Como Agarrar Uma Herdeira - Julia Quinn

22 de setembro de 2017

Título: Como Agarrar Uma Herdeira - Agentes da Coroa #1
Autora:  Julia Quinn
Editora: Arqueiro
Gênero:& Romance de época
Ano: 2017
Páginas: 304
Nota:★★★★★
Sinopse: Quando Caroline Trent é sequestrada por engano por Blake Ravenscroft, não faz o menor esforço para se libertar das garras do agente perigosamente sedutor. Afinal, está mesmo querendo escapar do casamento forçado com um homem que só se interessa pela fortuna que ela herdou.
Blake a confundiu com a famosa espiã espanhola Carlotta De Leon, e Caroline não vai se preocupar em esclarecer nada até completar 21 anos, dali a seis semanas, quando passará a controlar a própria herança milionária. Enquanto isso, é muito mais conveniente ficar escondida ao lado desse sequestrador misterioso.
A missão de Blake era levar “Carlotta” à justiça, e não se apaixonar por ela. Depois de anos de intriga e espionagem a serviço da Coroa, o coração dele ficou frio e insensível, mas essa prisioneira se prova uma verdadeira tentação, que o desarma completamente.

Resenha: Como Agarrar uma Herdeira é o primeiro livro da duologia Agentes da Coroa, escrito por Julia Quinn e publicado pela Editora Arqueiro.

Caroline ficou órfã ainda criança e desde então, pula de casa em casa, de tutor em tutor. Sempre acontece alguma coisa com o atual tutor que acaba falecendo e assim, aos 20 anos, ela está sob a guarda de um homem que nem seu parente é.
Ele quer a herança da moça e para isso, faz de tudo para que seu filho se case com ela, algo que ele não quer, e ela muito menos! Como último subterfúgio, ele manda que o rapaz a viole para que assim, ela seja obrigada a casar com ele. Claro que ela não é uma pessoa fácil, tem uma arma escondida no vestido e atira no ombro do rapaz! E é assim que a nossa história começa!

Ainda faltam seis semanas para ela completar 21 anos e ter, finalmente, a sua independência, mas não pode mais viver naquela casa. Resolve então, aproveitar a noite que Oliver havia programado para dar privacidade ao filho e foge, sem nada além da sua coragem.

Blake é um Agente da Coroa e está vigiando Oliver, que é suspeito de traição. A suspeita é que ele esteja passando informações para Carlotta, uma espiã espanhola, ele vê Caroline se esgueirando pela casa durante a noite, acha que ela seja a espiã e a sequestra! Como Caroline quer mesmo arrumar um lugar para ficar durante as próximas seis semanas, ela dá um jeito, tossindo uma noite inteira, de ficar sem voz, só assim ela não poderá dizer que não é quem ele pensa, afinal, a tal espiã é espanhola, idioma que Caroline não domina!

Já que não tem jeito, Blake chama seu amigo James, que trabalha com ele e é o único então que conhece Caroltta e no momento que ele chega, vê Caroline e constata que ela foi sequestrada por engano, tudo muda. Ela consegue ficar circulando livre pela casa, é até desamarrada da cama! Mas teima que quer ajudar a desmascarar Oliver, afinal, ela precisa pagar pela ajuda de Blake!

Blake viveu uma tragédia com um amor do passado e por isso, é amargo, duro e insensível, mesmo que essa seja uma armadura, cultivada mais como modo de proteção do que por maldade mesmo. Isso tornará difícil para Caroline chegar ao coração do rapaz, mas com o decorrer da história, as brigas e os flertes aumentam e fica quase impossível para eles resistir ao grande amor que desabrocha sem mesmo eles perceberem. Mas James percebe e resolve dar um empurrãozinho ao casal, o que me garantiu várias risadas, e quando a impetuosa irmã de Blake aparece e resolve que o irmão precisa casar com a moça... ah... risadas não vão faltar!

Na minha opinião, Julia Quinn jamais decepciona. Adoro seus romances e a escrita da autora, leve e fluida é maravilhosa, os personagens são extremamente bem construídos e o universo que ela cria nos envolve a cada página. Se você quer romance com muito humor, uma pitada de sensualidade e um amor "lindo de viver" essa é uma leitura é super recomendada.

