Título: A Prometida - A Prometida #1Autora: Kiera Cass
Editora: Seguinte
Gênero: Jovem adulto/Romance
Ano: 2020
Páginas: 344
Nota:
★☆☆☆☆☠
Sinopse: Quando o rei Jameson se declara para a Lady Hollis Brite, ela fica radiante. Afinal, a jovem cresceu no castelo de Keresken, competindo com as outras damas da nobreza pela atenção do rei, e agora finalmente poderá provar seu valor.
Cheia de ideias e opiniões, logo Hollis percebe que, por mais que os sentimentos de Jameson sejam verdadeiros, estar ao seu lado a transformaria num simples enfeite. Tudo fica ainda mais confuso quando ela conhece Silas, um estrangeiro que parece enxergá-la ― e aceitá-la ― como realmente é. Só que seguir seu coração significaria decepcionar todos à sua volta…
Hollis está diante de uma encruzilhada ― qual caminho levará ao seu final feliz?
Resenha: A Prometida é o primeiro volume da duologia da autora Kiera Cass e publicado pela Editora Seguinte aqui no Brasil.
Lady Hollis Brite, embora nunca tenha tido muitas ambições, sempre fora muito cobrada pelos pais, que anseiam ter um status social de destaque. Tendo passado a maior parte de sua vida na corte, ela acompanhou de perto os vários interesses amorosos do rei Jameson Barclay, mas estava satisfeita com a posição entre os demais súditos e tendo sua melhor amiga, Delis Grace, como companhia. Até que um dia ela cai nas graças do rei, que deveria se casar em breve, o que faz com que os pais dela fiquem radiantes, as jovens da corte fiquem morrendo de raiva por desejarem seu lugar, e os lordes de Coroa não fiquem nada satisfeitos por não haver vantagens políticas nessa união. Hollis se torna o centro das atenções no castelo de Keresken, em Coroa, e até que está gostando dessa situação, principalmente porque sua vida mudou pra melhor, e o rei Jameson dava todos os sinais de que ela seria mesmo a futura rainha.
Silas Eastoffe e sua família vieram do reino de Isolte, que é governado pelo déspota Quinten. O reino não é seguro pra quem desagrada o rei Quinten, e os Eastoffe, por algum motivo qualquer, juraram fidelidade ao rei Jameson para permanecerem em Coroa. Quando os olhares de Silas e Hollis se cruzam, as coisas nunca mais serão as mesmas porque a paixão é instantânea... Sentimentos começam a surgir e a confusão toma conta de Hollis, afinal, ela estava feliz em ter agradado Jameson, estava feliz por que seria a rainha de Coroa, ou será que não?
Com tantos conflitos, as coisas só pioram quando o rei Quintem visita o rei Jameson para resolver questões reais. Ela pôde enxergar um lado de Jameson que ela não conhecia, e não ficou nada satisfeita... E agora? Como Hollis vai resolver essas questões sentimentais?
Primeiramente, por mais que eu tenha que reconhecer que essa capa é linda demais, não me agrada nada que ela combine com o padrão de capas (e até fonte de título) dos outros livros da autora que não tem nada a ver com este. Sempre vai ter alguém pra achar que tudo faz parte da mesma série, assim como teve gente que pensou que "A Sereia" fizesse parte da saga da Seleção, porque bate o olho na capa e já identifica que "pelo estilo ser o mesmo, deve ser continuação". Só que não.
Segundamente, e vou repetir pela milésima vez, eu odeio triângulos amorosos e não consigo entender qual a motivação para esse tipo de "conflito", principalmente quando existem tantas outras questões importantes que poderiam ser abordadas para tirar a protagonista da zona de conforto e deixá-la indecisa sobre algo ou alguém.
E terceiramente, nada me tira da cabeça que ficar na dúvida entre um pratão cheio de brigadeiros e uma barca de comida japonesa é uma questão muito mais séria e importante do que ficar indecisa dois machos que conseguem ser ainda piores do que a própria protagonista nos quesitos sem sal, sem carisma, sem personalidade e sem a menor graça, convenhamos.
Eu fico murcha e chateada quando gosto da autora, coloco altas expectativas num livro novo porque sei da capacidade incrível de criar histórias legais que ela tem, e a coisa toda é esse flop total. Com uma dessas a gente vê que por mais que a autora tenha ficado famosa e apareça gente que queira ler até a lista de supermercado que ela faça, nem sempre eles estão tão inspirados assim pra escrever alguma coisa decente e que faça o leitor ficar empolgado e feliz.
Dito isto, Hollis é aquela protagonista que faz a gente revirar os olhos num looping infitino por não ter nenhuma característica que a torne, no mínimo, interessante. Ela é sem graça, mimada, com conflitos nada a ver, se preocupa e fica deslumbrada demais com bobagens e futilidades, como danças, joias e vestidos, e parece viver as sombras da amiga, Delia. Isso não seria um problema se Hollis não fosse a bendita protagonista dessa história, não é mesmo? Delia tem muito mais camadas e história do que Hollis, e tudo isso fica bem mais evidente quando a amizade tóxica que surge entre elas por causa de amargura e inveja vem à tona. Delia não soube lidar com o fato de que não foi a escolhida do rei, e que a escolhida foi sua melhor amiga, logo, boa coisa isso não poderia dar, principalmente quando essa amizade de Chernobyl começa a ser romantizada fazendo com que a gente fique com vontade de meter uns murros nas duas e jogar o livro longe, de tanta raiva.
Talvez o que me fez tomar ainda mais antipatia de Hollis foi a "reviravolta" que ela sofreu, quando, do além, ela começa a se incomodar em ser tratada como objeto quando ela passou a vida inteira se comportando como um. Talvez isso soe um tanto machista, mas se ela passou a enxergar isso por causa de outro macho, a pergunta que fica é: em que supermercado vende bom senso pra essa completa loucura fazer algum sentido? Nada funciona nessa história. Nada faz sentido. As coisas acontecem sem uma explicação plausível, os personagens, talvez com exceção de Delia, são todos rasos e inúteis, os pais de Hollis só existem pra repreendê-la por causa de nada, e a cara de tacho durante a leitura é inevitável.
"Ah, mas um triângulo amoroso é fofo e movimenta a trama". Não. E esse talvez seja o pior que já vi na minha vida. Hollis fica entre dois pretendentes, Jameson, que oferece um "sonho" tão artificial quanto fantasioso (principalmente por não ter informações suficientes sobre o homem para sentirmos raiva ou empatia dele), e Silas, que não acrescenta e não fez nada de relevante na vida pra despertar esses sentimentos em Hollis somente com um olhar. Nem o motivo real sobre a sua fuga de Isolte é abordado, e o rei Quintel, que ao meu ver deveria ser o mais tirano ever, não passa de um velhaco que não serve pra nada.
Enfim, depois de ter ficado tão empolgada e emocionada com a Seleção, não esperava esse retrocesso por parte da autora, e isso foi muito frustrante pra mim. A sensação de decepção foi a que ficou e só lamento pelo tempo que investi nessa leitura. Não recomendo, infelizmente.