A Flá recebeu um convite da Editora Rocco para participar de um chá da tarde na editora, mas ela mora em Belo Horizonte e a Rocco fica no Rio. Como não poderia comparecer, ela me convidou para ir representando o Livros e Chocolate. E eu fui!
O evento foi um encontro com alguns blogueiros para apresentar o 4º livro da autora Kate Morton publicado pela Rocco. Isso mesmo, já tem 3 romances dela por aí e vocês
Kate Morton, a mais velha de três irmãs, cresceu nas montanhas do Sudoeste de Queensland, na Austrália. Depois de concluir o ensino secundário licenciou-se em Artes Dramáticas em Londres, no Reino Unido. Se até então achava que o seu futuro seria no teatro, rapidamente descobriu que a sua paixão eram as palavras. Mais recentemente licenciou-se em Literatura Inglesa. Kate vive actualmente com o marido, Davin, e os seus dois filhos em Brisbaine, num palacete do século dezenove repleto de mistérios.
Agora, devidamente apresentados à autora, precisamos conhecer um pouco melhor o seu trabalho. Para isso, vou usar alguns trechos do material que recebemos.
Kate Morton escreve um estilo neogótico, caracterizado po elementos aparentemente "banais" e muito mais enraizados na literatura de consumo de nosso tempo. Ela detalha um pouco deles na "Nota da Autora" que compôs para o romance de estreia, A Casa das Lembranças Perdidas.
O passado assombrando o presente; a insistência em segredos de família; a volta do que foi reprimido; a centralidade da herança (material, psicológica e física); casas mal-assombradas (especialmente assombrações metafóricas); desconfiança em relação a novas tecnologias e a novos métodos; mulheres aprisionadas (seja física ou socialmente) e a claustrofobia decorrente; duplicação de personagens; a inconfiabilidade da memória e a natureza parcial da história; mistérios e o desconhecido; narrativa confecional; e textos a serem lidos nas entrelinhas.
O resultado de seu trabalho impecável são livros que brincam com as categorias nos quais se inscrevem, que enfiam os pés no lodaçal de gêneros e subgêneros sem medo. Ela admite e incorpora, na integralidade, a fórmula, diverte-se com ela, trabalha e retrabalha parâmetros em amorosa investigação, e, volta e meia, sai do papel de escritora e se coloca no papel de leitora. Não à toa, suas personagens femininas, numerosas, giram sempre em torno de três: duas que sofrem as marchas e contramarchas de suas vidas e uma que é a observadora, a que lê, a que junta as pontas soltas.
Nos livros de Morton, são perfeitamente discerníveis as muitas camadas de leitura por ela propostas. Na primeira camada, está a trama bem-urdida, em que é exposto um mistério que só se resolverá ao final do romance. Na segunda camada, transparece a pesquisa da autora, nada servil. Na terceira, o uso de textos em que "fala o coração": cartas, diários, anotações, dedicatórias, lugares onde, reconhecem as pesquisadoras de hoje, pulsaram formas ainda brutas de autobiografia feminina. A narrativa produzida pela aposição das três camadas satisfaz a leitora plenamente. A percepção de uma, apenas, é suficiente para seduzi-la a avançar pela trama, onde há mais de uma reviravolta e mais de um lance espetacular.
Kate Morton se inscreve na nova tradição gótica. Consciente de que é uma autora de literatura de massa, que busca a maior plateia possível, ela utiliza os elementos consagrados secularmente com inteligência, partindo da premissa de que será inteligente, também, sua apreensão pela leitora. E é essa generosidade atenta, sem dúvida, seu maior diferencial.
A Casa das Lembranças Perdidas
O romance de estréia da australiana Kate Morton surpreendeu o mundo ao se tornar o título mais bem-sucedido na Inglaterra desde O código da Vinci. Com direitos de tradução vendidos para 29 países, o livro revela os segredos de uma família aristocrata inglesa que tenta sobreviver às fortes transformações do início do século XX. Assassinatos, triângulos amorosos e intrigas familiares dão a tônica desse romance, que vendeu mais de 600 mil exemplares só na Inglaterra, e tornou-se best-seller imediato também nos Estados Unidos, Alemanha, França, Itália e Austrália.
O Jardim Secreto de Eliza
Em 1913, um navio chega à Austrália direto de Londres, trazendo com ele uma menina de quatro anos, absolutamente sozinha, sem um acompanhante adulto sequer. Com ela, apenas uma pequena mala com um livro de contos de fadas. O mistério de quem era a bela garota, que dizia não lembrar seu nome, e de como chegou ao porto, jamais foi desvendado. Em suas memórias ela trazia apenas a imagem de uma mulher que ela chamava de a dama ou a Autora e que dizia que viria buscá-la. Muitos anos depois, em 2005, na cidade australiana de Brisbane, a doce e reservada Cassandra herda de sua avó Nell uma casa na Inglaterra. Surpresa, ela descobre que a casa esconde as origens de sua avó, que foi uma vez a bela menina sem nome perdida no porto.
