Resumo do mês - Dezembro, tchau 2020!

1 de janeiro de 2021


Dezembro deve ter passado rápido pra poder pôr fim logo nesse 2020 infernal. O ano foi uma loucura, testou os limites de muita gente, e agora é esperar e torcer pra que em 2021 as coisas comecem a melhorar depois desse caos que ninguém nunca imaginou passar na vida.
Não dei conta de manter uma frequência de postagens como eu gostaria e nem de dar continuidade em várias coisas que comecei aqui no blog, o Desafio Literário foi um deles, mas não vou nem me condenar por isso, afinal, a cabeça tava em outro lugar e aposto que muita gente também ficou meio desesperado com tanta imprevisibilidade. O jeito é fazer as coisas adaptando tudo à essa realidade, e o que tiver que ser vai ser. Só quero ficar zen e manter a paz e espero que tudo dê certo. Já deu certo.

No mais, quero desejar um ano novo feliz e que, diferente do anterior, este seja repleto de esperanças, paz, saúde, tranquilidade, melhorias e conquistas.

Caixa de Correio #106 - A última do ano

31 de dezembro de 2020

Dando continuidade aos meus estudos acerca do Tarô e resgatando minhas origens, esse mês resolvi comprar mais livritchos para agregar o acervo. Então, em meio a livros de ficção que eu já queria faz tempo e me dei de presente de natal, também veio as novas aquisições. Não comprei muitos pops por motivos de falência, mas pelo menos foquei em HP e isso que importa.

No mais, espiem só o que recebi esse mês:

Wishlist #94 - Funko Pop - Queens Gambit

27 de dezembro de 2020

Quem assistiu a minisérie O Gambito da Rainha na Netflix e gostou, com certeza já quis sair por aí aprendendo a jogar xadrez depois de virar fã da Beth. Eu mal to jogando dama, imagina xadrez, mas não nego que já fiquei imaginando como seriam os popinhos da protagonista prodígio que tanto admirei. E pra minha felicidade, a Funko já anunciou os pops que vão ser lançados ano que vem, e eu, claro, já dei um jeito de colocar na wishlist. Espiem as Bethzinhas, que fofas.





Games - GRIS

21 de dezembro de 2020

Título: GRIS
Desenvolvedora: Nomada Studio
Plataforma: PC/Nintendo Switch
Categoria: Indie/Aventura
Ano: 2018
Classificação Indicativa: Livre
Nota: ★★★★★
Sinopse: Gris é uma jovem esperançosa, perdida em seu próprio mundo, que lida com uma dolorosa experiência.

Considerando algumas resenhas de games que fiz aqui no blog, acho que já deu pra perceber que gosto bastante de jogos de plataforma. E com este não foi diferente. Logo que bati o olho na thumb dele na Steam, já coloquei na minha lista de desejos sem nem saber direito do que se tratava. Fiquei encantada com o visual e afirmo com toda a certeza do mundo que valeu cada centavo investido. Com um design minimalista e toques delicados de aquarela, Gris foi umas das experiências mais intensas que tive com qualquer jogo nos últimos tempos e assim que finalizei tive que vir correndo aqui contar.

É difícil falar sobre um jogo quando a experiência com ele é tão pessoal e cada um é livre pra ter a própria interpretação do que vê, mas ainda posso afirmar que apesar de ser divertido e necessário usar a lógica para sair de alguns pontos particularmente difíceis, é impossível não lidar com um misto de emoções durante a jornada de Gris, principalmente quando entramos no tema da perda, do luto e da superação.



Gris é uma garota que, aparentemente, sofreu uma perda trágica e agora não está sabendo lidar com essa terrível situação. Ela está quebrada em milhões de pedaços, não tem mais forças, não tem mais voz, está perdida e se encontra num vazio total, sem vida e sem cor. Sendo assim, Gris vai abordar o luto e seus cinco estágios de uma forma tão sutil quanto sublime, por isso, se forem embarcar nessa (o que recomendo muito), preparem os lencinhos.



