Resumo do Mês - Fevereiro
1 de março de 2017
Apesar de ainda não ter conseguido tapar os buracos de Dezembro, até que esse mês foi produtivo e dei conta de deixar o blog atualizado. Claro que se não fosse pela mega ajuda do Lucas não seria a mesma coisa, então só tenho que agradecer a ele por tudo ♥
Bora ver o que teve no blog esse mês?
♥ Resenhas
- A Passagem - Justin Cronin
- Os Doze - Justin Cronin
- A Cidade dos Espelhos - Justin Cronin
- O Garoto dos Meus Sonhos - Lucy Keating
- O Perfume da Folha de Chá - Dinah Jefferies
- Arma de Vingança - Danilo Barbosa
- Pode Beijar a Noiva - Patricia Cabot
- Irmãs em Auschwitz - Rena Kornreich Gelissen e Heather Dune Macadam
- Hyperbole and a Half - Allie Brosh
- Sob Um Milhão de Estrelas - Chris Melo
- Crave a Marca - Veronica Roth
- Atlântida - O Gene - A.G. Riddle
- Sway - Kat Spears
♥ Na Telinha
- A Noiva Cadáver
♥ Top 10
- Dez Motivos para Ler A Fúria e a Aurora
♥ Quotes que Inspiram
- A Fúria e a Autora
♥ Sorteio ativo
- Aniversários dos blogs Estante Vertical e lê Lendo Lido (até 02/03)
Caixa de Correio #60 - Fevereiro
28 de fevereiro de 2017
Útimo dia do mês é dia de mostrar o que o correio trouxe!
Aproveitei uma promoção diva na Livraria da Folha e comprei alguns livros que estavam na minha lista de desejados já fazia séculos, mas que nunca comprava por causa do preço super salgado que não abaixava nunca. Mas quando vi os benditos por mais ou menos 8,00 reais não pude deixar passar.
Bora dar uma espiada?
Aproveitei uma promoção diva na Livraria da Folha e comprei alguns livros que estavam na minha lista de desejados já fazia séculos, mas que nunca comprava por causa do preço super salgado que não abaixava nunca. Mas quando vi os benditos por mais ou menos 8,00 reais não pude deixar passar.
Bora dar uma espiada?
Crave a Marca - Veronica Roth
23 de fevereiro de 2017
Título: Crave a Marca - Crave a Marca #1
Autora: Veronica Roth
Editora: Jovens Leirores/Rocco
Gênero: Fantasia/YA/Sci-Fi
Ano: 2017
Páginas: 480
Nota:★★★★☆
Onde Comprar: Saraiva | Submarino | Americanas
Resenha: Crave a Marca é o primeiro volume da série homônima escrita pela autora Veronica Roth (da trilogia Divergente), publicado no Brasil pela Editora Rocco.
O enredo se passa no espaço, em meio a uma galáxia cercada pelo fluxo da Corrente. A corrente é uma energia que interliga todos os seres existentes, dando inclusive dons especiais às pessoas de acordo com suas personalidades e originando profecias inevitáveis, chamadas de Fortunas. O planeta principal é Thuve, o planeta do gelo, e ele é dividido em duas nações que estão em guerra: os Shotet e os Thuvesitas.
Os thuvesitas residem em Thuve desde os primórdios e são habitantes pacíficos, mas agora enfrentam os shotet que são hostis e decidiram fazer do planeta sua moradia depois de várias explorações e querem ser reconhecidos como uma nação.
Akos Kereseth é um thuvesita, filho de um oráculo que prevê o futuro, e devido a uma profecia, ele e o irmão, Eijeh, acabam sendo sequestrados e obrigados viverem entre seus rivais a mando de Rizek, governante de Shotet e irmão de Cyra, e isso já é motivo suficiente para que o ódio sempre esteja entre eles.
Cyra Noavek é uma shotet. Ela descende de uma família rica e poderosa e seu pai é o imperador. A corrente se manifestou nela dando-lhe o dom de sentir e causar dor em quem tocar, e ela é temida pelo povo já que seu irmão tirano não hesita em usá-la como arma de tortura quando lhe convém.
Embora a sociedade esteja dividida em todos os sentidos, o destino se encarregou de cruzar os caminhos dos dois jovens quando Akos é obrigado a servir os Noavek. Mesmo em lados opostos, eles começam a se conhecer melhor e descobrem que têm muito em comum. Assim, ambos irão formar uma aliança improvável a fim de não só superarem suas diferenças, mas lutarem pela liberdade da nação, mesmo que suas escolhas possam ser interpretadas como traição contra seus povos.
E essa união pode ser a salvação ou a ruína da galáxia...
O resumo que fiz do enredo parece simplificar bastante o conteúdo, mas pra chegar nesse entendimento foi bastante difícil... E já explico o motivo...
