A Falta que me Faz - Meg Cabot

10 de fevereiro de 2022

Título:
A Falta que me Faz - Desaparecidos #5
Autora: Meg Cabot
Editora: Galera Record
Gênero: Fantasia/Jovem adulto
Ano: 2018
Páginas: 272
Nota:★★★★★
Compre: Amazon
Sinopse: Meg Cabot traz ainda mais ação, personagens intrigantes e a conclusão eletrizante da série Desaparecidos. Jess Mastriani não é mais a Garota Relâmpago. Pelo menos é o que ela acha. Aos 19 anos, após um raio cair em sua cabeça, passar por muitas brigas e viver uma temporada no Afeganistão, a garota está até um pouco aliviada por seu poder extrassensorial ter parado de funcionar. Agora ela só quer aproveitar Nova York, frequentar suas aulas na Julliard, praticar flauta e ensinar música para crianças carentes. Mas tudo muda quando seu ex-namorado, Rob, bate em sua porta pedindo que ela o ajude a encontrar sua irmã desaparecida. Uma irmã que nenhum dos dois sabia que existia.

Resenha: A série Desaparecidos (1-800-Where-R-You), da autora Meg Cabot, originalmente, teve os cinco volumes publicados entre 2001 e 2006 no exterior. No Brasil, os livros começaram a ser publicados em 2011, mas a série "chegou ao fim" em 2014 após o lançamento do quarto volume, Santuário, e parou por aí. Só em 2018, até que enfim, a Galera Record retomou a publicação e lançou o último volume para finalizar a saga de Jessica Mastriani, nossa querida e badass Garota Relâmpago.

Resumindo a história, Jess é uma garota de dezesseis anos que, após ter sido atingida por um raio e escapar ilesa, recebeu o dom de saber o local exato de alguém desaparecido. Ela começou a ajudar a polícia em diversas buscas, mesmo que não quisesse ser "propriedade do governo", até chegar num ponto onde ela mentia sobre ter perdido os poderes pra poder levar uma vida normal. No meio de tantas confusões e perigos envolvendo gente desaparecida ou morta, ela ainda encontrava tempo pra lidar com os dilemas adolescentes de estar envolvida emocionalmente com um Rob, um motoqueiro em "liberdade condicional"; de lidar com os Mastriani, sua família maluca; com Ruth, sua melhor amiga; e outras coisas do tipo. Até que, em prol da humanidade, Jess foi pro Afeganistão trabalhar pro governo procurando terroristas perigosos, e por lá ficou até completar seus dezenove anos, que é quando ela volta - sem seus poderes - e uma nova aventura começa...

Dessa vez, Jess está aliviada por seu poder de encontrar pessoas ter parado de funcionar. Depois de uma longa temporada de trabalho árduo em outro continente, ela finalmente vai pra Nova York, onde vai dividir um apartamento com Ruth, vai poder ir pra faculdade de Julliard em paz, e ainda dar aulas de música pras crianças carentes. Mas isso só iria durar poucos minutos, até Rob, agora seu ex, bater em sua porta pedindo pra Jess ajudá-lo a encontrar Hanna, sua irmã de quinze anos que ele acabou de descobrir que existia em circunstâncias de desaparecimento. Assim, o jeito seria fazer um trabalho investigativo para descobrir o paradeiro dessa abençoada. E, mesmo super chateada por ela ter pego Rob beijando uma moça que ela chama de "Peitos-Tão-Grandes-Como-Minha-Cabeça" na oficina em que ele trabalha, ela decide ajudá-lo por simplesmente não conseguir deixar ninguém na mão.

Eu confesso que só fui descobrir no mês passado - e por um total acaso - que esse volume existia. Depois de anos sem notícias, pensei que a editora não iria finalizar a série (até mesmo porque o volume quatro já tem aquele ar de fim, talvez), e eu simplesmente acabei esquecendo e nunca mais pesquisei sobre. Mas antes tarde do que nunca, não é mesmo?

Mantendo o padrão dos livros anteriores, a narrativa é feita em primeira pessoa e vamos acompanhando uma Jess mais madura, mesmo que ainda continue nutrindo alguns ressentimentos bobos por causa da "traição" de Rob. Enquanto os dois estão investigando o sumiço da irmã dele, Jess começa a refletir sobre o fim do namoro; sobre sua estadia no Afeganistão; sobre tudo o que aprendeu durante esse tempo que ficou longe de Rob, de Ruth, e de sua família; sobre a pressão e as expectativas impostas sobre ela pela família; e sobre o futuro num geral, o que fez com que Jess, embora não tenha perdido seu sarcasmo e seu jeito de lidar com as coisas da forma mais despretensiosa e doida possível, tenha deixado de usar a violência pra resolver seus assuntos, e isso faz toda a diferença na hora dela resolver esse caso absurdo envolvendo Hanna e outras garotas menores de idade. Se antes Jess metia a porrada primeiro pra perguntar depois, agora ela pensa antes de agir, traça uma estratégia, considera todas as possibilidades e consequências, tem muito mais paciência, e isso mostra o quanto ela cresceu, evoluiu e está mais foda do que nunca. E mesmo que Jess esteja nessa fase "zen", ela não mudou tanto a ponto de deixar de se impor ou de sair ameaçando quem ousar sair da linha. A única observação que faço é a de achar que Jess deveria estar um pouco mais velha pra fazer jus a esse amadurecimento e a forma como ela resolve as questões da história. Eu lia e imaginava uma Jess já com seus vinte e cinco anos, pelo menos, mas entendo que por ser uma história mais juvenil é meio difícil ter uma protagonista mais adulta.

