Mais Fortes Juntos - Alice Oseman

12 de dezembro de 2023

Título:
 Mais Fortes Juntos - Heartstopper #5
Autora: Alice Oseman
Editora: Seguinte
Gênero: HQ/Romance/Juvenil
Ano: 2023
Páginas: 336
Nota:★★★★★
Sinopse: Nick e Charlie estão mais apaixonados do que nunca. Eles já se declararam um para o outro, começaram a namorar, e Charlie está quase convencendo sua mãe a deixá-lo dormir na casa de Nick… Mas com a partida de Nick para a universidade no próximo ano, será que tudo está prestes a mudar?
Escrita e ilustrada por Alice Oseman, a série Heartstopper acompanha todos os pequenos momentos da vida de Nick e Charlie ― construindo uma história que ressoa em todos nós.

Resenha: Nick e Charlie estão de volta em mais um volume da série Heartstopper. Dessa vez, partindo de onde o livro anterior parou, os dois já assumiram o namoro e estão mais apaixonados do que nunca. A questão agora é que Charlie começa a pensar em dar um próximo passo nesse namoro, como dormirem juntos na casa de Nick pois a intimidade entre os dois está bem mais intensa, mas suas inseguranças começam a afetá-lo e é impossível controlar a ansiedade. Por outro lado, a ideia de Nick ir para a faculdade no próximo ano faz com que Charlie fique com medo do que o futuro reserva para os dois, sem saber se vai dar certo ou não, ao mesmo tempo que Nick tem medo de ficar longe de Charlie por não saber o que pode acontecer durante essa ausência ou como ele poderia reagir.


Através de uma narrativa encantadora e bastante sensível, a autora aborda temas delicados da adolescência, como as expectativas e as inseguranças da primeira vez, saúde mental, dependência emocional, os desafios e as decisões pessoais que envolvem a mudança do ensino médido para o universitário, assexualidade, prioridades na vida... Independente do "peso" do assunto em questão, tudo é tratado de forma leve sem desconsiderar suas consequências.

Charlie teve problemas sérios envolvendo sua saúde mental e está em processo de recuperação, mas ele ainda tem bastante dificuldade em lidar com algumas questões, principalmente as que envolvem seu corpo e a forma como ele se enxerga (ou acha que os outros o enxergam)
Nick também está num dilema sobre não saber o que quer fazer na vida com relação aos estudos e até mesmo sobre sua própria identidade, como se ele ainda tivesse dificuldade de se encontrar desde que se descobriu bissexual. Ele quer ir pra faculdade mas ao mesmo tempo não quer ficar longe de Charlie por sempre se preocupar muito com o namorado, por sempre colocar as necessidades e os sentimentos dos outros antes das suas, logo ele entra num enorme dilema pois a faculdade que ele tem interesse fica super longe de casa e seria impossível ir e voltar todos os dias.
Diante dessas inseguranças, fica bem explícito que as pessoas não devem ser definidas por uma condição mental pontual, e tendo ou não qualquer problema ou dificuldade, todo mundo precisa (ou vai precisar) de ajuda num determinado ponto da vida.


O contraste entre as mães dos meninos onde a mãe de Nick é mais mente aberta e liberal, enquanto a mãe de Charlie  é bem mais mal humorada e sempre fica de cima, como se quisesse impedir os dois de terem mais intimidade por achar isso "errado". E isso é uma situação que muitos de nós conhecemos de perto. Que mãe mais conservadora nunca interrompeu algum momento a dois pra avisar que a porta tem que ficar aberta? Tori, a irmã de Charlie, também ganha um pequeno espaço aqui por viver tentando fugir do namorado, até que ela se abre com Charlie pra contar o motivo dela não ter muito interesse em se prender a ninguém.

