O Ceifador - Neal Shusterman

13 de junho de 2017

Título: O Ceifador - Scythe #1
Autor: Neal Shusterman
Editora: Seguinte
Gênero: Distopia/Sci-fi/YA
Ano: 2017
Páginas: 448
Nota:★★★★★
Sinopse: Primeiro mandamento: matarás.
A humanidade venceu todas as barreiras: fome, doenças, guerras, miséria... Até mesmo a morte. Agora os ceifadores são os únicos que podem pôr fim a uma vida, impedindo que o crescimento populacional vá além do limite e a Terra deixe de comportar a população por toda a eternidade. Citra e Rowan são adolescentes escolhidos como aprendizes de ceifador - papel que nenhum dos dois quer desempenhar. Para receberem o anel e o manto da Ceifa, os adolescentes precisam dominar a arte da coleta, ou seja, precisam aprender a matar. Porém, se falharem em sua missão ou se a cumplicidade no treinamento se tornar algo mais, podem colocar a própria vida em risco.

Resenha: 2042 foi um marco na história e desde então as pessoas pararam de contar os anos por não haver mais necessidade... Os continentes foram renomeados, a capacidade computacional se tornou infinita e humanidade descobriu tudo o que havia para ser descoberto. Fome, miséria, desigualdade social, criminalidade, guerras, doenças e até mesmo a morte foram superadas. As pessoas não aparentam mais a idade que têm já que podem rejuvenescer, há nanitos no sangue de todos para que feridas possam ser curadas quase que instantanamente, e aquelas que morrem acidentalmente passam por um processo para reviverem, logo as taxas de suicídios e assassinatos foram reduzidas a zero. Não existe mais um governo que dita regras ou que possa ser ineficiente ou corruptível, e todo o controle é feito pela Nimbo-Cúmulo, a antiga rede digital de inteligência artificial chamada "nuvem", um sistema que ganhou consciência e além de ter uma memória com todas as informações que existem com acesso livre para quem quiser pesquisar, igualou a sociedade no que diz respeito as classes, soluciona qualquer problema independente do que seja para melhorar a vida das pessoas e preservar o planeta, e transformou em realidade a tão sonhada utopia. A única interferência que a Nimbo-Cúmulo não faz é na morte das pessoas por envolver questões morais, coisas que um computador, por mais evoluído que seja, não poderia ter. Por esse motivo existe a Ceifa, onde os ceifadores seguem dez mandamentos e são os únicos responsáveis por "coletar" a vida das pessoas que se encaixam em determinados perfis de acordo com alguma estatística de morte que existia na Era da Mortalidade como forma de limitar a população para que não haja um crescimento descontrolado e desproporcional ao que a Terra comporta. A sociedade vive na Era da Imortalidade pois se não fosse o trabalho dos ceifadores, todos seriam imortais.
As pessoas entendem que as coletas são uma necessidade e aprenderam a aceitá-las, respeitando - e também temendo - os ceifadores, já que a aparição de algum deles indicava que alguém alí do local iria morrer, sem chance de escapatória. Algumas pessoas ainda não aceitam e lutam contra o ceifador quando precisa ser coletadas (e sofrem as consequências disso), outras os ignoram acreditando que seriam igualmente ignoradas, e outras pessoas lhes dão benefícios ou fazem várias doações acreditando que assim conseguirão alguma imunidade, mas os únicos que realmente estão livres de serem coletados são os próprios ceifadores.
Neste cenário conhecemos Citra e Rowan. Citra é uma garota de dezesseis anos que vive na cidade e leva uma vida confortável com sua família sempre unida. Rowan tem a mesma idade, mora no subúrbio e é bastante solitário ao conviver com a família grande mas sempre indiferente aos que ele faz ou sente.
Nenhum dos dois nunca tiveram interesse em serem ceifadores, essa é a única coisa que eles tinham em comum, mas esse é o primeiro requisito para serem escolhidos como aprendizes de um... E é isso o que acontece quando o honorável Ceifador Faraday aparece em suas vidas de forma inusitada. A família de cada um recebeu imunidade por um ano e eles foram levados de suas casas para começarem a aprender a arte da coleta, mesmo que, inicialmente, fosse contra as suas vontades. Eles seriam adversários e ao final do treinamento, somente um deles seria escolhido para receber o título de Ceifador.
Tudo parecia funcionar bem, até que um grupo de ceifadores extravagantes começa a fazer coletas em massa, de forma autoritária, sádica e sem piedade alguma, deixando claro que eles estão manipulando os dez mandamentos...

Narrado em terceira pessoa, a história instiga a curiosidade do leitor sendo impossível pausar a leitura. O enredo é bastante original, com detalhes e explicações que tornam o cenário de forma geral bastante plausível e a escrita do autor é ótima e muito empolgante, com detalhes e acontecimentos na medida certa para tornar tudo muito fluído e dinâmico.

