Vermelho, Branco e Sangue Azul - Casey McQuiston

3 de março de 2020

Título: Vermelho, Branco e Sangue Azul
Autora: Casey McQuiston
Editora: Seguinte
Gênero: New Adult/Romance
Ano: 2019
Páginas: 392
Nota:★★★★★
Compre: Amazon
Sinopse: O que pode acontecer quando o filho da presidente dos Estados Unidos se apaixona pelo príncipe da Inglaterra?
Quando sua mãe foi eleita presidente dos Estados Unidos, Alex Claremont-Diaz se tornou o novo queridinho da mídia norte-americana. Bonito, carismático e com personalidade forte, Alex tem tudo para seguir os passos de seus pais e conquistar uma carreira na política, como tanto deseja.
Mas quando sua família é convidada para o casamento real do príncipe britânico Philip, Alex tem que encarar o seu primeiro desafio diplomático: lidar com Henry, irmão mais novo de Philip, o príncipe mais adorado do mundo, com quem ele é constantemente comparado - e que ele não suporta.
O encontro entre os dois sai pior do que o esperado, e no dia seguinte todos os jornais do mundo estampam fotos de Alex e Henry caídos em cima do bolo real, insinuando uma briga séria entre os dois.
Para evitar um desastre diplomático, eles passam um fim de semana fingindo ser melhores amigos e não demora para que essa relação evolua para algo que nenhum dos dois poderia imaginar - e que não tem nenhuma chance de dar certo. Ou tem?

Resenha: Alex é o filho da presidente dos Estados Unidos. Queridinho pela mídia, bonito, talentoso e carismático, o jovem já faz parte do meio político e tem tudo para se dar bem se seguir os passos da mãe. Quando sua família é convidada para o casamento real do príncipe britânico Philip, ele não esperava ter que lidar com Henry, irmão do príncipe e que é sempre comparado a Alex, o que ele ODEIA e faz com que ele o considere uma enorme pedra em seu sapato. Até que uma situação inusitada faz com que eles pareçam inimigos frente à mídia, causando ameaças aos acordos entre os governos dos países. A fim de evitar maiores problemas, eles são obrigados a se comportar como se fossem melhores amigos para manter as aparências e afastar qualquer fofoca, mas esse lance vai acabar fazendo com que os dois se aproximem mais do que pensaram ser possível...

Eu gosto de romances que tem essa temática LGBTQ+, seja por desconstruir vários tabus sociais, quanto por, principalmente, ter uma história legal, bem amarrada e cheia de toques de bom humor, e com Vermelho, Branco e Sangue Azul a experiência é super positiva, porque é um livro muito amorzinho. É um romance contemporâneo com vários clichês (o relacionamento que começa na base do ódio e no final um não pode viver sem o outro é coisa que a gente tem muito costume de ver por aí), mas, tem o diferencial da trama estar inserida nesse meio onde o relacionamento improvável precisa não só quebrar barreiras e preconceitos, mas enfrenta-los.

A autora é bastante sutil nos detalhes e as coisas acontecem da forma mais natural possível, então não ficamos com aquela sensação de que esse é mais um romance LGBT da moda que querem nos enfiar goela abaixo. A história flui muito bem, de forma gradual, e explora os dilemas de Alex e Henry e o quanto pode ser complicado "sair do armário", principalmente por serem pessoas públicas e alvos de julgamentos e notícias constantes de sociedade e mídia.~

Embora Alex seja bastante teimoso e irritante, é bem legal acompanha-lo nessa jornada de autodescoberta sobre a própria sexualidade e a forma como ele aceita essa condição, porque mesmo que o relacionamento pareça ser "proibido", não quer dizer que ele deva se esconder ou negar ser quem ele realmente é.
Henry já é diferente, é mais discreto, mais elegante, talvez pela cultura britânica em si, mas também sofre com dilemas envolvendo se assumir publicamente. Logo, um acaba sendo o que o outro precisava pra resolver esses "probleminhas", pois passam a se entenderem e a terem confiança um no outro quando percebem que estão no mesmo barco.

Outro ponto bem bacana é a questão familiar. Por mais que os protagonistas e seus familiares estejam envolvidos com o meio político, eles não estão isentos dos dramas e dos problemas que toda família está sujeita a ter, e os embates entre Alex e sua mãe na Casa Branca são muito interessantes, assim como os dilemas da monarquia britânica, e tudo isso acaba refletindo na forma como eles encaram suas vidas, o que desejam pro futuro, o que passam a enxergar e quais as mudanças que vieram com a aproximação desses dois.