Enquanto alguns conseguiram enxergar semelhanças com Star Wars, talvez devido à corrente (que seria algo próximo da Força que rege o universo), eu só conseguia lembrar do filme Avatar e a forte ligação que os Na'vi, aquele povo azul de três metros de altura, tem com a mãe natureza, porém com o diferencial de que, em Crave a Marca, além de ter outros elementos presentes na trama, os nomes dos personagens e os demais termos são muito mais estrambólicos e difíceis de serem pronunciados. Mesmo que ao final do livro exista um guia de pronúncia e um glossário muito úteis, é um suplício interromper a leitura a cada palavra estranha que encontramos para ir consultá-la a fim de saber do que se trata ou como se fala. Isso dificultou um pouco a fluidez da leitura pois a impressão que tive é que não soaram naturais a ponto de eu não conseguir associar a quem ou o quê o tal nome pertencia, e isso foi um problema pra eu conseguir absorver a história da forma como eu esperava, por mais que ela seja muito boa no geral. E unindo isso a complexidade da sociedade a qual somos jogados a sensação é de que estamos perdidos e sem rumo. Também penso que a mesma história poderia ter sido contada utilizando de uma outra ambientação, talvez até outra época, sem que isso fizesse alguma diferença, principalmente no que diz respeito a alguns detalhes que parecem estar alí só pra enfiar mais informações no leitor e deixá-lo ainda mais saturado e confuso.
Levando esses pontos em consideração, posso dizer que o começo da história é tedioso e arrastado devido a essa enorme quantidade de informações complexas que nos são dadas sem a menor preocupação em explicar direito o que são ou o real motivo de estarem alí, e talvez isso tenha sido um fator que tenha feito alguns leitores perderem a paciência e abandonarem o livro, e até não terem curtido, mas, pelo menos no meu caso, percebi que a leitura foi ganhando uma guinada e realmente tive curiosidade para insistir e descobrir o que viria a seguir pois as coisas foram, sim, ficando um pouco mais interessantes.
Os capítulos se alternam entre os protagonistas e isso acaba tornando o enredo bem mais dinâmico do que parece. Enquanto a narrativa é feita em primeira pessoa nos capítulos destinados a Cyra, os de Akos são em terceira pessoa, mas, ainda assim, a visão que o leitor tem acerca dos acontecimentos e sobre o que se passa com ambos é bastante ampla.
Eu gostei da construção dos protagonistas. Cyra é uma personagem complexa e até dificil de ser decifrada e pode não conquistar logo de cara apesar de se tornar um grande modelo de empoderamento feminino ao longo de sua jornada. Seu poder, muito perigoso por sinal, é algo que já deixa o leitor com a pulga atrás da orelha por imaginar que dalí nada de bom poderia sair, mas de forma geral, ela não deixa totalmente a desejar. Imagine o quão difícil deve ser possuir o dom da dor? Tanto de sentí-la constantemente quanto proporcionar isso aos outros, mesmo que eles pudessem morrer, com um simples toque?
Akos é um jovem bondoso, altruísta e procura enxergar o melhor nas pessoas, por mais que sofra com a guerra. O poder dele é essencial, pois seu dom é capaz de anular os outros poderes, e consequentemente sua presença na vida de Cyra se tornou um alívio pra ela.
Ambos são autênticos, dinâmicos e precisavam lidar com os próprios conflitos pessoais para que pudessem crescer. O ódio que eles tinham um pelo outro no início se transforma em amizade devido a situaçao em que se encontram, e com o passar do tempo eles começam a enxegar além do que inicialmente julgavam. Há um equilíbrio no relacionamento que eles passam a cultivar de forma que eles se completam e se beneficiam de forma recíproca, o que foi bastante compreensível e até importante para o desenrolar dos fatos.
Os personagens secudários também são muito bem explorados e a história é impulsionada devido a relação de todos eles.
A simplicidade da capa, que ao mesmo tempo é bastante sugestiva com a questão da marca, me agradou bastante. A diagramação é simples, os capítulos são numerados seguidos do nome do personagem, as páginas amarelas e não encontrei erros na revisão. No início podemos conferir um mapa a fim de ficarmos por dentro da localização de cada planeta que pertence a galáxia criada pela autora.
Enfim, senti que faltaram explicações pra vários pontos, informações sobre outros, mas assim como qualquer outro livro de série cuja história seja complexa e tenha elementos de peso, o primeiro volume serve mais como uma introdução do que está por vir, então o que me resta é aguardar ansiosa pela continuação e torcer para que o que vem a seguir seja mais claro e completo para fluir melhor. De qualquer forma, eu gostei da história e recomendo.
Autora: Veronica Roth
Editora: Jovens Leirores/Rocco
Gênero: Fantasia/YA/Sci-Fi
Ano: 2017
Páginas: 480
Nota:★★★★☆
Onde Comprar: Saraiva | Submarino | Americanas
Sinopse: Num planeta em guerra, numa galáxia em que quase todos os seres estão conectados por uma energia misteriosa chamada "a corrente" e cada pessoa possui um dom que lhe confere poderes e limitações, Cyra Noavek e Akos Kereseth são dois jovens de origens distintas cujos destinos se cruzam de forma decisiva. Obrigados a lidar com o ódio entre suas nações, seus preconceitos e visões de mundo, eles podem ser a salvação ou a ruína não só um do outro, mas de toda uma galáxia. Primeiro de uma série de fantasia e ficção científica, Crave a marca é aguardado novo livro da autora da série Divergente, Veronica Roth, que terá lançamento simultâneo em mais de 30 países em 17 de janeiro, e surpreenderá não só os fãs da escritora, mas também de clássicos sci-fi como Star Wars.