No livro anterior, Santuário, a autora já tinha inserido um tema pesado e bastante delicado de ser abordado, mas achei um tanto deslocado devido a irreverência e o bom humor da história. Nesse volume ela repetiu o feito, o de inserir um tema difícil no meio do bom humor adolescente, mas em vez de falar sobre racismo, ela abordou a pedofilia e a indústria amadora da pornografia. Obviamente é um tema pesado, mas pela história ter sofrido uma evolução, por Jess já ter seus dezenove anos e estar mais madura para lidar com questões mais difíceis, as coisas acabaram se encaixando muito melhor, principalmente porque tudo é abordado sem que haja exposição de maiores detalhes, mas de uma forma bem direta, onde cenas rápidas, diálogos inteligentes ou pequenas situações são criadas para que os leitores saibam exatamente o absurdo que está acontecendo, mostrando como as garotas em situação de carência e vulnerabilidade são enganadas e se tornam vítimas de um criminoso, e como Jess entra em cena para não só salvar as meninas, como também enfiar o criminoso na cadeia. Quem acompanha a série já conhece Jess e sabe do que ela é capaz, então a gente sabe e pode esperar que, além de ajudar a resolver o problema, ela vai fazer justiça e ser motivo de orgulho pra todo mundo.

Ok, é mais uma série que, por mais interessante, engraçada e empolgante que seja, tem um final previsível, logo falar que o lance com Rob, que está super mal resolvido, é só um detalhe. A gente começa a ler sabendo que no final as coisas se acertam, só resta saber como e o que acontece nesse meio tempo até lá. E Rob... O que falar desse rapaz? Se ele já era motivo de paixão nos livros anteriores, preparem os corações pra acompanhar os feitos do moço por aqui... A família de Jess também está ótima, principalmente seu pai, e até que enfim acompanhamos o desencalhamento de Ruth.

A Falta que me Faz encerra a série de uma forma super satisfatória, madura, fofa e suspirável. Com certeza é uma das melhores que a diva Meg Cabot já escreveu.

The Sims 4 - Desafio das Décadas - 1980

2 de fevereiro de 2022



Década de 80 chegou e com ela a tecnologia deu um salto bem considerável. Agora os Sims podem até ter video game em casa e a adoção está permitida.

A casa:


Mantendo a estrutura e só mexendo em detalhes e cores, eis que essa foi a casa reformada de 1980 da família. Agora eles tem uma piscina com área pra churrasqueira e uma casa da piscina na parte de trás. Forest está morando nessa casa por ser menor, pra ele ter sua privacidade, e pra fazer seus treinos físicos sem incomodar os primos com os barulhos. O saldo depois da reforma ficou em 29mil.



A vida e a saga da família:
River e Richard estão cada vez mais envolvidos em serem escoteiros e River está prestes a conseguir seu título de mestre, só falta uma medalha (uma que ele precisa cuidar de bebês ou fazer as pessoas rirem ???). Ele anda fazendo bastante exercícios físicos junto com Forest, que está dando a maior força pro primo. Forest foi promovido a Cabo e seu trabalho na cidade coletando pistas e prendendo vagabundos está indo cada vez melhor. Candy continua se dedicando às esculturas, mas decidiu que em breve vai fazer alguns testes pra entrar na carreira de atriz. Richard é aluno nota 10 na escola.

River e Candy se tornaram jovens adultos e foram comemorar, e numa tentativa de fazer um churrasco ele causou um incêndio. Tá pegando fogo, bicho! Se não fosse Candy pra apagar o fogo o coitado do River é que teria virado churrasco.
Pouco tempo depois, Richard cresceu e virou adolescente, sua média na escola caiu pra 8, e ele continuou estudando e se dedicando a melhorar suas habilidades para se tornar um mestre escoteiro já que River cresceu não conseguiu por falta de uma mísera medalha.



Forest começou a frequentar a academia junto com River e lá eles acabaram fazendo muitas amizades. Forest começou a ter interesse por Alexis, que ele conheceu enquanto treinava, mas numa conversa ele descobriu que ela é casada e ficou arrasado. Não é possível que não há uma mísera alma solteira nessa cidade pro pobi não morrer encalhado. Candy, enfim, conseguiu entrar na carreira de atriz, começou a fazer uns testes e, ao que tudo indica, vai se dar bem nessa carreira, mesmo que no ambiente de trabalho exista uma produtora que não quer saber de amizade com ela. River entrou na carreira de Negócios e agora precisa aumentar seu carisma pra se dar bem.



