Novidades de Fevereiro - Companhia das Letras

9 de fevereiro de 2017

O Fazedor de Velhos - Rodrigo Lacerda

Lançado originalmente em 2008, O fazedor de velhos conta a história de Pedro, um garoto inteligente que está às portas da vida adulta. Com o amadurecimento, chegam questões fundamentais: que profissão escolher? Como lidar com os amores frustrados, os amigos deixados pra trás, os sentimentos confusos que teimam em perturbar? Quem guia o garoto em meio a esses dilemas é Nabuco, um professor experiente, excêntrico e misterioso. Insatisfeito com a faculdade de História, Pedro encontra na literatura um destino possível. Mas essa não é uma descoberta simples - e para chegar até ela é preciso trilhar um caminho de perda e sofrimento.

O Livro de Moriarty - Arthur Conan Doyle

O Napoleão do crime. É assim que Arthur Conan Doyle define o professor James Moriarty, arquirrival de Sherlock Holmes e um dos grandes vilões da literatura universal. Não há crime em Londres, do mais banal dos roubos ao mais terrível dos assassinatos, que não tenha sua mão.
Na obra de Doyle, Moriarty aparece como uma sombra: raramente o protagonista de uma história, sempre atrás das cortinas, em breves menções e alusões. Este volume reúne todas as histórias de Sherlock Holmes em que o professor dá as caras. São cinco contos e um romance que mostram a construção deste que acabaria se tornando um modelo de vilão e o personagem mais emblemático de Doyle depois do seu rival Sherlock Holmes e de John Watson.

Senhor D. - Alan Lightman

Depois de uma longa existência no Vazio, o onipotente Senhor D. resolve experimentar e criar o tempo, o espaço e a matéria. Aos poucos, surgem também os astros celestes, as primeiras formas de vida e os seres pensantes. E com eles, os dilemas inesperados até mesmo para o Criador - que parecia ter tudo sob controle. Como lidar com os anseios e as incertezas dessas criaturas? Qual o sentido de sua existência? Até que ponto Ele consegue - e deve - intervir nesse novo mundo? Em Senhor D., Alan Lightman constrói um romance encantador e original sobre o surgimento do universo, narrado justamente pelo responsável por criá-lo. Uma fábula que discute com delicadeza questões de ciência, filosofia, religião e de nossa existência.

O Espírito da Ficção Científica - Roberto Bolaño

Ambientado na Cidade do México nos anos 1970, O espírito da ficção científica conta a história de Remo Morán e Jan Schrella, dois jovens escritores obcecados por poesia e ficção científica. Enquanto o primeiro tenta incansavelmente encontrar seu espaço na literatura, o segundo passa os dias enviando cartas delirantes a seus autores favoritos de ficção científica. Escrito nos anos 1980 e descoberto agora, esse romance traz todos os elementos que fariam de Bolaño um dos autores mais célebres e importantes da literatura latino-americana. Seus fãs encontrão aqui não apenas a prosa tão facilmente reconhecível - e tão absolutamente inesperada - como também seus temas mais caros, como a literatura, o amor, a juventude, a amizade, o humor e a rebeldia.