Eu gosto dos livros da Seguinte por serem mais voltados pro público juvenil e até infanto-juvenil, e fiquei um pouco surpresa por este livro estar nesse selo. Talvez se encaixasse melhor no selo da Paralela devido ao gênero e à história propriamente dita? Não sei... A capa colorida com ilustração meio infantilizada dos protagonistas é até bonitinha e sugestiva, mas não combina muito com o conteúdo já que se trata de um new adult. Não é a toa que logo na segunda folha do livro há um aviso de que a leitura é indicada para leitores a partir de 16 anos pois a história, apesar de leve e divertida, tem umas cenas bem "calientes". Em alguns pontos achei que a história se arrastou além do esperado, com descrições longas demais, e isso torna alguns capítulos meio cansativos, mas num geral, eu gostei muito.

No mais, indico muito a leitura do livro pra quem busca por uma história que aborda afinidade, confiança e aceitação de um jeito cativante, divertido e imperdível.

Resumo do Mês - Fevereiro

1 de março de 2020


Agora que o Carnaval acabou, podemos começar o ano oficialmente nesse país, né non? Fevereiro foi um mês bem tranquilo, fugi de festas porque detesto muvuca e continuo de boas, procuro andar sempre com pensamentos positivos e praticando gratidão. E partindo dessas pequenas mudanças já percebi várias coisas boas acontecendo, o que me deixa mais animada inclusive.
Voltei a reler os livros de Harry Potter, e aproveitei pra ouvir os audiolivros também, o que é uma experiência super legal (procurem no youtube, tem vários canais que disponibilizam um monte audiolivros) e isso me deixou ainda mais empolgada com a história, e também a completar a coleção de Funko Pop dessa saga que não acaba nunca mais. Um dia chego lá.

Enfim, bora ver o que teve no blog:

♥ Resenhas
Assombrado - Meg Cabot
Serotonina - Michel Houellebecq
Crepúsculo - Meg Cabot
- Enfim, Capivaras - Luisa Geisler
A Espada do Destino - Andrzej Sapkowski
- Harry Potter e a Pedra Filosofal - J.K. Rowling
Harry Potter e a Câmara Secreta - J.K. Rowling

♥ Na Telinha
- Anne with an "E" (1ª temporada)
- Abominável

♥ Games
Não Seja Demitido!

♥ Wishlist
- Funkos de Ralph Breaks the Internet
- Funkos de Cinderella

Caixa de Correio de Fevereiro
- Livritchos esperados e popinhos lindíneos ♥


Caixa de Correio #96 - Fevereiro

29 de fevereiro de 2020

Fazia um bom tempo que eu não comprava livros que estavam na minha wishlist literária, coisa de mais de ano. Mês passado eu só comprei dois livritchos em promoção porque saíram praticamente de graça pra mim pelo site do Submarino, e esse mês agora eu resolvi que, mesmo eu me desapegando de vários livros meus, alguns eu ainda faço questão de manter, e outros quero ter na estante, e é o caso desses abençoados da Darkside Books que comprei e espero não me decepcionar com a leitura.
Os próximos da lista que vou comprar, só não sei quando exatamente, vão ser as edições em capa dura da saga The Witcher (aquelas capas são lindas, meudeusdocéu) e a edição ilustrada de Harry Potter e o Cálice de Fogo, e espero achar num preço bom porque estão custando os olhos da própria cara ultimamente, socorro, Jesus...

Enfim... eis caixinha:

Na Telinha - Abominável

25 de fevereiro de 2020

Título: Abominável (Abominable)
Elenco: Chloe Bennet, Albert Tsai, Tenzing Norgay Trainor, Eddie Izzard, Sarah Paulson
Gênero: Animação/Fantasia/Aventura
Ano: 2019
Duração: 1h 37min
Classificação: Livre
Nota★★★☆☆
Sinopse: Shanghai, China. Yi (Chloe Bennet) é uma adolescente que, certo dia, descobre que um yeti está no telhado do prédio em que ela mora. A partir disso, ela e seus colegas passam a chamar a criatura mística de "Everest" e, ao criarem laços com o animal, decidem levá-lo até sua família, que está no topo do planeta. Porém, os três amigos terão que conseguir despistar o ganancioso Burnish (Eddie Izzard) e a zoóloga Dra. Zara (Sarah Paulson), que querem pegar o yeti a qualquer custo.

