Wishlist #25 - Board Games - Roll Camera

25 de junho de 2023

Luz, câmera, ação!
Que existe jogos de tabuleiro com tudo quanto é tipo de tema, isso a gente já sabe, mas eu ainda não tinha visto nenhum sobre a sétima arte: O Cinema!
Roll Camera é um jogo cooperativo que vai simular a criação de um filme. Os jogadores vão se unir para assumirem o papel de uma equipe de produção cinematográfica, onde cada um vai desempenhar um papel no processo, como diretor, produtor, editor, entre outros. Com o roteiro pronto e os atores no lugar, é sua responsabilidade filmar as cenas de forma cooperativa e apresentar novas ideias, com o objetivo de concluir o filme dentro do prazo e do orçamento. Assim como em qualquer produção de Hollywood, surgirão desafios e vários problemas a serem resolvidos ao longo do caminho, e cabe a aos jogadores superarem essas dificuldades enquanto mantém o fluxo das filmagens. Seja criando a próxima obra-prima de Hollywood, um filme B épico e divertido ou apenas mais um lançamento mediano e totalmente esquecível, o destino do projeto está nas mãos da equipe. E eu, como grande admiradora de cinema, já fiquei super curiosa e já entrou na lista.

Roll Camera
Editora/Fabricante: Galápagos
Criador: Malachi Rempen
Idade recomendada: 14+
Jogadores: 1-4 (até 6 com regras especiais)
Descrição: Descubra a magia do cinema em Roll Camera! Este jogo cooperativo coloca você e seus amigos no papel de produtores de cinema em uma empresa à beira da falência. Sua missão é criar um filme de qualidade para salvar as finanças da empresa.
Através da alocação estratégica de trabalhadores usando dados, você precisará coordenar equipes essenciais, como Câmera, Luz, Som, Atores, Direção de Arte e Efeitos Visuais.
Para vencer, seu filme deve passar pelo Controle de Qualidade, onde ele será avaliado. Sua vitória dependerá da habilidade e cooperação da equipe!
Ao final da partida, você terá a chance de "assistir" ao filme que criou através das Cartas de Cenas selecionadas. Embarque nessa aventura cinematográfica e mostre suas habilidades como produtor em Roll Camera! 


Créditos da imagem: Unfiltered Gamer

The Sims 4 - Desafio da Viúva Negra - Marido #1 (parte 9)

18 de junho de 2023

Willow Creek, Sábado de Outono

Decidi preparar o famigerado Nigiri de Baiacu pra oferecer pro Tomas. Ele saiu pro trabalho, preparei o prato e deixei pronto em cima da bancada pra ele comer quando chegasse. Tinha marcado uma aula de aumento de habilidade pra mim, então eu nem estaria em casa nesse momento. A ideia era chegar e encontrar o corpo do Tomas e fingir desespero.
Mas, quando cheguei em casa, Tomas estava no notebook, escrevendo seu novo livro, e agradeceu pelo jantar. Tentei oferecer o Nigiri pra ele de novo, esperando que ele se intoxicasse, mas o homem parece estar imune e eu não vi outra alternativa a não ser partir pro plano B. Soube que em Monte Komorebi existe um lugar com máquinas de refrigerantes e guloseimas, mas também existe uma com bonequinhos colecionáveis muito famoso por sempre emperrar. Chamei Tomas pra irmos lá com a desculpa de que eu queria montar uma coleção e pedi pra ele comprar uns bonequinhos pra mim. De vez em quando a máquina emperrava e Tomas tratava uma verdadeira guerra esmurrando a máquina pra ela liberar o boneco, mas eu sempre pedia mais um porque a coleção era grande e ainda faltavam vários. Ele já estava um pouco machucado e de saco cheio, mas insisti... Numa dessas, a máquina emperrou de novo, Tomas subiu em cima dela com bastante raiva, a máquina virou e caiu em cima dele.
Várias pessoas que passavam viram a tragédia e correram horrorizadas por terem presenciado um homem sendo esmagado por uma máquina de brinquedos no meio da rua. Não nego que a cena não foi nada bonita, mas fazia parte do plano...