Novidades de Fevereiro - Darkside Books

Frankenstein, ou o Prometeu Moderno - Mary Shelley

Victor é um cientista que dedica a juventude e a saúde para descobrir como reanimar tecidos mortos e gerar vida artificialmente. O resultado de sua experiência, um monstro que o próprio Frankenstein considera uma aberração, ganha consciência, vontade, desejo, medo. Criador e criatura se enfrentam: são opostos e, de certa forma, iguais. Humanos! Eis a força descomunal de um grande texto.
Quando foi a última vez que você teve a chance de entrar em contato com a narrativa original desse que é um dos romances mais influentes dos últimos dois séculos? Que tal agora, na tradução de Márcia Xavier de Brito? Além disso, esta edição conta com quatro contos sobre a Imortalidade, em que Shelley continua a explorar os perigos e percalços daqueles que se arriscam à tentação de criar vida: “Valério: O Romano Reanimado”; “Roger Dodsworth: O Inglês Reanimado”; “Transformação”; e “O Imortal Mortal”, histórias pesquisadas e traduzidas por Carlos Primati, estudioso do gênero.
Frankenstein, ou o Prometeu Moderno é um dos primeiros lançamentos da coleção Medo Clássico — ao lado do volume de contos do mestre Edgar Allan Poe — no início de 2017. A qualidade do livro é impecável, para cientista maluco nenhum colocar defeito. Capa dura, novas traduções, ilustrações feitas por Pedro Franz, artista visual e autor de quadrinhos reconhecido internacionalmente. O livro é impresso em duas cores: preto e sangue.
Reencontre Frankenstein de um jeito que só a primeira editora brasileira inteiramente dedicada ao terror e à fantasia poderia lançar. It’s alive!

Edgar Allan Poe: Medo Clássico - Edgar Allan Poe

Seguindo o padrão quase psicopata de qualidade que os leitores já esperam da DarkSide® Books, o livro é uma homenagem a Poe em todos os detalhes: da capa dura à nova tradução feita por Marcia Heloisa, pesquisadora e tradutora do gênero, além das belíssimas ilustrações em xilogravura feitas pelo artista gráfico Ramon Rodrigues. E o mais importante: o conteúdo selecionado que recheia as 384 páginas deste primeiro volume de Edgar Allan Poe: Medo Clássico. E que conteúdo!
Pela primeira vez numa edição nacional, os contos estão divididos em blocos temáticos que ajudam a visualizar a enorme abrangência da obra. A morte, narradores homicidas, mulheres imortais, aventuras, as histórias do detetive Auguste Dupin, personagem que serviu de inspiração para Sherlock Holmes.
O livro traz ainda o prefácio do poeta Charles Baudelaire, admirador confesso de Poe e o primeiro a traduzi-lo para o francês. Os contos são comentados na voz do personagem mais famoso de Poe, um certo pássaro de asas escuras como a noite. E por falar nele, Edgar Allan Poe: Medo Clássico apresenta “O Corvo” na sua versão original, em inglês, além de reunir suas mais importantes traduções para o português: a de Machado de Assis (1883) e a de Fernando Pessoa (1924).
Uma obra tão completa que não poderia se limitar a um só volume. A DarkSide® Books já começa a organizar Edgar Allan Poe: Medo Clássico, volume 2. Além de Poe, Mary Shelley, Bram Stoker e Lovecraft também farão parte da coleção Medo Clássico, sempre com ilustradores convidados e tradutores que respiram e conhecem profundamente as obras originais.
Nunca mais houve um autor como Poe. Nunca mais haverá uma edição como esta.

Quotes que Inspiram #1 - A Fúria e a Aurora

8 de fevereiro de 2017


Estreando a coluna nova no blog, que vai trazer algumas citações marcantes e memoráveis das nossas tão queridas leituras, e aproveitando a #semanaespecial do livro A Fúria e a Aurora, separei algumas frases maravilindas do livro pra atiçar ainda mais a curiosidade de vocês!
Vamo conferir?