A primavera chegou ao fim, a amizade de Forest com Alexis evoluiu e os dois começaram a ter um caso. Forest começou a insistir na ideia de que ela se separasse para que pudessem ficar juntos, e Alexis acabou aceitando. Eles ficaram noivos e Alexis ficou grávida, então eles se casaram. O que Forest não esperava era descobrir que Alexis já tinha uma filha de um relacionamento anterior, a Gabriela, que se mudou junto com a mãe para a casa da família. Não que a filha dela seja um problema, mas geralmente coisas como "gosto de animais", "trabalho com mixologia", "prefiro campo do que praia", "tenho uma filha de 8 anos", são ditas quando um relacionamento fica sério... Candy e River já ficaram de cima querendo saber quais eram as verdadeiras intenções de Alexis, até mesmo porque agora não tem espaço o suficiente na casa da piscina pra Forest morar com a família lá, e todo mundo vai ter que se organizar pra acomodar as novas moradoras.



O verão chegou, Richard continua correndo atrás de suas medalhas e de melhorar as notas na escola. Finalmente Alexis entrou em trabalho de parto e foi pro hospital ter o bebê. Rick nasceu e esgoela tanto que ninguém na casa dorme mais.



Candy ganhou um traço de estilo de vida que faz com que ela se orgulhe de ser solteira e feliz, e isso é uma coisa que ela inclusive pode usar nos assuntos quando está conversando com os outros. Ela não precisa de ninguém pra se sentir completa e sua melhor companhia é ela mesma. Talvez seja hora dela ir pra casa da píscina agora que River começou a namorar com Lauren, uma jovem tão animada quanto despirocada, que mora num trailer com um monte de gnomos lá em Strangerville, usa chapéu de papel alumínio e acredita em teorias da conspiração e outras maluquices. Antes de começar a namorar com River ela chegou a colocar uma escuta escondida na roupa dele pra espionar o homem e ter certeza que ele não estava envolvido com nada cabeludo. Apesar de doida, Lauren é muito legal e engraçada, e Candy adora passar o tempo em companhia dela. As duas já viraram amigas e confidentes e ela está super feliz com a ideia de River se casar com ela e fazer parte da família.



Meados do outono, Forest se tornou adulto, Rick virou bebê e Richard continua tentando conseguir suas medalhas. David Moss, o filho da Samantha, fez uma visita aos primos. Ele continua riquíssimo, herdou a fortuna e a mansão do pai, ficou famoso e é uma celebridade do mundo da música assim como o pai, é bastante excêntrico no modo de vestir, se casou e teve um casalzinho de gêmeos.
Richard cresceu e virou jovem adulto, e não conseguiu a última bendita medalha dos escoteiros que faltava, ele tinha que fazer pinturas e artesanatos, mas não conseguiu fazer tudo a tempo e acabou perdendo a chance quando fez aniversário, coitado. River e Lauren se casaram e ela ficou grávida na lua de mel. Gabriela começou a fazer atividades extracurriculares fazendo teatro para tentar melhorar as notas, mas logo se tornou adolescente. Ela está indo mal na escola e Richard vai ajudá-la a tentar recuperar já que ele se formou como aluno nota 10, o gênio.



No início do inverno Lauren entrou em trabalho de parto, foi pro hospital com River e lá ela ganhou o pequeno Kim. A gente pensa que agora sendo mãe ela vai parar com as doideiras, mas não. Ela continua dormindo com um capacete feito de escorredor de macarrão e pisca-pisca na cabeça.



Forest e Alexis foram promovidos em seus empregos e por estarem indo bem em suas carreiras, decidiram que não querem ter mais filhos já que mal tem tempo de cuidar de Rick. Quem cuida dele quando todos estão fora trabalhando ou estudando é a pobi da Candy. Pelo menos ela descansa na piscina quando ele tira a sonequinha da tarde.



Depois que Lauren se casou ela deixou o emprego, e agora que Kim nasceu ela vai cuidar dele até que ele possa ir pra escola. Assim que Richard se tornou jovem adulto, ele conseguiu um emprego da área da tecnologia e não demorou a ser promovido a programador. Ele conseguiu várias bolsas na universidade e agora está cursando ciência da computação com bolsa integral por causa das suas notas, do seu sucesso no escotismo e por ser muito inteligente, Richard inclusive está ficando famoso por causa de artigos e publicações, e isso está lhe rendendo uma boa grana. No começo do inverno Kim cresceu e é uma mistura do pai e da mãe.



Em meados do inverno, Forest foi promovido a detetive. Lauren resolveu que quer aprender a cantar, então fica praticando pela casa com sua voz esganiçada. Gabriela agora é adolescente e está indo melhor na escola com a ajuda que Richard lhe dá na hora de fazer tarefas e trabalhos da escola. Em meados do inverno, Rick virou criança e todo mundo espera que ele siga os passos de Richard.



Richard decidiu que não iria pro campus e que iria estudar em casa, mas com essa casa cheia que mais parece um hospício, ninguém sabe se ele vai dar conta do tranco, já que as tarefas e os trabalhos são muitos, as aulas são muito puxadas, e ele ainda tem que se dedicar ao trabalho que exige muito dele e, pra piorar, o horário não bate com os horários das aulas e ele sempre precisa sair mais cedo, pra desgosto do chefe. Gabriela fica bastante inspirada de ver o esforço de Richard, e acha que se chegar a 10% do que ele faz, já vai ser ótimo, mas sua maior vontade mesmo é se mudar pra ter seu próprio cantinho.