Como todo mundo viu o "acidente", fiquei livre de qualquer suspeita, e agora estou conhecida na vizinhança como a pobre viúva de um escritor em ascensão. Que grande infortúnio...
O próximo passo seria vender a casa, me mudar pra outra cidade e recomeçar a vida. Escolhi a cidade de Newcrest, pois além de afastada, tem uma vizinhança bem pequena com a maioria dos lotes vazios. Esperei o inverno chegar pois, com a neve caindo, as pessoas mal saem de casa e nem me veriam partir, e a ideia era ir embora de fininho mesmo. Com os quase 70 mil que embolsei com esse casamento, comprei uma casa de dois quartos com bastante espaço, quase o dobro do tamanho da casinha que morava com Tomas, e a primeira coisa que fiz depois da mudança foi mudar meu visual pra evitar que as pessoas me reconheçam caso me vejam na rua.


Fiquei dois dias de luto e pra não perder mais tempo convidei o Paulo pra me visitar. Ele me consolou pela perda mas eu vi nos olhos dele o quanto ele ficou feliz pelo caminho estar livre. E sim, o plano era me casar com ele o mais rápido possível, até ele me contar que ele tinha perdido o emprego. Não sei que futuro eu teria com um marido desempregado e fiquei incrédula pois isso não seria nada vantajoso pra mim... O que eu herdaria no final das contas?? Tomas pelo menos estava sendo bem sucedido com a venda dos livros, mas não faço a menor ideia do que Paulo iria me oferecer...


Mandei ele ir embora da minha casa e logo em seguida recebi a visita de Bjorn. Além de ser meu amigo, ele também conhecia Tomas e fomos nos fundos onde coloquei sua lápide pra ele prestar as condolências. Bjorn estava bem triste, mas senti uma enorme proximidade com ele. Tão preocupado, tão carinhoso, tão casado...
E agora? Paulo ou Bjorn?


Ass. Amber Black Collette

Porém Bruxa - Carol Chiovatto

14 de junho de 2023

Título:
Porém Bruxa
Autora: Carol Chiovatto
Editora: Suma
Gênero: Fantasia Urbana
Ano: 2023
Páginas: 320
Nota:★★☆☆☆
Sinopse: Isis Rossetti é uma bruxa. Como monitora responsável por atividades sobrenaturais na cidade de São Paulo, ela sabe que não pode intervir em questões humanas. Porém, no cotidiano urbano, as pessoas estão sempre em perigo e é impossível não tentar ajudar.
Quando Ísis recebe a missão de uma divindade, em meio a casos policiais estranhamente similares e investigações extraoficiais, ela precisará revisitar traumas do passado para proteger os comuns e enfrentar o temido Corregedor.

Resenha: Porém, Bruxa, escrito pela autora nacional Carol Chiovatto e publicado pela Suma, apresenta a protagonista Ísis Rosseti, uma jovem bruxa que trabalha monitorando e investigando atividades mágicas e sobrenaturais na cidade de São Paulo. Ísis não tem permissão para interferir nas questões da sociedade dos humanos comuns, mas acaba se envolvendo ilegalmente nessas situações, pois não consegue ignorar quando algum humano está em perigo devido à sua intuição e grande empatia. Um dia, Ísis recebe três tarefas fora de sua jurisdição, e agora ela precisa lidar com dois casos de desaparecimento e uma missão de uma divindade. Além disso, ela precisa enfrentar seus traumas do passado e confrontar o Corregedor, o chefe do departamento mágico, que não pode descobrir suas escapadas ao ajudar os humanos.

Livros de fantasia, principalmente aqueles com elementos de bruxaria, sempre despertam minha curiosidade, então criei altas expectativas para Porém, Bruxa. Mas, a história não conseguiu prender minha atenção. Levei uma eternidade para terminar a leitura, tive dificuldade para me acostumar com a voz narrativa da protagonista e, no final, achei tudo um tanto confuso e problemático.

O primeiro problema é a quantidade de temas e questões diferentes que a autora insere no universo mágico, dando a sensação de que estão dispersos e mal desenvolvidos. Parece que foi feita uma lista de temas para cumprir uma cota de representatividade, feminismo, críticas sociais e afins, mas não foi feito de forma natural. A leitura me deu a impressão de estar lendo um artigo informativo e resumido sobre esses temas. A autora quer falar sobre racismo, machismo, feminismo, intolerância religiosa, assédio, traumas, adoção, sistema prisional, pessoas em situação de rua, e muito mais, como se não pudesse deixar ninguém de fora.

