Caixa de Correio #76 - Falência, aí vou eu!

30 de junho de 2018

Precisamos falar sobre vício. Funko pop! é aquele bonequinho cabeçudinho que você acha fofo, compra um e depois se lasca pro resto da vida. É impossível ter um só, é impossível gostar de uma coisa só que eles possam representar, e o preço dos abençoados por aqui não é algo que ajuda quando se quer todos que vemos pela frente (vide coleção de Harry Potter que não tem fim).
Mas, embora pareça um completo exagero, a maioria dos que recebi saíram bem em conta, pois foi os que eu mesma importei, acho que até havia comentado sobre em uma das caixas passadas.
Inclusive, tomei coragem e abri uma lojinha no Mercado Livre. Ainda estou na fase de montar um estoque bacana, porque não dá pra comprar tudo de uma vez, o processo é demorado, e a gente depende de correio e de limite de cartão de crédito, mas aos pouquinhos vou chegando lá, sem desespero.

Às vezes até parece que abandonei os livros e que estou com novos interesses, mas não é bem isso. Livros é uma das minhas maiores paixões da vida e isso é algo que não se pode negar (os pops só vieram pra acrescentar hehehe). Talvez seja uma fase mesmo, o tempo curto que me impede de poder ler os 15, 20 livros por mês que eu costumava ler lá no início do blog, filhos, casa, estresse e etc... Preciso me adaptar a minha realidade e, apesar de ela andar me limitando um pouco, não me impede de continuar lendo dentro das minhas condições pra poder manter o blog. Não tenho como - e nem posso - me sobrecarregar tanto, senão vou acabar tendo um treco e caindo dura.

Mas enfim, bora ver o que chegou:

Wishlist #43 - Funko Pop - Doug Funnie

26 de junho de 2018

Doug foi uma febre nos anos 90, mas, infelizmente, não durou tanto quanto os fãs gostariam... Lá pelos meus 12, 13 anos (e isso já faz mais de vinte anos, Lord) eu não perdia nenhum episódio de Doug Funnie quando passava durante a tarde no SBT. Inclusive eu gravava os episódios em fitas de VHS para assistir naquela geringonça estrambólica que era o aparelho de vídeo cassete, coisa super moderna da época.
Nem preciso falar que surtei quando a Funko anunciou que os pops da série seriam lançados, e só esperei um pouco mais pra montar a postagem porque o Skeeter ficou por último, pra ser lançado na SDCC desse ano com exclusividade. Só agora que foram liberar a foto da arte do narigudo azul e melhor amigo de um dos meus personagens favoritos da vida. A Funko quer mesmo acabar com nossa vida, aproveitando da nostalgia e da saudade que temos dos momentos felizes em frente a TV da nossa infância. E ainda levar todo o nosso dinheiro, né? Leva.. Por Doug pode levar tudo...


Anota Aí #4 - Por que ter um blog?

25 de junho de 2018


Por sempre gostar muito de ler e escrever, desde meus 15 ou 16 anos de idade, eu já gostava de ter algum blog pessoal para falar sobre meus gostos, experiências e afins. Mas, por não ter um foco fixo sobre um determinado assunto, esses blogs acabavam sendo abandonados e esquecidos (tanto que sequer me lembro dos endereços deles).

Até que em 2012, decidi que iria criar um blog literário para poder falar de livros e, quem sabe, reunir pessoas com os mesmos interesses que os meus... Pessoalmente, eu não conhecia ninguém tão fã de leitura para poder trocar ideias, e não custava nada tentar buscar por isso na internet.
Eis que surgiu o Livros e Chocolate, que começou de uma forma bem amadora mas que com o tempo foi amadurecendo, investindo na boa aparência, na melhoria das resenhas e demais artigos, e num conteúdo organizado sobre esse hobbie tão gostoso que é o da leitura.

Seis anos depois, cá estou eu sem deixar a peteca cair, e por mais que minha realidade e rotina tenham mudado demais de 2012 até agora, o que acabou me fazendo não estar tão presente ou não fazendo postagens com a frequência de antes, não penso em largar o blog, pois querendo ou não, é meu cantinho, minha terapia e minha válvula de escape para os estresses cotidianos da vida de adulto.

Então, caso você já tenha ou pretende ter um blog, deixo aqui algumas dicas que podem ajudar nessa conquista (sim, é uma conquista ter seu cantinho onde você pode escrever o que quiser e quando quiser):

1 - Plataforma

Existem várias plataformas para se manter o blog, desde o Blogger, que é gratuito e bem intuitivo, até o Wordpress, que oferece ferramentas profissionais. Existem outros, mas esses dois são os mais conhecidos hoje em dia.