A construção dos personagens é incrível e o contraste entre eles, os tornando tão diferentes entre si, é o que os faz combinar tão bem como um time. Citra é uma jovem bastante competitiva, de humor ácido e acaba querendo ser escolhida por acredtar que deve vencer, e Rowan já não se importa muito com o que os outros pensam e tanto faz pra ele se for ou não escolhido. Ele é altruísta e muitas vezes fala o que os outros querem ouvir para evitar problemas. A experiência com Faraday muda suas formas de pensar, fazem com que eles amadureçam e vejam as coisas através de um novo olhar. Há um romance beeem sutil acontecendo mas, apesar de fofo, não é o elemento principal.
O ponto alto com relação aos dois é que o treinamento evidencia o caráter deles, colocando suas dignidades à prova, mostrando quem eles são na realidade quando eles precisam encarar a morte de forma tão íntima e pessoal. E isso não se aplica somente aos protagonistas, mas aos demais ceifadores, muitos deles assustadores, que estão "acima da lei". Aquele ditado que diz mais ou menos assim "Se quer conhecer bem uma pessoa, dê poder a ela" faz todo o sentido do mundo aqui...

Outro ponto muito interessante que pude perceber foi a forma que o autor usa pra abordar o ofício de ceifador, como eles reconhecem a importância do que fazem e como lidam com o fato de serem os responsáveis pela morte alheia, e não apenas isso, mas também sobre como o comportamento das pessoas muda evidenciando o interesse e até o oportunismo quando elas querem ter vantagens e ganharem algo só por estarem próximas de alguém com alguma influência e poder.

Os mandamentos do ceifador
1. Matarás
2. Matarás sem discriminação, fanatismo ou pensamento premeditado.
3. Concederás um ano de imunidade aos entes queridos daqueles que o receberem e a todos que considerar dignos.
4. Matará os entes queridos daqueles que resistirem.
5. Servirás a humanidade durante todos os dias de tua vida, e tua família receberá imunidade como recompensa enquanto viveres.
6. Levarás uma vida exemplar em palavras e atoa, e registrarás todos os teus dias em um diário.
7. Não matarás nenhum ceifador além de ti.
8. Não reclamarás nenhuma posse material além de teus mantos, teu anel e teu diário.
9. Não terás cônjuge nem filhos.
10. Não seguirás nenhuma lei além destas.

Ao final de cada capítulo podemos ler os relatórios feitos por alguns ceifadores, e através deles é que encontramos explicações - e até questionamentos - para entendermos como e porquê o mundo chegou no estado em que está. Eu gostei bastante desse artifício usado para situar o leitor ao cenário pois dessa forma os personagens ficam isentos de "perderem tempo" explicando detalhes e o foco recái sobre suas personalidades e suas atitudes frente a nova jornada de aprendiz em que estão.

O Ceifador foi um livro que entrou pra lista de melhores leituras que já tive até então. Ele é capaz de fazer com que as pessoas possam refletir sobre a morte de forma única e sem nenhuma complexidade, pois consegue mostrar um outro lado que muitos jamais poderiam imaginar, mas também levantando perguntas sobre as motivações da humanidade, agora estagnada, para se levar uma vida longa quando não há mais nada pra se ver, aprender ou pra onde evoluir. Há uma grande diferença entre viver e somente existir...
A morte foi vencida e se tornou uma opção, mas ainda é necessária em nome da sobrevivência da humanidade. Logo, ter a vida de alguém nas mãos é uma questão de poder ou de moralidade?


Novidades de Junho - Universo dos Livros

12 de junho de 2017

Homens: O livro que toda mulher precisa ler para não acreditar em propaganda enganosa - Wesley Avelar

Atenção, mulheres: esqueçam tudo o que já foi dito sobre os homens. Apaguem da memória as teorias, os mitos e tudo o que suas amigas disseram. Neste livro inédito e totalmente inovador, entendam o que eles realmente pensam sobre amor, intimidade e compromisso por uma perspectiva nunca antes desvendada: a deles mesmos! Sim, o criador da página “Faça jus à sua barba” descreve tudo o que as mulheres precisam saber sobre a mente masculina. E mais... ele revela que os homens querem sim encontrar o grande amor.
Verdadeiro fenômeno das redes sociais, o autor conquistou milhares de fãs por sua perspectiva sensível e honesta sobre relacionamentos. Nesse livro, ele – que confessa já ter feito parte do clube dos cafajestes – se aprofunda no tema abordando seus diversos aspectos: reciprocidade, autoestima, relacionamentos tóxicos, segredos da conquista, por que os homens mentem, mulheres com iniciativa e toda forma de amor fazem parte desse livro que é uma ode à era do cavalheirismo.

A Missão - Amos e Masmorras #3 - Lena Valenti

Desde o momento em que os agentes Markus Lébedev, da SVR, e Leslie Connelly, do FBI, se conheceram nas Ilhas Virgens, durante a missão Amos e Masmorras, algo tinha ficado bem claro: a tensão sexual e o desejo iam acabar com os dois. Agora, eles terão que trabalhar juntos para tentar desarticular uma das principais redes de tráfico humano da Rússia. Essa nova missão, nos Reinos Esquecidos, vai pôr à prova o profissionalismo, a ética e os valores de cada um. Nesse caso, dividido em duas partes, colocar o coração em risco pode significar perdê-lo para sempre.
Lena Valenti volta a surpreender e a fascinar com uma trama incrível, cheia de sensualidade, amor, bom humor, originalidade e reviravoltas inesperadas e engenhosas, repletas de reencontros e de cenas de tirar o fôlego. Markus e Leslie vão cativar os leitores mais exigentes, em uma história de extremos na qual a violência e a realidade mais vil se contrapõem à ternura e à compaixão, ensinando importantes lições.