O jardim secreto de Eliza, da escritora australiana Kate Morton, foi um sucesso em seu lançamento, fazendo parte da concorrida lista de livros mais vendidos do The New York Times. A autora, que estreou na literatura com o best-seller A casa das lembranças perdidas, também publicado no Brasil pela Rocco, conta uma saga que se desenrola por diferentes gerações de mulheres, cada uma guardando segredos, sentimentos e memórias reprimidas.
Enquanto acompanha a viagem de Cassandra para a Inglaterra em busca de suas origens, a autora revela uma trama paralela que se desenrola muitos anos antes do nascimento da menina, quando Nell vê seu mundo cair depois que seu pai revela, às vésperas de seu noivado, que ela não é sua filha verdadeira. A notícia a transforma numa mulher estranha, colecionadora de artigos antigos e raros e que vive numa casa em uma região afastada da Austrália. Seu exílio auto imposto, no entanto, é quebrado quando sua filha deixa a pequena Cassandra a seus cuidados. Revoltada com a filha por ter abandonado a menina, assim como aconteceu com ela quando criança, Nell acaba estreitando laços com a neta.
Um dia, porém, nos idos dos anos 1970, Nell, resolve finalmente reconstituir o caminho de volta a terra de onde veio: Londres. Lá, descobre muitas coisas sobre seu passado, incluindo as lembranças da moça que chamava de A Autora: Eliza Makepeace, uma travessa menina contadora de histórias que tinha sua própria cota de tragédias para viver na Inglaterra da virada do século XIX para o XX. Seria Eliza mãe de Nell? E por que ela a abandonou? Agora, é a vez de Cassandra revirar a pequena mala de segredos da avó e saber o que Nell conseguiu descobrir, se é que ela obteve sucesso em sua busca.
As Horas Distantes
Tão logo começou a ler a carta, Meredith Baker soltou um horrível grito sufocado, que foi seguido rapidamente por uma série de soluços ásperos. Edie Burchill parou o que estava fazendo, mas, ao se aproximar da mãe, esta ficou rígida e agiu como se nada de importante houvesse acabado de acontecer. A carta havia chegado momentos antes. Descobriria mais tarde que se tratava de uma missiva perdida há mais de 50 anos, que finalmente chegava ao destino. No verso, a assinatura de Juniper Blythe e um endereço pomposo: Castelo Milderhurst, Kent.
Depois de se recuperar do susto e de minimizar a importância da carta, Meredith começou a contar a Edie que havia conhecido Juniper Blythe durante a Segunda Guerra, quando foi obrigada a abandonar a família. Naquele dia, ela e os irmãos foram reunidos na escola, conduzidos à estação ferroviária e colocados em vagões de trens. Ao chegarem a Cranbrook, foram separados em grupos e conduzidos a um salão, onde mulheres aguardavam a sua chegada com um sorriso fixo no rosto. As crianças eram escolhidas por essas mulheres. Meredith fora escolhida por uma jovem de 17 anos, que ao entrar no salão pareceu ter mexido com a atmosfera do lugar. A jovem chamava-se Juniper Blythe, era a caçula de três irmãs, filha de Raymond Blythe, um autor renomado, que ficou famoso especialmente após escrever a história do Homem Lama. As irmãs mais velhas de Juniper eram as gêmeas Saffy e Percy.
Mais que isso, Edie não conseguiu arrancar da mãe. Movida por enorme curiosidade, ela passa então a procurar respostas para os enigmas que envolveram a juventude da mãe, especialmente a parte vivida junto das irmãs Blythe, mais especificamente de Juniper, a autora da carta.
A escritora Kate Morton, que costuma dizer ter sido absorvida pela história enquanto a estava criando, utiliza-se de diferentes narradores para revelar os diferentes mistérios que tiveram o castelo Milderhurst como cenário. A história intercala incursões de Edie ao passado da mãe com relatos sobre a relação das excêntricas irmãs Blythe, antes e depois da passagem de Meredith pelo lugar. Percy, Saffy e Juniper continuaram a viver no castelo, isoladas do mundo, sofrendo as conseqüências dos acontecimentos ocorridos naquelas horas distantes que modificaram seu destino para sempre.
Esses três livros já foram lançados, e em breve virá A Guardiã dos Segredos do Amor.
*foto e sinopse retiradas diretamente do livro
A Guardiã dos Segredos do Amor
1961: Em um escaldante dia de verão, enquanto sua família faz um piquenique à beira do rio em sua fazenda de Suffolk, Laurel, dezesseis anos, esconde-se na casa da árvore de sua infância sonhando com um rapaz chamado Billy, uma mudança para Londres e o brilhante futuro que ela mal pode esperar para abraçar. Porém, antes que a idílica tarde termine, Laurel terá testemunhado um crime chocante que muda tudo.
2011: Atriz prestigiada, Laurel se vê dominada por sombras do passado. Assombrada pelas lembranças e pelo mistério do que viu naquele dia, ela retorna à casa de sua afamília e começa a montar as peças de uma história secreta. A história de três estranhos de mundos muito diferentes - Dorothy, Vivien e Jimmy - que são reunidos por acaso na Londres da Segunda Guerra Mundial e cujas vidas se tonam intensa e dramaticamente entrelaçadas.
Alternando entre a década de 1930, a de 60 e o presene, A Guardiã dos segredos do amor é uma história fascinante de mistérios, assassinato e amor eterno.
Aguardem!