"Viverei para ver o pôr do sol de amanhã. Não se deixe enganar. Juro que viverei para ver tantos pores do sol quanto for necessário.
E eu o matarei.
Com as minhas próprias mãos.
"
- Pág. 20
"... não importa quantas mulheres perfeitas o senhor ponha no meu caminho, só existe uma Sherazade."
- Pág. 27
"- Talvez tenha sido a vontade de se casar com o rei. Ou a esperança vã de ser aquela que sobreviverá à maldição e ganhará o coração de um monstro."
- Pág. 31
"- A vida de todos está condenada, sayyidi. É apenas uma questão de tempo. E eu gostaria de viver mais um dia."
- Pág. 43
"Mas foi naquele verão, no deserto, manejando um arco e flecha improvisado, que ela se apaixonou por Tariq Imran al-Ziyad. Por sua candura reconfortante e seu humor afiado. Por seu charmoso e lindo sorriso maquiavélico. É verdade que não era mais do que um olhar de admiração na época, mas era dessa lembrança preciosa que ela tirava forças sempre que sentia que a escuridão estava prestes a dominá-la.
Pois o deslumbramento de um primeiro amor jamais é suplantado,
Ela fechou os olhos."
- Pág. 62
"- Acho que um rei que espera ser amado por seus súditos não devia executar suas filhas ao amanhecer."
- Pág. 67
"- Nunca foi uma questão de quem vai permitir que eu me comporte de determinada maneira; sempre foi uma questão de quem vai me impedir."
- Pág. 93
"... Quando você encontra aquele que a faz sorrir como nunca sorriu antes, chorar como nunca chorou antes... não há nada a fazer senão se render."
- Pág. 184
" Sei que o amor é frágil. E amar alguém como você é quase impossível. Como segurar algo quebrado através de uma furiosa tempestade de areia."
- Pág. 193
"Saiba que arriscaria minha triste vida por amor. Mas e a vida do meu povo e daqueles que cavalgam sob meu nome? Não posso arriscar esse tesouro."
- Pág. 259

Sway - Kat Spears

Título: Sway
Autora: Kat Spears
Editora: Globo Alt
Gênero: Young Adult
Ano: 2016
Páginas: 256
Nota:★★★★☆
Sinopse: Sway é o apelido de Jesse Alderman, por causa de seu talento para conseguir qualquer coisa para qualquer pessoa, como providenciar trabalhos escolares, fazer com que pessoas sejam expulsas da escola, arrumar cerveja para as festas, entre outras coisas, legais ou ilegais... É sabendo dessa fama que Ken Foster, o capitão do time de futebol da escola, pede a ele um trabalho controverso: Ken quer que Bridget Smalley saia com ele. Com seu humor ácido e seu jeito politicamente incorreto de ver a vida, Sway terá que encarar o trabalho mais difícil que já teve: sufocar todos os sentimentos que Bridget desperta nele, a única menina verdadeiramente boa que ele conheceu em toda a sua vida.

Resenha: Jesse Alderman, mais conhecido como "Sway", é um adolescente no último ano do ensino médio. Ele é o tipo de cara que consegue qualquer coisa, pra qualquer um, dentro ou fora do colégio, desde que paguem o preço necessário por isso. Assim, Sway construiu uma certa fama e sempre está rodeado por pessoas precisando de seus serviços, ou chamando sua atenção de alguma forma.
Sabendo o quanto Sway facilita a vida dos outros, Ken Foster, o capitão do time de futebol da escola, o procura para um serviço diferente: ele quer que Sway saia com Bridget Smalley, a garota que ele está de olho, a fim de conseguir informações sobre ela. Aparentemente seria algo simples de se fazer, mas quando Bridget, com seu jeitinho gentil e doce, desperta sentimentos no coração insensível de Jesse, ele se pega num dilema onde não sabe se cumpre o que foi pago para fazer, ou se deixa levar pelas novas emoções, afinal, como abrir mão da coisa mais especial que já lhe aconteceu?

Não é muito comum que livros para jovens adultos tragam um protagonista do sexo masculino e que faz o tipo bad boy, e por mais que a premissa dê a entender que haverá um belo romance entre um casal improvável, a autora conseguiu ir além e construiu uma história que é bem mais do que isso.