F*ck Love - Tarryn Fisher

21 de setembro de 2017

Título: F*ck Love
Autora: Tarryn Fisher
Editora: Faro Editorial
Gênero: Romance/New Adult
Ano: 2017
Páginas: 288
Nota:★★★☆☆
Sinopse: Helena Conway se apaixonou.
Contra sua vontade. Perdidamente. Mas não sem motivo.
Kit Isley é o oposto dela - desencanado, espontâneo, alguém diferente de todos os homens que conheceu.
Ele parece o seu complemento. Poderia ser tão perfeito... se Kit não fosse o namorado da sua melhor amiga.
Helena deve desafiar seu coração, fazer a coisa certa e pensar nos outros. Mas ela não o faz...

Resenha: Um sonho maluco foi tudo o que a jovem estudante de artes, Helena Marie Conway, precisou ter para sair de sua zona de conforto e decidir mudar o rumo de sua vida.
No sonho, Helena e Kit eram um casal que vivia feliz. Ok, tudo pode acontecer num sonho, mesmo que o provável marido seja o namorado da melhor amiga dela na vida real, mas quando Helena acorda, ela começa a idealizar que Kit realmente pode ser seu par, e assim ela começa a desafiar o próprio coração e pensar em si mesma e no que ela deseja antes de pensar nos outros.

Narrativas em primeira pessoa não costumam me desagradar, já que entramos no íntimo daquele personagem e compreendemos suas decisões. Helena sofre o dilema de estar apaixonada pelo namorado da melhor amiga, mas, por ele ser importante para o desenrolar dos fatos, senti falta de maiores explicações sobre comportamento e escolhas tomadas pelo rapaz. Talvez alguns capítulos destinados a Kit resolvesse essa questão, mas talvez a ideia da autora tenha sido realmente fazer com que o leitor só soubesse dos sentimentos da própria Helena, já que na vida real nem sempre temos como saber o que se passa na cabeça dos outros...

Helena é uma personagem engraçada e adorei ela ser fã de Harry Potter, mas ela é imatura, bipolar e não tive aquela sensação de que ela é alguém a quem se admirar, mesmo que tenha tocado o foda-se e focado em si e no que ela queria pra sua vida. Há algumas controvérsias, pois ao mesmo tempo que ela não queria saber de nada e que se dane o amor, ela não podia ver Kit que se derretia. Geralmente o que vemos são personagens que sempre pensam nos outros antes de fazer qualquer coisa, e isso é o que costuma acontecer muito fora da ficção (comigo mesma, por exemplo), e com Helena a coisa é ao contrário. Foi uma transformação interessante de se acompanhar, e ela não ter medo de assumir o que sente foi algo super positivo e motivador, mas mesmo que tenha gostado dela, achei Helena meio sem sal, como se a personalidade dela não combinasse muito bem com quem ela queria se tornar e o que queria com relação ao amor.

Por mais que Kit seja um gato super hot, não consegui desenvolver um interesse por ele. Por muitas vezes pensei que ele fez algumas escolhas e tomou atitudes que me soaram um tanto covardes, egoístas e ridículas, e a construção dele como um todo foi fraca, pois nada do que ele fez foi digno de surpresa.

A forma como a trama foi apresentada me deu a impressão de que houve uma ideia inicial boa, mas não muito bem desenvolvida, tornando as coisas forçadas, arrastadas, repetitivas e até mal explicadas, e por isso talvez muita gente não vá entender nada tamanha a confusão.
É como se eu fosse lendo, quisesse saber que fim a história ia levar, mas não me senti ligada o suficiente pra que os acontecimentos prendessem minha atenção, o que me fez até demorar pra finalizar a leitura levando em consideração a quantidade de páginas do livro. Por mais que eu tenha entendido que o amor é uma coisa louca que transforma as pessoas e que as leva a fazer algumas loucuras que elas jamais imaginariam, emocionalmente falando, não me senti cativada pela história. E o final me deixou com a cara na poeira, pelamor.

O projeto gráfico é um arraso. A capa (fiel à original) é super apropriada, bonita e com uma tipografia bem descolada. A diagramação é caprichada, tem detalhes de flores e galhos ilustrando os inícios dos capítulos, que têm alguma hashtag como título, as páginas são amarelas e de uma gramatura superior e o tamanho da fonte é ideal.