Qualquer plataforma permite que você contrate um domínio para remover o nome dela no endereço, assim um endereço "meublog.blogspot.com", ou "meublog.wordpress.com" se torna "meublog.com.br". É exclusivo, mais fácil de lembrar e mais profissional também.

Sendo assim, a Hostinger oferece vários serviços bacanas como registro de domínio, hospedagem otimizada, suporte ao cliente e muito mais para plataformas como Wordpress, num preço bem em conta pra quem quer investir num blog ou site, e inovar na internet.
Confiram esse tutorial de exemplo: Como criar um site

2 - Remuneração

Ter um espaço na internet abre caminho pra diversas situações, desde aprimorar suas habilidades em escrita até te tornar um empreendedor do seu próprio negócio, tudo vai depender do assunto que você vai abordar, e a forma como vai levar isso ao público.

Quando o blog começa a ter acessos consideráveis e se torna relevante em meio ao público, é possível ganhar com publicidade de terceiros, comissões pelas vendas de determinados produtos, prestar serviços que envolvem design, escrita, cursos e afins, conseguir parcerias com empresas e outras infinidades de benefícios. Só se lembrem que nada vem fácil ou de graça, e para isso é preciso investir em boa aparência, bom conteúdo e boa divulgação.

3 - Relacionamento

Ao criar um blog para falar sobre algum assunto, é certo que você atrairá a atenção de pessoas com os mesmos interesses que os seus. Isso poderá gerar discussões acerca do tema quando as pessoas comentarem seus textos e transmitirem suas opiniões sobre o que acabaram de ler. Seu blog pode acabar se tornando referência sobre o assunto, e se se tratar de alguma marca com objetivo de vendas, as pessoas sempre vão se lembrar de você se o relacionamento for amigável e cordial. Seja legal com seus leitores! É possível que dele surjam amizades maravilhosas que levamos para a vida!

4 - Foco no tema

Independente do tema que te agrada, o ideal é apostar num determinado nicho para manter o foco. Se você quer falar sobre filmes, não faz muito sentido começar a falar sobre maternidade, receitas culinárias e afins. Tudo bem que é possível organizar o blog por categorias e falar de tudo um pouco, mas quando o foco é um só, as chances de atrair pessoas interessadas naquele assunto é maior, assim como o crescimento e o sucesso do blog.

5 - Um ótimo hobbie

É comum que quem decida ter um blog goste de escrever, e tenho certeza que escrever não é só uma ótima prática para quem ter algo de relevante para falar, para desabafar de alguma forma e distrair a cabeça dos problemas do dia-a-dia, mas também uma excelente terapia. Assim, por mais que o blog possa ser algo relacionado a vida profissional, ele também é super útil na vida pessoal. Já passei por momentos difíceis e afirmo com toda a certeza que saber que eu poderia vir aqui para escrever o que quisesse, e quando quisesse, foi o que levantou e me deixou respirar tranquila.
Só se lembre que, independente do tema do blog, sempre faça com alegria e tenha paciência para esperar pelos frutos a serem colhidos. Quando algo se torna obrigação ou causa mais frustração do que satisfação, deixa de ser prazeroso e começa a se tornar um fardo, e nesses casos é melhor avaliar se realmente esse é o momento ideal de se criar ou manter um blog.


Espero ter dado uma luz com essas pequenas dicas e aproveitem!

Wishlist #42 - Funko Pop - Kill Bill

24 de junho de 2018

Quando o assunto é violência no cinema, é bem provável que o dedo sangrento de Quentin Tarantino esteja lá. E com Kill Bill, dirigido por ele, não é diferente. "A Noiva" é uma ex-assassina que acorda de um coma de quatro anos determinada a se vingar de Bill, seu ex-amante e chefe, que tentou matá-la no dia do casamento deles, e de suas capangas que fazem parte do Esquadrão Assassino de Víboras Mortais... Foi um dos filmes de ação que mais gostei e quando soube que tinha pops deles, já foram pra lista. O problema é que são raros e super caros, beirando os R$350,00 cada...

Ele - Elle Kennedy e Sarina Bowen

20 de junho de 2018

Título: Ele - Him #1
Autoras: Elle Kennedy e Sarina Bowen
Editora: Paralela
Gênero: Romance/Erótico
Ano: 2018
Páginas: 256
Nota:★★★★★
Sinopse: James Canning nunca descobriu como perdeu seu melhor e mais próximo amigo.
Quatro anos atrás, seu tatuado, destemido e impulsivo companheiro desde a infância simplesmente cortou contato.
O maior arrependimento de Ryan Wesley é ter convencido seu amigo extremamente hétero a participar de uma aposta que testou os limites da amizade deles.
Agora, prestes a se enfrentarem nos times de hóquei da faculdade, ele finalmente terá a oportunidade de se desculpar. Mas, só de olhar para o seu antigo crush, Wes percebe que ainda não conseguiu superar sua paixão adolescente.
Jamie esperou bastante tempo pelas respostas sobre o que aconteceu com seu relacionamento com Wes, mas, ao se reencontrarem, surgem ainda mais dúvidas.
Uma noite de sexo pode estragar uma amizade? Essa e outras questões sobre si mesmos vão ter que ser respondidas quando Wesley e Jamie se veem como treinadores no mesmo acampamento de hóquei.