Narrado em primeira pessoa, a história se desenrola num ritmo constante, mostrando as mudanças na vida de um garoto que cresceu numa família desestruturada e disfuncional - o que, obviamente, colaborou para moldar sua personalidade difícil -, que fez escolhas erradas e se tornou um tipo de anti-herói, preferindo seguir pelo caminho mais fácil e sem pensar nas consequências ao seguir um lema que diz que as coisas só são boas ou ruins dependendo de sua finalidade. Temos a visão do protagonista, ficamos por dentro dos seus pensamentos, por mais absurdos que sejam, e da forma como ele leva seu "negócio", e isso, inicialmente, dificulta para termos alguma simpatia por ele, já que o sujeito é indiferente a sentimentos alheios e só pensa em si. Jesse/Sway é muito sarcástico e engenhoso, e usa isso ao seu favor, mesmo que muitas vezes manipule ou prejudique os outros. Ele não se importa com o que os outros pensam ou sentem e sua visão sobre o mundo é carregada de um cinismo sem tamanho. Jesse usa várias estratégias para conseguir o que quer, dando a ilusão de que está ajudando, mas se esquecendo de que existe a lei do retorno, o que o torna cômico se sua situaçao não fosse trágica, o que dá um toque de humor negro à trama.
O relacionamento de Jesse com Bridget existe, claro, mas não tem tanto espaço quanto parece. O foco maior fica sobre mostrar um cara inconsequente, egoísta e de caráter duvidoso confrontando seus demônios e tomando atitudes em prol de uma mudança interior, e assim, o papel de Bridget é, principalmente, estar alí para causar uma influência positiva na vida dele, o tornando uma pessoa melhor e mostrando que é possível extrair algo de bom em quem parece ter sucumbido à escuridão.

A forma como a autora abordou a rotina de Jesse é crua e até dolorosa, mostrando com bastante realidade como é perigoso se envolver com coisas ilícitas para ganhar dinheiro, assim como as consequências desses atos, mas necessária para evidenciar esse tipo de vida que ele escolheu levar. Jesse é um personagem peculiar, que desperta as melhores e as piores reações nos leitores por ser tão inconstante, e talvez isso já seja o suficiente para tornar a história interessante e envolvente, mesmo que não concordemos com as situações.
Os demais personagens enriquecem o enredo e não aparecem por acaso. Eles contribuem no drama, no humor, nas reviravoltas e no próprio amadurecimento de Jesse. De longe o personagem secundário que mais me apaguei foi ao irmão de Bridget, Pete, até mesmo pelo espaço que ele ganha na história que supera o da irmã. Ele tem alguns problemas decorrentes de uma paralisia cerebral mas isso não o torna incapaz, muito pelo contrário. Jesse inclusive não o trata de forma diferenciada por causa de sua deficiência, o que também é importante para o garoto.
No mais, Sway é um livro que, basicamente, aborda a questão da segunda chance, do recomeço e das mudanças positivas, desde que haja disposição para mudar e coragem para enfrentar as consequências pelo que foi feito.

A Cidade dos Espelhos - Justin Cronin

7 de fevereiro de 2017

Título: A Cidade dos Espelhos - A Passagem #3
Autor: Justin Cronin
Editora: Arqueiro
Gênero: Ficção científica
Ano: 2016
Páginas: 688
Nota:★★★★☆
Onde Comprar: Saraiva | Submarino | Americanas
Sinopse:Num futuro em que todas as regras foram mudadas, é hora de cada um encontrar o próprio destino.
Ano 100 D.V.: após a destruição dos Doze e de seus Muitos, nenhum viral foi visto nos últimos três anos. As fortalezas que protegiam os últimos humanos dos infectados começam a parecer desnecessárias.
Na República do Texas, as vigílias constantes já não encontram inimigos e o controle de natalidade se mostra um contrassenso quando há todo um continente vazio à espera de ser repovoado.
Com novas demandas do povo surgindo a cada dia, o presidente Peter Jaxon decide levar adiante a ideia de abrir os portões da cidade fortificada e dar início à reconstrução do que um dia foi um país de milhões de habitantes.
Mas a atmosfera de calmaria é apenas parte de um plano maligno. Fanning, o Zero, aquele que deu início ao caos, esteve pacientemente aguardando em sua eternidade pelo momento em que as vítimas finais baixariam a guarda. Seu exército está pronto e, em suas fileiras, as armas são garras e presas e a motivação é a sede de sangue.
Para fechar essa tão esperada trilogia, Justin Cronin construiu um conto de sobrevivência e fé, em que os limites entre o bem e mal são postos à prova e um questionamento inquietante permeia cada página: o que nos torna humanos, afinal?