Em parceria com a produtora chinesa Pearl, a DreamWorks trouxe para o público mais uma aventura envolvendo uma jornada mágica e com vários perigos que se passa na China.
Yi é uma adolescente que perdeu o pai há um tempo e mora com a mãe e a vó. O sonho dela é realizar o que o pai não pode fazer ainda em vida, que seria viajar numa grande aventura pela China, e por isso vive ocupada fora de casa, fazendo diversos trabalhos para juntar dinheiro.
Num laboratório longe dalí, uma criatura enjaulada consegue escapar e acaba indo parar no telhado do prédio onde Yi mora, e quando a garota o encontra, percebe que ele é um yeti muito dorminhoco com algumas habilidades especiais e que só quer voltar pra casa, no monte Everest. Yi passa a chama-lo de "Everest", e parte com ele e mais dois amigos numa viagem cheia de aventuras pela China enquanto são seguidos pelo dono megalomaníaco do laboratório, Sr. Burnish, e pela zoóloga responsável, Dra. Zara, que querem capturar o yeti a qualquer custo.


Partindo dessa premissa, temos aquela trama bem clichê e previsível de um grupinho de amigos que precisam salvar alguém recém conhecido, e no meio do caminho passam por maus bocados até chegar ao destino. Talvez pela produtora ser a mesma, é impossível não notar uma enorme similaridade com o dragão Banguela, de Como Treinar seu Dragão. Everest é o dito "pé-grande", o "abominável-homem-das-neves", mas de assustador ele não tem nada, muito pelo contrário. Sua boca gigante faz com que ele pareça mais um cachorro feliz que adora enfiar a cabeça pra fora da janela do carro enquanto a língua voa, e ser muito peludo e fofinho reforça ainda mais essa característica. Só faltava o pobre latir.



Everest consegue controlar a natureza para que ela se mova a seu favor. Ele pode fazer as plantas florescerem e dar frutos gigantes, pode criar um verdadeiro tsunami e destruir tudo, e pode inclusive invocar nuvens e vento, logo, não entendi a real necessidade dele ter companhia de crianças que correm risco de vida ao entrarem nessa e serem perseguidas pelos agentes do Sr. Burnish e da Dra. Zara, sendo que pra voltar pra casa bastava que Everest fosse voando e pronto. A impressão que fica é que os momentos reservados ao uso desse dom são utilizados somente nas horas convenientes pra dar aquele clímax e impressionar, mas o efeito acaba sendo o contrário por ser óbvio.

Ainda assim, não nego que há algumas cenas fofas e encantadoras que podem divertir, inclusive aquelas envolvendo Yi tocando o violino que ela herdou do pai, e o que a motiva fazer tudo o que ela faz, é justamente por causa da morte e do luto por ele, e da homenagem que ela deseja prestar ao tornar esse sonho de viajar pela China que ele tinha em algo real, mas da forma que foi colocado, a ligação propriamente dita entre essa questão e o yeti, eu não acho que as crianças podem captar essa ideia de uma forma muito clara, mas, sim, fiquem ligadas à fofura de Everest e aos poderes dele que promovem os melhores efeitos visuais do filme.


Os amigos de Yi não tem muitos atrativos, visto que um deles não dava muita bola pra Yi por ela não ser popular, é viciado em redes sociais e selfies e só se preocupa com isso na vida, e o outro mais novo que adora basquete acaba sendo mais engraçadinho, mas, claro, a partir da aventura, eles acabam tendo uma visão de mundo diferente. Apesar de fracos, eles movimentam a trama dando toques de bom humor e trazendo alguma pouca tensão, já que algumas coisas dão errado, e mostrando que uma amizade improvável pode surgir e se fortalecer nessa dinâmica, onde a união em prol de algo maior é a única coisa que lhes resta.

Já não posso falar a mesma coisa dos "vilões", que não tem motivações convincentes pra seguir com seus planos "malignos", ou que causam "reviravoltas" inexplicáveis pra mudarem de lado numa tentativa bem xulé de causar qualquer emoção no público. Sei que em animações infantis é comum que as coisas se resolvam - e elas sempre se resolvem - de uma forma feliz, mas quando isso é feito de forma preguiçosa eu morro de dó.


Abominável traz uma aventura até divertida abordando temas como amizade, família, luto e autodescoberta num visual bem bacana e utilizando uma trilha sonora tocante e muito legal, mas a animação em si não traz nada de inesquecível, pra ser sincera.

Games - Não Seja Demitido!