Dezesseis - Rachel Vincent

Em um mundo em que todos são iguais, uma garota se destaca por sair do padrão. Uma história promissora e de ritmo acelerado, escrita por Rachel Vincent, autora best-seller do The New York Times.
“Nós temos cabelos castanhos. Olhos castanhos. Pele clara. Somos saudáveis, fortes e inteligentes. Mas só uma de nós já teve um segredo.”
Dahlia 16 vê seu rosto em toda multidão. Ela não tem nada de especial – é apenas uma entre as outras cinco mil garotas que foram criadas visando o bem da cidade. Ao conhecer Trigger 17, porém, tudo muda. Ele a considera interessante. Linda. Única. Isso significa que ele deve ser defeituoso.
Quando Dahlia não consegue parar de pensar nele – nem resistir a procurá-lo, ainda que isso signifique quebrar as regras – ela percebe que deve ser defeituosa também. Mas, se ela for defeituosa, todas as idênticas também são. E qualquer genoma com defeito descoberto deve ser recolhido. Destruído. Ser pega com Trigger não apenas selaria o destino de Dahlia, mas o das cinco mil garotas com o mesmo rosto. No entanto… e se Trigger estiver certo? E se Dahlia for mesmo diferente? Subitamente, a garota que sempre seguiu todas as regras começa a quebrá-las, uma a uma…

A compacta história das guerras - A. A. Evans e David Gibbons

Guerras e armas; armaduras e cavalarias; fortificações; artilharias; armas portáteis; veículos blindados de combate; guerras no mar; aviação militar; Antiga Mesopotâmia e Antigo Egito; Guerras Napoleônicas; Alexandre, o Grande; Gengis Khan; Guerra Civil Americana; Primeira e Segunda Guerras Mundiais; Guerra ao Terror.
Este livro apresenta uma visão geral da história militar mundial em seus muitos aspectos, iniciando com um resumo das guerras delineado com base na evolução do desenvolvimento das armas. Percorrendo a obra, há uma linha do tempo dos acontecimentos militares – guerras, campanhas e batalhas – desde o início dos registros, há 5 mil anos, até a atualidade.
A compacta história das guerras é ricamente ilustrado e colorido, exibindo seções ilustradas a fim de explicar o contexto nos quais se encontram os fatos apresentados cronologicamente.O livro também inclui biografias dos principais comandantes e líderes, bem como detalhes sobre armamentos, estruturas de proteção, aeronaves e mapas de algumas batalhas selecionadas.
Encontre neste livro:
  • Linha do tempo de 5 mil anos de esforços de guerra;
  • Biografias dos principais comandantes e líderes; 
  • Armamentos – de lanças e espadas até artilharia e mísseis balísticos;
  • Fortificações, castelos e cercos;
  • Estruturas de proteção – de balões a veículos aéreos não tripulados; 
  • Mapas de algumas batalhas selecionadas.

O Reino Selvagem - Simon David Eden

11 de junho de 2017

Título: O Reino Selvagem - O Reino Selvagem #1
Autor: Simon David Eden
Editora: Planeta de Livros
Gênero: Fantasia/Aventura
Ano: 2016
Páginas: 320
Nota:★★★★☆
Sinopse: Quando Will-C, o gato de estimação da adolescente Drue, desaparece, ela não imagina que seu sumiço tenha a ver com uma iminente revolução, tramada nos recônditos das florestas de todo o mundo. O reino animal declara guerra aos humanos que, por séculos, destroçaram o que lhes é mais caro: o meio ambiente, o seu habitat, a sua casa.
Nesse imenso e intenso conflito de proporções globais, os pets ficam numa encruzilhada quando precisam escolher o lado a apoiar: se o dos seus donos, dos homens, ou dos seus colegas naturais, os animais. Se o peludo e simpático Will-C tem dúvidas de que partido tomar, sua devotada e amorosa dona sabe muito bem o que precisa fazer: resgatar seu querido amigo e companheiro.
Reino Selvagem vai além de uma aventura animal de proporções épicas e fantásticas, é a história de um amor verdadeiro, que irá emocionar, alertar e inspirar humanos, donos ou não de animais de estimação.

Resenha: Drue Beltrane é uma menina de doze anos órfã de mãe há três. Desde a perda da mãe, ela se fechou para o mundo e não via mais motivos nem pra sorrir, por mais que seu pai fizesse de tudo para tentar criá-la sozinho da melhor forma possível. Até que um dia ela resgata um gato preto de três pernas que toca seu coração. Ela lhe dá o nome de Will-C, e através dele, Drue reencontra a razão para voltar a ser feliz.
Até que alguns anos depois, algo improvável aconteceu: Os animais, cansados das destruições causadas pelos humanos, e a fim de garantir a sobrevivência das espécies, se rebelaram. A guerra foi travada e os animais dominaram o mundo. Desde então, Will-C desapareceu, e o maior interesse de Drue em meio ao conflito é encontrar seu gato.
Nesse cenário quase apocalíptico, a Assembleia da Terra, o órgão supremo, decretou que a raça humana deverá ser extinta, mas não são todos os animais que são a favor dessa decisão drástica. Assim, ao precisarem escolher um lado para apoiar, muitos dos animais se sentem confusos e até considerados traidores, principalmente os bichos de estimação, que sempre foram amados e bem cuidados pelos seus donos.

