Inseparáveis. É o que os irmãos Filippo e Samuel Pontecorvo sempre foram um para o outro. Suas personalidades opostas nunca os distanciaram: a indolência de Filippo em contraposição à determinação de Samuel, sempre brilhante nos estudos e no trabalho. Tudo muda, contudo, quando o primeiro se torna famoso da noite para o dia, e o segundo começa seus dias de crise, entre um investimento de risco e um impasse sentimental catastrófico. E, dessa vez, nem mesmo a inabalável e protetora mãe conseguirá evitar que os filhos enfrentem essa situação.
Em Inseparáveis, Alessando Piperno reapresenta os Pontecorvo – já protagonistas de Perseguição – e encerra o díptico O Fogo Amigo das Lembranças com uma obra totalmente autônoma que, ao mesmo tempo, desata todos os nós do primeiro livro. Uma obra brilhante, irônica e emocionante.
Piperno produziu um romance melancólico, opressivo à sua própria maneira, que acompanha a evolução de uma família que pesa o trauma de um pai acusado de pedofilia. O autor é hábil ao descrevê-la como um lugar aparentemente seguro, mas que, na verdade, sempre esteve a ponto de ruir.
Entre o passado e o presente – com flashbacks, memórias e suspeitas –, Piperno oferece ao leitor outra perspectiva sobre a história obscura de Leo Pontecorvo, protagonista de Perseguição. Dessa vez, a voz está com os outros três membros da família, meros espectadores na obra anterior.
Um grande romance: atual, veloz e cruel, mas com a cadência clássica de uma comédia humana que se repete de maneira atemporal.
A Prisão Mal-Assombrada - Joseph Delaney
A história começa com a primeira noite do órfão Billy, de quinze anos, como guarda de uma sinistra prisão. Mas essa não é uma cadeia qualquer com prisioneiros comuns. Nela há celas mal-assombradas que não podem ser usadas, sussurros e gritos durante a noite. E o temido Poço da Bruxa. Billy é alertado a manter distância do prisioneiro que fica lá no fundo do poço. Mas quem poderia ser? O que poderia ser tão assustador?
O cenário deste livro é inspirado no Castelo Lancaster, onde, em 1612, as bruxas de Pendle ficavam trancadas antes de serem julgadas e enforcadas. Elas eram mantidas em uma cela conhecida como Poço da Bruxa. Quando Joseph Delaney visitou o castelo, ficou imaginando o que teria restado lá embaixo depois que as bruxas se foram.
Uma história de terror digna dos mestres do gênero.
Conhecido mundialmente pela série best-seller As Aventuras do Caça-Feitiço, Joseph Delaney aventura-se, desta vez, numa história independente, mas ainda repleta de mistério e fantasia. Quando lançado, foi comparado a livros de Neil Gaiman.
Aguardo Sua Resposta - Dan Chaon
Existe felicidade conjugal em uma sociedade na qual o casamento é uma instituição inabalável? O livro é essencialmente dividido em três histórias. Na primeira delas, Chaon traz Ryan Schuyler, que após se formar na faculdade e fugir sem deixar pistas, é dado como morto pela polícia. Causa: suicídio. A cena inicial deste personagem prova por que o autor é tido pelos críticos como um dos poucos que não tem medo nem vergonha da brutalidade.
Na trama seguinte surge a jovem Lucy Lattimore, que fugiu às escondidas com seu professor de história. O que parecia uma aventura excitante e promissora ao lado do misterioso docente, logo se torna monótona e assustadora. Para finalizar, Miles Cheshire, que continua sua busca frenética - iniciada há dez anos - pelo irmão gêmeo desaparecido. Para piorar, toda pista leva a uma inusitada situação, algo como uma brincadeira.
Chega ao Brasil um dos autores mais elogiados dos Estados Unidos na atualidade: Dan Chaon, finalista do National Book Award. Seu livro de estreia, Aguardo sua resposta, recebeu críticas consagradores em grandes veículos, como The Washington Post, The New York Times, The Guardian e Los Angeles Times. Uma obra-prima com fôlego de thriller, um romance inesquecível em que passados são inventados e reinventados, e o futuro é sedutoramente inexplorado e, ao mesmo tempo, está perigosamente à deriva.