A década chegou ao fim, River conseguiu mais uma promoção e se tornou gerente na empresa, Candy continua fazendo alguns testes pra comerciais, mas está bem desanimada já que acabava perdendo alguns pra poder cuidar das crianças (ela não confiava de sair e deixar as duas crianças com a Lauren maluca), e agora a tropa vai pros anos 90 conhecer um pouco mais das modernidades que começaram a surgir em 80. A família terminou com um saldo de 57mil pra próxima reforma.



Na tour pra ver o que aconteceu com o resto dos parentes, ficamos assim:
Em Windenburg, além da família principal, só restam os três filhos de Sarah, Andrew (idoso), Mark e Megan (adultos). Nenhum deles se casou ou teve filhos.
Em Del Sol Valley, David ficou idoso, sua esposa Ana é adulta e quase idosa, e os gêmeos são crianças.
Lá em Monte Komorebi, Edward tinha se mudado para um apartamento em San Myshuno para morar sozinho e deixou Ellie com a família com a casa. Ela e o marido morreram de velhice quando Emerson se tornou jovem adulto, e agora ele cuida dos irmãos adolescentes.
Todo o resto morreu de velhice e agora as casas estão desocupadas (e sim, deixei isso acontecer de propósito porque era impossível controlar e evoluir dezenas de famílias além da principal).

Resumo do Mês - Janeiro

1 de fevereiro de 2022


Tchau, JaneiroOoo. Primeiro mês parece que começou ontem, mas já foi. Enfim consegui finalizar todas as resenhas pendentes e entreguei a tempo pra não ter problema com a parceria. Também fiz duas leituras "avulsas" e resenhei porque fiquei animada em dar minha opinião sobre esses livros.
Vou tentar voltar a fazer postagens no instagram do blog, mas eu não dou certo com essa rede social. Me perco e até hoje não aprendi a mexer direito. Tiro fotos igual minha cara, não tenho aquele dom (e nem saco) pra montar um cenário bacana pra fazer uma foto bonita, e esse é o maior motivo de eu não dar as caras por lá, então não posso prometer que realmente vai ser algo que vou levar pra frente, porque talvez não leve. Juro que queria gostar, mas não rola aquela "química". Pensei em recriar o canal do blog que exclui faz uns anos, mas minha autoestima tá no fundo do poço e não tenho vontade de mostrar a cara, sem contar que com a casa cheia de crianças, eu não teria paz e silêncio pra poder gravar nada.
Ando meio chateada com a encomenda de dois pops exclusivos que fiz e que deveria ter chegado em dezembro. Desde então falo que estou esperando, mas nada de chegar. Se eu tivesse deixado pra comprar fora dessa "pré-venda" já teria recebido há séculos, e olha que o preço nem foi tão vantajoso assim pra ter valido a pena, já até vi mais em conta a pronta-entrega inclusive... Mas serve de experiência pra não comprar nesse esquema mais, independente do saco de paciência que eu tenha.

Na primeira semana de janeiro eu tive um desgosto tão grande pelo meu Petruchio ter conseguido fugir da gaiola que eu quase desisti de ter calopsitas. Eu tinha aparado a asa do abençoado porque deixo a gaiola aberta e só fecho na hora de dormir, mas ele se assustou com o Ian passando com uma escada e voou lá pra garagem. Da garagem ele conseguiu voar pra casa do vizinho, e de lá ele sumiu. Ele não conseguia voar pro infinito e além, só ia pra baixo, mas o muro aqui é muito baixo, e a direção que ele foi é uma descida, então ele foi planando, passando por cima das casas, e foi sabe-se lá Deus pra onde. Fui atrás desse pequeno vagabundo andando pelo bairro afora, cheguei a ver ele na varanda de uma casa na rua de trás, mas quando tentaram resgatar ele, ele escapou de novo e perdi ele de vista. Fiquei desolada, sai assoviando "fiu-fiu" por aí, e fui perguntando dele pra todo mundo que eu via na rua, mas cheguei a perder as esperanças de encontrar. Catarina ficou sozinha na gaiola e não parava de chamar o companheiro. Uma semana se passou desde o sumiço, eu aqui desacreditada, e meu vizinho disse que achava que ele tinha sido encontrado por um outro vizinho que mora umas 5 casas pra baixo da minha, e quando fui ver era mesmo o Petruchio. Nem acreditei que acharam e devolveram esse fujão e agora ele tá aqui como se nada tivesse acontecido. Ele tava meio arisco quando voltou e ficou me estranhando, mas logo já me reconheceu como parte do "bando", continuou aquele trenzinho mais fofo e agora tá aprendendo a assoviar a música da família Adams. Dá vontade de matar, viu.


A cara desse vadio

Enfim, esse mês não teve nada de novo. Semana passada eu sofri com uma gripe forte, não sei se foi gripe comum por causa da mudança de tempo, não sei se foi a gripe nova, mas pelo menos já to 100%. Tenho dedicado meu tempo com as tarefas de casa, com as crianças, em ler meus livros e assistir minhas séries, e claro, jogando o bendito Desafio das Décadas.  Já estou terminando a década de 80 e estou doida pra terminar esse desafio pra começar outro.

