Lido em: Abril de 2012
Título: Não Leia Essa Carta
Autor: Darlan Hayek Soares
Editora: Chiado Editora
Gênero: Romance
Ano: 2012
Páginas: 275
Nota:
★☆☆☆☆☠
Sinopse: "Meu amigo Lorenzo morreu em meus braços". É assim que Não leia essa carta começa. Andrew, o melhor amigo de Lorenzo, é quem narra essa história, passada na pequena cidade de Brandon, Flórida, EUA. Andrew é filho de um ex-assassino em série, Charles Polaróide, que recebeu o apelido por matar mulheres que namoravam homens feios e crianças adotadas e, após os crimes, deixar sua fotografia no local. O pai de Andrew tem em casa uma moldura com uma de suas vítimas o que faz Andrew crescer traumatizado. Constantemente chamado de lerdo pelo pai, Andrew encontra abrigo na amizade de Lorenzo, um garoto da mesma idade que é adotado pelo vizinho e melhor amigo de seu pai, Senhor Louis. O tempo passa e a amizade dos dois se fortalece. Até que um dia os dois recebem uma carta com ameaças. A carta cita diretamente os crimes do pai de Andrew, e ameaçam Lorenzo por ser adotado. As ameaças continuam, e a pessoa que as envia começa a imitar Charles Polaróide, utilizando o mesmo modo para matar pessoas próximas a Andrew. Quem manda as cartas? Por que ele está imitando o pai de Andrew? Será que Charles Polaróide está de volta à ativa? Essas são as questões que Andrew tem de descobrir se quiser salvar sua própria vida. Só que o tempo é curto. Lorenzo morre em seus braços. Quem terá acabado com a amizade que superou todos os desafios que o tempo impôs aos dois? Um livro emocionante, que mostra o valor de uma amizade, questiona os preconceitos, e nos faz deparar com temas importantes como redenção, orgulho, ciúme, amizade e arrependimento, de uma forma tocante e inesquecível.
Resenha:
Não Leia Essa Carta é um suspense que em vez de nos tirar o fôlego, nos tira a santa paciência.
Em primeiro lugar, li o livro em formato .PDF, enviado pelo próprio autor, e espero, do fundo do meu coração, que essa não seja a versão a ser publicada pela editora e que façam uma revisão minuciosa a fim de corrigir tudo aquilo se querem ter credibilidade, pelo amor de Deus. Os leitores preferem ler textos que não tenham erros grosseiros de português e/ou coerência, obrigada!
Muitas vezes precisei reler a mesma frase umas dez vezes pois não consigo ler nada mal escrito ou mal pontuado. Não entendo bulhufas. Dentre os erros tristes de português, que vão desde a falta constante da nossa querida e amada vírgula, uso incorreto da crase, erros de pontuação (às vezes a frase é uma pergunta, mas cadê o bendito ponto de interrogação?) até erros como "em quanto" em vez de "enquanto", "aonde" em vez de "onde", "haver" em vez de "a ver", "ora" em vez de "hora", "mais" em vez de "mas", "wafer" em vez de "waffle" (essa foi boa) e por aí vai... Isso me tira a concentração, sinceramente. Deixo de prestar atenção na história pra prestar atenção nos erros horrorosos.
A trama se passa numa cidade dos EUA, os personagens tem nomes "americanizados" e tudo mais, mas enquanto você lê, a impressão passada está longe do estilo de vida dos americanos. Mais "abrasileirados" do que os personagens desse livro, não existem.
Um assassino serial killer, sangue frio e "cabra macho", que passou a vida assassinando casais de namorados só porque a mulher é bonita e o cara feio (é, eu sei...), ou crianças adotadas, já que não possuem o mesmo sangue do pai correndo nas veias, colecionando dedos e tirando fotos dos coitados mortos, e que ainda se preocupa tanto com a beleza alheia, simplesmente depois de fugir da prisão resolve se aposentar? Na minha humilde opinião, um cara maníaco, louco e psicopata desses, que mata por esses motivos doentios e faz o que faz, e ainda deixa a foto das vítimas pendurada na parede da própria casa, sujeitando o filho (que inclusive recebeu o nome Andrew em "homenagem" à uma das vítimas, que também tinha esse nome, mas era feio pra diabo e o maluco quis provar que o Andrew dele não era feio o_O) e a esposa a conviverem e engolirem aquilo a força, obviamente sofre de sérios distúrbios mentais. Mas aí ele se aposenta como se nada tivesse acontecido? Hãn??? Sentido, coerência? Vocês estão em algum lugar por aí? Alôô?? O cara é perigoso, doente, doido, tem que ser amarrado, tomar remédio tarja preta, ir pro hospício! Santo Cristo!
O livro é em primeira pessoa, mas ainda assim é possível perceber a pobreza entre diálogos e personalidade dos personagens. Todos conversam do mesmo jeito, falam a mesma coisa, e acrescentar um palavrão aqui ou ali não significa que fulano é porraloka, enquanto o outro que não fala, é um bobão.
É cada coisa absurda que acontece que fiquei pasma, com a boca aberta, batendo a cabeça na parede, tentando entender como... Como?? Dentre elas, o Sr. Charles Polaróide, que na época da prisão, se encontrava preso numa cela de um mísero metro quadrado, com cama, vaso sanitário, banco de concreto... Qual o tamanho dessas coisas e qual, em nome de Deus, é a altura desse homem???? Um metro quadrado, poxa vida!! Um!
Andrew, em uma de suas tentativas idiotas e desesperadas pra encontrar o assassino, resolve entrar num esquema ilegal de adotar/comprar uma criança, indo completamente contra os princípios do pai que repudia adoções, e logo quando vê o menino, já passa a amá-lo incondicionalmente, como se tivesse nascido das próprias entranhas, e o sentimento ainda é recíproco! A criança não fica assustada, desconfiada, aceita tudo na boa e se comporta como um adulto, até no jeito de falar... Acho meio, pra não dizer totalmente, impossível um sentimento desses brotar de uma pessoa assim... O cara sofreu a vida toda, foi reprimido, humilhado, e encontra a "felicidade eterna" numa criança que COMPROU no mercado negro de criancinhas só pra achar o assassino?
Francamente...
Acho que devido a escassez de personagens, todo o suspense (muito forçado e previsível) criado em cima da pergunta "Quem será o assassino?" foi falho. Desde o princípio já tinha minhas suspeitas, mas esperava que houvesse mais explicações, pois, pra mim pelo menos, não fez sentido e não colou. O assassino, por mais que as opções fossem mínimas, parece ter sido tirado no palitinho.
Enfim, acho que já deu... Me senti sendo feita de idiota enquanto lia. Não recomendo a leitura desse livro ruim, a menos que você queira passar raiva, perder a paciência e ficar tentando ligar pontos que não existem.