Será mesmo necessário abordar todas essas problemáticas em uma história de investigação, que, aliás, tem muitas pontas soltas? São temas delicados que tentam ser inseridos em um universo mágico, mas nenhum deles é devidamente aprofundado. Entendo a importância de abordar esses temas relevantes na sociedade, mas quando isso não é feito de forma orgânica e parece deslocado, tudo parece forçado e desnecessário. A sensação é de que estão lá apenas para gerar engajamento. Talvez fosse melhor abordar poucos temas de cada vez e trabalhá-los bem, ao invés de tratar de tantos assuntos ao mesmo tempo e deixar o leitor confuso. Eu pessoalmente tive uma enorme dificuldade em me conectar com o que estava acontecendo e cheguei a reler os capítulos várias vezes por não entender o que estava acontecendo. Insistir em uma leitura que não me prendeu, esperando que ficasse interessante, foi bastante sofrível, e senti que perdi meu tempo.

Em relação aos personagens secundários e suas aparições, fica a pergunta: quem são eles? De onde vêm? O que comem? Parece que eles não têm nada mais para fazer em suas vidas além de aparecerem convenientemente quando a protagonista precisa de ajuda para resolver os problemas que surgem. Quanto ao empoderamento, o objetivo era apresentar uma personagem feminista, independente e poderosa, mas o que vi foi ela sendo constantemente salva por um homem com estereótipo de cara perfeito. Além disso, ela age de forma grosseira e desnecessária com os outros sem motivo nenhum. Isso não é ter uma personalidade forte, é falta de bom senso. A autora brinca com a ideia de um possível romance que nunca se concretiza, pois o foco de Ísis aparentemente é o trabalho. Não há problema em manter as relações no campo da amizade, mas a tensão romântica existe e queria saber qual finalidade. Fiquei com a sensação de que essa parte estava sendo guardada para um próximo volume. Quanto à narrativa em primeira pessoa, feita pelo ponto de vista de Ísis, não consegui identificar a voz da personagem e o tom me pareceu inconsistente. Às vezes ela fala usando gírias, às vezes usa uma linguagem mais formal e às vezes substitui palavras por outras que nem são sinônimas. Não há um padrão claro de fala e a construção dos diálogos e pensamentos pediu pelo amor de Deus por um polimento.

Talvez eu não estivesse no clima adequado para essa leitura, mesmo tentando por meses. Talvez eu não seja o público-alvo do livro, apesar de ser fã de fantasia urbana e thrillers (quando são bem estruturados e com finais de tirar o fôlego, claro). A magia também não parece desempenhar um papel significativo na história (talvez daí venha o título?), o que me deixou um tanto desanimada durante a leitura. Apesar de a autora ter criado uma estrutura de fantasia que parecia interessante e ter incorporado vários elementos da cultura brasileira, isso não foi suficiente para me fazer gostar da história ou prender minha atenção, pois o foco é outro. A teoria por trás da trama é interessante, mas a prática deixa a desejar. Porém, Bruxa é um thriller com toques de fantasia que, apesar de ter algumas reviravoltas interessantes, é uma leitura completamente esquecível.

The Sims 4 - Desafio da Viúva Negra - Marido #1 (parte 8)

11 de junho de 2023

Willow Creek - Terça-Feira de Outono

Não sei se posso dizer que estou feliz com o rumo que as coisas estão tomando. Ficar livre do Tomas está sendo muito mais difícil do que pensei, e acabei recorrendo a Miko pra ela poder me aconselhar sobre o que fazer. Ela é minha melhor amiga e sabe das minhas intenções. Pra espairecer, ela me levou numa outra cidade pra eu poder conferir o movimento, afinal, quando Tomas partir eu vou precisar me mudar de casa o mais rápido possível com a desculpa de que "tudo alí me lembra dele e não consigo suportar". A cidade tem seu charme, mas é a mais esquisita que já vi na minha vida. O nome da cidade é Strangerville. As pessoas são suspeitas, andam esquisito e tem vários militares e cientistas andando pela rua. Não sei se é uma boa eu ir pra esse lugar...


O que fiz foi continuar investindo meu tempo em aprender culinária, então assistia programas e lia livros pra melhorar minhas habilidades na cozinha. Não sei porque essa receita de Nigiri de Baiacu é tão difícil de conseguir. Acho que sabem que ela é perigosa nas mãos de qualquer um que queira usar pra fazer o que não deve, e dificultam ao máximo, não é possível...


