pfeffer e publicado no Brasil pela Bertrand.
Embora se trate do segundo volume, os acontecimentos não partem do desfecho do primeiro livro e nem continuam com os mesmos personagens, e este pode, inclusive, ser lido de forma independente do anterior (eu recomendo que o anterior seja lido pois há um aprofundamento maior sobre a colisão do meteoro com a lua).
Desta vez o protagonista é Alex Morales, um garoto de dezessete anos que mora em Nova York com a família. Tudo parecia ir bem, até um meteoro colidir com a lua tirando-a de órbita e a deixando mais próxima da Terra. Como consequência, Nova York, assim como todo o mundo, passa a sofrer com todo tipo de desastre natural e os efeitos catastróficos que vieram com eles. Alex, então, se vê longe dos pais, do irmão mais velho e sendo responsável pelas duas irmãs mais novas, Bri e Julie. Sem telefone, com quedas de energia constantes e esperando por qualquer notícia, resta a eles se unirem a fim de enfrentar esta tragédia e se manterem salvos a qualquer custo.
Deixando diários de lado, o livro é narrado em terceira pessoa e teve uma pegada mais dramática se comparado ao primeiro livro. Há uma abrangência maior no que diz respeito a detalhes de cenário e visão de personagens e a questão da separação familiar e a preocupação com o paradeiro dos que estão desaparecidos. Acompanhamos o desespero de Alex não só em cuidar das irmãs e manter as aparências de que tudo vai ficar bem, mas também em encontrar sua mãe que ele sequer sabe se está viva ou morta. Por várias vezes Alex se depara com situações que o deixam com a sensação de fracasso, afinal, ele é jovem e devido ao ocorrido foi obrigado a amadurecer para ser responsável pelas irmãs, quase se comportando como um pai, mas ele é forte e se agarra a fé que tem para não desmoronar.
Enquanto Alex desperta a simpatia do leitor crescendo e se adaptando às novas condições do mundo, suas irmãs constrastam quando o assunto é a personalidade. Brianna é muito religiosa e isso acaba influenciando o irmão. Ele a admira muito por isso mas não fica muito satisfeito com Julie, a caçula rebelde sem causa. Essa diferença de personalidades gera conflitos e enriquece a trama já que cada um deles enxerga o fim do mundo a própria maneira, mas ao mesmo tempo sabem que precisam estar juntos a fim de vencer tal problema e é muito bonito acompanhar essa união entre irmãos em meio ao caos.
Eu, particularmente, achei esse segundo volume muito melhor do que o primeiro. Confesso que esperava que a história de Miranda (do primeiro livro) tivesse uma sequência e que o leitor pudesse acompanhar não só o desencadear do fim do mundo e a situação presente daqueles que vivem o momento, mas também o mundo pós apocalíptico mostrando o rumo que a tragédia deu aos sobreviventes, mas não posso negar que gostei de saber do ocorrido através de uma perspectiva nova e diferente. Esse modo de contar histórias distintas, utilizando de personagens diferentes com o mesmo pano de fundo é interessante e torna a trama bastante impactante, evidenciando situações de pessoas de lugares diferentes mas que foram afetadas de forma tão trágica quanto as demais. O impacto que o fim do mundo causa em alguém, por mais devastador que seja, não é encarado da mesma forma por ninguém. Cada um tem sua própria experiência de acordo com a forma como foi afetado. E pelos fatos discorrerem no presente, cabe ao leitor imaginar, em meio ao desespero, como a sociedade irá se reerguer...
O que pude perceber é que os livros tratam de forma geral sobre o amadurecimento de pessoas que são obrigadas a enfrentar situações drásticas e por isso tomam medidas extremas para lidar com tudo, e no caso de
Os Vivos e os Mortos, o que ganha destaque, além desse amadurecimento, é a fé.
Após a reedição, a capa segue o mesmo padrão da primeira, mostrando uma lua bastante próxima e uma cidade em ruínas. A diagramação é simples, as páginas amarelas, os capítulos são datados para não nos perdemos no tempo em que a história se passa e não percebi erros na revisão.
Pra quem procura por uma distopia que mostra o desenrolar do fim do mundo, cheia de drama e momentos de extrema aflição envolvendo a luta pela sobrevivência, mas ainda com uma mensagem muito bonita sobre o poder da fé, da união e do melhor lado do ser humano, é leitura mais do que recomendada.