Enfim, F*uck Love talvez seja um livro pra ser livro de acordo com o astral ou até mesmo com a situação em que nos encontramos no momento, não sei. Não me surpreendeu como pensei que surpreenderia, mas ainda assim acho que devo recomendar pois, com certeza, várias pessoas irão se identificar com a situação e os sentimentos dessa personagem tão maluca a ponto de enxergarem na história algo completamente inspirador.

Na Telinha - Death Note (Anime)

14 de setembro de 2017

Série baseada no mangá de Takeshi Obata e Tsugumi Ôba
Título: Death Note
Episódios: 37
Produção: Madhouse
Gênero: Anime/Thriller/Sobrenatural
Ano: 2006
Duração: 22min
Classificação: 16 anos
Nota:
Sinopse: Light Yagami é um genial estudante entediado com a vida que leva. Mas sua via está prestes a mudar de uma forma que ele nunca poderia imaginar. Light encontra um misterioso caderno chamado Death Note e descobre que com ele é possível matar quem quiser – desde que siga as regras escritas no próprio caderno. O rapaz então passa a testar o Death Note e pouco a pouco vai aprendendo a usá-lo até o ponto que decide varrer a escória da sociedade do planeta. Dotado de grande senso de justiça, ele começa a usar o caderno maldito para eliminar criminosos do mundo inteiro e começa a ganhar notoriedade na internet e nos demais meios de comunicação. Os atos do estudante começam a ser vistos com bons olhos por muitas pessoas que, sem saber sua identidade, passam a chamá-lo de Kira, termo adaptado do inglês “Killer” (assassino). Os atos de Light começam a chamar a atenção das autoridades mundiais. Sem pistas de quem seria Kira, entra em cena o exótico detetive conhecido apenas como L. Começa aí um jogo de “gato e rato” entre duas mentes brilhantes. De um lado Light e seu Death Note, do outro L e a polícia do Japão. E, assistindo a tudo, está Ryuk, o Shinigami – ou Deus da Morte – que jogou de propósito o Death Note no Mundo dos Humanos para se divertir um pouco. 

Quando Ryuk, um dos deuses da morte do reino dos Shinigamis, não suporta mais o tédio de sua vida e do lugar em que vive, ele lança seu caderno na Terra esperando que alguém o encontre...
O caderno, chamado de Death Note, é um instrumento sobrenatural que funciona a base de várias regras, mas, basicamente, faz com que quem tenha o nome escrito nele, morra.


Light Yagami, um estudante excepcional de dezessete anos, mas entediado com a sua rotina, acaba encontrando o Death Note, que cai na área da escola onde ele estuda. Quando Light descobre o que o caderno faz, decide usá-lo anonimamente para varrer o mundo dos criminosos e se tornar um tipo de deus da justiça, criando um mundo melhor e livre de todo o mal e podridão. Cinco dias depois de Light tomar posse do Death Note e ter dado fim nos piores criminosos do mundo, Ryuk desce à Terra, mais precisamente em Tóquio, e se surpreende com a frequência com que o caderno foi usado por Light. Assim, Ryuk passa a acompanhá-lo para observar os acontecimentos que surgem em decorrência do caderno, só pra se divertir, já que Light é o único humano que ele conheceu que não está poupando esforços para disparar nomes alí desenfreadamente.
Mas, com as mortes de tantos criminosos acontecendo e sendo noticiadas pela mídia sensacionalista e aproveitadora que busca audiência incessantemente, a população teme, mas aclama o justiceiro anônimo como Kira. Porém, a onda de mortes desses criminosos, que tiveram seus nomes escritos no caderno por Light, imediatamente chama a atenção da polícia. As mortes em massa, mesmo que todas tenham sido paradas cardíacas, são consideradas assassinatos, e o responsável é tão criminoso quanto os que morreram, portanto deve ser condenado.



