Autora: Anne Bishop
Editora: Arqueiro
Gênero: Dark Fantasy
Ano: 2014
Páginas: 480
Nota:★★★☆☆
Sinopse: Há 700 anos, num mundo governado por mulheres e onde os homens são meros súditos, uma profetisa viu na sua teia de sonhos e visões a chegada de uma poderosa Rainha. Jaenelle é essa Rainha. Mas mesmo a proteção dos Senhores da Guerra não impediu que os seus inimigos quase a destruíssem. Agora é necessário protegê-la até as últimas consequências.
Três homens estão dispostos a dar a vida por Jaenelle. Mas há quem esteja disposto a tudo para controlar ou destruir a Rainha. Conseguirá ela cumprir o seu destino como detentora do maior poder que o mundo jamais conheceu?
Resenha: A Herdeira das Sombras é o segundo livro da trilogia As Joias Negras, escrito por Anne Bishop e publicado pela Editora Arqueiro.
Por se tratar do segundo volume, a resenha poderá ter spoilers do livro anterior!
Daemon entrou atrás dela no Reino e até agora não saiu. Mas conseguiu colar uns poucos cacos que mostraria à menina que o amor é bonito e existe, não é aquela coisa feia que ela conhecera. Isso foi só o suficiente para que ela não se destruísse de vez.
Dois anos se passaram e Jaenelle ainda dormia, vivendo naquele Reino que ninguém sabia se sairia. Enquanto isso, Saetan zelou por ela, e protegeu seu corpo adormecido.
Lucivar, o outro filho de Seatan e, então, irmão adotivo da menina, foge das minas de sal onde era escravo, encontra sua família e jura proteger a Rainha, que agora está com 17 anos e, de certa forma, ainda junta os cacos em decorrência dos dois anos vividos no reino Distorcido.
Depois que ela finalmente está acordada e recuperada, Seatan acolhe os vários amigos que a menina havia feito ao longo de sua caminhada. Assim se forma uma aliança forte, embora improvável, mas que vai ser muito importante para o futuro de todos ali.
Jaenelle é a Feiticeira mais poderosa que surgiu em milênios, mas não quer ser Rainha, não quer mandar em ninguém, nem quer que a vida de ninguém dependa dela. Mas as coisas se moldam de um jeito que ela não vê outra maneira a não ser aceitar o que o destino reservou para ela: Se tornar Rainha e, com isso, várias cortes independentes se unem à dela a fim de acabar com os desmandos e com os absurdos praticados pelas mulheres ao longo de tanto tempo. E na corte na garota estão todos seus amigos de infância, Seatan e Lucivar. Falta Daemon, que está destinado a ser o parceiro da garota, mas ainda caminha no Reino Distorcido.
O livro é narrado em terceira pessoa, mas ainda assim conseguimos captar a essência dos personagens e seus reais sentimentos, seus dilemas e questões pessoais.
Como falei na resenha anterior, é uma leitura pesada, não flui com facilidade, mas eu gostei ainda assim. Não tinha gostado do primeiro, mas pude apreciar esse segundo muito mais, e posso dizer que aquele excesso de sexualização e escravização masculina que tanto me incomodaram no primeiro livro, diminuiu bastante aqui. Ainda existe, claro, afinal é um dos problemas a serem resolvidos pela nova Rainha, mas em menos quantidade e menos evidência.
Vemos coisas pesadas, como a violação de Jaenelle ainda criança, alguma nudez sem necessidade, mas são coisas que dá pra passar sem se incomodar (muito) por ser algo que já faz parte deste universo.
A capa é linda e manteve o mesmo padrão do livro anterior. As páginas são amarelas e os parágrafos são bem compridos.
Salvo alguns detalhes aqui e ali, principalmente com relação a fluidez da leitura, é um livro que recomendo, principalmente se você gosta de fantasia e tramas políticas bem elaboradas.