Narrado em terceira pessoa com uma escrita bastante simples, O Reino Selvagem é uma história que começa um pouco lenta, mas, a medida que se desenrola, se torna fascinante e muito empolgante. A história é dinâmica, cheia de aventura e carregada de muitos toques de mistério e suspense. Embora seja uma ficção fantástica, a fábula não deixa de ter um toque de realidade pois evidencia as consequências caóticas depois dos humanos não respeitarem e não preservarem o planeta em que viveram por milênios, perturbando o equilíbrio, esgotando recursos naturais e até mesmo impossibilitando a perpetuação de várias espécies, levando muitos animais ao sofrimento e a extinção.

Inicialmente, Drue é apresentada como uma garota teimosa e impulsiva, mas, em meio ao caos, ela precisa pensar e repensar cada escolha antes de tomar qualquer atitude, e isso faz com que ela amadureça bastante quando precisa lidar com animais que querem matá-la.
A relação entre Drue e seu pai foi um elemento muito bacana na história, principalmente pelo fato de ela ser uma adolescente numa fase difícil, e do mundo estar dominado pelos bichos, que agora são racionais, tem suas motivações e possuem voz.
Quinn, o pai, é um homem diferente não só pelo fato de ser pai solteiro, mas por ter optado pelo estilo de vida vegano pra fazer sua parte na sustentabilidade e na harmonia com o planeta.
Mas melhor do que a relação entre pai e filha, é a relação entre Drue e seu gato. Separados, eles vão precisar de força e coragem para enfrentar o que surgir em seus caminhos para se unierem mais uma vez.
Eu amei Will-C. Talvez por ser gateira de carteirinha, fiquei apaixonada por esse gato preto e perneta que não é ninguém menos do que o escrivão do Conselho Regional dos Animalis. Ele é tratado com certo desprezo devido a falta da perna, mas sabe de sua responsabilidade em meio a causa animal já que sempre foi justo, mas ele e Drue desenvolveram uma relação de amizade, confiança e lealdade tão intensas que é impossível não se emocionar.

A capa tem tudo a ver com a história, pois representa os principais elementos presentes no enredo com bastante fidelidade. As páginas são amarelas, a fonte tem um tamanho agradável e não percebi erros na revisão. A diagramação também é ótima e, somando isso aos capítulos curtos e a escrita do autor, a leitura flui super bem.

O Reino Selvagem surpreende não só pela trama envolvente e cheia de aventuras criada pelo autor, mas pela crítica social que toca nas questões acerca do meio ambiente trazendo uma reflexão super positiva sobre os cuidados com os animais assim como a importância que eles têm nas nossas vidas.

Esplendor da Honra - Julie Garwood

10 de junho de 2017

Título: Esplendor da Honra
Autora: Julie Garwood
Editora: Universo dos Livros
Gênero: Romance de época
Ano: 2017
Páginas: 416
Nota:★★★★☆
Sinopse: Na corte feudal inglesa, a dócil Lady Madelyne sofre com as excentricidades cruéis do irmão, o Barão Louddon. No entanto, durante a vingança contra um crime sórdido, o Barão Duncan de Wexton - o Lobo - comanda seus soldados contra Louddon. Como prêmio, ele captura Madelyne.
Todavia, quando Lobo pousa o olhar sobre a orgulhosa beldade, é tomado por um sentimento que jamais sentira e jura protegê-la com a própria vida. Assim, em seu castelo de pedras, ele prova ser honrado. Então, uma vez que a paixão entre ambos se tornou inevitável, será que eles darão uma chance ao destino e se entregarão de corpo e alma a esse amor imperativo e selvagem?

Resenha: Lady Madelyne é irmã do Barão Louddon, um homem cruel e sem escrúpulos que só levava sofrimento durante vários anos às mulheres, incluindo ela própria. Depois de muito tempo, Madelyne se encorajou e decidiu fugir das garras do irmão e, enfim, poder ser livre, até encontrar o Barão Duncan de Wexton. Acorrentado pelos homens de Louddon, Duncan, conhecido como o Lobo, fora jogado para a morte até Madelyne ter compaixão e o libertar, mas o que ela não sabia era que tudo fazia parte de um plano de vingança contra Louddon por ele ter violentado Adela, irmã dele. Para forçar um confronto, Duncan deixou que o capturassem de propósito, e agora ele tem a irmã de seu inimigo como refém para atraí-lo.
Fugir de um Barão horrendo e ser capturada por outro não fazia parte dos planos de Madelyne, mas o que ela não esperava era ter uma experiência surpreendente. O ato de ser salvo por uma donzela encantadora que se arriscou para ajudá-lo mexeu com seu coração, que foi tomado por um sentimento que ele ainda não havia experimentado. Esse sentimento acabou fazendo com que Duncan desistisse de usá-la como prêmio contra seu inimigo, mas para protegê-la e salvá-la de sas garras.