Resenha: Crave a Marca é o primeiro volume da série homônima escrita pela autora Veronica Roth (da trilogia Divergente), publicado no Brasil pela Editora Rocco.
O enredo se passa no espaço, em meio a uma galáxia cercada pelo fluxo da Corrente. A corrente é uma energia que interliga todos os seres existentes, dando inclusive dons especiais às pessoas de acordo com suas personalidades e originando profecias inevitáveis, chamadas de Fortunas. O planeta principal é Thuve, o planeta do gelo, e ele é dividido em duas nações que estão em guerra: os Shotet e os Thuvesitas.
Os thuvesitas residem em Thuve desde os primórdios e são habitantes pacíficos, mas agora enfrentam os shotet que são hostis e decidiram fazer do planeta sua moradia depois de várias explorações e querem ser reconhecidos como uma nação.
Akos Kereseth é um thuvesita, filho de um oráculo que prevê o futuro, e devido a uma profecia, ele e o irmão, Eijeh, acabam sendo sequestrados e obrigados viverem entre seus rivais a mando de Rizek, governante de Shotet e irmão de Cyra, e isso já é motivo suficiente para que o ódio sempre esteja entre eles.
Cyra Noavek é uma shotet. Ela descende de uma família rica e poderosa e seu pai é o imperador. A corrente se manifestou nela dando-lhe o dom de sentir e causar dor em quem tocar, e ela é temida pelo povo já que seu irmão tirano não hesita em usá-la como arma de tortura quando lhe convém.
Embora a sociedade esteja dividida em todos os sentidos, o destino se encarregou de cruzar os caminhos dos dois jovens quando Akos é obrigado a servir os Noavek. Mesmo em lados opostos, eles começam a se conhecer melhor e descobrem que têm muito em comum. Assim, ambos irão formar uma aliança improvável a fim de não só superarem suas diferenças, mas lutarem pela liberdade da nação, mesmo que suas escolhas possam ser interpretadas como traição contra seus povos.
E essa união pode ser a salvação ou a ruína da galáxia...
O resumo que fiz do enredo parece simplificar bastante o conteúdo, mas pra chegar nesse entendimento foi bastante difícil... E já explico o motivo...
Enquanto alguns conseguiram enxergar semelhanças com Star Wars, talvez devido à corrente (que seria algo próximo da Força que rege o universo), eu só conseguia lembrar do filme Avatar e a forte ligação que os Na'vi, aquele povo azul de três metros de altura, tem com a mãe natureza, porém com o diferencial de que, em Crave a Marca, além de ter outros elementos presentes na trama, os nomes dos personagens e os demais termos são muito mais estrambólicos e difíceis de serem pronunciados. Mesmo que ao final do livro exista um guia de pronúncia e um glossário muito úteis, é um suplício interromper a leitura a cada palavra estranha que encontramos para ir consultá-la a fim de saber do que se trata ou como se fala. Isso dificultou um pouco a fluidez da leitura pois a impressão que tive é que não soaram naturais a ponto de eu não conseguir associar a quem ou o quê o tal nome pertencia, e isso foi um problema pra eu conseguir absorver a história da forma como eu esperava, por mais que ela seja muito boa no geral. E unindo isso a complexidade da sociedade a qual somos jogados a sensação é de que estamos perdidos e sem rumo. Também penso que a mesma história poderia ter sido contada utilizando de uma outra ambientação, talvez até outra época, sem que isso fizesse alguma diferença, principalmente no que diz respeito a alguns detalhes que parecem estar alí só pra enfiar mais informações no leitor e deixá-lo ainda mais saturado e confuso.
Levando esses pontos em consideração, posso dizer que o começo da história é tedioso e arrastado devido a essa enorme quantidade de informações complexas que nos são dadas sem a menor preocupação em explicar direito o que são ou o real motivo de estarem alí, e talvez isso tenha sido um fator que tenha feito alguns leitores perderem a paciência e abandonarem o livro, e até não terem curtido, mas, pelo menos no meu caso, percebi que a leitura foi ganhando uma guinada e realmente tive curiosidade para insistir e descobrir o que viria a seguir pois as coisas foram, sim, ficando um pouco mais interessantes.
Os capítulos se alternam entre os protagonistas e isso acaba tornando o enredo bem mais dinâmico do que parece. Enquanto a narrativa é feita em primeira pessoa nos capítulos destinados a Cyra, os de Akos são em terceira pessoa, mas, ainda assim, a visão que o leitor tem acerca dos acontecimentos e sobre o que se passa com ambos é bastante ampla.
Eu gostei da construção dos protagonistas. Cyra é uma personagem complexa e até dificil de ser decifrada e pode não conquistar logo de cara apesar de se tornar um grande modelo de empoderamento feminino ao longo de sua jornada. Seu poder, muito perigoso por sinal, é algo que já deixa o leitor com a pulga atrás da orelha por imaginar que dalí nada de bom poderia sair, mas de forma geral, ela não deixa totalmente a desejar. Imagine o quão difícil deve ser possuir o dom da dor? Tanto de sentí-la constantemente quanto proporcionar isso aos outros, mesmo que eles pudessem morrer, com um simples toque?