Caixa de Correio #119 - Janeiro

31 de janeiro de 2022

Não é possível que esse ano também vai passar voando. Nem acredito que Janeiro já acabou. Esse mês até que foi bem tranquilo e não me desesperei com pendências. Então não fiquei na correria, não me senti desanimada e ainda me surpreendi com as leituras que fiz por minha conta.
Esse mês não teve deck, mas teve pop. Depois de meses e meses sem comprar um popinho, voltei com os de HP que não tem fim.
Comprei dois livros da Meg Cabot que fecham suas respectivas séries, que li há uns 500 anos, e eu nem sabia que tinham sido lançados, então assim que vi, já corri pra comprar e estou terminando de ler o último volume da série Desaparecidos. Precisava ler algo mais leve depois de É Assim que Acaba ter acabado com minha pessoa e me deixado com aquela ressaca horripilante.

Espiem o que teve nessa caixinha:

The Sims 4 - Desafio das Décadas - 1970

30 de janeiro de 2022



Seguindo o padrão coloridão dos anos 60, chegamos na década de 70 com o acréscimo das calças boca de sino da moda, e barrigas a mostra. As casas continuam coloridas, porém mais modernas e estilosas.

A casa:


Resolvi não alterar a estrutura da casa, só as cores das paredes e de alguns móveis. A casa continua com 3 quartos e 2 banheiros e isso é suficiente pra dar conta das duas famílias. até então.

A vida e a saga da família:

A peleja continua com Soraya criando o filho sozinha depois da morte de Ken e ainda ajudando Selena na criação dos filhos dela. Selena conseguiu voltar pra universidade depois da suspensão por causa das notas baixas, e a rotina de estudos, a frequência às aulas e ainda o seu trabalho como babá, a deixaram sem tempo nenhum, e se não fosse a ajuda da irmã, ela estaria lascada. Daniel também anda trabalhando muito e fazendo hora extra, o que o deixa ausente de casa durante o dia inteiro. Ele até perdeu a festa de aniversário dos filhos pra se ter noção.



Porém, quando todos foram pras suas camas dormirem, Ellie ainda não tinha ido embora, e foi quando Daniel chegou. Eles ficaram várias horas conversando e ela acabou confessando sua atração por ele. Daniel ficou surpreso, mas acabou mandando Ellie embora pra não ter problemas com Selena. Faz anos que eles se conhecem e estão juntos, não faz sentido se deixar levar por uma mera atração.

Forest é muito estudioso, ajuda os primos com as tarefas. Ele está aprendendo a jogar xadrez com a mãe e suas habilidades lógicas já estão bem avançadas.





Ao final da primavera, depois de Ellie continuar frequentando a casa das primas e ligando pra Daniel sem parar, ele acabou marcando de encontrá-la na cidade, mas no final das contas não resistiu aos encantos dela... Agora ele não sabe se continua enganando Selena e investe num relacionamento novo e escondido nessa altura do campeonato, ou se esquece tudo isso e continua vivendo sua vida de marido e pai de família como se nada tivesse acontecido...



Mas e se ele resolver acabar com tudo e Ellie começar a chantageá-lo? Daniel precisa de um plano B... Será que se ele confessar tudo pra Selena ela vai perdoá-lo?

O verão chegou, Forest cresceu e agora é adolescente. Soraya desistiu de vez de ir pra universidade e decidiu que vai ficar em casa se dedicando às crianças e à estufa, e quando sobrar um tempinho, ela faz seus exerícios pra manter o corpo em forma.



Como Forest é muito inteligente, ele acabou ficando responsável por ajudar os primos com os trabalhos da escola, e Soraya, como uma boa tia coruja, sempre está ajudando também.



Ellie achou que seria uma boa ideia aparecer na casa das primas, e Daniel decidiu que ter qualquer relacionamento com ela seria algo impossível. Ele não poderia destruir sua família por um caso que nem deveria ter começado, e pra não correr o risco de Ellie tomar qualquer atitude que pudesse colocá-lo numa situação ainda pior, ele mesmo decidiu terminar tudo e contar o que aconteceu para Selena. Foi terrível, Ellie chorou, Selena chorou e Daniel ficou muito arrependido. Selena não sabe ainda o que vai fazer depois se descobrir que foi traída dessa forma tão sacana...
Não sei se é alguma maldição ou o que, mas toda vez que Selena ajuda Soraya na cozinha, acontece um incêndio.



Daniel ficou idoso e anda triste por Selena o estar evitando. Ele tenta se desculpar a todo momento, mas a decepção com ele e com a própria prima é uma coisa que parece que vai durar pra sempre. O problema é que quando ela decidiu preparar um jantar pra conversar com o marido e pedir o divórcio pra acabar com essa história, ela descobriu estar grávida...



Selena se formou em Belas Artes e agora pode largar seu emprego de babá pra conseguir algo em sua área, ou talvez comece a pintar quadros para vendê-los por uma quantia considerável de simoleons. Depois que ela se formou, o bebê nasceu, Richard é o nome do pequeno.