Enfim consegui melhorar minha habilidade culinária no nível máximo e resolvi fazer uma pequena reunião em casa pra fazer uma demonstração das minhas delícias. Tomas tinha viajado pra fazer um curso e convidei Paulo, Miko e Bjorn. Não sei o que se passou pela cabeça de Bjorn, mas achei ele muito a vontade na minha casa. Ele me chamou e ofereceu uma massagem, o que não recusei, afinal, já disse que ele poderia ser uma opção futuramente e não quero ser grosseira com ele até decidir, mas o que me deixou surpresa foi ele dando em cima do Paulo e indo pra cima dele pra beijá-lo! E não entendi nada quando Paulo não empurrou ele pra longe e ficou todo soltinho e correspondeu aquele beijo! Meu Deus! O que foi isso?? Bjorn não é casado? Paulo não é meu namorado? O que está acontecendo nessa vizinhança? O que está acontecendo com esses dois? Será que a ação "Amor Livre" é a culpada por isso? Não acredito. São tantas perguntas que não faço a menor ideia das respostas... Mandei todo mundo embora e cancelei a reunião. Preciso pensar em como resolver isso. Não quero saber de Paulo se engraçando com ninguém na minha frente, na minha casa! Quem ele pensa que é? Será que devo terminar tudo e procurar outro alvo? Estou me sentindo um fracasso pois tudo o que quero não parece estar dando certo...


Como se eu já não estivesse frustrada o suficiente, recebi uma ligação poucas horas depois e fiquei sem chão: Miko, minha melhor amiga, morreu! Como isso pode ter acontecido? Ela era tão jovem, era minha cúmplice, minha melhor companhia, era a pessoa que eu confiei todos os meus segredos... Não pode ser... Nem a nova promoção de Tomas e o dinheiro que ele anda ganhando vão me tirar dessa tristeza... Ele veio me contar que está melhorando suas habilidades de empreendedorismo ao publicar os livros que escreve mas que depois de ter sido promovido a "Colaborador Frequente" na empresa começou a ser perseguido por uma colega de trabalho, e que se não der um jeito nela não vai conseguir ser promovido novamente. Mas ele vem pedir conselhos logo pra mim? Que quero ficar livre dele? O que ele quer que eu faça? Não me importa uma outra promoção, mas não posso ficar de luto pra sempre enquanto não tomo nenhuma atitude. Agora permanecer nesse bairro vai me trazer lembranças da Miko e, por ela, eu vou ter que agilizar esse processo e dar no pé. Estou exausta e cansada por tudo estar dando errado.


Quando finalmente tive um pouco de coragem depois de chorar litros, resolvi espairecer indo num festival de especiarias na cidade. Não gosto muito de comida apimentada e nem consigo comer nada sem soltar fogo pela boca feito um dragão, e não sei se foi um sinal do universo, mas consegui encontrar a barraquinha com o prato que venho querendo aprender há séculos: O Nigiri de Baiacu.


Tomas, me aguarde...

Ass. Amber Black Collette

Lore Olympus (vol.3) - Rachel Smythe

9 de junho de 2023

Título: Lore Olympus - Histórias do Olimpo #3
Autora: Rachel Smythe
Editora: Suma
Gênero: Graphic Novel/Fantasia/Mitologia Grega
Ano: 2023
Páginas: 384
Nota:★★★★★
Sinopse: No Olimpo e no Submundo só se fala do que anda rolando entre o Deus dos Mortos e a vistosa filha de Deméter. Em meio a tanto fuxico, Hades e Perséfone têm muita coisa a resolver nas suas vidas.
Desde que chegou ao Olimpo, Perséfone se esforça para ser a jovem deusa e donzela perfeita. A atração que sente por Hades só deixou mais pesado o fardo que é cumprir as expectativas de todos. Depois do abuso que sofreu, ela teme não conseguir encobrir a mágoa e o amor intensos que tanto lutou para esconder.
Enquanto Perséfone reflete sobre o futuro, Hades luta contra seu passado e reata a relação tóxica que tinha com Minte. Conforme a pressão e o frenesi ― da família, dos amigos, dos inimigos ― aumentam, tanto Hades quanto Perséfone tentam calar seus desejos cada vez mais evidentes. Mas a tentação é forte e a atração é magnética. É destino.