Akos é um jovem bondoso, altruísta e procura enxergar o melhor nas pessoas, por mais que sofra com a guerra. O poder dele é essencial, pois seu dom é capaz de anular os outros poderes, e consequentemente sua presença na vida de Cyra se tornou um alívio pra ela.
Ambos são autênticos, dinâmicos e precisavam lidar com os próprios conflitos pessoais para que pudessem crescer. O ódio que eles tinham um pelo outro no início se transforma em amizade devido a situaçao em que se encontram, e com o passar do tempo eles começam a enxegar além do que inicialmente julgavam. Há um equilíbrio no relacionamento que eles passam a cultivar de forma que eles se completam e se beneficiam de forma recíproca, o que foi bastante compreensível e até importante para o desenrolar dos fatos.
Os personagens secudários também são muito bem explorados e a história é impulsionada devido a relação de todos eles.
A simplicidade da capa, que ao mesmo tempo é bastante sugestiva com a questão da marca, me agradou bastante. A diagramação é simples, os capítulos são numerados seguidos do nome do personagem, as páginas amarelas e não encontrei erros na revisão. No início podemos conferir um mapa a fim de ficarmos por dentro da localização de cada planeta que pertence a galáxia criada pela autora.
Enfim, senti que faltaram explicações pra vários pontos, informações sobre outros, mas assim como qualquer outro livro de série cuja história seja complexa e tenha elementos de peso, o primeiro volume serve mais como uma introdução do que está por vir, então o que me resta é aguardar ansiosa pela continuação e torcer para que o que vem a seguir seja mais claro e completo para fluir melhor. De qualquer forma, eu gostei da história e recomendo.
Tags:
Crave a Marca,
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Jovens Leitores,
Resenha,
Rocco,
Sci-fi,
Veronica Roth,
YA
Sob Um Milhão de Estrelas - Chris Melo
22 de fevereiro de 2017
Título: Sob Um Milhão de Estrelas
Autora: Chris Melo
Editora: Fábrica 231/Rocco
Gênero: Romance/Drama/Literatura Nacional
Ano: 2016
Páginas: 320
Nota:★★★★☆
Onde Comprar: Saraiva | Submarino | Americanas
Alma é uma jovem médica que se encontra numa situação muito delicada após um incidente no hospital em que trabalha. Praticamente inconsolável, ela ainda precisa sair da cidade grande e viajar rumo a cidadezinha de Serra de Santa Cecília, interior de São Paulo, para lidar com um inventário e a herança deixada por sua avó.
O que Alma não sabia era que na simplicidade daquela vidinha no interior, ela iria descobrir coisas que lhe foram escondidas a vida toda sobre o passado de seus pais, além de envolver com a cidade e seus moradores de forma tão intensa, e com Cadu, o vizinho da casa que herdou da avó.
Cadu é professor universitário e ainda carrega mágoas por não ter superado por completo seu último relacionamento, tanto que abandonou sua vida no Rio de Janeiro pra viver no interior, e sendo vizinho da falecida, ficou encarregado de cuidar da casa até que Alma chegasse. E quando ela aparece, claro, as coisas começam a mudar.
A história desses dois se cruza de forma intrigante, singela e bonita, e logo é feita a descoberta de um sentimento que seria responsável por ajudá-los a superar um passado conturbado, mas ainda muio presente em suas vidas.
Narrado em primeira pessoa com pontos de vistas alternados entre Alma e Cadu, a autora desenvolve com muita fluidez uma história doce e leve mostrando as particularidades dos personagens e resgatando bons momentos que promovem uma enorme nostalgia com relação a detalhes de coisas passadas e interioranas, e sentimentos verdadeiros e realistas.
A combinação de assuntos abordados fluiu muito bem, dando um toque natural aos acontecimentos que se desenvolvem gradualmente, fazendo com que os acontecimentos presentes preencham as lacunas das escolhas feitas no passado. Os relacionamentos, tanto o familiar quanto o amoroso, também se desenvolvem aos poucos, sem precipitações e sem que soem forçados. É possível perceber que os personagens, apesar de terem suas diferenças, são bem resolvidos, maduros e que valorizam o amor por compreenderem que é um sentimento que ultrapassa as barreiras, desde que seja verdadeiro.
O que mais me surpreendeu foi a total ausência daquele amor instantâneo e impossível, à primeira vista e cheio de fogo. O interesse entre os protagonistas surge aos poucos, com sutileza, dando um passo decada vez, pois eles ainda estão marcados de forma negativa pelas experiências que tiveram e não se jogam sem pensar para o primeiro que passa como se isso fosse a solução pra todos os problemas. É a rotina do dia-a-dia que os aproxima e é exatamente isso que torna a trama plausível, torna o romance intenso e convence o leitor de que é real. O foco maior fica na forma como eles superam o que os aflige, como encontram apoio um no outro, e como isso faz tudo dar certo.