Resenha: Há quatro anos, Ryan Wesley (ou Wes) e James Canning (ou Jamie), ambos jogadores de hóquei, eram muito próximos um do outro, mas acabaram perdendo contato após uma "brincadeira" muito infeliz feita por Ryan... Jamie nunca descobriu e nunca entendeu porque o amigo se afastou sem maiores explicações. Agora, eles irão se reencontrar pois os times de hóquei dos quais eles fazem parte irão se enfrentar. Enfim, Wes, que é gay, terá a oportunidade de se desculpar, mas o reencontro mostrará que a antiga paixão adolescente que ele nutria por James, hétero assumido, sempre esteve alí. Mesmo após esses anos, a amizade entre eles continua sólida, e, após alguns eventos, eles acabam dividindo um quarto num acampamento de hóquei. Entre momentos descontraídos e sentimentos mantidos em segredo, Jamie e Ryan vão se reaproximando e fortalecendo a amizade, e isso acaba despertando sensações impossíveis de serem ignoradas por ambos.

O livro é narrado em primeira pessoa e os capítulos se alternam entre Wes e  Jamie, o que permite o leitor ter uma visão mais ampla sobre os dois lados da história. A escrita das autoras também é bastante fluída e envolve desde as primeiras páginas, mas senti em alguns momentos que, talvez por serem mulheres escrevendo, as personalidades masculinas soaram um pouco irreais, sendo gays ou não. Não imagino homens pensando ou falando determinadas coisas que apareceram alí, e nem por questões de estereótipo, mas porque a cabeça do homem funciona de forma diferente da cabeça da mulher. A linguagem é descolada, os diálogos são dinâmicos, e mesmo que seja recheado de palavreados, muitos deles remetendo a sexo e que reforçam o estereótipo de "homem falando/pensando", é uma narrativa gostosa de se acompanhar.

Wes é bem resolvido com sua orientação sexual, ele é discreto e não sai gritando aos quatro ventos que é gay, e nem se importa que os outros saibam disso. O mais interessante é que no meio desse esporte, que costuma ser brutal, onde os caras sempre são metidos a machões e costumam ser preconceituosos com os homossexuais, ninguém condena Wes ou o trata diferente por ele ser gay. Ele é um excelente jogador é reconhecido e respeitado pelas suas habilidades como qualquer outro, inclusive é famoso por ser tão bom. Com a proximidade com o amigo, vamos acompanhando Wes e seus desejos mais íntimos que envolvem Jamie, mas sempre se controlando para não estragar a amizade mais uma vez. Embora Wes sempre seja visto como alguém confiante e bem resolvido, no fundo ele tem suas inseguranças e alguns conflitos devido a situação com Jamie ser bem delicada.

Jamie inicialmente é apresentado como alguém mulherengo e sem aquele apego. Ele fica com as mulheres curtindo o momento e sem o menor compromisso, mas ao mesmo tempo não é desrespeitoso. Ele e Wes são o oposto um do outro.
Por mais que Jamie conheça o amigo e o tempo que se passou enquanto eles ficaram distantes pareceu nunca ter existido, tudo o que ele começou a sentir e vivenciar ao lado de Wes era novidade e o que lhe restou foi aproveitar ao máximo aquelas experiências.

Por se tratar de um romance erótico, obviamente, iremos nos deparar com muitas cenas intimidade e sexo, assim como evidências sobre o quão intenso, mesmo que simples, é o relacionamento dos protagonistas, mas o ponto alto pra mim foi mesmo o envolvimento que pude ter com os personagens, a forma como eles agem um com o outro, a personalidade forte de cada um e o quanto são simpáticos e divertidos, e a intensidade da ligação que eles tem um com o outro. Achei muito tocante o fato da experiência que eles vivenciam ser sincera, e mesmo que Wes não consiga colocar seus sentimentos em palavras, ele se expressa como ninguém.

Ele é uma história bonita, intensa, cheia de momentos bem humorados, outros totalmente fumegantes, e que aquece o coração. Os protagonistas são cativantes e, independente da experiência que tiveram e da orientação de cada um, eles nos fazem suspirar. Leia sem preconceitos, esqueça seus gêneros e afins, e procure enxergar os sentimentos verdadeiros entre duas pessoas que se gostam e que se deixaram levar pelo momento.