Resenha: Dando continuidade ao livro anterior, o terceiro volume da série Lore Olympus traz os episódios 50 a 75 e, como nos volumes anteriores, mais um capítulo extra inédito e exclusivo.
Mantendo o mesmo ritmo envolvente na trama e aprofundando ainda mais os relacionamentos complexos e as intrigas do Olimpo, voltamos ao mundo dos deuses e deusas da mitologia, que agora levam suas vidas em tempos modernos, para acompanhar Perséfone e Hades protagonizando uma narrativa onde as dinâmicas de poder, amor proibido e até tramas políticas permeiam esse universo.



Esse terceiro volume mostra praticamente todo o Olimpo levantando suspeitas sobre a possível relação entre Hades e Perséfone, enquanto os dois tentam levar suas vidas passando por cima de seus sentimentos. Hades, então, decide retomar seu relacionamento (que costumava ser bastante tóxico) com a ninfa Minte, enquanto faz de tudo pra levar uma relação estritamente profissional com Perséfone. Obviamente a atração e a química com Perséfone é fortíssima, reatar com Minte é uma ideia péssima, mas Hades parece estar decidido a cumprir com seu dever de senhor do submundo sem deixar que nada nem ninguém o atrapalhe, mas sempre tem alguém invejoso pra atrapalhar, não é mesmo?

Do outro lado, quando Perséfone começa a refletir sobre seu futuro e que ela poderá sair da DEV, ela sabe que precisa dar um jeito de conseguir dinheiro pra se manter e, talvez, se seu estágio no Submundo pudesse ser remunerado, ela poderia continuar seus estudos e ser mais independente. Com um pouco mais de liberdade pra explorar o novo mundo e o submundo, ela não só passa a estreitar algumas relações de amizade com Ártemis, Hécate e Eros, como também faz alguns inimigos que a querem longe de Hades. Perséfone ainda é assombrada pelo abuso que sofreu e que lhe rendeu um trauma horrível, e isso rende algumas cenas bem desconfortáveis, mas finalmente ela se abre com Eros pra aliviar todo esse peso que ela vinha carregando sozinha e ele a apoia incondicionalmente fazendo com que ela entenda que não tem culpa nenhuma, e que Apollo é o culpado.



O desenvolvimento dos personagens continua sendo o segredo do sucesso dessa série. A autora apresenta um retrato humano e multifacetado dos deuses, dando-lhes profundidade e nuances que vão além dos estereótipos mitológicos. Os diálogos afiados e as interações entre os personagens são um dos pontos altos do livro, trazendo dinamismo e profundidade à narrativa. Perséfone, que embora seja ingênua por ter passado a vida inteira sob a superproteção da mãe, começa a emergir como uma personagem forte e determinada, enquanto Hades revela camadas de vulnerabilidade e compaixão diante de seus sentimentos que ele sabe que estão lá, mas que faz tanta questão de esconder.

É inegável que a conexão entre os protagonistas cresce cada vez mais, mesmo que esse relacionamento viva sendo testado, tanto por forças externas quanto pelo passado conturbado e cheio de traumas dos dois. A autora habilmente equilibra os momentos de tensão e drama com toques de humor e romance, mantendo os leitores ávidos por mais.

A arte dispensa maiores comentários. O estilo da ilustração combina com a atmosfera moderna e glamourosa onde a história se passa, as cores são vibrantes, os traços são marcantes e muito expressivos a ponto de transmitir as emoções mais sutis dos personagens, e os pequenos detalhes são responsáveis por darem vida a esse universo incrível e seus personagens peculiares.


Não posso negar que a evolução da história fica cada vez mais envolvente e bonita e o gancho no final é desesperador (e a vontade de correr pro Webtoons é quase incontrolável), mas vou me segurar aqui e aguardar o quarto volume pela Suma com paciência. No geral, Lore Olympus é uma série cuja leitura é envolvente e emocionante, que mergulha fundo na complexidade dos relacionamentos, que traz uma trama super interessante e diferente de qualquer outra releitura, e esse volume três consegue ser ainda melhor que os anteriores. Pra quem curte mitologia grega, romances cheios de reviravolta e fantasia, é série mais do que indicada.