Às vezes fico com a impressão de que os adolescentes desse universo são maduros demais para a idade que têm, mas a autora trata dos eventos cotidianos com uma responsabilidade muito grande, tornando alguns assuntos difíceis um pouco mais fáceis de serem encarados ao mostrar como os personagens lidam com as situações que enfrentam.
Os personagens secundários não ganharam tanto espaço nesse volume, mas as dinâmicas sempre são interessantes de se acompanhar. Eles conseguem despertar a curiosidade do leitor pra saber um pouco mais sobre eles, principalmente porque eles não estão alí só de enfeite ou pra trazer conveniências para os protagonistas, eles realmente tem seus papeis definidos e importantes para representar algo maior.


Pra quem tem curiosidade em saber o que acontece depois do desfecho desse volume, Nick e Charlie: Uma novela Heartstopper já foi publicado pela Seguinte no meio desse ano e tem resenha aqui no blog. A novelinha extra mostra o que acontece quando Nick vai para a universidade e o namoro deles, que já dura dois anos, passa a ser a distância. Como disse na resenha, não é uma leitura obrigatória, mas se aprofunda nessa situação em específico pra quem ficou curioso pra saber um pouco do futuro dos dois.

Eu achei que esse volume iria encerrar a série, mas pelo visto vem mais um por aí e, levando em consideração o intervalo entre o volume 4 e este, a sofrência já começa a bater pela demora sem fim. Pra finalizar, Mais Fortes Juntos é um excelente acréscimo à série que mostra como um relacionamento adolescente entre dois garotos adoráveis, que aprendem com os erros e os acertos, e que amadurecem com o tempo pode ensinar várias coisas até mesmo aos mais experientes. Hearstopper é uma série que adoro e que deixa o coração quentinho.

Novidade de Dezembro - Seguinte

5 de dezembro de 2023

Mais Fortes Juntos - Heartstopper #5 - Alice Oseman (12/12/2023)
No aguardado quinto volume da série em quadrinhos que se tornou um fenômeno mundial, acompanhamos o relacionamento de Nick e Charlie amadurecer diante de novos desafios.
Nick e Charlie estão mais apaixonados do que nunca. Eles já se declararam um para o outro, começaram a namorar, e Charlie está quase convencendo sua mãe a deixá-lo dormir na casa de Nick… Mas com a partida de Nick para a universidade no próximo ano, será que tudo está prestes a mudar?
Escrita e ilustrada por Alice Oseman, a série Heartstopper acompanha todos os pequenos momentos da vida de Nick e Charlie ― construindo uma história que ressoa em todos nós.

As Foices - Neal Shusterman

4 de dezembro de 2023

Título:
 As Foices: Contos do Universo de Scythe
Autor: Neal Shusterman
Editora: Seguinte
Gênero: Distopia/Jovem Adulto
Ano: 2023
Páginas: 416
Nota★★★★☆
Sinopse: Em treze contos inéditos, Neal Shusterman e mais seis grandes autores da literatura jovem nos fazem viajar pela linha do tempo da trilogia Scythe e revisitar os conflitos dos ceifadores.
Depois do último volume da trilogia Scythe, ainda existem inúmeras histórias da era pós-mortal para serem contadas. Afinal, a humanidade pode até ter vencido a miséria, as doenças e a própria morte, mas nem mesmo a inteligência artificial da Nimbo-Cúmulo foi capaz de resolver todas as angústias e os conflitos éticos dos seres humanos ― especialmente dos ceifadores.
Com a colaboração dos autores David Yoon, Jarrod Shusterman e Sofia Lapuente, Joelle Shusterman, Michael H. Payne e Michelle Knowlden, Neal Shusterman nos mostra quão extenso, intrigante e arrebatador é o mundo distópico de Scythe. Em treze histórias que se passam antes, durante e depois dos eventos retratados na série, essa coletânea segue investigando as aflições e os questionamentos de todos os indivíduos diante dessa sociedade distópica.