A capa é uma graça, cheia de pontinhos simulando estrelas com aplicação de verniz. A diagramação é muito bem feita, com estrelas a cada início de capítulo, cujos títulos são citações de Mario Quintana bastante reflexivas e que combinam bem com a história.
Sob Um Milhão de Estrelas é delicado e cheio de encanto, e consegue retratar bem a forma como um casal é capaz de enfrentar os problemas e as adversidades da vida, desde que estejam juntos e preparados para caminhar na mesma direção.
Autora: Chris Melo
Editora: Fábrica 231/Rocco
Gênero: Romance/Drama/Literatura Nacional
Ano: 2016
Páginas: 320
Nota:★★★★☆
Onde Comprar: Saraiva | Submarino | Americanas
Sinopse: Alma Abreu está prestes a lidar com um inventário e uma série de histórias de um passado tumultuado que pertence mais aos seus pais do que a ela mesma. Mas este parece o menor de seus problemas no momento. Passar alguns dias na pacata Serra de Santa Cecília veio bem a calhar para a jovem médica, após um incidente no hospital que a deixou sem chão. Ela só não esperava se envolver tanto com a pequena cidade – e com o prestativo vizinho da charmosa casa que sua avó lhe deixou, além de um animado grupo de amigas, filhas das melhores amigas de sua mãe –, a ponto de pensar em deixar sua vida em São Paulo para trás. Será que a vontade de ficar é apenas medo de enfrentar seus problemas? Mas como voltar à velha rotina depois de tudo o que descobriu e viveu em Serra? Em seu segundo romance pela coleçãoResenha: Sob Um Milhão de Estrelas é o mais novo romance escrito pela autora nacional Chris Melo, publicado pelo selo Fábrica 231 da Editora Rocco.
Alma é uma jovem médica que se encontra numa situação muito delicada após um incidente no hospital em que trabalha. Praticamente inconsolável, ela ainda precisa sair da cidade grande e viajar rumo a cidadezinha de Serra de Santa Cecília, interior de São Paulo, para lidar com um inventário e a herança deixada por sua avó.
O que Alma não sabia era que na simplicidade daquela vidinha no interior, ela iria descobrir coisas que lhe foram escondidas a vida toda sobre o passado de seus pais, além de envolver com a cidade e seus moradores de forma tão intensa, e com Cadu, o vizinho da casa que herdou da avó.
Cadu é professor universitário e ainda carrega mágoas por não ter superado por completo seu último relacionamento, tanto que abandonou sua vida no Rio de Janeiro pra viver no interior, e sendo vizinho da falecida, ficou encarregado de cuidar da casa até que Alma chegasse. E quando ela aparece, claro, as coisas começam a mudar.
A história desses dois se cruza de forma intrigante, singela e bonita, e logo é feita a descoberta de um sentimento que seria responsável por ajudá-los a superar um passado conturbado, mas ainda muio presente em suas vidas.
Narrado em primeira pessoa com pontos de vistas alternados entre Alma e Cadu, a autora desenvolve com muita fluidez uma história doce e leve mostrando as particularidades dos personagens e resgatando bons momentos que promovem uma enorme nostalgia com relação a detalhes de coisas passadas e interioranas, e sentimentos verdadeiros e realistas.
A combinação de assuntos abordados fluiu muito bem, dando um toque natural aos acontecimentos que se desenvolvem gradualmente, fazendo com que os acontecimentos presentes preencham as lacunas das escolhas feitas no passado. Os relacionamentos, tanto o familiar quanto o amoroso, também se desenvolvem aos poucos, sem precipitações e sem que soem forçados. É possível perceber que os personagens, apesar de terem suas diferenças, são bem resolvidos, maduros e que valorizam o amor por compreenderem que é um sentimento que ultrapassa as barreiras, desde que seja verdadeiro.
O que mais me surpreendeu foi a total ausência daquele amor instantâneo e impossível, à primeira vista e cheio de fogo. O interesse entre os protagonistas surge aos poucos, com sutileza, dando um passo decada vez, pois eles ainda estão marcados de forma negativa pelas experiências que tiveram e não se jogam sem pensar para o primeiro que passa como se isso fosse a solução pra todos os problemas. É a rotina do dia-a-dia que os aproxima e é exatamente isso que torna a trama plausível, torna o romance intenso e convence o leitor de que é real. O foco maior fica na forma como eles superam o que os aflige, como encontram apoio um no outro, e como isso faz tudo dar certo.
A capa é uma graça, cheia de pontinhos simulando estrelas com aplicação de verniz. A diagramação é muito bem feita, com estrelas a cada início de capítulo, cujos títulos são citações de Mario Quintana bastante reflexivas e que combinam bem com a história.
Sob Um Milhão de Estrelas é delicado e cheio de encanto, e consegue retratar bem a forma como um casal é capaz de enfrentar os problemas e as adversidades da vida, desde que estejam juntos e preparados para caminhar na mesma direção.