Games - Red Dead Redemption II

8 de junho de 2023

Título:
Red Dead Redemption II
Desenvolvedora: Rockstar Games
Plataforma: PC/PS4/PS5/Xbox
Categoria: Ação/Aventura
Ano: 2018
Classificação Indicativa: 18+
Nota: ♥♥♥
Sinopse: América, 1899. O fim da era do Velho Oeste começou quando os homens da lei caçam as últimas gangues de bandidos remanescentes. Aqueles que não se rendem ou sucumbem são mortos.
Depois que um assalto dá terrivelmente errado na cidade de Blackwater, no oeste do país, Arthur Morgan e a gangue Van der Linde são forçados a fugir. Com agentes federais e os melhores caçadores de recompensas do país se aglomerando em seus calcanhares, a gangue deve roubar, roubar e abrir caminho através do coração acidentado da América para sobreviver. À medida que divisões internas profundas ameaçam separar a gangue, Arthur deve fazer uma escolha entre seus próprios ideais e a lealdade à gangue que o criou.

Red Dead Redemption 2 é um jogo de ação e aventura que se passa em 1899, final do século XIX, no auge do Velho Oeste americano.
A trama acompanha a história do protagonista Arthur Morgan, um fora da lei com seus 36 anos de idade e um dos membros mais antigos da gangue Van der Linde, liderada por Dutch Van der Linde, um homem ambicioso que sempre tem um plano na manga. A narrativa se desenrola em uma época de transição nos EUA (onde U$1,00 era uma fortuna), com a civilização avançando para a modernidade, e suas novas leis ganhando espaço sobre toda a bandidagem e a selvageria do Velho Oeste.


Tudo começa quando um grande roubo na cidade fictícia de "Black Water", no Estado de "West Elizabeth", fracassa e a gangue precisa fugir pra escapar das autoridades. Com as cabeças a prêmio, eles partem às pressas pro norte do Estado de "Ambarino", uma região montanhosa e glacial. Em meio a uma terrível nevasca, eles decidem se esconder até a barra estar limpa, mas a gangue precisa esperar a tempestade diminuir pra depois voltarem para a civilização numa tentativa de conseguirem dinheiro o suficiente para "desaparecerem" e recomeçarem suas vidas, mas tudo começa a sair do controle e dar errado quando Dutch decide não dar ouvidos a Hosea Matthews, cofundador e figura paterna da gangue, e se deixar levar pelas ideias de Micah Bell, um criminoso bastante experiente que está na gangue há apenas seis meses que nunca conquistou a confiança de Arthur. 


Com direito a tiroteiros, emboscadas de gangues rivais e perseguições de autoridades policiais, o jogo traz uma história envolvente, personagens únicos, gráficos e paisagens deslumbrantes e um enorme mundo aberto cheio de detalhes e segredos (muitos deles bem obscuros) a serem explorados e descobertos, e esses detalhes, sejam nos gráficos ou na própria história, fazem toda a diferença pra que o jogo seja ainda mais admirado e surpreendente. Cada personagem tem uma história de vida bem difícil, muitas vezes carregadas de traumas e, ao longo da jornada de Arthur, isso vai se revelando de forma gradual, prendendo a atenção do jogador e criando um enorme apego sentimental. O jogo aborda temas complexos, como lealdade, sobrevivência, honra, vingança, arrependimento, redenção e a luta contra o avanço do progresso, trazendo personagens com cargas dramáticas e problemas pra lidar que envolvem o jogador, mexendo com suas emoções.



A jogabilidade de Red Dead Redemption 2 é uma mistura perfeita de ação, exploração e interação com o mundo ao seu redor. O mundo é repleto de atividades e desafios, oferecendo ao jogador uma imensa liberdade para explorar da forma que quiser, mergulhar na vida do Velho Oeste e tendo uma das mais incríveis experiências de imersão nesse universo. Podemos caçar animais, pescar (o que requer muita paciência) e colher ervas, flores e frutos para obter recursos; ajudar pessoas no meio do caminho das mais diversas formas; ir em pequenos mercados comprar suprimentos ou em saloons encher a cara; se hospedar em hotéis pra descansar e tomar banho; domar cavalos selvagens que, a depender da raça, tem características de personalidade diferentes; roubar carroças, trens e bancos; melhorar as armas para que fiquem mais eficientes durante os confrontos; participar de tiroteios épicos com direito a câmera lenta quando um tiro acerta um adversário em cheio; caçar tesouros, e uma infinidade de outras opções. Além disso a liberdade de se fazer ações que definem o estilo do jogo fica a critério do jogador, quando ele decide se Arthur vai ser honrado fazendo as coisas certas e tendo pequenos privilégios, ou se vai sair por aí aterrorizando as pessoas e viver sendo perseguido pelas autoridades e caçadores de recompensas.