Resenha: Fazendo um apanhado geral, a trilogia Scythe, escrita pelo autor Neal Shusterman, é uma distopia futurística que aborda a superação humana sobre todos os malefícios da vida a ponto de a morte ser algo completamente contornável, mas ainda assim necessária. Nesse cenário, onde ciência e tecnologia venceram, Citra e Rowan são dois adolescentes que entram para a Ceifa e se tornam aprendizes de ceifadores, que são aqueles responsáveis por "coletar" vidas a fim de manter o equilíbrio populacional. É um trabalho difícil, mas bastante nobre e respeitado por todos devido à sua importância. Porém, no desenrolar da trama, eles acabam descobrindo que a Ceifa foi corrompida e alguns ceifadores imorais, deslumbrados com esse poder, estavam indo contra as leis absolutas criadas pela inteligência artificial que governa o mundo visando o melhor para a humanidade, a Nimbo Cúmulo. Logo, o casal de protagonistas se infliltra nesse meio pra tentarem dar jeito nesse problema.

Com a trilogia concluída, o autor, em cooautoria com outros seis escritores de literatura juvenil, apresentou treze contos que se desenrolam antes, durante e após os eventos da série, formando histórias individuais e bastante convincentes. Esses contos buscam explicar e aprofundar-se em algumas situações, investigar questionamentos e aflições individuais, destacando que, apesar da humanidade estar na era pós-mortal e ter superado adversidades e a própria morte, nem mesmo a Nimbo-Cúmulo conseguiu resolver as questões mais íntimas dos seres humanos, incluindo a moralidade dos ceifadores, que é um dos pontos mais interessantes da série.

Scythe é uma das distopias mais incríveis que já li e, quando vi que um livro de contos desse universo seria lançado, fiquei bastante empolgada pra matar a saudade. O problema é que a experiência não foi como eu imaginei. Acho que livros de uma série que tem um intervalo grande de lançamento entre eles acabam quebrando o clima de leitura, às vezes sendo preciso até a necessidade de reler os livros anteriores para que os detalhes sejam relembrados e os personagens reconhecidos. O primeiro livro foi lançado em 2017 e a sequência saiu em 2018. O desfecho foi sair em 2020 e agora, três anos depois, sai o livro de contos. Acho que eu teria gostado e me envolvido muito mais se esse intervalo fosse menor, justamente pra não dar tempo de "esfriar" o interesse.

Não vou me aprofundar muito em cada conto, mas já adianto que dos 13, achei que só a metade foi relevante e realmente acrescentaram algo ao que já foi estabelecido. O 6º conto, entitulado "Um Minuto Marciano", talvez tenha sido o mais interessante da coletânea pois vai abordar a origem de Goddard em meio a um cenário de colonização em Marte. O conceito de colonos interplanetários foi incrível mostrando Marte sendo preparada para futuros moradores. Goddard foi um vilão ardiloso por toda a trilogia, então achei super interessante voltar ao passado dele e ter esse vislumbre de sua juventude no espaço.

Os melhores contos foram aqueles que falaram sobre personagens já conhecidos. Senti falta da presença de Citra e Rowan nesses contos pois, afinal, eles eram os protagonistas. Aparecer somente em menções feitas pelos outros foi um pouco frustrante. Os contos são narrados em terceira pessoa e às vezes há uma leve mudança de tom devido ao fato de alguns deles terem sido escritos em conjunto com outros autores, mas num geral, os contos foram divertidos e conseguiram trazer várias mensagens que causam impacto e enriquecem a história como um todo.

No mais, se você gostou da trilogia, com certeza vai se surpreender e aproveitar muito. Embora alguns contos pareçam não acrescentar muita coisa, não deixa de ser uma forma do autor ampliar a dinâmica e a visão de determinadas situações, responder perguntas que ficaram sem respostas e enriquecer ainda mais o universo que ele criou. Se você nunca leu os livros anteriores, este não fará sentido nenhum, então corre pra ler primeiro que vale a pena demais.