A história é narrada em terceira pessoa, é bem escrita e possui um ritmo constante. Embora a trama comece com uma cena empolgante, seja bem amarrada e flua relativamente bem, algumas partes se arrastaram mais do que o necessário, e somando isso a capítulos longos, a leitura, por mais interessante que seja, acaba se tornando um pouco cansativa. Não que seja ruim, muito pelo contrário, eu só demorei mais a finalizar o livro do que gostaria. Não sei se foi impressão minha ou o quê, mas senti que a base da história é bem parecida com outro romance da autora, Um Amor para Lady Johanna, porém com rumos distintos.

Duncan e Madelyne forma um casal super fofo e passam por situações divertidas e engraçadas ao conviverem juntos, e foi exatamente esse tipo de proximidade que tornou o relacionamento deles tão adorável.
Madelyne é aquela heroína que fora obrigada a se submeter às loucuras do irmão até ter coragem e determinação para se libertar daquila opressão que sofria, o que prova o quanto ela é resiliente. Algumas de suas atitudes são um tanto questionáveis, mas, de forma geral, ela é uma personagem que se encaixa com os costumes da época ao mesmo tempo em que tem força de vontade para enfrentar o que for necessário, e isso acaba sendo um pouco contraditório pois dá a entender que Madelyne não tem uma personalidade definida, mas ainda assim é possível enxergar o quanto ela é bondosa e consegue encantar quem está a sua volta com seu carisma.
Duncan, de início, aparece como um guerreiro arrogante e desprovido de emoções, mas suas atitudes, sua honra e devoção à Madelyne são inquestionáveis. Ele é aquele tipo de cavalheiro que não mede esforços quando o assunto é a proteção de quem ele ama, assim como seus interesses, e quando ele, enfim, descobre o que é gostar de alguém, é como se ele se tornasse o refém de sua amada.

Conflitos familiares e questões envolvendo tramas da realeza também são abordadas para tornar a história mais movimentada e com arcos de tensão, mas o que mais esperei durante a leitura foi que Loddon, enfim, pagasse por tudo o que fez.

A capa é bonita e remete bem a um romance de época. A diagramação é caprichada, a fonte tem um tamanho agradável e a cada início de capítulo há um ornamento seguido, em sua grande maioria, por uma passagem da bíblia. As páginas são amarelas e não percebi erros de revisão.

Não posso dizer que a história é totalmente original ou esteja livre de clichês, mas a rotina no castelo, os acontecimentos do dia-a-dia da era medieval, e os outros elementos já esperados para o gênero foram representados de forma bastante fiel é é isso o que tornou a história tão especial.
Em suma, Esplendor da Honra é um livro que tráz uma história apaixonante e muito bonita sobre a descoberta do amor por duas pessoas que, aos poucos, percebem que foram feitos um para o outro.


Novidades de Junho - Rocco

Rocco

O Conto da Aia - Margaret Atwood

Escrito em 1985, o romance distópico O conto da aia, da canadense Margaret Atwood, tornou-se um dos livros mais comentados em todo o mundo nos últimos meses, voltando a ocupar posição de destaque nas listas do mais vendidos em diversos países. Além de ter inspirado a série homônima (The Handmaid’s Tale, no original) produzida pelo canal de streaming Hulu, o a ficção futurista de Atwood, ambientada num Estado teocrático e totalitário em que as mulheres são vítimas preferenciais de opressão, tornando-se propriedade do governo, e o fundamentalismo se fortalece como força política, ganhou status de oráculo dos EUA da era Trump. Em meio a todo este burburinho, O conto da aia volta às prateleiras com nova capa, assinada pelo artista Laurindo Feliciano.

Querida Filha - Elizabeth Little

A relação mãe e filha – e os segredos que podem se esconder em seus meandros – é o combustível do bem-sucedido romance de estreia de Elizabeth Little, lançamento da coleção Luz Negra, que reúne o melhor do suspense feminino contemporâneo. O livro acompanha a ex-it girl Janie Jenkins, que, ao sair da prisão 10 anos após ter sido condenada pela morte da mãe, só deseja fugir dos holofotes e encontrar o verdadeiro assassino. Só há um problema: Janie não tem certeza absoluta de que não cometeu o crime. E, seguindo a única pista que possui, inicia um périplo que a levará a uma pacata cidade em Dakota do Sul e a um revelador encontro com o passado.

O Caminho de Casa - Yaa Gyasi

Nascida em Gana e criada nos Estados Unidos, a jovem Yaa Gyasi tornou-se um dos nomes mais comentados na cena literária norte-americana em 2016. Seu romance de estreia, O caminho de casa, recebeu resenhas estreladas dos mais importantes jornais e revistas do país, alcançou a disputada lista dos mais vendidos do The New York Times, foi incluído na prestigiosa lista dos 100 livros notáveis do ano do mesmo jornal e arrebanhou o prêmio PEN/Hemingway de melhor romance de estreia. Com uma narrativa poderosa e envolvente que começa no século XVIII, numa tribo africana, e vai até os Estados Unidos dos dias de hoje, Yaa mostra as consequências do comércio de escravos dos dois lados do Atlântico ao acompanhar a trajetória de duas meias-irmãs desconhecidas uma da outra, e das gerações seguintes dessa linhagem separada pela escravidão.