Sem pistas de como os bandidos estão sendo mortos, resta a polícia recorrer ao misterioso e anônimo L, o detetive mais inteligente e sagaz que existe e que sempre solucionou um caso, por mais impossível que pareça. L, então, inicialmente representado por seu tutor, Watari, se une a polícia e começa a usar sua genialidade para liderar o caso a fim de desvendar a verdadeira identidade de Kira para que ele possa ser responsabilizado pelas mortes e pagar por esses crimes.
Aproveitando que seu pai é um policial que está trabalhando no caso, Light tem acesso a informações exclusivas que o ajudam a tomar decisões baseadas nos próximos passos de L.
Porém, Light/Kira não tem a menor intenção de ser pego, e aproveitando de sua inteligência fora do comum, fará de tudo para não só evitar ser descoberto, como também descobrir a identidade de L para impedi-lo de progredir com as investigações, nem que para isso Light tenha que anotar o nome dele no Death Note...


Assim, uma incrível batalha intelectual é travada entre Light e L, onde um tenta descobrir a identidade do outro, usando de artimanhas psicológicas, genialidade, brilhantismo, poderes incríveis de dedução, manipulação e persuasão, para atingir seus objetivos. É como se um pudesse entrar na cabeça do outro para saber o que pensam, e assim tentam agir de acordo com o que o outro não espera.

Pra ser sincera, eu acho que devia estar morando numa caverna, pois nunca tinha ouvido falar de Death Note na minha vida até recentemente ter visto a empolgação do povão quando a Netflix anunciou que faria uma adaptação do mesmo. Porém, com o lançamento do dito filme e as posteriores manifestações descontentes e indignadas dos fãs (incluindo ameaças de morte ao infeliz diretor), decidi conferir a fonte antes de arriscar assistir ao filme, pois assim já saberia exatamente do que se trata, além de não criar expectativas que poderiam não ser superadas (coisa que geralmente acontece em adaptações na maioria das vezes). Para a minha satisfação e alegria, eu simplesmente amei o anime, tanto que assisti os 37 episódios em dois dias. É viciante, empolgante, e a curiosidade pelos próximos acontecimentos é algo incontrolável. É aquele tipo de material que a gente assiste e quer sair por aí comentando e indicando pra todo mundo que aparece pela frente como se não houvesse amanhã.

Light Yagami


Light é um adolescente que tem total ciência dos poderes do Death Note, e a medida que a trama se desenvolve, ele vai se revelando cada vez mais perspicaz, conseguindo enganar L e a polícia e se deixando corromper, de forma gradual, por ter algo em mãos que o torna tão poderoso. Inicialmente ele mesmo se questiona sobre ser um assassino e sobre o direito de julgar os outros, mas Light acaba usando sua inteligência para convencer, manipular e enganar os outros para preservar sua identidade, mesmo que pra isso ele tenha que eliminar gente de bem que possa representar um possível risco a ele, e assim, poder concretizar seus planos de se tornar o deus que quer transformar o mundo num lugar melhor.

L

L é um detetive genial e excêntrico, que adora açúcar e vive rodeado de doces. Ele tem um comportamento muito peculiar, principalmente na forma de se sentar. L preserva sua identidade até que num determinado ponto, a fim de obter mais informações sobre Light, assim como a total confiança da polícia, não tem outra alternativa a não ser revelar seu rosto. Com o progresso das investigações e deduções, ele passa a suspeitar de Light, mas por falta de provas não pode acusá-lo, o que leva L a vigiá-lo o tempo todo.

A forma como o núcleo da família Yagama é trabalhado também é um dos pontos altos do anime, seja pela preocupação da mãe com as notas do filho para que ele entre na faculdade e seja bem sucedido, o amor fraterno com a irmã mais nova que é empolgada e grande admiradora do irmão, mas principalmente com relação ao pai de Light, pois por mais que ele seja ausente devido ao trabalho, a família é unida e amorosa, e a ideia de ter um filho criminoso não é aceitável, tanto que o pai colabora com L nas investigações contra o próprio filho, mesmo que esperando provas de que Light não seja Kira.

Ryuk e Light

Ryuk é espectador de tudo o que acontece. Ele está alí apenas para observar Light/Kira sem interferir em absolutamente nada no que diz respeito as suas decisões. Ryuk não ajuda e não atrapalha, mas faz alguns pequenos favores para Light em troca de ganhar maças. Ele chega a oferecer seus olhos para Light, pois dessa forma ele conseguiria ver o nome da pessoa e os dias de vida que lhe restam, desde que olhe pra ela, mas esse acordo faz com que metade de sua expectativa de vida seja dada a Ryuk, e Light recusa, preferindo usar de sua inteligência para descobrir o que precisa.