Tags:
Chris Melo,
Drama,
Fábrica231,
Literatura Nacional,
Resenha,
Romance
Na Telinha - A Noiva Cadáver
21 de fevereiro de 2017
Título: A Noiva cadáver (Corpse Bride)
Produtora: Warner Bros
Elenco: Johnny Depp, Helena Bonham Carter, Emily Watson, Tracey Ullman, Christopher Lee
Gênero: Animação/Fantasia/Musical
Ano: 2005
Duração: 1h 18min
Classificação: Livre
Nota:★★★★★♥
Em meio a isso, os Van Dort estão em busca de status e querem ser aceitos pela burguesia quando se tornaram os novos ricos da sociedade, e a forma mais fácil de atigir o objetivo é através de um casamento arranjado para seu filho, Victor, com a filha dos Everglot, a adorável Victoria. Então, sem ao menos se conhecerem, os joven se tornam noivos. Porém, o que os Van Dort (e ninguém mais do vilarejo) não sabiam, é que os Everglot estão falidos e vivendo de aparências, e o noivado iria salvá-los da miséria.
Victor e Victoria se encontram pela primeira vez e precisam fazer o ensaio do casamento, que está bem próximo, mas, devido ao nervosismo do rapaz, ele acaba estragando tudo e foge rumo à floresta. Lá ele põe a cabeça no lugar e começa a treinar as frases do casamento para voltar pro ensaio e fazer tudo certo, mas, ao fazer as juras de amor e colocar a aliança no que pensou ser um galho que representava o dedo de Victoria, uma mulher morta chamada Emily brota do chão com o anel em seu dedo, aceita o pedido de casamento, e arrasta Victor para o mundo dos mortos como seu esposo...
No mundo dos vivos, Victoria se sente abandonada depois do sumiço de Victor, as famílias ficam preocupadas sem saber de seu paradeiro, mas o casamento não deveria ser cancelado para evitar um escândalo. Eis que Lord Barkis, um homem mais velho e que surgiu do nada, se prontifica a se casar com a jovem deixando Victoria e os Van Dort em desespero. Victor deve voltar pois sabe de seu compromisso com sua noiva já que aquele casamento com a defunta foi um grande engano, mas quando ele descobre um mundo totalmente diferente e mais divertido do qual estava acostumado, fica dividido entre o que deve fazer...
A Noiva Cadáver dá um show quando o assunto é o visual, e o enredo, que foi baseado num conto russo-judeu, também não fica atrás.
A diferença entre o mundo dos vivos e dos mortos é bem visível e lembra o filme Os Fantasmas se Divertem, do mesmo diretor. Enquanto o mundo dos vivos é sem cor e sem vida, as pessoas são tristes e suas vidas carregadas de melancolia, o mundo dos mortos é colorido, todos são felizes e muito animados, fazem festas e brincam com qualquer assunto.
As músicas são cantadas pelos próprios personagens e as letras sempre explicam suas intenções ou esclarecem alguma situação presente na trama, então devem ser ouvidas com atenção.
Os personagens possuem expressões melancólicas mas distintas, e personalidades únicas que revelam muito do ser humano, como medos, anseios e ambições, e a experiência - ou a falta dela - faz um contraste bastante interessante quando o assunto é o coportamento de cada um deles.
Victor é inseguro e medroso, mas muito bondoso. Victoria é romântica e sonhadora e mesmo sabendo que o casamento é arranjado, não hesita em se esforçar para que tudo dê certo.
Emily é uma mulher amável e que, apesar de ter arrastado Victor sem saber de sua real condição no mundo dos vivos, entende que pra certos tipos de coisas, principamente qundo o assunto é amor, é preciso ceder. Ela já teve uma experiência traumática em vida, e o desfecho da história está diretamente ligado a ela.
Enfim, a animação é uma graça, traz mensagens muito válidas sobre vida, morte, amor, perdão e redenção e super recomendo.
Produtora: Warner Bros
Elenco: Johnny Depp, Helena Bonham Carter, Emily Watson, Tracey Ullman, Christopher Lee
Gênero: Animação/Fantasia/Musical
Ano: 2005
Duração: 1h 18min
Classificação: Livre
Nota:★★★★★♥
Sinopse: Em um vilarejo europeu do século XIX vive Victor Van Dort (Johnny Depp), um jovem que está prestes a se casar com Victoria Everglot (Emily Watson). Porém acidentalmente Victor se casa com a Noiva-Cadáver (Helena Bonham Carter), que o leva para conhecer a Terra dos Mortos. Desejando desfazer o ocorrido para poder enfim se casar com Victoria, aos poucos Victor percebe que a Terra dos Mortos é bem mais animada do que o meio vitoriano em que nasceu e cresceu.A Noiva Cadáver é uma animação em stop-motion ambientada na Inglaterra vitoriana em um pequeno vilarejo onde os habitantes são intrometidos, fofoqueiros e vivem para cuidar da vida alheia.
Em meio a isso, os Van Dort estão em busca de status e querem ser aceitos pela burguesia quando se tornaram os novos ricos da sociedade, e a forma mais fácil de atigir o objetivo é através de um casamento arranjado para seu filho, Victor, com a filha dos Everglot, a adorável Victoria. Então, sem ao menos se conhecerem, os joven se tornam noivos. Porém, o que os Van Dort (e ninguém mais do vilarejo) não sabiam, é que os Everglot estão falidos e vivendo de aparências, e o noivado iria salvá-los da miséria.