Os Fantasmas - César Aira

Um dos principais nomes da literatura argentina contemporânea, César Aira conta, em Os fantasmas, uma fábula urbana de cunho social ambientada na Buenos Aires dos anos 1980, mais precisamente num edifício em construção no bairro de Flores. A trama se passa num dia 31 de dezembro e reúne os futuros proprietários, em visita ao prédio; os operários da obra, que, junto com a família do porteiro chileno, ocupam precariamente um dos andares; e os fantasmas, seres incorpóreos que somente alguns personagens conseguem ver, e que também estão em festa naquela véspera de ano-novo. Transitando com sutileza entre todos eles, Aira reflete sobre literatura, economia, arquitetura, vida e morte, a partir de múltiplos pontos de vista, e constrói uma novela original e divertida que se inscreve na tradição da ficção fantástica de seu país.

A Perda de Si - Marginália #2 - Antonin Artaud

Depois de A aventura do estilo – Ensaios e Correspondências de Henry James e Robert Louis Stevenson, o segundo livro da coleção Marginália, dedicada a textos pouco conhecidos de grandes escritores modernos, apresenta pela primeira vez ao leitor brasileiro uma seleção abrangente das cartas do francês Antonin Artaud (1896-1948), um dos mais influentes artistas e pensadores do século XX, escritas em diferentes momentos de sua vida a amigos como Anaïs Nin, André Breton, Jacques Rivière e outros. Organizado pela professora da PUC-Rio Ana Kiffer, A perda de si revela, por meio dessa correspondência rica em reflexões sobre teatro, literatura, marxismo e psicanálise, entre outros temas, a gênese e as transformações do pensamento de Artaud, um dos grandes renovadores da dramaturgia do século XX, que influenciou não só nomes ligados ao teatro, como Peter Brook e José Celso Martinez Corrêa, mas também escritores do movimento beat e intelectuais como Gilles Deleuze e Jacques Derrida.

Rocco Jovens Leitores

Levana: A rainha mais bela - Crônicas Lunares #3.5 - Marissa Meyer

Quem é a verdadeira mulher por trás da fascinante vilã que perpassa as histórias de Cinder, Scarlet, Cress e Winter? Neste spin-off da série de contos de fadas futuristas Crônicas Lunares, a autora Marissa Meyer revela o passado e as motivações de Levana, a cruel rainha que sonha em governar o povo de Luna. Filha mais nova ofuscada pelo brilho e charme da verdadeira herdeira do trono, sua irmã Channary, Levana teve o rosto desfigurado por queimaduras na infância e aprendeu a se camuflar, manipulando todos a sua volta com uma beleza fictícia. Assim, conquistou à força o amor de Evret Hayle, por quem sempre foi apaixonada, tornando-se madrasta de Winter quando ele perdeu a esposa no parto da filha. E seu próximo passo é tomar o trono definitivamente.

O Garoto da Loteria - Michael Byrne

Primeiro livro do inglês Michael Byrne, O garoto da loteria é uma história sobre sobrevivência, esperança e amadurecimento. Bully tem 12 anos e, desde que perdeu a mãe, vive nas ruas de Londres. Sua única companhia é a cadela Jack, com quem ele divide a cama improvisada a cada noite e o pouco que consegue para comer no dia a dia. Mas também seu amor e o sonho de conquistar um futuro melhor. Quando encontra um bilhete de loteria premiado, num antigo cartão de aniversário que sua mãe lhe deixou, Bully e Jack embarcam numa dramática jornada para retirar o prêmio. Afinal, em quem confiar quando se é uma criança desamparada que subitamente vira “o garoto da loteria”?

Comportamento Altamente Ilógico - John Corey Whaley

Um garoto de 16 anos tímido e retraído que sofre de agorafobia (transtorno de ansiedade que leva a pessoa a evitar locais que não considera seguros); uma menina ambiciosa e realista que sonha em entrar para a faculdade de psicologia. Determinada a provar que merece ser aceita no segundo melhor curso do país, Lisa se aproxima de Solomon para ajudá-lo a superar suas dificuldades, trazendo também seu encantador namorado, Clark, para próximo de sua “cobaia”. Logo, os três formam laços inesperados de amizade. À medida que se conhecem melhor, porém, os planos de Lisa começam a sair de controle, e cada um deles é obrigado a rever suas certezas e encarar seus medos. Será que Sol, Lisa e Clark conseguirão encontrar novos arranjos em suas vidas, servindo de apoio um ao outro na difícil tarefa de encarar a vida adulta que se aproxima?


