Título: Lore Olympus - Histórias do Olimpo #4
Autora: Rachel Smythe
Editora: Suma
Gênero: Graphic Novel/Fantasia/Mitologia Grega
Ano: 2023
Páginas: 384
Nota:
★★★★☆
Sinopse: Hades busca apoio na vida pessoal, Zeus faz pouco-caso dos seus sentimentos e Minte volta a ter comportamentos abusivos. Por mais que tente impor seus limites, o rei do Submundo continua sozinho e perdido.
Perséfone, igualmente isolada depois que seus colegas de faculdade se afastam por causa da sua relação com Hades, sequer encontra refúgio em casa, onde Apolo insiste em aparecer sem ser convidado. Como se não bastasse, Ares, o tempestuoso deus da guerra, está de volta para desenterrar sua história com a deusa da primavera, ameaçando trazer o passado da jovem à tona e arruinar ainda mais sua reputação.
Apesar de concordarem em ir devagar, Perséfone e Hades se veem irremediavelmente atraídos um pelo outro em meio ao caos, e não há como negar a força do destino.
Resenha: Dando continuidade ao livro anterior, o quarto volume da série
Lore Olympus traz os episódios 76 a 102 do
webcomic e alguns esboços inéditos das ilustrações que a autora não incluiu na história e que vieram com exclusividade no livro impresso.
Seguindo com a trama, Hades ainda mantém seu relacionamento com Minte, a ninfa, mas ela não consegue se livrar do seu comportamento abusivo e destrutivo, levando a Hades a reconsiderar essa decisão. Ele e Perséfone estão indo devagar agora que decidiram ser amigos, e eles continuam mantendo o relacionamento profissional no trabalho. Essas questões levam Hades a buscar apoio emocional pra poder lidar melhor com a situação pela qual está passando, mas seu irmão, Zeus, não dá a mínima e ele acaba encontrando consolo na própria Perséfone. O problema é que ela não anda muito bem, tanto pela questão de Apolo continuar perseguindo-a por acreditar que eles devem ficar juntos, quanto pelo incidente com Hades e o papparazzi que fotografou os dois lá no início da história e fez surgir muitos boatos sensacionalistas pelo Olimpo. A "lição" que ele deu no pobre fez com que Perséfone ficasse isolada na faculdade porque todos estão evitando-a por medo de Hades, e ela se sente péssima com essa rejeição e passa a exigir que ele repare o mal que fez.
Assim, quando eles passam momentos juntos, fica claro que, devagarinho, eles estão evoluindo e estreitando o que têm enquanto levam essa amizade, além de falarem sobre algumas situações do passado que explicam algumas coisas e aprofundam melhor quem eles são de verdade.
Depois de se manter tão passiva diante dos outros e continuar lidando com as consequências do que Apolo lhe fez, gradualmente (e finalmente) Perséfone começa a retomar o controle da sua vida, mas é revoltante ver as situações pelas quais ela passa até que tome coragem para se impor e enfrentar quem ela não quer por perto.
Talvez o problema maior do livro seja o ritmo dos acontecimentos e algumas cenas que não tem muita importância, como se estivessem alí só pra preencher espaço. Por mais que a história retrate a ideia do que acontece quando alguém sofre um abuso e como ela lida e se molda a partir disso, as coisas acontecem devagar demais e parece que não avança, seja pela passividade e ingenuidade de Perséfone ou em relação a Hades que prefere reprimir seus sentimentos e seguir o oposto do que seu coração manda. Ele está tentando ser alguém melhor mas, além de ser a personificação da melancolia, parece que o caminho pra isso é mais longo do que ele imaginava.
Os toques de bom humor e algumas outras abordagens enriqueceram a história, como a relação entre Hades e Hera, a dinâmica do casamento falido entre Hera e Zeus, a fofocaiada que não tem fim no Olimpo, as histórias de fundo que falam de outros deuses, e Ares que apareceu pra causar.
A arte dispensa maiores comentários. As ilustrações são lindíssimas, a escolha das cores foi certeira, os personagens são expressivos e transmitem muito bem o que estão sentindo. É super satisfatório acompanhar uma história onde a autora consegue evidenciar a personalidade dos personagens através de gestos e expressões, além de combinar questões da atualidade e a modernidade tecnológica com a mitologia grega e a adaptação dos deuses.
O volume 4 de Lore Olympus traz uma história mais leve, e mesmo que aborde assuntos delicados, ainda consegue ser divertido e empolgante. Curiosa pelo próximo livro.