O cenário em si representa a própria mente e os sentimentos de Gris, e a medida que ela avança, vai mudando de cor, toma forma mas se quebra novamente, se afunda num abismo escuro e sombrio cada vez mais fundo, vira de cabeça pra baixo, mas sempre existe aquela luz, aquela estrela que está escondida em algum lugar que vai dar a ela forças e abrir o caminho, basta que ela se esforce pra encontrá-la e, assim, poder escapar dessa escuridão que está literalmente a engolindo. E enquanto Gris enfrenta alguns desafios, ela vai se recompondo enquanto adquire ou recupera habilidades que haviam sido perdidas nesse processo. O mais incrível é que às vezes ela precisa usar ou enfrentar exatamente aquilo que a assusta ou a persegue para conseguir superar um determinado desafio e conseguir avançar.



Sobre as mudanças de cores, é bem legal acompanhar os estágios pelos quais Gris está passando. O cenário começa cinza, que representa a negação, o vazio que ela sente pela perda sofrida. Logo em seguida muda para vermelho, a raiva, que lembra um deserto, árido e cheio de tempestades de areia que a empurram pra longe e tentam impedir que ela siga em frente. Nessa parte ela adquire uma habilidade nova que vai ajudá-la a enfrentar esse turbilhão de sentimentos sem se deixar ser levada pelo vendaval, e a cada nova fase, as cores associadas a sentimentos vão mudando e novas conquistas e habilidades vão sendo desbloqueadas.







Ela inclusive descobre a depressão, que é perfeitamente ilustrada por um oceano escuro, desconhecido e profundo onde ela mergulha. E cada vez mais que ela adentra a escuridão, parece que será cada vez mais difícil dela sair, mas ela percebe que tentar sozinha é muito difícil, e que sem ajuda e sem ter uma luz pra guiá-la, escapar dessa é impossível.



O intuito do jogo não é fazer com que a protagonista passe por perigos a ponto dela morrer ou coisa do tipo, mesmo que ela caia da maior altura que existe ou se enfie no buraco mais fundo ever. Não há nenhum fator aqui que faça com que Gris perca a vida ou fique presa sem ter como escapar, mesmo que a gente dê mil voltas, sempre vai ter uma saída, basta ter atenção pra resolver o quebra-cabeças. Talvez o ponto que não agrade tanto seja o fato de não haver muitos caminhos a serem explorados e o jogo ser bastante linear, ou seja, você vai pra frente, pra trás, pra cima ou pra baixo, o lugar onde se deve chegar sempre vai ser o mesmo, mas ainda assim, a arte faz com que todos os sentimentos dela sejam bastante evidentes e a jornada seja incrível.




Não dá pra deixar de falar da trilha sonora desse jogo. Sem ela eu tenho certeza que a experiência e a imersão não seriam as mesmas. As músicas se adaptam linda e perfeitamente ao cenário e vão se transformando conforme o progresso, e quando Gris finalmente recupera a voz e consegue cantar, minha gente, é difícil controlar as emoções...



Eu finalizei esse jogo emocionada, cheia de lágrimas nos olhos, tanto pela arte que passei contemplando durante essa jornada quanto pela forma sensível de superação de todas essas adversidades. E talvez essa experiência ainda seja mais intensa caso o jogador já tenha passado por algo do tipo. Em diversos momentos eu enxerguei a mim mesma e acredito que esse tenha sido o motivo de ter mexido tanto comigo.




Gris é uma obra de arte, a experiência é única, e a sensação que vai aflorar aqui vai fazer desse jogo algo simplesmente inesquecível.

Super Novidade da Editora Seguinte - Arlindo!

18 de dezembro de 2020



Arlindo chega às livrarias em maio de 2021, mas quem aproveitar a pré-venda do Catarse receberá seu exemplar a partir de março. Além disso, as recompensas preparadas pela autora e pela editora incluem ímãs, postais, bottons, ecobags e jogos inspirados na história do personagem. Para conhecer a campanha, as recompensas, o orçamento e os prazos, acessem www.catarse.me/arlindo

 