Num determinado ponto da história, Misa Amane é inserida na trama e causa algumas reviravoltas bastante intrigantes. Ela é uma jovem celebridade que carrega o trauma de ter tido os pais assassinados, mas se tornou devota a Kira por ele ter matado o criminoso responsável pelo assassinato. Assim, ela passa a viver sua vida praticamente em função de encontrar Kira para se dedicar a ele como namorada submissa. E quando ele descobre que ela também tem um Death Note e pode lhe ser útil como a segunda Kira, não pensa duas vezes em usá-la, por mais que ele não tenha a menor paciência e não goste dela. Isso é bastante revoltante pois Misa, muitas vezes, sabe que está sendo usada e manipulada por Light, de forma até cruel, mas não se importa, desde que tenha ele por perto. É triste e revoltante ver que esse tipo de obsessão, pois ela não se dá o devido valor e Light se aproveita disso tirando o máximo de vantagem que pode.

Rem é a Shinigami, dona original do segundo caderno, que acompanha Misa, e diferente de Light e Ryuk, as duas fizeram o trato dos olhos. Assim Misa consegue ver o nome das pessoas flutuando em suas cabeças. Tal habilidade é extremamente atrativa e útil para Ligh/Kira, e esse é mais um dos motivos que o leva a mantê-la por perto.

Misa Amane

Ela inclusive dá um ar bastante cômico ao anime, principalmente por ser aquele tipo de personagem caricata e estereotipada, com corpão violão, peitolas, roupas provocantes, comportamento infantilizado e voz esganiçada que a tornam um tipo de ícone sexual para pervertidos ou coisa do tipo.

Rem acaba sendo uma deusa da morte oposta a Ryuk, pois embora ela também seja uma observadora, ela desenvolveu sentimentos por Misa a ponto de se preocupar com sua segurança e bem estar, e isso acaba sendo um grande problema já que há algumas regras com relação a isso que podem colocar várias coisas em risco.

Rem


Os demais personagens, mesmo que morram ou continuem vivos até o fim, são importantes e suas particularidades que os definem, desde suas personalidades, atitudes e características físicas. Ninguém aparece sem motivo, e mesmo que a participação seja curta, eles estão alí para mostrar as facetas e as várias camadas de Light, e até onde ele é capaz de ir para se manter Kira.

Um ponto mui importante é que a equipe investigativa sempre está alí dando duro para ajudar L na resolução do caso, e Matsuda, um dos policiais envolvidos, levanta questões morais bastante relevantes com relação as atitudes de Kira. Se Kira está matando todo o bando responsável por causar caos e sofrimento no mundo a ponto da população em sua grande maioria estar ao seu lado, é certo condená-lo?

L e a equipe de investigação


Não posso deixar de falar um pouquinho sobre o projeto gráfico da animação de forma geral e os detalhes que são impossíveis de não considerar. Os movimentos de câmera são dinâmicos e se encaixam com o momento. Alguns são lentos, outros apenas closes estáticos ou com enquadramentos específicos, outros são bem rápidos com alternância de focos em personagens distintos. É incrível como conseguiram transformar as cenas de um cara escrevendo de forma alucinada num caderno em verdadeiras cenas de ação que você vê e pensa "Noooooooooosssaaa, que doideira é essa!!".


O jogo de cores também é bem definido e contrastam uma com a outra de forma e tentar mostrar o "bem e o mal". O tom vermelho que paira sobre Kira durante suas "limpeza" acaba sendo um recurso bastante utilizado, assim como a iluminação que o retrata como alguém superior quando vem do alto, como se ele realmente estivesse se tornando uma divindade com o poder de decidir o destino alheio, ou quando tudo fica escuro, dando aquele ar sombrio e mostrando que da mesma forma que ele pode agir para um bem maior, ele também consegue ser extremamente demoníaco. Em contrapartida, os tons sobre L são azuis, de forma a evidenciar um tipo de neutralidade e até mesmo o mistério acerca de sua figura. As próprias características físicas de Light e L são opostas. L é pálido, desleixado, tem olheiras e aparenta ser maluco, enquanto Light é bem mais atraente. A trilha sonora também se encaixa perfeitamente com cada momento e dá o tom exato para cada cena e personagem. É algo voltado para o metal, que não curto muito, mas no caso desse anime a trilha se encaixou como uma luva.