Resumo do Mês - Novembro

1 de dezembro de 2023

Esse mês eu inventei de pintar as paredes aqui de casa e não poderia estar mais morta de cansada, e olha que ainda não acabei. Tive um pouco de ajuda do meu marido, mas o abençoado torceu o pé e ficou moribundo, e acabou sobrando pra mim, que tô me sentindo um peão de obra, uma pedreirona. Ainda falta pintar metade do meu quarto, a copa e a sala, mas espero que até antes do Natal eu já tenha dado jeito nessa peleja porque ninguém merece passar o Natal no meio da bagunça da "reforma".
Por causa disso acabei adiando as leituras, dei uma pausa nas séries e não vejo a hora de terminar esse serviço pra voltar à rotina literária. Nem meus jogos de tabuleiro novos eu pude testar por falta de tempo e pelo cansaço sem fim. Mas enfim, foi pouco, mas foi o que dei conta.

Resenhas

Wishlist de Board Game

 

Caixa de Correio #140 - Novembro

30 de novembro de 2023

Esse mês eu aproveitei Black Friday, cupons de desconto no ML e aproveitando o menor preço consegui dar uma adiantada e diminuída básica em coisitas da minha wishlist que não tem fim. Tirando a peleja com os atrasos das entregas por causa da alta demanda, no final deu tudo certo, e deu pra entrar na caixinha desse mês.

Admirável Mundo Novo - Edição em Quadrinhos - Aldous Huxley

17 de novembro de 2023

Título: Admirável Mundo Novo
Autor: Aldous Huxley
Ilustrações: Fred Fordham
Editora: Quadrinhos na Cia
Gênero: Graphic Novel/Romance/Distopia/Clássico
Ano: 2023
Páginas: 240
Nota: ★★★★☆
Sinopse: Publicado originalmente em 1932, o clássico de Aldous Huxley é uma obra incontornável, olhar agudo e profético acerca do autoritarismo e reflexão poderosa sobre temas como hedonismo e controle, humanidade e tecnologia.
Na Londres de 2540, para tentar pôr fim às guerras que ameaçavam destruir a espécie humana, um governo totalitário mundial impõe o mais completo controle sobre a reprodução: pais e mães são extintos, bebês passam a ser criados em laboratório. Num mundo dividido em castas, o psicólogo Bernard Marx sente-se inadequado quando se compara aos outros seres de seu grupo. Ao descobrir uma “reserva histórica” que preserva costumes de uma sociedade anterior – muito semelhante à nossa –, Bernard vai desafiar a ordem vigente.
Adaptada e ilustrada pelo quadrinista britânico Fred Fordham, e dialogando com uma rica tradição visual de histórias de ficção científica, esta graphic novel é capaz de magnetizar os fãs da obra-prima de Huxley e servir de porta de entrada para uma nova geração de leitores.

Resenha: Admirável Mundo Novo foi publicado originalmente na década de 30 pelo escritor inglês Aldous Huxley. O livro é um clássico que já foi publicado em vários países e traduzido para diversos idiomas. A obra ganhou uma adaptação em quadrinhos que foi publicada pelo selo Quadrinhos da Cia, da Companhia das Letras, no Brasil.

A trama se passa em Londres no ano de 2540 e, para tentar pôr fim às guerras que ameaçavam destruir a espécie humana, um governo totalitário mundial impõe o mais completo controle sobre a reprodução da população: pais e mães são extintos, e os bebês passam a ser criados num enorme e moderno laboratório. A sociedade foi condicionada e estruturada tendo como base a conformidade, onde aceitam tudo que lhes são impostos, incluindo a ideia de que todo mundo pertence a todo mundo. Eles foram ensinados desde bebês desempenhar papéis na sociedade de forma a ignorar qualquer conhecimento que trouxesse sabedoria e pudesse fazer com que questionassem o sistema, além de prezarem pelo prazer e bem estar sensorial através de uma droga chamada "soma". O mundo foi dividido em castas e o psicólogo Bernard Marx, um alfa (a casta superior), sente-se inadequado e não se conforma quando se compara aos outros seres de seu grupo, e caso questione, será punido. Ao descobrir uma reserva selvagem localizada numa área que o Estado não controla e que preserva costumes "primitivos" de uma sociedade anterior, Bernard vai desafiar a ordem vigente. A viagem seria uma forma dele tentar fugir do controle e das restrições impostas pelo sistema, assim como encontrar um propósito de vida.

