Título: A Escolha - The Selection #3
Autora: Kiera Cass
Editora: Seguinte
Gênero: Distopia/Romance/Juvenil
Ano: 2014
Páginas: 352
Nota: ★★★★☆
Sinopse: A Seleção mudou a vida de trinta e cinco meninas para sempre. E agora, chegou a hora de uma ser escolhida. America nunca sonhou que iria encontrar-se em qualquer lugar perto da coroa ou do coração do Príncipe Maxon. Mas à medida que a competição se aproxima de seu final e as ameaças de fora das paredes do palácio se tornam mais perigosas, América percebe o quanto ela tem a perder e quanto ela terá que lutar para o futuro que ela quer.
Resenha: A Escolha é o terceiro livro da trilogia The Selection, escrita pela autora Kiera Cass e lançada pela Seguinte, e neste último volume, dando continuidade aos acontecimentos do segundo, America já deixa claro que pretende continuar na Elite como sendo uma das finalistas da Seleção que competem pela coroa e pelo coração do príncipe Maxon. Mas há obstáculos a serem superados, questões não resolvidas que precisam de um ponto final e uma escolha a ser feita que mudará a vida não só de America, mas de toda Iléa...
Depois de ter ficado fascinada por A Seleção e A Elite, a ansiedade pelo tão aguardado final da história era algo que transbordava desesperadamente de mim, e de todos os fãs da trilogia, e não via a hora de ter esse volume em mãos para devorá-lo logo, e assim que recebi foi exatamente isso que fiz. E antes de fazer essa resenha, ponderei sobre vários pontos, pois confesso que é muito difícil escrever sobre quando gostamos ou odiamos demais um livro, ou, de alguma forma, ficamos decepcionados se as coisas não são como esperamos.
America é o tipo de personagem que não me desce e isso vem lá do início da série. Não que eu tenha desgostado da história por causa dela, muito pelo contrário, eu só não me simpatizei com a mocinha e com suas atitudes e nunca desejei um fim feliz pra ela (muaháhá). Ao mesmo tempo em que ela é cheia de coragem para enfrentar quem quer que seja quando o assunto é justiça, justamente por ela vir de uma casta inferior que já passou por dificuldades e tudo mais, ela consegue ser egoísta e ter atitudes dignas de uma adolescente imatura quando o assunto é amor, e por essas e outras meu maior desejo era que ao final de tudo ela ficasse sozinha, encalhada, criando gatos. Tudo bem que é completamente aceitável e óbvio que a autora jamais criaria tal final "absurdo" (os fãs a matariam, convenhamos), mas tudo fluiu de um jeito fantasioso demais, fácil demais e com explicações convincentes de menos.
Maxon é o típico príncipe "encantado" que por toda a sua perfeição arranca suspiros por onde passa e admiração de todos por ser tão justo, bem diferente de seu pai tirano, o rei Clarkson. Mas mesmo assim nunca concordei com sua postura diante d'A Seleção, dando esperanças a quem não tinha chance alguma, ou se esfregando com várias das meninas pelo palácio, "escondido". Se há uma Selecionada que realmente desperta seu interesse e mexe com seus sentimentos, por mais que tudo seja um reality show e ele dê uma de ator, ele deveria expor logo sua escolha e deixar claro que o amor falou mais alto e parar com a farsa toda. Tudo se arrasta de forma irritante e o relacionamento dele com America beira o ridículo, pois além dessa enrolação ainda há a necessidade dos dois em não assumir um pro outro o que sentem, o que faz com que eles sempre fiquem na dúvida se o sentimento é recíproco ou não e se realmente vale a pena apostar naquilo. E, talvez, por isso existem os pobres coitados que fazem o papel de estepe para o caso da primeira opção não ser bem sucedida, mas, até que enfim, todos se decidiram pelo que seria melhor para cada, mesmo que de forma repentina.
Nunca fui "Team Maxon", sempre torci pelo Aspen, pra que ele tivesse um final feliz, porém, não para que ele ficasse com America, mas sim que encontrasse alguém digna do verdadeiro homem que ele é. Maxon pode ser príncipe, loiro, lindo e rico o quanto for mas, pra mim, nunca chegará aos pés de Aspen, que considero ser areia demais pro caminhãozinho de America.
Alguns novos personagens aparecem, o que causa reviravolta na questão política de Iléa mesmo que tudo não fosse muito bem explicado e aprofundado, como se tivesse perdido o destaque para dar foco apenas em America e seus questionamentos, pensamentos, atitudes e planos.
Também não achei que os demais personagens ganharam tanto destaque como deveriam. A personagem que mais me surpreendeu foi Celeste, mas ainda não me decidi se foi positiva ou negativamente, e isso porque, mesmo sendo a "vilã" (e eu amo vilões quando bem construídos como ela foi) ela demonstra ser alguém bem diferente do que imaginei, tanto no que diz respeito à Seleção quanto na amizade que desenvolve com as Selecionadas, incluindo America.
Faltaram explicações para os conflitos gerados pelos rebeldes e a forma como tudo foi resolvido foi corrido demais, mesmo que algumas surpresas tenham vindo a tona, seja para chocar ou para emocionar personagens envolvidos ou o próprio leitor. Assumo que, diferente da grande maioria, a questão política no cenário distópico com todos aqueles rebeldes e seus planos secretos era o que me mantinha mais interessada na história do que o romance em si, mas não foi bem explorado para que se tornasse crível pra mim. Achei o desfecho um tanto raso e fácil.
Apesar desses pontos falhos, A Escolha não foi uma completa decepção pra mim. Achei que o final para os personagens foi satisfatório apesar de previsível, mas poderia ter mais páginas dedicadas a explicações para a questão dos rebeldes e do futuro do país em vez de mortes repentinas e desnecessárias para a resolução rápida de problemas do reino.
A narrativa é um show a parte, pois flui muito bem, prende e é muito gostosa de acompanhar. A capa é maravilhosa, de encher os olhos e só tenho elogios para o trabalho de diagramação e revisão da editora.
A trilogia como um todo vale muito a pena ser lida, mesmo que o desfecho não tenha sido tão empolgante como esperei, mas vou sentir falta e queria muito que a história fosse além do "felizes para sempre"...