E sim, como todo anime, há várias cenas exageradas, principalmente as de morte, algumas bem cômicas, e outras que estão alí sem nada acontecendo, apenas pra enrolar e ganhar tempo (lembra até aquelas lutas em Dragon Ball onde a poeira levava uma semana inteira pra abaixar), mas penso que tudo é um jogo psicológico para manter o espectador atento enquanto vibra pelo próximo passo inesperado e surpreendente de Light ou L.

Enfim, eu poderia continuar escrevendo um testamento eterno elogiando o anime e refletindo acerca das questões morais que ele aborda e como o intelecto é algo que com certeza define uma pessoa, mas é melhor você correr pra assistir e se empolgar, como eu e toda a legião de fãs se empolgou, caso ainda não tenha visto, ou principalmente se tiver assistido só ao filme e ter tirado conclusões baseadas somente nele.
Super indico!


Wishlist #8 - Funko Pop - Friends (atualizado em abr/21)

9 de setembro de 2017

Mais de vinte anos depois da estreia, Friends ainda é uma série icônica, que diverte e nos arranca risadas a cada episódio, por mais que a gente já tenha assistido tudo milhões de vezes. Eles ganharam sua versão fofa em forma de Funkos já faz um tempinho e todos estão na minha listinha (que não acaba nunca e nem para de crescer). O problema é que são raros por já serem vaulted, e por isso são caros, podendo custar mais de R$400,00 cada um. Logo, completar a coleção não é tarefa muito fácil e nem barata.
Como a procura continuou depois de se tornarem raros, a Funko acabou fazendo uma segunda wave da série, com os pops caracterizados/fantasiados de algumas cenas específicas e memoráveis pra quem acompanhou. Nessa wave fizeram mais duas versões da Monica, a chase (ela com o cabelão armado por causa da umidade do lugar) e ela usando a cabeça de peru gigante. Por serem exclusivas são mais caras que os regulares.




A Herdeira das Sombras - Anne Bishop

4 de setembro de 2017

Título: A Herdeira das Sombras - As Joias Negras #2
Autora: Anne Bishop
Editora: Arqueiro
Gênero: Dark Fantasy
Ano: 2014
Páginas: 480
Nota:★★★☆☆
Sinopse: Há 700 anos, num mundo governado por mulheres e onde os homens são meros súditos, uma profetisa viu na sua teia de sonhos e visões a chegada de uma poderosa Rainha. Jaenelle é essa Rainha. Mas mesmo a proteção dos Senhores da Guerra não impediu que os seus inimigos quase a destruíssem. Agora é necessário protegê-la até as últimas consequências.
Três homens estão dispostos a dar a vida por Jaenelle. Mas há quem esteja disposto a tudo para controlar ou destruir a Rainha. Conseguirá ela cumprir o seu destino como detentora do maior poder que o mundo jamais conheceu?

Resenha: A Herdeira das Sombras é o segundo livro da trilogia As Joias Negras, escrito por Anne Bishop e publicado pela Editora Arqueiro.

Por se tratar do segundo volume, a resenha poderá ter spoilers do livro anterior!

O final do primeiro livro foi triste e pesado mais que a conta! Jaenelle foi enviada para o lugar onde conhecia como um hospital, ou clínica. algo que tratava de sua loucura, já que era o que sua família pensava dela, que era uma criança instável, louca. Lá ela foi violada e estuprada por Greer a mando de uma das Rainhas que não queriam deixar o poder. A menina ficou devastada a tal ponto que mergulhou no Reino Distorcido. Lá, sua mente foi destroçada e o caminho a seguir para colar os cacos seria longo, ou nunca aconteceria.
Daemon entrou atrás dela no Reino e até agora não saiu. Mas conseguiu colar uns poucos cacos que mostraria à menina que o amor é bonito e existe, não é aquela coisa feia que ela conhecera. Isso foi só o suficiente para que ela não se destruísse de vez.
Dois anos se passaram e Jaenelle ainda dormia, vivendo naquele Reino que ninguém sabia se sairia. Enquanto isso, Saetan zelou por ela, e protegeu seu corpo adormecido.
Lucivar, o outro filho de Seatan e, então, irmão adotivo da menina, foge das minas de sal onde era escravo, encontra sua família e jura proteger a Rainha, que agora está com 17 anos e, de certa forma, ainda junta os cacos em decorrência dos dois anos vividos no reino Distorcido.
Depois que ela finalmente está acordada e recuperada, Seatan acolhe os vários amigos que a menina havia feito ao longo de sua caminhada. Assim se forma uma aliança forte, embora improvável, mas que vai ser muito importante para o futuro de todos ali.