Victor e Victoria se encontram pela primeira vez e precisam fazer o ensaio do casamento, que está bem próximo, mas, devido ao nervosismo do rapaz, ele acaba estragando tudo e foge rumo à floresta. Lá ele põe a cabeça no lugar e começa a treinar as frases do casamento para voltar pro ensaio e fazer tudo certo, mas, ao fazer as juras de amor e colocar a aliança no que pensou ser um galho que representava o dedo de Victoria, uma mulher morta chamada Emily brota do chão com o anel em seu dedo, aceita o pedido de casamento, e arrasta Victor para o mundo dos mortos como seu esposo...
No mundo dos vivos, Victoria se sente abandonada depois do sumiço de Victor, as famílias ficam preocupadas sem saber de seu paradeiro, mas o casamento não deveria ser cancelado para evitar um escândalo. Eis que Lord Barkis, um homem mais velho e que surgiu do nada, se prontifica a se casar com a jovem deixando Victoria e os Van Dort em desespero. Victor deve voltar pois sabe de seu compromisso com sua noiva já que aquele casamento com a defunta foi um grande engano, mas quando ele descobre um mundo totalmente diferente e mais divertido do qual estava acostumado, fica dividido entre o que deve fazer...
A Noiva Cadáver dá um show quando o assunto é o visual, e o enredo, que foi baseado num conto russo-judeu, também não fica atrás.
A diferença entre o mundo dos vivos e dos mortos é bem visível e lembra o filme Os Fantasmas se Divertem, do mesmo diretor. Enquanto o mundo dos vivos é sem cor e sem vida, as pessoas são tristes e suas vidas carregadas de melancolia, o mundo dos mortos é colorido, todos são felizes e muito animados, fazem festas e brincam com qualquer assunto.
As músicas são cantadas pelos próprios personagens e as letras sempre explicam suas intenções ou esclarecem alguma situação presente na trama, então devem ser ouvidas com atenção.
Os personagens possuem expressões melancólicas mas distintas, e personalidades únicas que revelam muito do ser humano, como medos, anseios e ambições, e a experiência - ou a falta dela - faz um contraste bastante interessante quando o assunto é o coportamento de cada um deles.
Victor é inseguro e medroso, mas muito bondoso. Victoria é romântica e sonhadora e mesmo sabendo que o casamento é arranjado, não hesita em se esforçar para que tudo dê certo.
Emily é uma mulher amável e que, apesar de ter arrastado Victor sem saber de sua real condição no mundo dos vivos, entende que pra certos tipos de coisas, principamente qundo o assunto é amor, é preciso ceder. Ela já teve uma experiência traumática em vida, e o desfecho da história está diretamente ligado a ela.
Enfim, a animação é uma graça, traz mensagens muito válidas sobre vida, morte, amor, perdão e redenção e super recomendo.
Hyperbole and a Half - Allie Brosh
20 de fevereiro de 2017
Título: Hyperbole and a Half - Situações lamentáveis, caos e outras coisas que me aconteceram
Autora: Allie Brosh
Editora: Planeta
Gênero: Não ficção/Humor
Ano: 2014
Páginas: 224
Nota:★★★★★
Onde Comprar: Saraiva | Submarino | Americanas
Resenha: Hyperbole and a Half é uma complilação de várias histórias baseadas nas postagens do blog (em inglês) de mesmo nome e super popular da autora Allie Brosh. O livro foi publicado pela Editora Planeta de Livros em 2014 mas ainda assim é atual e memorável, afinal, quem nunca se deparou com essas ilustrações em memes nas redes sociais?
A narrativa em primeira pessoa, além de bem humorada, é muito verdadeira e é capaz de revelar muito do íntimo da autora, já que o que é apresentado são experiências aleatórias vivenciadas por ela em algum determinado momento de sua vida, de criança a adulta, abordando a família, gostos pessoais, sonhos, problemas e conflitos internos, obsessão por cães malucos e até o pavor de gansos psicopatas, o que permite que alguns leitores possam se identificar com seus pensamentos ou até com algumas das situações pelas quais ela passou. Algumas das experiências são mais profundas e intensas, cheias de significados que estão nas entrelinhas e requerem uma atenção maior para que possam ser melhor compreendidas, já outras, mesmo que exista uma mensagem acerca da experiência e de sua personalidade peculiar propriamente dita, são mais engraçadas e rendem algumas boas risadas.
O trabalho gráfico da obra é super caprichado, com páginas coloridas de acordo com o capítulo e várias ilustrações toscas e estilo "made in paint" feitas pela própria autora que são super engraçadas, algumas até mais do que a própria história em si. Os desenhos, embora muito simples e que parecem ter sido feitos por uma criança, conseguem se encaixar perfeitamente nas descrições feitas pela autora, assim como evidenciar expressões e emoções de uma maneira brilhante e que surpreende.
Essa mistura com HQ foi uma agradável surpresa.