Jane Austen Roubou Meu Namorado - Cora Harrison

Baseado nos diários da escritora Jane Austen na adolescência, este divertido romance juvenil é uma história de aventura, mistério, fofocas e, claro, flertes e paixões. Uma das autoras mais queridas em todo o mundo, cujo bicentenário de morte ocorre este ano, Jane Austen (1775-1817) segue arrebanhando uma legião de fãs em pleno século XXI com romances nos quais retrata a sociedade inglesa de sua época com precisão e ironia. Em Jane Austen roubou meu namorado, a escritora irlandesa Cora Harrison recria, para os jovens de hoje, a atmosfera dos livros da própria Jane Austen mesclando ficção e dados reais, a partir dos diários da autora de Orgulho e preconceito. O livro retrata as peripécias amorosas da futura escritora, que já se considerava uma especialista em assuntos do coração, e de sua prima Jenny.

Meus 15 Anos - Luiza Trigo

Em Meus 15 anos, Bia sonha com uma festa de cinema para celebrar seu aniversário. Agora, o seu sonho está prestes a se tornar realidade, literalmente! Segundo livro da carioca Luiza Trigo, Meus 15 anos deu origem ao filme homônimo que estreia nos cinemas de todo o país no dia 22 de junho, com a estrela teen – e autora bestseller – Larissa Manoela no papel principal. Publicado pela Rocco em 2014, o romance ganha uma sobrecapa com o cartaz do filme, que promete arrastar uma multidão de fãs aos cinemas (e às livrarias).



Bicicleta Amarela

Você É Fera - Jen Sincero

Um livro de autoajuda diferente de todos os outros. Há mais de 60 semanas na cobiçada lista dos mais vendidos do The New York Times, Você é fera traz a verve feminina, divertida, pop (e por vezes desbocada) da coach de sucesso Jen Sincero. São 27 capítulos curtos que ensinam o leitor, através de histórias inspiradoras, dicas sobre dinheiro, comportamento e relacionamentos, exercícios práticos e um palavrão de vez em quando, a descobrir a origem de seus problemas, evitar as armadilhas de autossabotagem, encontrar a força interior necessária para mudar e a estabelecer seus objetivos e alcançá-los. Ou, em linguagem franca e direta, ao estilo da autora: depois de ler Você é fera, você vai entender por que é do jeito que é, como pode amar o que não pode mudar, como pode mudar o que não ama e aprender a usar a sua força para arrasar de verdade.

Fábrica231

O Selvagem -  O Homem dos Meus Sonhos #2 - Kristen Ashley

Romance, aventura e uma boa dose de erotismo são os ingredientes que dão liga a O selvagem, segundo da série O Homem dos Meus Sonhos. Depois de O estranho, a norte-americana Kristen Ashley conta agora a história de Brock Lucas, um típico brutamontes que não mede esforços para conseguir o que quer, e Tessa O’Hara, uma mulher doce que esconde um grande segredo. Quando ele a convida para uma cerveja, Tess não imagina que Brock é um agente que se aproximou dela para investigar os crimes de seu ex-marido. Ao descobrir a verdade, ela tenta se convencer de que Brock não é o homem dos seus sonhos e tem certeza de que precisa pôr fim a este relacionamento. Mas ele não está disposto a deixá-la ir. Pelo contrário, Tess tornou-se um vício incontrolável para Brock. E o agente selvagem está mais disposto do que nunca a finalizar seu trabalho. E a conquistá-la de vez.

Marlena - Julie Buntin

Cat tem 15 anos e se sente sozinha e perdida ao deixar para trás o mundo que conhecia para viver numa pequena cidade no interior de Michigan. Mas sua vida se transforma quando ela conhece sua nova vizinha. Marlena é uma garota destemida, determinada e fora de controle. Logo as duas se tornam inseparáveis e passam a testar seus limites, em busca de novas experiências e, principalmente, de um sentido para a vida. Até que um desfecho inesperado põe fim a esta amizade. Quase 20 anos depois, Cat relembra aquele período de excessos e ainda luta para perdoar a amiga e a si mesma, neste romance ao mesmo tempo sensível e brutal sobre uma amizade obsessiva e sobre pessoas que, não importa o quanto se demorem, deixam marcas profundas na vida de outras.

Anfiteatro

A Sombra de Kissinger - Greg Grandin

Autor do aclamado Fordlândia, sobre a cidade perdida de Henry Ford na selva amazônica, o historiador Greg Grandin mergulha na trajetória de Henry Kissinger e defende que, para entender a política externa norte-americana hoje – com suas incursões militares que se arrastam por anos no exterior e a polarização política interna do país – é necessário decifrar o controverso secretário de estado de Richard Nixon e Gerald Ford. Partindo da análise da produção acadêmica de Kissinger e de um grande número de documentos secretos e outros oficiais, muitos liberados apenas recentemente, o autor vai além do registro biográfico e traça a linha de raciocínio que interliga a ascensão do neoconservadorismo que levou o país a guerras desastrosas como a do Iraque e a do Afeganistão e até mesmo à eleição de Donald Trump com o legado de Kissinger, responsável por fomentar a política intervencionista beligerante dos EUA no pós-guerra.