Bernard e Lenina Crowne, uma beta (a casta abaixo dos alfa) conformada que se submete ao controle do sistema, viajam juntos para a reserva, e lá eles encontram um grupo de pessoas que não foram condicionadas, incluindo Linda e seu filho biológico John. Diferentemente das pessoas da cidade e até de sua própria comunidade, John trem um senso crítico diferenciado, cresceu tendo acesso a vários livros e aprendeu sobre filosofia, individualidade e ~liberdade~.
Quando Bernard e Lenina decidem levar John de volta ao mundo civilizado com intenção de que ele talvez pudesse apontar as falhas do sistema, as coisas começam a sair fora de controle. John não consegue se adaptar e passa a viver um inferno quando se torna uma "aberração" e objeto da curiosidade alheia.


As ilustrações de Fred Fordham detalham bastante, através das expressões dos personagens, o quanto eles estão absortos nesse universo, seja quando demonstram obediência, apatia ou satisfação diante de alguém ou alguma situação habitual. O estilo cyberpunk dá todo aquele ar futurístico ao cenário e combina bastante com a proposta.
O livro retrata o uso de drogas como um "vício agradável" para tornar as pessoas sempre felizes e despreocupadas, há orgias e nudez, mas nunca de forma explícita. Inclusive os ângulos frontais, o posicionamento dos personagens e até os balões de diálogos acabam escondendo as partes e apenas sugerem a nudez.

Não sei se o fato do livro ter sido adaptado interferiu na fluidez da obra, mas senti que a história estava fragmentada, como se faltasse maiores explicações para determinadas situações. Mas não nego que a história seja impactante, principalmente pelo teor profético relacionado ao autoritarismo, tecnologia e controle da sociedade visando um tipo de utopia absurda que o autor criou.
"Este é o segredo da felicidade e virtude - amar o que se é obrigado a fazer."
Pág. 18
É interessante como o autor cria uma sociedade livre de dor e sofrimento, da falta de propósito e da proibição de se ter ambições de vida, e de como a busca por essa felicidade sintética é algo tão fútil quanto inútil. Se trata de uma sociedade perfeita, onde as pessoas são obrigadas a serem felizes enquanto são oprimidas, onde o direito da escolha não existe, onde elas sequer podem passar pela experiência de serem infelizes como consequência dessas decisões. E nesse contexto de falta de liberdade, falta de autenticidade e falta de autonomia, o que resta é questionarmos se vale a pena pagar esse preço.
As críticas de Huxley são bastante relevantes quando mostram que o avanço da tecnologia e da engenharia genética são capazes de criar propositalmente pessoas com o QI baixo para realizarem as tarefas básicas na sociedade sem questionar, sem intenção de crescer progredir, e sendo sempre felizes ao desempenharem as mais ridículas funções. O autor também aborda as questões sexuais como algo essencial para a felicidade dos indivíduos, mas a monogamia é condenada e as pessoas são incentivadas a sempre buscarem o máximo de parceiros diferentes sem se envolverem emocionalmente. Achei um tanto exagerado, mas entendi a significância dessas situações no contexto da história e porque as pessoas acham isso normal visto que foram programadas para isso desde que se entendem por gente.
Como tudo é sempre muito superficial, as experiências são passageiras, tudo é descartável e nada precisa fazer sentido. Pra que consertar algo se podemos jogar fora e comprar um novo?



No mais, apesar de eu não ter lido a obra original, captei a ideia tenebrosa dessa distopia que torna os indivíduos seres impessoais, desprovidos de senso crítico e sempre pressionados a se conformar com tudo aquilo que lhes são impostos. Não acho que algo do tipo tenha qualquer chance de se tornar realidade no futuro, mesmo que se passem milênios, mas é o tipo de história que faz o leitor refletir sobre a sociedade, sobre a importância da individualidade, do poder da escolha, e sobre a obsessão (muitas vezes vazia) pelo prazer.