Título: Quando Cai o Raio - Desaparecidos #1
Autor: Meg Cabot
Editora: Galera Record
Gênero: Juvenil
Ano: 2011
Páginas: 272
Nota: ★★★★★♥
Sinopse: Mandaram que eu escrevesse um relato, em primeira pessoa, sobre o que aconteceu comigo, falando toda a verdade e nada mais do que a verdade. Então tá. O que aconteceu comigo: fui atingida por um raio. Tudo culpa da Ruth, que resolveu que queria voltar da escola andando, para queimar uns quilinhos... Acabou que eu é quem fui queimada. Ninguém acreditou em mim, nem eu mesma, pra ser sincera. Eu não estava me sentindo mal, não tinha nenhuma marca ou machucado... Nem estava chamuscada! Mas logo as coisas começaram a mudar. Quando acordei no dia seguinte, de alguma forma sabia onde estavam as duas crianças cujas fotos estampavam a caixa de leite, aquelas do Disque-Desaparecidos, sabe? Pois é. Eu tinha certeza absoluta sobre onde elas estavam. O problema é que eu achava que estava fazendo uma coisa boa! Liguei para o Disque-Desaparecidos e avisei à simpática senhorinha onde estavam essas duas crianças, e depois mais outras... Até que dois não-tão-simpáticos agentes federais apareceram na minha escola para conversar comigo. Até parece! Agora sou foragida da justiça, tenho que ajudar um dos meninos que foram encontrados e ainda preciso disfarçar o quanto o motoqueiro da sala de detenção mexe comigo... Ainda bem que um raio não cai duas vezes no mesmo lugar... Certo?
Resenha: Jessica Mastriani é uma adolescente que só quer ser normal e fazer o bem. Ela não se importa com popularidade ou status e se tiver que passar semanas na detenção ou descer a porrada nos sujeitos irritantes e grandalhões a solta por aí, tudo em nome da justiça, não pensa duas vezes.
Um belo dia, sua melhor amiga, Ruth, foi zoada na escola por causa dos seus quilinhos extras e devido a isso, ela preferiu ir embora pra casa andando em vez de dirigindo. Jess perdeu a carona, mas decidiu acompanhar a amiga em sua pequena depressão. Só que uma tempestade estava a caminho, e as duas resolveram se proteger da chuva se escondendo debaixo das arquibancadas de metal do colégio. E Jessica, com a sorte que tem, acabou sendo atingida por um raio. E o mais impressionante é que a enorme descarga elétrica que passou por todo seu corpo não lhe causou dano algum!
Depois desse episódio, bastava que Jess dormisse para que, durante o sono, seu cérebro começasse a fazer o download de endereços onde algumas crianças estavam. Jess sequer sabia quem eram até que as reconhece das caixinhas de leite. Ela começa a investigar primeiro para ter certeza do que está acontecendo, e conta com a ajuda de Rob, um sujeito caipira e bem misterioso que desperta muito sua atenção. Quando Jess tem certeza de que os endereços que tem são mesmo de crianças desaparecidas, ela, na melhor das intenções e na maior inocência, começa a ligar pro Disque-Desaparecidos pra avisar que sabe do paradeiro da criança sumida, mas devido a frequência diária das ligações, que são rastreadas, acaba sendo perseguida pelo FBI que faz de sua vida (e de sua família hilária) um verdadeiro inferno. Eles querem uma explicação para esse dom de Jess.
Quando Cai o Raio é o próprio relato de Jessica, então, é narrado em primeira pessoa. A diagramação do livro é simples, a leitura flui maravilhosamente bem, e por ter sido escrito por Meg Cabot, isso não é novidade, convenhamos. As ideias, a criatividade e a habilidade da autora em transformar situações bizarras e mirabolantes em histórias com um enredo que prende e não deixa pontas soltas é simplesmente incrível. Tudo na história é na medida certa, desde as cenas engraçadas até as cenas de ação pura. Como assim a menina foi atingida por um raio e além de não ter virado torrada, ganhou superpoderes? E não se trata de poderes como voar, controlar o fogo, ler a mente dos outros ou coisas
E como se não bastasse, ainda precisa lidar com problemas familiares, amorosos e ainda fugir do FBI pra ajudar um pobre coitado desaparecido que não queria ser encontrado, mas acabou sendo...
Jessica, com esse jeitão "parto-lhe a cara" lembra demais a Suzannah da série A Mediadora.
Rob, o caipirão motoqueiro com sua jaquetona de couro e lindo de morrer (pra variar) é super fofo. Ele faz o tipo bad boy que arranca suspiros de Jessica. Ruth, a melhor amiga, é meio enjoada e metida, mas não deixa de ser muito divertida.
Jessica tem um irmão esquizofrênico, Douglas, mas a narrativa flui de forma que isso seja tratado com muita naturalidade. A família de Jessica no geral foi muito bem construída.
A história parece ridícula se vista "por cima", mas é absurdamente engraçada, envolvente, e genial!
Essa é mais uma história da Meg Cabot que entrou pra minha lista de favoritos.