Pequenos Leitores

O Primeiro Dia de Chu na Escola - Chu #2 - Neil Gaiman e Adam Rex

Chu é um filhote de panda fofinho como todo filhote de panda. O que há de diferente com ele é que Chu é bastante alérgico. E quando ele espirra, coisas ruins podem acontecer. Isso os leitores de O dia de Chu, o primeiro livro de Neil Gaiman sobre o urso panda mais alérgico do planeta, já sabem. Mas agora, Chu está prestes a ir para a escola. E como toda criança, ele está um pouco nervoso. O que ele vai fazer lá? Será que seus colegas vão gostar dele? Em seu primeiro dia de aula, Chu deveria se apresentar à professora e aos novos amigos e dizer o que mais gosta de fazer. Mas de repente, uma poeirinha de giz entra em seu nariz. E antes mesmo que ele possa começar a falar, ele solta um espirro daqueles. Como será que Chu se sairá em seu primeiro dia na escola?

Heidi, a Menina dos Alpes #1 - Johanna Spyri

9 de junho de 2017

Título: Heidi, a Menina dos Alpes #1 - Tempo de Viajar e Aprender
Autora: Johanna Spyri
Editora: Autêntica
Gênero: Infantil
Ano: 2017
Páginas: 160
Nota:★★★★★
Sinopse: Heidi, órfã desde muito pequena, mora numa cidadezinha da Suíça com sua tia Dete. Quando recebe uma excelente proposta de trabalho em Frankfurt, na Alemanha, a tia decide entregar a menina, agora com 6 anos, ao avô, um velho zangado com o mundo, rabugento, que vive isolado no alto de uma montanha dos Alpes suíços. Ao chegar ao novo lar, Heidi logo se apaixona pelas maravilhosas paisagens, pelas flores e pelos animais dos vales e das montanhas, além de ganhar um novo amigo, Pedro das Cabras, um menino pastor. Com o passar do tempo, a menina conquista os moradores do vilarejo e, principalmente, o coração do avô, mostrando-lhe que é possível ser feliz e reencontrar a paz. Mas essa felicidade desaparece quando tia Dete volta para levá-la para Frankfurt. Escrito em 1880, Heidi, a menina dos Alpes mostra o contraste entre a vida selvagem e livre nas montanhas, com seus valores simples e essenciais, e a vida na cidade grande, com costumes, regras e valores muito diferentes. A narrativa acompanha o crescimento e as aprendizagens de Heidi, e, sem perder de vista os 136 anos que separam nossa vida hoje, no século XXI, da vida dos personagens, é uma fonte de descobertas e reflexões importantes para todos nós.

Resenha: Escrito em 1880 pela escritora Johanna Spyri, Heidi já teve adaptações cinematográficas além de ter rendido vários desenhos animados ao longo dos anos.
A obra foi dividida em dois volumes, sendo este o primeiro, e faz parte da coleção Clássicos da Editora Autêntica, que irá resgatar vários títulos da literatura clássica.

Heide é uma garotinha que perdeu os pais e passou a viver com sua tia Dete. Porém, com a crise, Dete estava com grandes dificuldades para sustentar a menina e, aproveitando a ótima oportunidade que lhe apareceu de trabalhar em Frankfurt, na Alemanha, ela decide levar Heidi, que já completou seis anos, para morar com o avô que vive no alto de uma montanha nos Alpes suíços enquanto melhora sua condição financeira.
O avô de Heidi é um pastor de cabras, isolado no alto da montanha, muito rabugento, temido pelos moradores e, até então, um desconhecido para a garotinha. Mas isso não impediu que Heidi, muito curiosa e amável, fizesse de tudo para se aproximar do avô e quebrar o gelo em seu coração.

Narrado em terceira pessoa, a obra dá uma enorme lição sobre amor ao próximo através de uma garotinha adorável, curiosa, ingênua e que consegue enxergar a beleza onde muitos só enxergam a negatividade, além de encontrar a felicidade nas pequenas coisas a sua volta. Sua vida com o avô não começou muito fácil, mas nem ele, com toda a sua amargura, conseguiu resistir aos encantos e a pureza de Heidi a ponto de todos começarem a perceber as mudanças positivas que a menina estava causando em sua vida. Ele não consegue mais ficar longe dela e da alegria que ela espalha por onde passa.

E neste cenário frio, porém deslumbrante, descrito com detalhes que proporcionam uma verdadeira viagem ao leitor, vamos acompanhando o crescimento da menina, seus aprendizados e suas descobertas em meio a vida livre, rodeada por flores, animais fofos e amigos.
Como a obra é voltada ao público infantil, a linguagem é fácil mas também dá enfoque em pontos acerca da cultura e dos costumes da época, o que preserva o tom clássico da narrativa além de evidenciar o contraste com a época atual.

A parte gráfica foi projetada de maneira bastante delicada e que lembra a aparência de um livro clássico e antigo, principalmente pela capa simplista e pelas ilustrações originais e em preto e branco de Jessie Willcox Smith, cujos traços são bastante suaves e dão um toque vintage às páginas.

Embora o livro seja infantil, a leitura tem suas reviravoltas e é válida para leitores de todas as idades. A mensagem muito bonita que a história passa sobre amor, respeito às diferenças e até milagres pode ser levada para a vida.