Autora: Diana Gabaldon
Editora: Arqueiro
Gênero: Romance histórico/Fantasia
Ano: 2018
Páginas: 992
Nota:★★★★★♥
Sinopse: Há vinte anos Claire Randall voltou no tempo e encontrou o amor de sua vida – Jamie Fraser, um escocês do século XVIII. Mas, desde que retornou à sua própria época, ela sempre pensou que ele tinha sido morto na Batalha de Culloden.
Agora, em 1968, Claire descobre, com a ajuda de Roger Wakefield, evidências de que seu amado pode estar vivo. A lembrança do guerreiro escocês não a abandona… seu corpo e sua alma clamam por ele em seus sonhos. Claire terá que fazer uma escolha: voltar para Jamie ou ficar com Brianna, a filha dos dois.
Jamie, por sua vez, está perdido. Os ingleses se recusaram a matá-lo depois de sufocarem a revolta de que ele fazia parte. Longe de sua amada e em meio a um país devastado pela guerra e pela fome, o rapaz precisa retomar sua vida.
As intrigas ficam cada vez mais perigosas e, à medida que tempo e espaço se misturam, Claire e Jamie têm que encontrar a força e a coragem necessárias para enfrentar o desconhecido. Nesta viagem audaciosa, será que eles vão conseguir se reencontrar?
Resenha: A pedido dos fãs, a Editora Arqueiro decidiu lançar os livros da série Outlander em volumes únicos, e mesmo não sendo fã de livros com capas de filme/série (eu queria muito que mantivessem o padrão das primeiras capas), essa decisão foi uma benção, pois eu já tinha os dois primeiros volumes sem essa divisão de partes e estava relutante em adquirir os demais livros separados, até agora.
Não sei se seria um spoiler começar a resenha com o alerta de que Jamie não morreu na batalha de Culloden, mas como a série é enorme e ainda tem muita coisa pra acontecer, já era de se esperar que o homem estivesse vivo e inteiro. A surpresa fica para Claire que, no presente, acreditava ter perdido o grande amor de sua vida, até descobrir que estava enganada...
Mas vinte anos se passaram. Ela reconstruiu e se readaptou a uma nova vida, tinha uma carreira bem sucedida como médica cirurgiã, e também teve Brianna, a filha que carregava quando viajou no tempo de volta para o presente, e que Frank assumira como sua.
Assim, quando Claire descobre que seu amado está vivo, a única coisa que ela quer - e precisa - é voltar para reencontrá-lo, mesmo que não soubesse como, exatamente, faria isso, e o que poderia encontrar.
E enquanto Claire se prepara sem deixar de pensar que sua vida poderia ter sido muito diferente se não tivesse ido embora, acompanhamos a jornada de sobrevivência de Jamie, que não foi nada fácil e lhe serviu de experiência para suas próximas decisões, inclusive profissionais. Porém, depois de vinte anos (e metade do livro também), o tempo se encarregou de deixar feridas, e nenhum dos dois continuou sendo quem costumavam ser. Mas será que o tempo também foi responsável por mudar o amor que havia entre eles?
É difícil fazer uma resenha digna dos livros de Diana Gabaldon, não só pela quantidade de páginas, mas pela complexidade da história. É impossível resumir em poucas palavras o turbilhão de acontecimentos que de desenrolam, as incontáveis reviravoltas, os toques de bom humor, as confusões que o casal se mete, e o misto de emoções que a história nos causa. É preciso ler (vale assistir a série também) pra entender pelo menos um pouco dessa sensação, que diga-se de passagem, é tão agoniante quanto maravilhosa. A narrativa é recheada de detalhes e se desenrola com muito dinamismo e fluidez, e vários acontecimentos que parecem não ter muita importância, acabam sendo peças chave na resolução de um problema lá na frente.
Mas, como estamos falando de Diana Gabaldon e o quanto essa abençoada autora não perde a oportunidade de arrasar os corações alheios, mesmo com o tão esperado reencontro as coisas não seriam tão fáceis assim. Novamente o destino - e um sequestro - separa os dois, e eles farão de tudo para ficarem juntos outra vez, nem que pra isso precisem enfrentar muitos perigos.
O que importa é que, através de Claire e de Jamie, o significado de um amor que quebra todas as barreiras e sobrevive a qualquer coisa é compreendido. Percebemos o imenso vazio dentro deles por estarem incompletos, e como eles levaram a vida, infelizes, por estarem tão longe um do outro, logo é impossível não se emocionar.
Jamie não é mais aquele rapaz inocente e deslumbrado com a mulher. Ele agora é cheio de determinação. E Claire, muito mais madura, sempre age com a razão. E mesmo que eles tenham mudado de várias formas, a essência permaneceu. Eles se amam, se respeitam, compreendem um ao outro, combinam entre si, e a química, emocional e sexual, está mais forte do que nunca. Mas, eles guardam segredos acerca do que viveram sozinhos, com intenção de não ferir os sentimentos do outro, mas talvez esses segredos podem interferir de forma negativa nesse relacionamento. Assim, além das várias reviravoltas, perigos, encontros e reencontros, o amor que sentem um pelo outro é posto à prova o tempo todo. As quase mil páginas desse volume passam mais rápido do que esperávamos e ao final só queremos mais. E tudo isso com um pano de fundo histórico maravilhoso e cheio de detalhes de tirar o fôlego.
Enfim, Outlander é leitura obrigatória para fãs de romances arrebatadores, emocionantes e viciantes.