24 de fevereiro de 2020

Título: Não Seja Demitido! (Don't Get Fired!)
Desenvolvedora:  QuickTurtle
Plataforma: Android e iOS
Categoria: Simulação/Sobrevivência
Ano: 2015(?)
Classificação Indicativa: Livre
Nota: ★★★★☆
Sinopse: Desempregados destruirão seus celulares e trabalhadores contratados chorarão como garotinhas depois que jogarem este jogo!
Sobreviva no emprego do jeito extremo...
'Não seja demitido!' chegou!!!
Para todos aqueles que estão procurando um emprego:
'Não seja demitido!' é um jogo de sobrevivência onde você interpreta um personagem sem dinheiro e amigos importantes. Você precisa fazê-lo subir na empresa desde um simples 'estagiário' ao praticamente inalcançável 'presidente'.
Experimente as condições de trabalho extremamente duras da Coréia com controles simples!
Por quantas empresas você terá que passar para se tornar o presidente?
Para todos os trabalhadores e desempregados cansados e frustrados:
Faça seus sonhos se realizarem nesse jogo!
Até que você chegue no topo da escada ...
Não. Seja. Demitido!
[Não importa o que você espera, você verá que tem muito mais XD]

Não Seja Demitido é um game indie de sobrevivência que simula a jornada sofrida e um tanto injusta de trabalho de um pobre escravo funcionário sem amigos e sem dinheiro, que passa por várias empresas coreanas com "objetivo" de não ser demitido e subir de cargo. O problema é que não ser demitido é simplesmente impossível, e talvez a "graça" do jogo esteja justamente nessa dificuldade, mostrando o quanto é complicado começar do zero e crescer dentro de uma grande corporação cheia de hierarquias e nenhuma mãozinha pra ajudar.

  
O jogo começa com o personagem, um rapazinho entusiasmado de cabelinho azul, animado pra entrevista em busca do seu primeiro emprego. Depois de muita rejeição (que conta como demissão), ele ingressa na empresa como estagiário, sem ganhar um tostão furado, e trabalhando feito um louco recolhendo dezenas de arquivos e documentos de seus superiores para dar conta. O pouco dinheiro que ele ganha é uma mísera moedinha por cada arquivo finalizado, e, no início, a pilha de arquivos que se acumulam é assustadora, já que o pobrezinho é iniciante e não tem qualificações.

Cada período de experiência, aparentemente, corresponde a um ano de trabalho, e, a cada promoção, a pontuação exigida para subir de nível dobra para dificultar ainda mais a vida do personagem, já exausto. Porém a pensão/salário prometido para o dito cargo só é recebida quando o pobre coitado é demitido, logo é bastante difícil juntar dinheiro para aprimorar o personagem para que ele se qualifique e consiga ser promovido com menos dificuldade. As qualificações são caras e vão desde a aumentar a saúde, até melhorar a capacidade e a velocidade no trabalho e da equipe, assim como melhorias no discurso ou na liderança (quando ele consegue atingir um cargo de chefia e tem subordinados a quem pode dar ordens). É possível desbloquear alguns desafios que podem render algum benefício ou a demissão imediata, e assistir anúncios como forma de ganhar um dinheirinho extra fazendo esse trabalho "por fora" (desde que você não seja pego, claro).

  

Com vários pop ups de chefes dando ordens e exigindo coisas absurdas, ou subordinados implorando por descanso onde é preciso escolher uma opção entre as duas oferecidas, é possível ganhar e perder dinheiro, saúde, uma porcentagem sobre as chances de uma provável promoção ao final da experiência, comprar bens materiais para subir de posição social, casar, comprar uma casa, e até ser demitido por fazer uma escolha errada.

O jogo em si é bem intuitivo, simples e coloridinho (e dá pra configurar o idioma em português também). Os gráficos são em 8 bits e o gênero chiptune é o que dá som ao game, dando uma boa de uma nostalgia dos videogames dos anos 80/90, o que é bastante atrativo. Há um painel onde é possível conferir a "coleção" dos motivos que levaram o coitado a ser demitido, assim como as posições que ele já ocupou na empresa (algumas são secretas e só são desbloqueadas dependendo da forma como ele age na empresa, como "demônio", "anjo", "parasita"...).

Talvez, pra mim, o único ponto negativo do jogo seja a ideia do salário só ser recebido de forma integral no ato da demissão, e toda demissão faz com que o personagem volte dois cargos na hierarquia da empresa, assim, só dá pra realmente juntar dinheiro pra fazer as melhorias que queremos sendo demitido. Isso é um fator que acaba desanimando e dificultando ainda mais o progresso do personagem já que, sem dinheiro, ele não tem meios pra poder investir em melhorias e capacitação.