O verão estava chegando ao fim e Richard se tornou um bebê muito espertinho. Adorava ouvir histórias e aprender coisas novas. No começo no outono, Daniel morreu de velhice. Selena ficou chateada, mas ao mesmo tempo ficou aliviada de ter, enfim, ficado livre. Ela vai sentir falta do marido, afinal, eles construiram uma vida juntos, mas ela não estava feliz nesse casamento e, lá no fundo, Selena nunca conseguiu perdoar a traição dele, e nunca vai perdoar Ellie por isso.



Lá em Monte Komorebi, Ellie ficou sabendo da notícia que Daniel tinha morrido e ficou desolada. Como se isso já não fosse doloroso o bastante, ela ainda recebeu duas ligações com outras duas más notícias: Sarah e Samantha, as outras irmãs de Selena e Soraya, também faleceram. Ela saiu pra espairecer num parque próximo de sua casa, e lá conheceu Osmar Sterle. Como ele demonstrou ser um cara legal, ela não perdeu tempo e já foi logo se atirando pra cima dele. Ela só queria preencher aquele vazio que Daniel deixou.



Não demorou pra que Ellie descobrisse estar grávida de Osmar, então eles decidiram se casar pra criar o bebê e o relacionamento ia sendo melhorado com o tempo. Osmar foi morar com Ellie em sua casa, dividindo o teto com os irmãos dela, Edith e Edward. Pouco tempo depois Emerson nasceu. Edith achou um absurdo que Ellie se casasse tão rápido com um cara praticamente desconhecido, mas Ellie não quis saber.



Emerson mal acabou de nascer e Ellie já estava grávida pela segunda vez. Ela estava torcendo para que nascesse uma menina pra poder ter um casalzinho. Emerson cresceu e Ellie começou a achar as responsabilidades da maternidade bem puxadas, ainda mais porque Osmar começou a passar muito tempo fora de casa com a justificativa que estava trabalhando muito para poder comprar uma casa e se mudarem pra um canto só deles. Então Ellie confiou no marido, mesmo que não soubesse com o que diabos ele trabalhava, ela nunca pensou nisso quando se envolveu e fez tudo tão rápido...



Quando Ellie entrou em trabalho de parto, Osmar não estava em casa, então quem a acompanhou até o hospital foi Edith. Edith já estava cheia de amores com Emerson e esperando ansiosa por um segundo sobrinho. Como ela não se casou e não teve filhos, ela acabou se apegando muito a Emerson e já estava sofrendo por antecipação só de imaginar que Ellie iria sair de casa e levar as crianças pra longe dela. Lá no hospital, Ellie teve Charles, outro menino. Ela ficou um pouco decepcionada já que queria uma menina, então decidiu que tentaria mais uma vez quando se mudasse.



De volta a Windenburg, Selena mal envelheceu e assim que se tornou idosa, ela morreu. As crianças estão desoladas pois o pai faleceu faz pouco tempo, as tias, e agora sua mãe também. Soraya está arrasada, mas vai precisar ter forças agora que os sobrinhos ficaram sob sua tutela, e pra isso vai contar com a ajude de Forest. River e Candy, que resolveu se tornar vegetariana, se tornaram adolescentes.



Ao finalzinho do Outono, Soraya envelheceu e ficou idosa, Forest se tornou jovem adulto e Richard virou criança. Forest conseguiu entrar na carreira de detetive, iniciando como cadete. Ele sempre foi inteligente e todas as partidas de xadreez que jogou com sua mãe ajudaram para que ele melhorasse sua habilidade de lógica, então trabalhar com investigação vai ser algo que ele vai gostar muito. O inverno chegou, e enquanto Soraya ia pra cozinha preparar o café da manhã pra família, ela teve um treco e caiu dura no chão. Tantas perdas num período tão curto de tempo foi demais pras crianças.



Forest está decidido a ser um detetive brilhante, e largar o emprego nesse momento não é uma opção, então todos vão ter que colaborar e passar pelo luto juntos. River e Richard se tornaram escoteiros e estão em busca dos distintivos que mostram o quanto são dedicados e exemplares. Eles vão às reuniões dos escoteiros, pescam, pintam, são educados com as pessoas e isso vai melhorando seus atributos.



Candy começou a contruir esculturas na antiga mesa de carpintaria da família, a mesma que pertenceu ao seu tata(...)tataravó Giancarlo. Suas habilidades de lógica e mecânica estão aumentando e ela está se destacando por não ficar fazendo "coisas de mulher". Ela pensa em seguir carreira de engenheira ou coisa do tipo.



A década chegou ao fim, Forest ainda é jovem adulto e está se dando bem na carreira, os gêmeos são adolescentes e estão indo bem na escola (River está indo melhor do que Candy) e Richard ainda é criança. Ele é bastante dependendo do primo e não para de andar atrás dele quando estão em casa.
O saldo da família é de pouco mais de 50mil, e vamos ver o que a famigerada década de 80 tem pra reservar pra eles.

Fazendo a tour rápida pelo mundo, em Newcrest, Sérgio (filho de Jacob Gallo) encontrou sua alma gêmea e assumiu de vez o namoro com Carlos. Eles estão fazendo planos para juntarem as escovas de dentes e adotar um gato.

Em Winderburg, os filhos de Sarah, Andrew, Mark e Megan, continuam morando na casa. Eles não tem contato com os primos mais. Do outro lado do bairro, todos os filhos de Diana morreram de velhice e nenhum se casou ou teve filhos pra dar continuidade a família.

