Título: Cidades de Papel
Autor: John Green
Editora: Intrínseca
Gênero: Ficção/YA
Ano: 2013
Páginas: 368
Nota: ★★☆☆☆
Sinopse: Em Cidades de papel, Quentin Jacobsen nutre uma paixão platônica pela vizinha e colega de escola Margo Roth Spiegelman desde a infância. Naquela época eles brincavam juntos e andavam de bicicleta pelo bairro, mas hoje ela é uma garota linda e popular na escola e ele é só mais um dos nerds de sua turma.
Certa noite, Margo invade a vida de Quentin pela janela de seu quarto, com a cara pintada e vestida de ninja, convocando-o a fazer parte de um engenhoso plano de vingança. E ele, é claro, aceita. Assim que a noite de aventuras acaba e um novo dia se inicia, Q vai para a escola, esperançoso de que tudo mude depois daquela madrugada e ela decida se aproximar dele. No entanto, ela não aparece naquele dia, nem no outro, nem no seguinte.
Quando descobre que o paradeiro dela é agora um mistério, Quentin logo encontra pistas deixadas por ela e começa a segui-las. Impelido em direção a um caminho tortuoso, quanto mais Q se aproxima de Margo, mais se distancia da imagem da garota que ele pensava que conhecia.
Resenha: Cidades de Papel foi o 3º livro escrito por John Green. Foi publicado em 2008 lá fora, mas só agora em 2013 foi publicado no Brasil pela Editora Intrínseca.
O livro conta a história de Quentin Jacobsen (ou Q), um garoto nerd que está no ensino médio e que durante a infância foi amigo de Margo Roth Spiegelman, uma garota por quem ele mantinha uma paixão platônica por achá-la divertida e irreverente. O tempo passou e os dois se distanciaram, mas Q nunca esqueceu Margo por mais que ela tivesse o ignorado. Na escola, Margo faz aquele estilo super popular, e Q é aquele menino nerd e "invisível" que segue uma rotina chata junto com seus amigos, Ben e Radar.
Até que de repente, numa noite qualquer, Margo invade o quarto de Q e o arrasta para uma aventura maluca para por em prática um plano de vingança seguindo um roteiro maluco e após algumas invasões, Q acredita que enfim terá sua grande chance de ser feliz com Margo em seus braços, mas no dia seguinte, a menina desaparece, e no outro, e no outro... Então Q, preocupado, resolve seguir pistas que acreditou terem sido deixadas por Margo e vai procurar a garota, mesmo que pra isso tivesse que cair na estrada por centenas e centenas de quilômetros junto com seus amigos.
O livro é narrado em primeira pessoa e é dividido em três partes. A aventura inesquecível de Q e Margo, a busca por pistas e a viagem atrás da garota com as últimas horas restantes até chegar ao destino.
Os capítulos são curtos, a narrativa é fácil e com sacadas bem bacanas, então é possível tirar várias frases de impacto dele e, de quebra dar algumas risadas em algumas partes, principalmente quando Ben com seu "problema urinário" aparece. Não vou mentir, John Green não é meu autor favorito pois seus livros parecem seguir uma fórmula: protagonista nerd + problema amoroso. E aqui o que encontramos é basicamente isso.
Q sofre de um amor obsessivo por uma garota que é totalmente seu oposto, e em nome disso, renuncia de coisas que são consideradas importantes pra adolescentes da idade dele, como a própria formatura para ir procurar por ela! É uma aventura adolescente completamente fictícia e surreal, pois por mais que existam mensagens nas entrelinhas para que possamos refletir sobre o comportamento de Q e Margo, não consigo imaginar uma situação dessas como sendo algo verdadeiro, principalmente se for pra levar em consideração os diálogos de todos eles que, apesar de muitas vezes serem engraçados e descontraídos, sempre são maduros demais pra idade dos personagens.
E Margo? Para Q ela é a garota ideal, ele enxerga nela alguém perfeita, engraçada, inteligente, bonita, mas no fundo não passa de uma mimada, egoísta e completamente maluca que não se importa com ninguém a sua volta, e talvez nem com ela própria, mas ele não consegue ver esse lado "negro" porque está completamente cego. É algo a se considerar, pois adolescentes (e até alguns adultos) geralmente acham que o 1º amor é o último e único da vida, mas é um comportamento muito mais típico de mulheres, principalmente aquelas que não tem lá muito amor próprio nem atenção dos pais e veem um tipo de deus em quem amam. E Q é homem, adolescente, nerd e a obsessão amorosa simplesmente não combina com ele, e ainda chegar ao ponto de arrastar os amigos nessa furada de ir em busca da desaparecida foi um completo exagero.
Já o conceito "cidades de papel" é o que realmente faz com que a gente reflita e é a única mensagem válida que consegui ver na história apesar de não ter certeza absoluta de que se trata realmente da impressão que tive sobre ela. John Green explica o termo numa nota ao final do livro e se trata de cidades que não existem inseridas em mapas para que os criadores pudessem comprovar que esses mapas estivessem sendo plagiados por outros, cidades estas que posteriormente acabaram sendo procuradas por aventureiros. Porém, a cidade sendo falsa, acaba por ilustrar o comportamento que algumas pessoas têm, como se elas quisessem mostrar aquilo que não são, ou que não existe, talvez com a intenção de atrair coisas ou pessoas pra si mesmas, quem sabe... Margo seria uma garota de papel? E quanto a Q? Então leia e chegue as suas próprias conclusões...
No mais, achei que o livro, apesar de ter uma leitura bem fácil e agradável, foi enrolado pois é uma história simples que poderia ser contada em muito menos páginas. Vale como passatempo, mas nada que tenha me marcado.