Jaenelle é a Feiticeira mais poderosa que surgiu em milênios, mas não quer ser Rainha, não quer mandar em ninguém, nem quer que a vida de ninguém dependa dela. Mas as coisas se moldam de um jeito que ela não vê outra maneira a não ser aceitar o que o destino reservou para ela: Se tornar Rainha e, com isso, várias cortes independentes se unem à dela a fim de acabar com os desmandos e com os absurdos praticados pelas mulheres ao longo de tanto tempo. E na corte na garota estão todos seus amigos de infância, Seatan e Lucivar. Falta Daemon, que está destinado a ser o parceiro da garota, mas ainda caminha no Reino Distorcido.

O livro é narrado em terceira pessoa, mas ainda assim conseguimos captar a essência dos personagens e seus reais sentimentos, seus dilemas e questões pessoais.
Como falei na resenha anterior, é uma leitura pesada, não flui com facilidade, mas eu gostei ainda assim. Não tinha gostado do primeiro, mas pude apreciar esse segundo muito mais, e posso dizer que aquele excesso de sexualização e escravização masculina que tanto me incomodaram no primeiro livro, diminuiu bastante aqui. Ainda existe, claro, afinal é um dos problemas a serem resolvidos pela nova Rainha, mas em menos quantidade e menos evidência.
Vemos coisas pesadas, como a violação de Jaenelle ainda criança, alguma nudez sem necessidade, mas são coisas que dá pra passar sem se incomodar (muito) por ser algo que já faz parte deste universo.

A capa é linda e manteve o mesmo padrão do livro anterior. As páginas são amarelas e os parágrafos são bem compridos.

Salvo alguns detalhes aqui e ali, principalmente com relação a fluidez da leitura, é um livro que recomendo, principalmente se você gosta de fantasia e tramas políticas bem elaboradas.

Querida Filha - Elizabeth Little

2 de setembro de 2017

Título: Querida Filha
Autora: Elizabeth Little
Editora: Rocco
Gênero: Suspense/Policial
Ano: 2017
Páginas: 368
Nota:★★★☆☆
Sinopse: A relação mãe e filha – e os segredos que podem se esconder em seus meandros – é o combustível do bem-sucedido romance de estreia de Elizabeth Little, lançamento da coleção Luz Negra, que reúne o melhor do suspense feminino contemporâneo. O livro acompanha a ex-it girl Janie Jenkins, que, ao sair da prisão 10 anos após ter sido condenada pela morte da mãe, só deseja fugir dos holofotes e encontrar o verdadeiro assassino. Só há um problema: Janie não tem certeza absoluta de que não cometeu o crime. E, seguindo a única pista que possui, inicia um périplo que a levará a uma pacata cidade em Dakota do Sul e a um revelador encontro com o passado.

Resenha: Após ter sido condenada pelo assassinato de sua mãe num caso muito mal conduzido e ter passado dez anos na prisão, Jane Jenkins acabou de ser libertada. Sem ter pra onde ir e pra quem voltar, Jane só quer passar despercebida pela imprensa, já que o caso lhe rendeu uma considerável fama, e descobrir quem foi o culpado, mesmo que ela não tenha certeza absoluta de que não cometeu o crime. Ela, então, segue a única pista que tem, uma lembrança de partes de uma conversa que ouviu da mãe antes de sua morte, que a leva para as cidades gêmeas de Ardelle e Adeline, na Dakota do Sul, e lá vai ter revelações inesperadas. Mesmo que o caso tenha tido vários erros e manipulações, a responsabilidade pelo assassinato ainda é considerada de Jane, e quando ela se encontra no anonimato para buscar por respostas, a imprensa, a fim de manter o caso e os rumores sobre o crime em alta, inicia uma verdadeira caçada contra a moça que, sob, pressão precisa agir rápido.