Em Del Soy Valley, David Moss é o herdeiro da mansão deixada pelo pai depois que sua mãe, Samantha, morreu. Ele descobriu que seu pai teve outros três filhos fora do casamento quando pesquisou pela árvore genealógica e acabou não ficando surpreso já que o pai era uma celebridade, mas ele jamais irá dividir sua herança milionária e vai fazer de tudo para esconder esse escândalo. David já é adulto e ainda não se casou e também perdeu contato com os primos.

Em Monte Komorebi, Edith morreu de velhice e Edward continuou morando na casa com a Ellie e sua família. Talvez seja melhor que Edward vá viver a vida numa casa menor e deixe a irmã. Finalmente, depois de ter tido três meninos, Ellie teve uma menina, a Viviane. Ela suspeita que o marido esteja trabalhando com alguma coisa ilegal, mas ainda não descobriu o que é...

Se nenhuma outra família apareceu na tour, é porque já não estão mais entre nós... E é isso, bora pros anos 80.

É Assim que Acaba - Colleen Hoover

17 de janeiro de 2022

Título:
É Assim que Acaba - It Ends with Us #1
Autora: Colleen Hoover
Editora: Galera Record
Gênero: Romance/Drama
Ano: 2018
Páginas: 368
Nota:★★★★★
Sinopse: Lily é uma jovem que se mudou de uma cidadezinha do Maine para Boston, se formou em marketing e abriu a própria floricultura. E é em um dos terraços de Boston que ela conhece Ryle, um neurocirurgião confiante, teimoso e talvez até um pouco arrogante, com uma grande aversão a relacionamentos, mas que se sente muito atraído por ela. Quando os dois se apaixonam, Lily se vê no meio de um relacionamento turbulento que não é o que ela esperava. Mas será que ela conseguirá enxergar isso, por mais doloroso que seja?

Resenha: Lily Bloom é uma jovem de vinte e três anos, apaixonada por plantas, que saiu de uma cidadezinha no Maine e se mudou para Boston há dois anos e mora com sua colega de apartyamento, Lucy. Lily é fã de Ellen DeGeneres desde criança, e, até seus dezesseis anos, escrevia cartas pessoais em forma de diário (o que ela chamava de Diários de Ellen) onde contava os acontecimentos de sua vida sem a menor intenção de enviá-las. No diário ela escrevia como se estivesse conversando com a própria Ellen, contando sobre seu cotidiano, sobre os episódios envolvendo seu pai e sua mãe, sobre ideias que ela tinha para o programa, e sobre Atlas, um garoto sem teto que invadiu uma casa abandonada da vizinhaça a quem ela resolveu ajudar. Formada em marketing, agora ela quer abrir a própria floricultura numa tentativa de ter uma vida estável fazendo o que gosta. Quando o pai de Lily morre, sua mãe lhe pede para que ela faça um discurso fúnebre para falar de cinco coisas boas que ele fez em vida, mas Lily acaba não sendo capaz de se lembrar de nada realmente bom que seu pai tenha feito... Ela sai do velório e vai até o terraço de um prédio para espairecer, e talvez chorar um pouco. E é lá que ela conhece Ryle Kincaid, um jovem neurocirurgião rico, muito bonito e bem sucedido que parece ter aversão a relacionamentos e tem como principal objetivo de vida ser brilhante em sua carreira.

A atração é inevitável, eles parecem ser perfeitos um para o outro, mas cada um segue seu caminho a partir dalí sem que nada acontecesse entre eles. Seis meses depois, Lily saiu do emprego e está lidando com os preparativos para, finalmente, abrir sua floricultura, e é onde ela conhece Allysa, que se oferece para trabalhar pra ela. Elas logo se tornam melhores amigas enquanto conversavam e davam uma geral no lugar. Mas Lily sofre um pequeno acidente e Allysa liga para seu marido e seu irmão, que estavam juntos num bar próximo, pra virem ajudar, e para surpresa de Lily, o irmão de Allysa era ninguém menos do que Ryle. Teria sido o destino? Talvez, mas essa reaproximação acabou fazendo com que Ryle se rendesse aos encantos de Lily, passando a ter sentimentos por ela dos quais ele nunca sentiu por mais ninguém, e não demora muito até que eles comecem um relacionamento mais sério. Mas da mesma forma que Lily traz traumas de um passado conturbado em família enquanto protege suas lembranças de Atlas como seu primeiro amor, Ryle também carrega traumas de um passado que ele esconde e tenta esquecer, mas que ainda reflete em quem ele se tornou...

Sabe quando a gente termina uma leitura e fica baqueada pelo impacto que ela tem, ou fica sem encontrar as palavras certas para falar sobre? Pois é... Pra ler os livros da Collen Hoover é preciso ter a mão um kit emergencial pra recomposição, pois as lágrimas e os soluços são inevitáveis (quando li Um Caso Perdido eu quase morri). Demorei séculos pra tomar coragem, mas resolvi ler sem procurar saber do que se tratava, e sequer li a sinopse, logo, foi quase como levar um soco no estômago acompanhar essa jornada de Lily.

