Lido em: Novembro de 2013
Título: Métrica - Slammed #1
Autora: Colleen Hoover
Editora: Galera Record
Gênero: Romance
Ano: 2013
Páginas: 304
Nota:
★★☆☆☆
Sinopse: O romance de estreia de Colleen Hoover, autora que viria a figurar na lista de best sellers do New York Times, apresenta uma família devastada por uma morte repentina. Após a perda inesperada do pai, Layken, de 18 anos, é obrigada a ser o suporte tanto da mãe quanto do irmão mais novo. Por fora, ela parece resiliente e tenaz; por dentro, entretanto, está perdendo as esperanças. Um rapaz transforma tudo isso: o vizinho de 21 anos, que se identifica com a realidade de Layken e parece entendê-la como ninguém. A atração entre os dois é inevitável, mas talvez o destino não esteja pronto para aceitar esse amor.
Resenha:
Métrica é o primeiro volume da série
Slammed, lançado no Brasil pela
Galera Record e escrito pela autora
Colleen Hoover, e conta a história de
Layken (ou Lake, seu apelido), uma garota de 18 anos que após perder o pai, teve que se mudar do Texas onde morava com a mãe, Julia, e o irmão mais novo, Kel. Com a morte do pai, Julia não conseguiria bancar a família com o emprego que tinha, e por ter recebido uma oferta de emprego onde ganharia mais, apesar de ter que se mudar para a cidade de Ypsilanti, não recusou por não ver outra saída.
Lake estava odiando a mudança pois pra ela isso significou deixar a vida que tinha pra trás e ter que recomeçar tudo novamente, com pessoas novas, escola nova, e apesar de demonstrar que estava aceitando, a ideia não a agradava nada. Até que ela conhece
Will, seu vizinho de 21 anos. Os dois combinam perfeitamente e o sentimento que surgiu entre eles foi o bastante pra fazê-la estremecer e encontrar um motivo pra ficar e ser feliz. Apesar de tudo indicar que os dois foram feitos um pro outro, alguma coisa vai impedir essa felicidade...
Antes de tudo,
Métrica é um romance do estilo
New Adult (ou talvez Young Adult) e como o próprio nome já diz, se refere a um conceito relacionado ao ritmo de uma poesia que é sempre medida em sílabas métricas pelo som, então o leitor vai se deparar com muitas poesias em que algumas palavras são destacadas em negrito indicando um tipo de medição/intensidade para elas. Quem não curte poesia (como eu) e nunca estudou suas regras provavelmente não vai se atentar a isso e talvez nem entender ou fazer uma ligação com o título, mas é um ponto que não faz diferença e pra mim não passou de floreio...
Essas poesias são um tipo de hobbie para os personagens e se fazem presentes através das "Competições de Slam", onde um grupo de poetas "duelam" com seus textos e que vença a melhor, mais emocionante e que cause mais impacto no povo. Lembram de "8 Mile - Rua das Ilusões" com o gatíssimo Eminem, em que rolavam aqueles duelos de rap? Pois então...
A história é dividida em duas partes e cada capítulo se inicia com um trechinho de alguma música de uma banda hiponga que faz o gênero Indie, Folk e Roots, a "The Avett Brothers" (
que aposto que muita gente só foi procurar saber quem são por causa da leitura) cujas letras são bem poéticas mas quase sempre sem sentido, só pra combinar com o propósito do livro. Narrada em terceira pessoa, a leitura é fácil e se desenvolve de uma forma que, pra mim, foi super falha, pois tudo acontece do nada e sem explicações, e quando existem, são absurdas, rasas e quase nunca convincentes. Tudo bem que Lake está triste e se adaptando a uma vida sem o pai do qual ela, obviamente, sente muita falta, numa cidade detestável tendo que lidar com mudanças, mas aí conhece Will e a paixão instantânea e inexplicável que parece ter surgido do além só pra tirá-la daquele estado crítico de tristeza eterna, incluindo brigas sem um motivo plausível tendo como consequência meses sem comunicação alguma para depois, do nada, resolverem se falar de novo, e tudo muito rápido. É algo que não desceu aqui. Ainda aparecem outros problemas a serem enfrentados, afinal, o que seria uma história de amor, mesmo que fraca e previsível, sem tragédias de todos os tipos para atrapalhar com tudo ou ser motivo de coragem e força tiradas sabe-se lá de onde para seguir em frente?
A frase na capa da autora Tamara Webber que diz "
Único, diferente de tudo que se vê por aí... Leia!" é, em partes, uma verdade, pois nunca li nada do gênero que fosse tão diferente no quesito superficialidade, e fora que muitas vezes é infantil devido as atitudes dos personagens e sem um pingo de nexo.
E as poesias? Pra mim todas são cafonas, exageradas, absurdas e carregadas de tantas palavras que juntas, no final das contas, não dizem nada com nada.
Não vou me aprofundar na questão do problema amoroso que Will e Lake enfrentam, pois seria um
spoiler horripilante, então acho melhor que o leitor leia e tire as próprias conclusões, mas acho que é um fator incrivelmente fútil não sendo motivo para não seguirem em frente, serem felizes e o resto que se dane, principalmente porque os dois já são ADULTOS, pelo amor de Deus...
Com relação a parte física, a editora caprichou na tradução e revisão. Páginas amareladas, tamanho da fonte agradável, e a capa simples são pontos positivos pra mim.
No mais, é uma história que fala sobre as dificuldades de um amor cheio de barreiras, as mudanças que, às vezes, somos obrigados a enfrentar, os problemas familiares que nos deparamos, as perdas que sofremos e a forma difícil de superarmos... Enfim, é como uma lição de vida cheia de exemplos trágicos (e muitas vezes irritantes) para se refletir, mas contada de uma forma que simplesmente não me agradou como achei que seria depois de tantos elogios que vi por aí. Ou talvez eu seja muito insensível pra não ter conseguido enxergar toda essa "beleza" de que ouvi falar, vai saber...
Métrica tem continuação e já foi lançada,
Pausa, e ainda estou me perguntando o que mais pode existir pra dar continuidade a algo que nem deveria ter começado... pelo menos não com esse desenvolvimento...