Narrado em primeira pessoa, acompanhamos a história pelo ponto de vista de Jane enquanto ela tenta descobrir quem foi a pessoa realmente responsável pelo assassinato de sua mãe. Em meio a isso, há dúvidas levantadas sobre a própria Jane ser ou não culpada pelo crime.
A premissa em si é bastante atraente, mas, talvez por ser um livro de estreia, não me surpreendi como pensei que me surpreenderia devido ao desenvolvimento da história. A protagonista não é alguém muito agradável e em muitos pontos é praticamente indecifrável. Há personagens construídos de forma a serem imperfeitos e desagradáveis de forma proposital, mas, depois de finalizar a leitura, não acho que a intenção da autora foi essa... Acho que a forma como Jane foi construída pecou em vários pontos. Jane tem vinte e seis anos, ficou muitos anos presa depois de ter sido acusada de matar a mãe, e tem uma personalidade que oscila, com características que não combinam por falta de coerência, o que me fez inclusive duvidar da idade dela. Ela é apresentada como uma it girl, uma patricinha rebelde sem causa, irritante, rasa, rica e com uma aparente necessidade de ser bastante popular, mesmo que tenha sofrido abusos por parte da mãe enquanto ainda era viva. Mais tarde, em suas tentativas de descobrir a verdade, ela ainda precisa lidar com a ideia de fugir dos holofotes e passa a adotar um nome falso, Rebecca, e se disfarçar para não atrair atenção de ninguém, principalmente por haver uma recompensa para quem avistá-la. No decorrer dos acontecimentos, Jane mostra o quanto é esperta e tem a mente aguçada, mas num nível tão além do esperado que não convence. Os mistérios são resolvidos muito facilmente, de forma quase impossível, e acabam subestimando a inteligencia do leitor.

Em meio a narrativa, nos deparamos com mensagens de texto que Jane troca com outros personagens, boletins de ocorrência registrados na polícia, notícias, áudios, emails, documentos e afins, e mesmo que isso seja um recurso já conhecido, de certa forma, dá um dinamismo à trama e até ajuda na compreensão de alguns fatos sem ser cansativo.

Senti que os demais personagens foram jogados no meio do enredo sem muita preocupação com seus papéis, pois ao mesmo tempo que parecem ser importantes para as investigações, ou suspeitos por qualquer motivo, há uma mudança repentina no comportamento, talvez com intenção de forçar a opinião de leitor sobre ele, ou são descartados com a mesma rapidez que apareceram.
Não acho ruim que livros de suspense tenham alguns toques pontuais de bom humor para proporcionar uma certa leveza à trama e servir como forma de escape depois de algumas situações mais tensas que aparecem, mas quando esse toque é excessivo, acaba fugindo da proposta do gênero tornando o desenvolvimento até confuso. E isso se estende até nos pensamentos de Jane e em seus diálogos, que acabam sendo bem fracos ou carregados de frases de impacto que parecem estar alí pra influenciar o leitor a um sentimento que a autora parece querer causar de forma forçada, principalmente com relação às metáforas terríveis que ela utiliza.

Um ponto que achei muito interessante foi o cenário utilizado para o desenrolar da trama, Ardelle/Adeline, pois acabou representando a dicotomia de Jane/Rebecca e o que ela espera descobrir sobre os segredos da família, já que eles poderão ser (ou trazer) as respostas que ela procura. O cenário tem detalhes o bastante e acaba podendo ser considerado como um personagem vívido e que realmente fez diferença em estar alí.

Enfim, não acho que comparar autores, principalmente quando se trata de um livro de estreia, seja algo construtivo nesse caso. Há livros do gênero melhores, é claro, mas mesmo com alguns defeitos, a ideia é promissora e o livro não é uma total perda de tempo. Vale a leitura, nem que seja pela ideia de refletir sobre como a mídia não descansa quando o assunto é o ibope gerado sobre algo de grande repercussão e como a vida dos envolvidos é afetada por isso.