  

É interessante acompanhar o coitado nessa jornada, pois a cada vez que ele é promovido, ele passa a trabalhar sempre o dobro, e consequentemente isso interfere na aparência que ele tem. Ao entrar como estagiário ele é animado, sorridente e bem feliz, mas a medida que vai subindo de cargo e tendo novas responsabilidades atribuídas, ele começa a perder os cabelos, ficar com olheiras fundas, olhos vermelhos, e chorando de desespero. É notável o quanto ele vai virando um caco com o passar do tempo, de tão acabado. Achei um pouco injusto não ter opção de escolhermos uma personagem feminina, o que dá a entender que só homens podem conquistar cargos altos de chefia, como diretoria ou presidência da empresa, mas enfim...

As telas de carregamento do jogo também trazem dicas e várias frases "motivacionais" (ou não), e, num geral, o jogo em si deixa qualquer um indignado pelo esforço que, na maioria das vezes e sem a menor explicação, nunca é reconhecido. Por essas e outras Não Seja Demitido!, mesmo que viciante, acaba sendo um pouquinho cansativo, porque é realmente muito difícil sair do lugar e é brochante sempre voltar no início pra começar praticamente tudo de novo. Mas não nego que seja um game muito bom pra se passar o tempo e ver o quão dura, muitas vezes injusta, cheia de desafios, e digna de piedade, é a vida de um trabalhador que, literalmente, dá o sangue pela empresa em troca de quase nada.

Harry Potter e a Câmara Secreta - J.K. Rowling

20 de fevereiro de 2020

Título: Harry Potter e a Câmara Secreta - Harry Potter #2
Autora: J.K. Rowling
Ilustrações: Jim Kay
Editora: Rocco
Gênero: Fantasia/Infanto juvenil
Ano: 2017
Páginas: 272
Nota:★★★★★
Sinopse: Os Dursley estavam tão anti-sociais naquele verão, que tudo o que Harry queria era voltar às aulas da Escola de Bruxarias de Hogwarts. No entanto, quando já terminava de fazer suas malas, Harry recebe um aviso de um estranho chamado Dobby, que diz que um desastre acontecerá caso Potter decida voltar à Hogwarts. Harry não liga para aquela mensagem e o desastre realmente acontece. Naquele segundo ano estudando em Hogwarts, novos horrores surgem para atormentar Harry, incluindo o novo professor Gilderoy Lockhart e um espírito chamado Murta-que-Geme, que assombra o banheiro feminino, além de olhares indesejados da irmã mais nova de Ron Weasley, Gina. Todos esses problemas, no entanto, parecem menores quando o verdadeiro problema começa e algo transforma os alunos de Hogwarts em pedra. Dentre os suspeitos: o próprio Harry.

Resenha: Depois de enfrentar o Lorde das Trevas e sobreviver mais uma vez pra contar a história, Harry volta para a casa dos tios para passar as férias enquanto aguarda o início das aulas em Hogwarts mais uma vez. Porém, enquanto seus tios o mantém preso e escondido em seu quarto numa tentativa de evitar que ele se comunique com seus amigos "anormais", Harry recebe a visita inesperada de uma criatura curiosa, Dobby, um elfo doméstico que vive se autocastigando, mas que está alí para tentar impedir que Harry volte para Hogwarts. Segundo Dobby, há algo muito perigoso sendo tramado por lá, e um grande desastre irá acontecer caso Harry volte. É claro que Harry não pode deixar de voltar pra escola, pois lá é seu lugar de verdade. Resgatado por Rony, Fred e Jorge num carro enfeitiçado, Harry consegue fugir da casa dos Dursley e vai para A Toca, a casa da família Weasley, onde aguarda o início das aulas ansioso.


Gilderoy Lockhart é o novo - e convencido - professor de Defesa Contra as Artes das Trevas, e agora, no segundo ano, as crianças começam a praticar alguns feitiços de ataque e defesa para aprender a desarmar oponentes, mas quando um feitiço não dá muito certo e Harry demonstra ter uma habilidade incomum entre os bruxos e ouvir vozes ameaçadoras que mais ninguém escuta, o menino começa a ser visto com muita desconfiança pelos alunos. E isso piora quando o real perigo começa a surgir e alguns alunos nascidos trouxas começam a ser encontrados petrificados. Harry é o principal suspeito pois sempre está no lugar errado, na hora errada, mas ele precisa provar para todos que ele não só é inocente, como descobrir quem está por trás dos ataques, e é quando o professor (e fantasma) Binns, de que leciona História da Magia, conta aos alunos sobre a lendária câmara secreta, e que lá existe um monstro que só pode ser controlado pelo herdeiro de Salazar Slytherin, o fundador de Sonserina. Mas quem será essa pessoa? E será que a Câmara realmente existe ou não passa de lenda para assustar crianças?