Resenha: O número é 100. Muitas décadas se passaram desde o início da destruição que se iniciou em A Passagem. Depois da morte dos Doze, os virais desapareceram e uma estranha sensação de paz tomou os sobreviventes. As pessoas vivem suas vidas, têm filhos, criam animais e se acostumaram com a calmaria e a reconstrução da raça humana. Entretanto, Fanning, o Zero, esteve o tempo todo preparando seu exército para o ataque. Em A Cidade dos Espelhos, Cronin mais uma vez conta a história com maestria e prova que a saga de Amy é digna de todos os aplausos do início ao fim.

Neste terceiro volume da trilogia a história se inicia com o tempo em que Peter Jackson e os sobreviventes estão retomando a normalidade da vida. Mas não é a isso que a trama se atrela no começo, e sim ao que aconteceu com Fanning. Diferente do que ocorre nos volumes antecessores, aqui temos uma narração feita em primeira pessoa pelo Zero. Ter a voz do personagem é interessante, e dessa maneira o objetivo de tudo que há na mente dele é desvendado. À primeira vista a trajetória dele parece um pouco enfadonha e inconclusiva, mas faz todo o sentido no final. Isso toma certa parte do livro, mas se mostra necessária e foi indispensável para a conclusão da trilogia.

Acabada a parte que trata a vida de Fanning, o autor retorna aos acontecimentos do ano 100 D.V e a aventura vai ganhando mais forma. Utilizando a mesma fórmula de suspense, os virais estão a espreita e os personagens seguem seus rumos e tentam recriar suas vidas. O que mais enriqueceu a trilogia A Passagem é, além do ótimo enredo que envolve "vampiros", os componentes dessa saga por sobrevivência. Entre acontecimentos explosivos e a expectativa sobre o ataque dos dracs, Sara, Peter, Michael, Hollis e os outros, continuam lutando e tendo suas personalidades e atitudes acrescentando mais e mais ao enredo. Em cada parte do livro algum dos protagonistas tem um foco e é bom ter os sentimentos individuais deles aprofundados, o que não havia acontecido ainda. Sara, que agora está mais velha e é médica, protagoniza uma das cenas mais marcantes e cheia de emoção.

Uma história como a desta trilogia é um prato cheio para imaginação. Justin utilizou de uma narrativa muito detalhada e conseguiu dar muita vivacidade a tudo. Para acrescentar mais ainda a isso, o livro conta com uma série de fotos que mostram os cenários em que os personagens viveram. A aparência dos virais, que foram descritos como seres de grandes garras, rostos magros e longos com dentes pontiagudos, são exibidos em imagens e é interessante ver quão bem feito foi o trabalho gráfico.

Em Os Doze e A Passagem a ação encontrada foi mais empolgante. A grande expectativa de é ver como Fanning tentará acabar com todos utilizando seus virais. O que acontece, na realidade, é aquém do que ele escreveu nos volumes antecessores. Faltou um pouquinho mais de ação, já que as cenas em ela ocorre são tão rápidas que fica a vontade de ver mais daquilo.

A Cidade dos Espelhos fecha muito bem a trilogia, mas não é o melhor dos três livros. Isso, entretanto, não significa que a história se perdeu ou algo do tipo. É fato que o autor soube o que estava escrevendo e o final da trama foi satisfatório. Num epílogo, que salta cerca de 1000 anos após o vírus, a realidade apresentada não condiz muito com o que se era esperado e o autor caiu um pouco no clichê. Entretanto, é graças a este final que a trilogia A Passagem se encerra com uma clara mensagem: o amor tanto constrói quanto destrói.

