Título: Uma Pequena Mentira - Ten Tiny Breaths #2
Autora: K.A. Tucker
Editora: Fábrica 231/Rocco
Gênero: New Adult
Ano: 2017
Páginas: 352
Nota:
★★★★★
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Sinopse: Livie, a mais centrada das irmãs Cleary, segurou as pontas após a morte dos pais num acidente em que Kacey, a mais velha, foi a única sobrevivente, e cuidou da irmã quando ela caiu em depressão. Aos poucos, Kacey superou seus traumas e encontrou a felicidade, enquanto Livie se dedicava aos estudos. Agora, no segundo do livro da série de sucesso Ten Tiny Breaths, K. A. Tucker joga o foco de sua envolvente narrativa sobre a caçula. Livie acaba de ingressar na tradicional Universidade de Princeton e está pronta para viver as emoções típicas de uma caloura, o que inclui frequentar as festas no campus, fazer novos amigos e encontrar um namorado bacana com quem possa tecer planos para o futuro. Ela só não esperava se envolver justamente com um cara como Ashton Henley, o capitão do time de remo com fama de garanhão. Com medo de ser apenas mais uma na lista de conquistas de Ashton, Livie tenta agir com a razão, como sempre fez. Mas até que ponto vale a pena dominar seus sentimentos por medo de se machucar?
Resenha: Uma Pequena Mentira é o segundo volume da série
Ten Tiny Breaths da autora
K.A. Tucker.
Cada livro da série é destinado a um personagem distinto e sua experiência de acordo com a situação, logo é possível ler de forma independente sem que se perca muita coisa. O primeiro,
Respire, trouxe Kacey como protagonista abordando seus problemas emocionais e a forma de lidar com eles após a perda dos pais, melhor amiga e namorado, e desta vez o foco fica sobre Livie, a irmã dela, que mesmo tendo passado pelo mesmo trauma de perder os pais de forma tão trágica, se manteve mais centrada sobre o ocorrido, focando nos estudos e lidando de forma totalmente diferente com essa perda, mesmo que Kacey acredite que Livie guarde sentimentos relacionados à tragedia que podem explodir a qualquer momento.
Livie, então, vai pra Universidade de Princeton. Ela é uma jovem inexperiente e acaba seguindo os conselhos de seu terapeuta e tendo ajuda da irmã para se "comportar de acordo com os moldes da vida universitária". Obviamente experimentar álcool, ter envolvimentos amorosos e outras experiências do tipo faz parte, e, mesmo estranhando o que é novo, ela decide se soltar... Numa festa, Livie conhece Ashton, capitão da equipe de remo. Um cara gato e sarado com fama de pegador que desperta seu interesse (e o de todas as outras garotas, claro), mas que, no fundo, ela sabe que ele não é o tipo de cara pra se envolver de um jeito mais romântico e duradouro. E em meio a relutância de Livie, ela conhece Connor, um rapaz super fofo e educado que a deixa encantada, mas logo descobre que ele e Ashton dividem a mesma casa, são amigos e integram o time de remo da universidade.
E em meio a tudo isso, resta a Livie decidir o que fazer com a forte atração que sente por Ashton, mesmo que ele insista que não é o cara certo pra ela, ou investir em um relacionamento com Connor, que parece ser o cara ideal.
O livro é narrado em primeira pessoa pelo ponto de vista de Livie e, embora também tenha seus momentos clichês, se desenvolve de forma fluida e gradual, mesmo que tenha alguns problemas estruturais, além daquilo que me mata de tanto desgosto: os "benditos" triângulos amorosos nada originais e mais do que desnecessários para que "reviravoltas" ou maiores dramas aconteçam. E o que mais me incomoda e irrita nesse tipo de romance é que não há como negar o óbvio. Desde o início o leitor já sabe quem vai ficar junto com quem e a questão é apenas como isso seria feito. Logo a participação de um segundo pretendente é pura bobagem.
Foi impossível pra mim não fazer uma comparação entre a Livie centrada e madura pra idade de antes e a Livie universitária de agora. Ela foi apresentada como uma menina inteligente e bem tímida, e algumas das suas atitudes eram sempre tomadas em nome do agrado alheio. E dessa vez, por estar num ambiente diferente, com pessoas novas com outros propósitos e interesses, ela também precisou acompanhar tais mudanças de forma a se desprender do que era antes passando a se focar no que a fazia feliz, e não no que era totalmente certo. Agora ela é determinada e está disposta a arriscar, mesmo que isso não lhe traga bons frutos. Não que ela esteja errada. Mudanças, quando pra melhor, são bem vindas e é mais do que normal as pessoas mudarem com o passar do tempo, mas a forma como isso foi feito aqui não me convenceu 100% e em vários pontos achei Livie muito irritante.
Os demais personagens tiveram seus destaques, tanto os antigos quanto os novos, e todos colaboram para a construção da trama. Até mesmo a participação de Kacey e Trent para matar a saudade, mas, claro, preciso dar um destaque maior para Ashton já que, devido ao gênero, era de se esperar que a mocinha se envolveria com alguém misterioso cujo passado também estaria marcado por algum tipo de trauma horrível que o deixasse quebrado internamente e que servisse de motivo para que ele evitasse relacionamentos a qualquer custo como mecanismo de defesa. Durante um tempo fiquei pensando no que poderia ser, mas acabei sendo surpreendida e no final das contas fiquei muito mal pois não foi nada agradável... De qualquer forma Ashton foi um personagem que me agradou bastante e foi um dos melhores, se não o melhor e mais bem construido, da história.
Enfim,
Uma Pequena Mentira fala sobre as mudanças necessárias pelas quais as pessoas tem que passar para amadurecerem e continuarem levando a vida de forma plena e como é importante ter apoio de alguém para ajudar na superação daquilo que mais nos atormenta.