Sobre o livro:
Com um traço divertido, cores vivas e um monte de referências aos anos 2000, Arlindo acompanha a vida de um adolescente do interior do Rio Grande do Norte, cheio de dúvidas e sonhos. Entre uma sessão e outra de filmes aos fins de semana com suas melhores amigas, ele tem que lidar com as primeiras paqueras, a escola e sua complicada vida em família. Arlindo é um amigo carinhoso, um filho ansioso e irmão dedicado, um neto atencioso, um paquerinha BEM emocionado, cheio de vontade de achar seu lugar no mundo enquanto vai encontrando sentido para canções de Sandy & Junior pelo caminho.
Fenômeno na internet, a webcomic Arlindo foi criado pela ilustradora Luiza de Souza (mais conhecida como Ilustralu)

Arlindo começou a ser postado no início de 2019 e de lá pra cá a webcomic seguiu caminhos inesperados, mas que não poderiam ser de outro jeito. A rotina de toda terça (e quinta também) criou uma comunidade inteira de carinho e identificação que só se fortaleceu a cada página, em cada comentário. Nada mais justo do que tornar possível que a gente tenha essa história num livro, pra poder ter nas mãos e fora das telas a lembrança de que a gente não tá só.


Arlindo é uma história sobre descobrir quem a gente é em meio ao caos da adolescência, sobre encontrar força em nós mesmos e nas pessoas que a gente ama e, principalmente, sobre se permitir existir — mesmo quando isso dá tanto medo.


Para mais informações, fiquem ligados nas redes da Editora Seguinte:

O Timbre - Neal Shusterman

7 de dezembro de 2020

Título: O Timbre - Scythe #3
Autor: Neal Shusterman
Editora: Seguinte
Gênero: Distopia/Jovem Adulto
Ano: 2020
Páginas: 560
Nota:★★★★★
Sinopse: A humanidade alcançou um mundo ideal em que não há fome, doenças, guerras, miséria... nem morte. Mas, mesmo com todo o esforço da inteligência artificial da Nimbo-Cúmulo, parece que alguns problemas humanos, como a corrupção e a sede de poder, também são imortais. Desde que o ceifador Goddard começou a ganhar seguidores da nova ordem, entusiastas do prazer de matar, a Nimbo-Cúmulo decidiu se silenciar, deixando o mundo cada vez mais de volta às mãos dos humanos.
Depois de três anos que Citra e Rowan desapareceram e Perdura afundou, parece que não existe mais nada no caminho de Goddard rumo à dominação absoluta da Ceifa - e do mundo. Mas reverberações das mudanças na Ceifa e da Grande Ressonância ainda estremecem o planeta, e uma pergunta permanece: será que sobrou alguém capaz de detê-lo?
A resposta talvez esteja na nova e misteriosa tríade de tonistas: o Tom, o Timbre e a Trovoada.

Resenha: O Timbre é o desfecho da trilogia Scythe, escrita pelo autor Neal Shusterman e publicada pela Seguinte aqui no Brasil.

Depois de mais de 2 anos da publicação do segundo volume, é possível que alguns detalhes sejam esquecidos, logo tive que dar uma folheada e uma relida por alto nos livros anteriores para me situar nos acontecimentos passados. Então, relembrando, após o ano de 2042, a humanidade "venceu". Não existe mais nada que não possa ser feito ou descoberto, e a sociedade é governada pela Nimbo-cúmulo, a inteligência artificial com capacidade infinita que, através de cálculos e estatísticas, resolve todos os problemas que existem. Não existe mais desigualdade social, doenças, violência, e até a imortalidade foi descoberta, mas, afim de ter um controle populacional, os Ceifadores são os responsáveis por "coletar" algumas vidas. Porém, esse poder acabou corrompendo alguns desses Ceifadores, que passaram a ter prazer em matar sem a compaixão e a piedade que deveriam ter. Assim, Citra e Rowan, os protagonistas, ao fazerem o devido treinamento e se tornarem Ceifadores, se infiltram nesse meio a fim de dar um "jeitinho" nesse problema.