Em algum lugar muito, muito distante, no planalto de uma ilha conhecida pelo nome de Aeden, localiza-se a cidade de Olímpia. Ali funciona a Escola dos Deuses, uma inusitada instituição sob o comando dos doze deuses da mitologia grega, responsáveis por ensinar aos seus aprendizes uma arte que requer talento, criatividade, inteligência, sutileza e intuição: a arte de ser deus.
Após evoluírem em suas vidas como mortais e desempenharem satisfatoriamente a função de anjo da guarda, os 144 alunos-deuses receberam a missão de gerenciar multidões humanas. Para isso, cada um deles é encarregado de cuidar de uma população, ajudá-la a desenvolver instintos de sobrevivência, criar cidades, guerrear, inventar religiões.
Entre os escolhidos para essa nova turma de estudantes divinos estão figuras anônimas, como o protagonista Michael Pinson e seus amigos Edmond Wells e Raul Razorback, e personalidades ilustres, como Marilyn Monroe, Édith Piaf, Gustave Eiffel, Joseph Proudhon, Sarah Bernhardt, e muitos outros.
Mas eles logo descobrem que não à toa a profissão de deus é considerada a mais difícil das atividades. Todos precisam lidar com a influência de seus mestres – entre eles Afrodite, a deusa do Amor, que desperta em Michael uma paixão arrebatadora – e com a presença de um deicida desconhecido, que resolve eliminar um a um os próprios colegas.
Além disso, os segredos da Ilha de Aeden despertam muita curiosidade, e os alunos-deuses estão dispostos a arriscar o que for preciso para descobrir, principalmente, o que é a brilhante luz no alto da montanha e que parece vigiá-los. O que será que aquilo significa? Certamente nem todos sobreviverão para desvendar esse mistério.
Em Nós, os Deuses, Bernard Werber leva o leitor ainda mais longe na descoberta das espiritualidades e mitologias. No fim dessa extraordinária saga, em que se misturam aventura, suspense e humor, todos vão se perguntar: “E eu, se fosse Deus, o que faria?”
Nós, os Deuses é o produto de uma imaginação maravilhosa e um suspense fora do comum.
Conhecido mundialmente pela série best-seller O Império das Formigas, que vendeu mais de um milhão de cópias somente na França, Bernard Werber apresenta agora mais uma trilogia: O Ciclo dos Deuses.
Felicidade Conjugal - Tahar Ben Jelloun
Existe felicidade conjugal em uma sociedade na qual o casamento é uma instituição inabalável? O protagonista, um pintor obrigado a se aposentar após sofrer um AVC, sofre com a certeza de que sua relação conjugal caótica foi a responsável por seu colapso. Diante disso, com o tempo ocioso e com medo de cair em depressão, ele decide escrever suas memórias, narrando o começo do relacionamento, a má relação com os sogros, o amor louco, a rotina e o ódio que se instalou. Um trabalho de autoanálise, que vai ajudá-lo a encontrar coragem para se libertar da relação destrutiva com a esposa. Esta é a primeira parte do livro, chamada de “O homem que amava demais as mulheres”.
Ao descobrir, por acaso os escritos do marido, a esposa decide escrever sua versão dos fatos. Começa então a segunda metade, intitulada de “Minha versão dos fatos - Resposta a O homem que amava demais as mulheres”. Obviamente, as versões são divergentes, a ponto de o leitor questionar se os dois fizeram parte da mesma história, do mesmo casal.
Sucesso de crítica e multipremiado por toda a Europa, Tahar Ben Jelloun retrata em Felicidade conjugal a história de um homem que resolve pintar seu último quadro: o de seu relacionamento. As cores são fortes, e, como toda obra de arte, sempre há mais de uma opinião sobre o mesmo assunto, a mesma vida, os mesmos atos.