O Gene - A.G. Riddle

6 de fevereiro de 2017

Título: O Gene - Atlântida #1
Autor: A.G. Riddle
Editora: Globo Alt
Gênero: Sci-Fi/Ação
Ano: 2016
Páginas: 568
Nota:★★★★☆
Sinopse: Em uma expedição na costa da Antártida, pesquisadores encontram uma misteriosa estrutura enterrada em um iceberg. A milhares de quilômetros dali, na Indonésia, a Dra. Kate Warner pesquisa a cura para o autismo em crianças através de experiências genéticas. Quando essas crianças são sequestradas, um agente de segurança altamente habilitado acredita ter encontrado uma ligação entre esses dois fatos e busca desvendar uma conspiração global que ameaça toda a humanidade.

Resenha: O Gene é o primeiro volume da trilogia Atlândida escrita pelo autor A.G. Riddle e publicado pelo selo Globo Alt.

A história começa com uma expedição na costa da Antárdida onde uma misteriosa estrutura é encontrada sob um iceberg por alguns pesquisadores.
A milhares de quilômetros dalí, em Jacarta, na Indonésia, a geneticista Kate Warner está trabalhando incansavelmente num projeto envolvendo experiências genéticas em busca da cura para o autismo, mas ela acaba descobrindo algo tão grande que seria perigoso caso fosse revelado. Por mais que sua descoberta fosse um grande passo para o próximo estágio da evoluçao genética, ela também pode ser o motivo da extinção da maior parte da humanidade. Devido a isso, Kate é levada à organização Imari International e lá conhece David Vale, um agente da Clocktower que combate o terrorismo mas que é suspeita de ter ligações com aqueles a quem ele deve combater, principalmente quando duas crianças são sequestradas e tudo leva a crer que a Imari está envolvida. Assim, os dois se unem e partem numa jornada frenética em busca de respostas.

A história se inicia de forma um pouco confusa, apresentando alguns fatos desconexos e aparentemente sem muito sentido, o que é comum para o gênero. A narrativa é feita em terceira pessoa e a trama vai se desenrolando gradualmente e de forma bem fluida, abordando fatos - a maioria relacionados a História e a Ciência -, e apresentando personagens que, inicialmente, parecem não possuir conexão, mas que acabam fazendo parte de uma enorme e complexa teia de conspirações globais que possuem um ar de realismo tão grande que parece ir além da ficção. Inclusive a escrita do autor faz com que as cenas sejam visualizadas como se estivéssemos assistindo um filme.
Embora a história seja complexa e com um alto nível de informações que requerem bastante atenção, não há dificuldade no entendimento, e o ritmo constante dos acontecimentos colaboram para uma leitura rápida, fazendo com que suas quase 600 páginas, que podem assustar de início, passem voando.
Há muitos momentos de tensão que nos tiram o fôlego, os diálogos são inteligentes, os personagens para se amar e odiar estão alí e são bem construídos, e o dinamismo da trama fazem da história algo impossível de se largar.
Como todo bom enredo que envolve ação, aqui o leitor se depara com protagonistas que, embora ainda não tenham plena ciência da gravidade do que está acontecendo e pareçam estar perdidos até certo ponto, eles estão em busca de respostas e acabam se metendo em situações muito perigosas dignas de produções de Hollywood (e sim, os direitos do livro já foram adquiridos para uma adaptação cinematográfica).

Pra quem é fã de Dan Brown (Ponto de Impacto é a obra mais parecida) ou curte livros de ficção científica com aquela pegada de ação, mistério e suspense, e que convidam o leitor a descobrir as respostas para as questões levantadas junto com os personagens, O Gene é leitura que surpreende e é mais do que recomendada.
Ansiosa pelo próximo volume, A Praga.