Título: Fique Onde Está e Então Corra
Autor: John Boyne
Editora: Seguinte
Gênero: Drama
Ano: 2014
Páginas: 224
Nota: ★★★☆☆
Sinopse: Em meio às tragédias da Primeira Guerra Mundial, o amor é a única arma de um garoto para curar seu pai. Alfie Summerfield nunca se esqueceu de seu aniversário de cinco anos. Quase nenhum amigo dele pôde ir à festa, e os adultos pareciam preocupados — enquanto alguns tentavam se convencer de que tudo estaria resolvido antes do Natal, sua avó não parava de repetir que eles estavam todos perdidos. Alfie ainda não entendia direito o que estava acontecendo, mas a Primeira Guerra Mundial tinha acabado de começar. Seu pai logo se alistou para o combate, e depois de quatro longos anos Alfie já não recebia mais notícias de seu paradeiro. Até que um dia o garoto descobre uma pista indicando que talvez o pai estivesse mais perto do que ele imaginava. Determinado, Alfie mobilizará todas suas forças para trazê-lo de volta para casa.
Resenha: Fique onde está e então corra, escrito pelo autor John Boyne, conta a história de Alfie e seu inesquecível aniversário de 5 anos. Essa data foi marcada pela ida de seu pai, Georgie, para a Primeira Guerra Mundial. A partir deste dia fatídico a vida do garoto mudou drasticamente, mas Alfie nem sequer por um momento deixou de acreditar que poderia rever o pai algum dia.
Quando vi que Fique onde está e então corra, do mesmo autor de O menino do pijama listrado, logo cogitei a possibilidade de ler pela primeira vez uma obra de Boyne. Vejo elogios sobre as histórias contadas por ele e, então, por que não ler? Essa primeira experiência foi satisfatória e creio que o autor seja merecedor do sucesso que tem com seu público.
A narrativa de Boyne é bem simplória e sem muitos "enfeites". O livro é curto e a narração se desenrola tão bem que mesmo em meio a trabalho e estudos consegui lê-lo em uma tacada só. Creio que essa simplicidade na escrita acaba por acrescentar ao tema Guerra Mundial um ar mais "leve". Esse episódio que fez parte da vida de muitas pessoas décadas atrás, e que vem sido retratada até hoje, ganha sempre novas formas e visões. John Boyne colocou a dele de uma maneira bonita e cheia de esperança, e isso foi lindo de se acompanhar. A fé que Alfie tem em reencontrar seu pai, mesmo quando todos dizem que é quase impossível Georgie voltar da Guerra vivo ou inteiro, é magnifica. Com tantas histórias já lidas sobre esse período de holocausto, acompanhar uma menos densa e com uma visão contrária foi bem diferente.
A jornada de Alfie Summerfield foi muito bonita. A forma como o autor mostrou isso foi leve, sem aquela dosagem de tragédias que às vezes é difícil suportar a leitura e precisamos respirar. O grande conflito que encontrei para lidar com o livro foi justamente esse: leveza demais. Por costume, acredito, costumo esperar sempre muitas lágrimas e tragédias quando se trata de um relato fictício – ou não – sobre guerras. Esperei o momento em que eu ia me emocionar, tremer por dentro com algum acontecimento e nada disso aconteceu.
A trajetória de Alfie inspira esperança e a capacidade de sempre encontrar algo bom numa tragédia, por mais difícil que seja. Junto com seus vizinhos, sua mãe e sua avó, as situações vividas pelo pequeno mostraram que diante de grandes dificuldades a solidariedade dos que nos cercam é bem importante. Pode não ser tido o que esperei, mas com certeza foi uma leitura gratificante e que pode agradar a todos.