Dando continuidade aos acontecimentos do livro anterior, Goddard obteve êxito com seu plano de afundar Perdura junto com sua história no meio do oceano causando um enorme estrago e muitas tragédias, o que lhe rendeu o cargo de Alto Punhal da Midmérica. Sem os Alto Punhais para controlar a Ceifa e com a sociedade perdida e sem direção, ele passou a liderar como o grande tirano que sempre foi, mas isso pra ele ainda é pouco, e ele quer mais e mais poder, assim, ele vai atrás dos Tonistas, um grupo religioso, que, obviamente, revidam e o caos a guerra civil são instaurados.

Algumas pessoas não aceitavam essa corrupção, e não iam descansar enquanto não resolvessem esse problema, sendo assim, o Ceifador Faraday e Munira partem para a ilha perdida de Nod para procurar respostas e uma solução. Um período que deveria ser de paz se transformou numa guerra civil, e coisas que haviam sido extintas da sociedade, como a violência por exemplo, retornaram com muita força.

Porém, todas as pessoas que restaram foram marcadas como Infratoras pela Nimbo-cúmulo, e por isso ela não respondia mais e ninguém podia acessá-la pra nada, e isso deixou todos um tanto confusos, com exceção de Greyson Tolliver, que era o único que podia falar com ela e se tornou um símbolo dos Tonistas, e passou a ser denominado de "O Timbre" (daí o título do livro), com a missão de guiá-los para um propósito maior que a nuvem reservou e que iria definir de uma vez por todas o futuro da humanidade. Citra e Rowan, que haviam afundado na queda de Perdura, foram encontrados, e agora não viam a hora de voltarem para ver com os próprios olhos o que aconteceu com o mundo. 

Enfim, a narrativa em terceira pessoa continua fluída e super empolgante, apresentando os dilemas e as situações delicadas dos personagens de forma intercalada, mas confesso que algumas partes são um pouco arrastadas e dão uma canseira de leve, se destoando dos volumes anteriores, e nesse meio alguns personagens ainda morrem sem um motivo bom o bastante, dando a impressão de que só morreram pra não precisarem ter um final mais digno, mas ainda assim a trama, como um todo, é boa e inteligente demais a ponto de superar esses detalhes, só não posso simplesmente desconsiderá-los porque essa "queda de qualidade" é bem evidente se compararmos com os outros livros. 

Em meio a personagens que surgiram e outros que ficaram meio de lado ou foram mal aproveitados, e por mais que a Ceifa tenha ganhado mais profundidade com novas informações, quem ganha o maior destaque é a Nimbo-cúmulo, que além de ser uma inteligência virtual com consciência, passou a ter a capacidade da senciência, e por isso tomava decisões mais "humanas" e justas.

Talvez eu seja contra ao falar sobre isso, mas existe um personagem, Jerico, que trouxe representatividade por não ter gênero definido, mas a impressão que tive é que essa foi sua única e exclusiva função, já que não acrescentou em nada de relevante na história e se não fosse por essa característica teria passado batido no meio dos demais, logo fiquei triste por esse desperdício.

Não sei se foi impressão minha, se viajei na maionese, ou se o autor realmente quis incluir essa "mensagem" nas entrelinhas, mas não pude deixar de associar a tríade que se formou dos tonistas, o Timbre, Trovão e Tom como um tipo de "Santíssima Trindade, e a nuvem ao próprio Deus, que de acordo com a bíblia, cuidou e amou os humanos com todas as Suas forças, mas se distanciou, ainda que sempre vigiando, para que todos, através do livre arbítrio, pudessem aprender com seus próprios erros, e é bem isso que consegui enxergar aqui, e esse também foi um dos motivos pra eu ver a trama com outros olhos e achar que nada alí foi jogado ao acaso.

Enfim, não é qualquer livro de ficção que traz questões filosóficas sobre as possibilidades que a humanidade pode viver num futuro não tão distante, falando sobre a vida, a morte, o fanatismo religioso, a empatia e a moral de uma forma tão única e criativa, enquanto uma inteligência artificial incrível administra o planeta. Só posso terminar essa resenha dizendo que O Timbre encerrou uma trilogia que não só nos apresentou uma história plausível, empolgante e bem amarrada, como trouxe personagens ótimos e que fizeram toda a diferença cada um a sua maneira. Com certeza essa é uma das melhores trilogias distópicas que já li.