A escrita de Colleen é um negócio surreal. Ela é capaz de transportar o leitor pra dentro da história, de fazer com que a gente sinta na pele o que os personagens sentem e vivem, tornando a experiência de leitura marcante e indelével. A narrativa é feita em primeira pessoa e se alterna entre presente, com o desenvolvimento do relacionamento entre Lily e Ryle; e passado, onde ela relembra as situações envolvendo seu pai, sua mãe, e Atlas. E quando, no presente, Atlas reaparece, as coisas começam a tomar um rumo bastante inesperado. A  existência de Atlas já é o suficiente para afetar Ryle de uma forma assombrosa e, consequentemente, o relacionamento dele com Lily.

O tema central do livro é a violência doméstica e a forma como a vítima fica totalmente dividida entre o amor que ela sente, a ideia da primeira agressão ter sido um caso isolado, e o pensamento de que a ferida aberta é algo irreversível. A nota da autora inclusive fala sobre sua própria e emocionante experiência (o que torna este o seu livro mais pessoal), e sobre o livro ser instrutivo, pra mostrar um pouco da realidade de quem vive essas agressões, de como a pessoa vive num tipo de prisão, criando milhares de desculpas pra justificar o comportamento do agressor, e como isso além de afetar a mulher em todos os aspectos, a mantém num círculo sem fim quando ela se recusa a enxergar a realidade, o que foi o caso de Jenny, a mãe de Lily.

Embora haja o lado romântico entre Lily e Ryle, esse romance é apenas um elemento que serve pra mostrar como ele se instala devagarinho, até começar a revelar seu lado mais obscuro e perturbador. Mesmo que o tema seja pesadíssimo, ele foi escrito de uma forma leve e muito delicada, mas não com intuito de amenizar a dor ou a gravidade que é esse tipo de violência, e sim como forma de mostrar que é com simpatia e leveza que o agressor conquista a mulher até qualquer coisa servir de gatilho para mostrar seu eu verdadeiro e do que ele é capaz. Existe amor, mas se esse amor é demonstrado da pior forma possível, as decepções e o sentimento de impotência se sobrepõe a todo o resto, e ninguém merece ou deve ser destruída por esse sentimento. Não adianta acreditar que as coisas irão mudar se elas sempre se repetem, independente de quantos pedidos de desculpas e demonstrações de arrependimento comoventes intercalem as agressões... Amor e abusos juntos resultam num relacionamento tóxico, a confusão de sentimentos e pensamentos que surgem disso muitas vezes vão impedir que a vítima raciocine com clareza, e é para esses fatos que a autora chama a nossa atenção.
"No futuro, se por algum milagre você achar que é capaz de se apaixonar de novo, se apaixone por mim."
Lily é uma personagem muito cativante, engraçada, altruísta, inteligente, determinada, compreensiva e amorosa, e é impossível não gostar e não sentir empatia por ela. Ela sempre tenta agir com a razão, mesmo que o coração às vezes atrapalhe seus pensamentos. Talvez seja uma das melhores e mais marcantes personagens que já acompanhei nessa minha vida de leitora.

Ryle também é apaixonante, e isso é um enorme problema quando ele começa a ter seus surtos, pois da mesma forma que Lily acredita que ele jamais seria capaz de machucá-la por ele ama-la, eu também acreditei nele, e fiquei na expectativa de que ele mudasse ou tivesse seu momento de redenção, presa na ideia de que não é possível esse tipo de atitude abominável partir de um cara tão legal e que faz tudo pela pessoa que ele ama. Lá vem Colleen estapeando nossas caras mostrando como as mulheres, por mais firmes e esclarecidas que sejam, podem se deixar levar e cair nesse tipo de cilada. E só quem vive sabe como é e como é difícil sair.

Atlas é outro personagem incrível digno de admiração. Ele também teve seus traumas no passado que o quebraram em mil pedaços, mas ele conseguiu superar, mesmo que jamais tenha esquecido o que viveu com Lily. Ele é forte, batalhador, gentil e acaba se tornando o porto seguro dela. É muito bonito ver como ele lhe estende a mão, como ele se preocupa, e como ele só quer que ela fique bem e seja feliz.

Os personagens secundários também são maravilhosos e muito bem construídos. Allysa, por mais endinheirada que seja, é totalmente desprendida das coisas. Ela se mostrou uma amiga maravilhosa, que não só apoia Lily, como também lhe dá conselhos e alertas inteligentes e importantes. Ela inclusive trabalha pra Lily ~de graça~ só pra ocupar seu tempo, ter algo pra fazer e com quem conversar, e não cair na depressão.

Enfim, o livro vai trazer uma reflexão sobre a coragem necessária pra se quebrar esse padrão, sobre se ter empatia com quem está numa situação dessas, e sobre tentar compreender que, embora as pessoas lidem com seus traumas das mais diversas maneiras, nada justifica a violência e que alguma coisa tem que ser feita pra isso chegar ao fim.

É Assim que Acaba é um drama poderoso, inspirador e emocionante, já entrou na lista de melhores livros que já li na minha vida, que vai tocar os leitores de uma forma indescritível, mostrando que é preciso tirar forças do além pra se fazer a escolha certa quando se está nas situações mais complicadas.