O jogo oferece as missões principais que formam a história central, mas é cheio de missões secundárias e outras tarefas pra prolongar a experiência, e em muitas delas fazemos escolhas que podem interferir na honra e nos acontecimentos futuros. Essas missões tem um nível diferente de dificuldade e duração, algumas são mais sérias e outras são mais engraçadas e nonsense, mas todas juntas só colaboram para percebemos o quanto a história é boa e também pra termos uma boa noção de como as coisas eram precárias antigamente, como as doenças eram tratadas, e também ficarmos indignados por como eram as coisas na sociedade daquela época, principalmente pelos costumes e à cultura que eram "normais", como racismo, eugenismo, fanatismo religioso, patriarcado, violência contra a mulher e outras coisas abomináveis e absurdas. Inclusive posso dizer que a forma como Arthur pode reagir a esses malucos para que tenham os devidos castigos é de uma imensa satisfação. E como no Velho Oeste tudo acaba em tiroteio, morte, sangue e tripas escorridas, não teria como o jogo ter classificação indicativa pra menores de 18 anos.



Os visuais e a mecânica de Red Dead Redemption 2 são simplesmente deslumbrantes. A iluminação, os efeitos climáticos, os biomas diferentes com fauna e flora próprias, closes imponentes e os movimentos dos personagens contribuem para uma experiência visualmente realista e imersiva. Cada detalhe da história e do ambiente são cuidadosamente projetados, desde o cabelo e a barba de Arthur que crescem com o passar do tempo, suas roupas ou o cavalo que ficam sujos caso ele precise carregar alguém ensanguentado ou caia na lama, a tia do acampamento que o xinga e o obriga a tomar banho se ele fica muito tempo sem cuidar da própria higiene, até as vilas ou cidades que tem características arquitetônicas únicas com seus habitantes que dão vida ao lugar.



Durante as visitas nas cidades, seja a passeio ou missão, percebemos os moradores levando suas vidas, trabalhando, construindo casas, conversando, bebendo, brigando, sendo roubados, vadiando por aí, protestando para reinvindicarem direitos e, dependendo do que Arthur fizer, eles ainda vão reagir de forma amigável ou hostil, além de se lembrarem por muito tempo das ações que o protagonista tem alí a ponto de terem reações diferentes quando reencontram Arthur. Com isso descobrimos subtramas que enriquecem a história e tornam o jogo ainda mais rico, interessante e incrível, além de ser possível bolar várias teorias com alguns personagens misteriosos que estão envolvidos em alguma coisa suspeita. É impossível não se apegar a Arthur e seu cavalo, não se preocupar em cuidar de suas necessidades e não querer que nada de ruim aconteça a eles.



Arthur é um personagem totalmente diferente de qualquer outro que já soube da existência. Ele começa como um bandido que, aparentemente, só se importa com dinheiro, que faz tudo pra ajudar a gangue e que obedece todas as ordens de Dutch. Mas, a medida que o tempo passa, ele começa a observar melhor as pessoas e suas atitudes e escolhas, começa perceber o que está acontecendo ao seu redor e passa a refletir sobre a vida e sobre seu papel no mundo, o que ele poderia fazer de bom e quem ele precisa ajudar antes que o pior aconteça.



A trilha sonora é magnífica, com composições que complementam perfeitamente a atmosfera do Velho Oeste e dando intensidade emocional às cenas. Desde músicas suaves e melancólicas até faixas empolgantes durante momentos de ação, a música é um elemento essencial para envolver o jogador na narrativa. A dublagem original também é muito bem feita, com vozes marcantes e até sotaques caipiras ou de outros países bem carregados.



No mais, com uma história rica e envolvente que ao final me fez ficar aos prantos, personagens muito bem desenvolvidos, jogabilidade excelente e um mundo aberto impressionante, Red Dead Redemption 2 é uma obra-prima que, por mais que já tenha alguns anos de lançamento, nunca vai perder seu brilho e merece ser apreciada. A experiência única e imersiva no Velho Oeste vai ser tão emocionante quanto inesquecível.