Interferências - Connie Willis

19 de junho de 2018

Título: Interferências
Autora: Connie Willis
Editora: Suma de Letras
Gênero: Sci-Fi/Romance
Ano: 2018
Páginas: 464
Nota:★★★★☆
Sinopse: Em um futuro não muito distante, um simples procedimento cirúrgico é capaz de aumentar a empatia entre os casais, e ele está cada vez mais na moda. Por isso, Briddey Flannigan fica contente quando seu namorado, Trent, sugere que eles façam a cirurgia antes de se casarem — a ideia é que eles desfrutem de uma conexão emocional ainda maior, e que o relacionamento fique ainda mais completo. Bem, essa é a ideia. Mas as coisas acabam não acontecendo como o planejado: Briddey acaba se conectando com outra pessoa, totalmente inesperada. Conforme a situação vai saindo do controle, Briddey percebe que nem sempre muita informação é o melhor, e que o amor — e a comunicação — são bem mais complicados do que ela esperava. Mais complicado do que ela esperava.

Resenha: No embalo dos temas que envolvem o avanço tecnológico nas formas de interação e comunicação com os outros, a autora construiu uma história que aborda uma evolução a nível hard: num futuro não tão distante, a sociedade chegou num ponto onde é possível conectar casais através de uma cirurgia cerebral não invasiva para aumentar a empatia e para que se sintam mais próximos um do outro, podendo compartilhar seus sentimentos. Eles, literalmente, são capazes de sentir o que o outro está sentindo. E como toda novidade vira moda, todos os casais agora querem entrar na onda e se conectarem com seus parceiros para mostrarem como o amor é lindo e suas ligações são intensas.
Assim, Briddey acaba cedendo quando Trent, seu namorado, sugere que eles façam a cirurgia antes de se casarem para potencializarem ainda mais a conexão emocional que possuem. O que ninguém esperava era que ela, sem querer, se conectasse a outra pessoa e, a partir daí, começasse a perceber que nem sempre o excesso do uso dessas modernidades é algo simples de lidar ou até mesmo benéfico para a vida, principalmente quando fica evidente que é impossível abrir mão desses recursos... A situação, claro, vai sair do controle e resta acompanhá-la para descobrir o que vai acontecer...

Narrado em terceira pessoa, o livro tem aquela pegada bem envolvente e descontraída ao mostrar um relacionamento comum, porém com o diferencial da tecnologia como fator chave para o desenvolvimento tanto da história como dos próprios personagens, ao mesmo tempo que acaba fazendo uma crítica social e inteligente sobre os malefícios da exposição e excesso do uso dos meios de comunicação. É impossível não nos colocarmos do lugar da protagonista, ou pelo menos não se lembrar de alguém que conhecemos, que passa pelos mesmos mau bocados absurdos e exagerados que ela. A cobrança e a impaciência pela espera de uma resposta que não chega, a dependência e a necessidade de se trocar mensagens com outra pessoa como se a vida dependesse daquilo.

A família de Briddey é um completo Deus nos acuda. Por prezarem pelo tradicionalismo, ai da filha que não seguir os passos que a mãe acha ser o melhor pra ela, inclusive se casar com um bom partido para garantir uma vida confortável, mesmo que aquilo não seja o que a fará feliz ou o que ela quer. Pior que sabemos que famílias tão intrometidas e invasivas como a de Briddey, que acham que podem tomar decisões pelos outros ou que suas opiniões são a verdade absoluta, existem a solta por aí em todo lugar do mundo. Eles não respeitam o espaço nem a privacidade da coitada/ e precisam saber de cada passo dado por todos. Isso, somado aos estilos engraçados e cativantes dos diversos personagens, rende alguns momentos de bom humor na trama, mas não deixa de ser incômodo, principalmente por ser algo que foge da ficção. O que acaba agravando a situação toda é que a protagonista não parece ter voz e aceita tudo o que lhe é imposto de forma muito fácil, ignorando o que ela mesma quer, e até o romance se torna algo surreal, forçado, clichê, e acaba não convencendo.

De forma geral, a premissa é interessante e aborda um tema relevante nos dias de hoje que é digno de reflexão, mas o desenvolvimento da história em si, as soluções que a autora encontra para resolver as coisas, as várias situações repetitivas, as reviravoltas que deixam várias pontas soltas, e o excesso de descrições e informações que parecem só estarem ali para aumentar a quantidade de páginas do livro e estendendo a história além do necessário, acabaram não me fazendo gostar tanto dele como eu imaginei que fosse. Não é um livro ruim, longe disso, mas uma enxugada no que estava sobrando seria algo bem-vindo.

Interferências é uma comédia romântica com toques de ficção científica que mostra como a era digital acaba por interferir - e substituir - o contato pessoal. A experiência com a leitura é válida e mesmo tendo seus pontos negativos é recomendada.