Editora: Paralela
Gênero: Romance/Drama
Ano: 2021
Páginas: 304
Nota:★★★★☆
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Sinopse: Elsie e Ben pareciam ter todo o tempo do mundo: vinte e poucos anos, recém-casados, apaixonados. Entre eles as coisas sempre aconteceram depressa, como uma explosão irrefreável de energia. Elsie só não tinha como saber que o brilho de seu romance seria tão fugaz.
Pouco mais de uma semana depois de se casar, Elsie perde Ben em um acidente e sente o futuro se desfazer diante de seus olhos. Só o que resta é um eterno agora, carregado de questões não resolvidas do passado.
Para atravessar sua dor, Elsie precisará inevitavelmente olhar para trás. Não só para entender a dimensão de sua perda, mas também para conhecer a nova família que nunca chegou a ter ― e para descobrir, enfim, quem ela se tornou depois de ter seu final feliz interrompido.
Resenha: Depois de se conhecerem numa pizzaria e viverem uma paixão super intensa durante seis meses, Elsie e Ben reconhecem serem almas gêmeas e decidem se casar. Tudo entre eles acontece muito rápido, há muito química, e eles não poderiam estar mais felizes. Mas, poucos dias depois de se casarem, Ben sofre um acidente gravíssimo e não resiste. Elsie fica arrasada e sem rumo, e agora vai precisar aprender a lidar com o luto. E nesse momento trágico ela conhece Susan, a mãe de Ben, que até então não sabia da existência de Elsie. Susan é viúva, e agora que perdeu o filho único está mais destruída do que nunca, e a aproximação entre as duas, que não acontece da maneira mais feliz de todas, vai trazer alguns aprendizados para os dois lados já que elas vão compartilhar da mesma dor de uma forma tão comovente quanto brutal.
O livro é narrado em primeira pessoa e se alterna entre o passado e o presente de Elsie, onde ela lida com o luto com muita resistência tentando reaprender a viver sem o marido de uma forma quase agonizante, enquanto nos mostra o desenvolvimento do seu relacionamento arrebatador com Ben. Este foi o primeiro livro escrito por Taylor Jenkins, mas por aqui a gente já percebe o talento da autora em construir uma história incrível e muito emocionante que vai levar os leitores às lágrimas devido a carga dolorosa e cruel sobre os estágios do luto.
Elsie é aquele tipo de personagem que vai mexer com o leitor, e talvez não de uma forma muito positiva. A forma como ela lida com a perda é bem intensa e real, e é perfeitamente compreensível que ela esteja em mil pedaços. Não sei se ela se mostrar imatura e super egoísta tem a ver com o processo do luto em si, mas mesmo que a ideia seja torcer pra que ela supere e tenha forças pra seguir em frente, ela é tão irritante que não dá pra entender e nem engolir. Elsie é arrogante demais e isso acaba comprometendo a empatia do leitor, mas podemos ver ela passando pela negação e isolamento, pela raiva, pela barganha, pela depressão e, finalmente, pela aceitação... Tudo ao seu modo. Não vou negar que é triste, que dói, mas são fases necessárias pra se aprender a lidar com a perda e o quão importante é refletir sobre isso.
As passagens que falam sobre o romance do casal são um pouco superficiais, focam mais na questão da intensidade das coisas, falam sobre como Ben era um cara incrível e como eles estavam felizes juntos, e isso só faz a gente ficar triste por saber que eles não tiveram tempo o suficiente pra curtirem a companhia um do outro. A sensação de injustiça é inevitável.
Os personagens secundários não são muito bem aprofundados, o que não acontece com Susan. Susan é uma mulher maravilhosa e rouba toda a cena. Elsie tem uma melhor amiga, a Ana, e por mais que ela faça de tudo pra ajudar e ficar ao lado da amiga, a forma como Elsie narra os acontecimentos - pela sua própria visão - acaba distorcendo muitas coisas, fazendo com que Ana saia como egoísta, o que não é verdade. Por um lado isso é um ponto positivo, pois mostra que as vezes as pessoas tem uma percepção errada quando está com a cabeça afetada demais pra pensar direito, e isso mostra o quanto os personagens que a autora apresenta são reais, são gente como a gente, passíveis de falhas e muitas vezes incompreendidos. Por outro lado, algumas atitudes são extremas demais, e nem sempre dá pra defender.
Como um bom drama, Para Sempre Interrompido é um livro que vai mostrar, através do sofrimento de Elsie e Susan, o quanto o luto e seus estágios é uma carga pesada e sufocante pra se carregar, como as pessoas lidam de forma diferente com suas perdas, que ninguém nunca deve diminuir a dor do outro pelo motivo que seja (principalmente pelo curto período de tempo que o casal viveu junto), que a saudade de quem nunca mais vai voltar é uma sensação insuportável, e que por isso devemos aproveitar cada segundo com quem amamos, expressando nossos sentimentos sempre que possível, pois nunca sabemos o dia de amanhã.
Pra quem procura por um livro emocionante e com uma carga dramática bem intensa, é leitura super indicada.