A forma hilária como Allie conta suas experiências colabora ainda mais para arrancar um sorriso dos leitores, mas conforme os capítulos avançam, assim como a idade ou fase da vida que a autora narra, as situações vão ganhando um ar mais sério e carregados de autocríticas, e algumas das situações parecem até não fazer muito sentido se o leitor não se atentar bem ao que a autora tenta passar, já que adentram um universo mais sombrio do que diz respeito aos sentimentos, como a tristeza, o egoísmo, a indiferença e até a depressão. As observações acerca das situações narradas e descritas por Allie conseguem fazer uma abordagem certeira, não somente sobre seus sentimentos, sejam eles negativos ou não, mas das pessoas de maneira geral, que possuem falhas, inseguranças e outras características que nos fazem ser quem somos.
Recomendo para quem procura por um livro bem humorado e que aparentemente parece não ter nada a oferecer, mas que consegue fazer um retrato cru da realidade, mostrando que podemos passar por situações bizarras na vida e ainda assim seguirmos em frente se pudermos encarar as coisas com maturidade e bom humor.
PS.: Vou tentar fazer o teste de QI animal encontrado no livro com meus gatos pra saber se algum deles tem algum distúrbio mental ahahahahahaha!
Autora: Allie Brosh
Editora: Planeta
Gênero: Não ficção/Humor
Ano: 2014
Páginas: 224
Nota:★★★★★
Onde Comprar: Saraiva | Submarino | Americanas
Sinopse: Em Hyperbole and a half – situações lamentáveis, caos e outras coisas que me aconteceram, a autora apresenta alguns dos textos mais lidos e comentados em seu blog e também muito material novo, inclusive histórias sobre seus cachorros (um deles aparentemente com leves problemas mentais), sua luta para lidar com a depressão e a ansiedade que insistem em dominá-la, além de anedotas hilárias sobre sua tumultuada infância. Sim, Allie foi uma criança difícil. Talvez a mais difícil de todas. Por exemplo, uma vez ela comeu um bolo inteiro só de birra porque sua mãe a proibira. E ela também atazanou a vida da família quando ganhou um papagaio de brinquedo que repetia tudo – tudo – que ela queria. Inteligente, irônico e absurdamente engraçado, o livro traz o estilo inimitável de Allie nos textos e nas ilustrações, além de algumas de suas típicas reflexões que conquistaram o coração de inúmeros leitores.
Resenha: Hyperbole and a Half é uma complilação de várias histórias baseadas nas postagens do blog (em inglês) de mesmo nome e super popular da autora Allie Brosh. O livro foi publicado pela Editora Planeta de Livros em 2014 mas ainda assim é atual e memorável, afinal, quem nunca se deparou com essas ilustrações em memes nas redes sociais?
A narrativa em primeira pessoa, além de bem humorada, é muito verdadeira e é capaz de revelar muito do íntimo da autora, já que o que é apresentado são experiências aleatórias vivenciadas por ela em algum determinado momento de sua vida, de criança a adulta, abordando a família, gostos pessoais, sonhos, problemas e conflitos internos, obsessão por cães malucos e até o pavor de gansos psicopatas, o que permite que alguns leitores possam se identificar com seus pensamentos ou até com algumas das situações pelas quais ela passou. Algumas das experiências são mais profundas e intensas, cheias de significados que estão nas entrelinhas e requerem uma atenção maior para que possam ser melhor compreendidas, já outras, mesmo que exista uma mensagem acerca da experiência e de sua personalidade peculiar propriamente dita, são mais engraçadas e rendem algumas boas risadas.
O trabalho gráfico da obra é super caprichado, com páginas coloridas de acordo com o capítulo e várias ilustrações toscas e estilo "made in paint" feitas pela própria autora que são super engraçadas, algumas até mais do que a própria história em si. Os desenhos, embora muito simples e que parecem ter sido feitos por uma criança, conseguem se encaixar perfeitamente nas descrições feitas pela autora, assim como evidenciar expressões e emoções de uma maneira brilhante e que surpreende.
Essa mistura com HQ foi uma agradável surpresa.
A forma hilária como Allie conta suas experiências colabora ainda mais para arrancar um sorriso dos leitores, mas conforme os capítulos avançam, assim como a idade ou fase da vida que a autora narra, as situações vão ganhando um ar mais sério e carregados de autocríticas, e algumas das situações parecem até não fazer muito sentido se o leitor não se atentar bem ao que a autora tenta passar, já que adentram um universo mais sombrio do que diz respeito aos sentimentos, como a tristeza, o egoísmo, a indiferença e até a depressão. As observações acerca das situações narradas e descritas por Allie conseguem fazer uma abordagem certeira, não somente sobre seus sentimentos, sejam eles negativos ou não, mas das pessoas de maneira geral, que possuem falhas, inseguranças e outras características que nos fazem ser quem somos.
Recomendo para quem procura por um livro bem humorado e que aparentemente parece não ter nada a oferecer, mas que consegue fazer um retrato cru da realidade, mostrando que podemos passar por situações bizarras na vida e ainda assim seguirmos em frente se pudermos encarar as coisas com maturidade e bom humor.
PS.: Vou tentar fazer o teste de QI animal encontrado no livro com meus gatos pra saber se algum deles tem algum distúrbio mental ahahahahahaha!
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