Narrado em terceira pessoa, a história se mantém fluída, com detalhes maravilhosos, toques de muito bom humor e é impossível de largar. No segundo ano de Harry Potter em Hogwarts, já temos uma noção muito boa sobre o funcionamento da sociedade bruxa e da escola em si, mas sempre aparece alguma informação nova para incrementar a história e nos surpreender. Outra coisa super legal nos livros é que J.K. sempre insere alguma situação ou informação que, aparentemente, parece não ser tão importante ou que acaba sendo um obstáculo a ser enfrentado, mas acaba tendo uma ligação com algo que acontece lá na frente e tudo de encaixa, como mágica.


Harry já está mais familiarizado com o universo bruxo, com o quadribol, com os professores, e com os perigos que sempre estão a espreita, e dessa vez não seria diferente. O Lorde das Trevas ainda representa uma ameaça e sempre está buscando meios de retornar, e Harry não vai hesitar em estar alí para tentar impedir.
Rony, por mais que seja o amigo bobalhão de Harry, mostra que apesar de ter pavor de aranhas, ele é corajoso e também enfrenta o perigo quando necessário, mesmo com uma varinha quebrada que causa destruição se utilizada. E a ideia de Gina, sua irmã mais nova, ter ido pro seu primeiro ano em Hogwarts e estar correndo perigo, o deixa ainda mais preocupado em fazer alguma coisa para ajudar a resolver o mistério acerca do monstro da câmara secreta.


E mais uma vez, Hermione, com sua astúcia e inteligência, consegue resolver problemas aparentemente impossíveis, desvendando mistérios que ninguém, em décadas, soube resolver. Hermione sempre deixa se guiar pela razão, mesmo que isso signifique contrariar as ideias de Harry, e é incrível como a menina, de uma forma até irritante, sempre está certa.
Snape está mais odioso do que nunca, perseguindo os garotos e destilando toda a sua antipatia pela vida contra as crianças. Gilderoy é aquele tipo de embuste que se acha o centro das atenções, que gosta de espalhar seus grandes feitos por aí como se ele fosse alguém famoso e muito importante. Desde o início fica claro o quanto ele é ridículo e narcisista - o que chega a ser inacreditável e muito engraçado - mas a reviravolta que ele sofre no final é perfeita, pois mostra que as pessoas não são o que fazem questão de aparentar ser.
Através das memórias em um diário mágico, sabemos um pouco mais sobre Tom Riddle, um estudante de Hogwarts de décadas atrás, que mostra algumas passagens ocorridas na escola a fim de trazer algumas respostas para Harry, e que acaba se tornando alguém bastante conhecido no mundo bruxo futuramente...


Não posso deixar de falar sobre a estadia de Harry n'A Toca e é uma pena enorme que as cenas que se passam lá ficaram de fora do filme. A Toca é uma casa torta e mágica, com direito a vampiro que mora no sótão e um jardim enorme que precisa ser desgnomizado com frequência, pois os gnomos - criaturas muito diferentes daquelas parecidas com um mini papai noel que os trouxas insistem em usar para enfeitar seus jardins - são pragas que infestam o terreno e destroem as plantas. O processo de dar fim nos bichos é hilário e muito criativo. Outra passagem super interessante é o aniversário de morte do fantasma Nick-quase-sem-Cabeça, do qual o trio de amigos foi convidado a participar e ficam totalmente abismados, e a ideia de que o zelador da escola, Argo Filch, é um aborto (que nasce em uma família bruxa mas não tem poderes, o que seria o oposto da Hermione, que nasceu bruxa numa família de trouxas).


Enfim, eu poderia ficar aqui falando sobre os detalhes do livro, da saga em si, de como a autora começou a introduzir a questão do preconceito e das diferenças entre bruxos e trouxas, e do quanto eu amo esse universo mágico e fantástico criado pela genial J.K. Rowling eternamente, mas vou me conter e só dizer que é livro cuja leitura - e releitura - é mais do que recomendada.