Um Milagre Chamado Grace - Kristin von Kreisler

27 de agosto de 2014

Lido em: Agosto de 2014
Título: Um Milagre Chamado Grace - O amor pode aparecer em diversas formas
Autora: Kristin von Kreisler
Editora: Única
Gênero: Ficçao/Romance
Ano: 2014
Páginas: 288
Nota: ★★★★☆
Sinopse: Depois de ter sobrevivido a uma tragédia em que vários de seus amigos foram mortos, Lila Elliot sabe que suas cicatrizes só amenizarão com o tempo. E ela é grata pelo carinho de sua melhor amiga, que a hospedou em sua casa para que ela não ficasse sozinha e recebesse seus cuidados. Entretanto, algo em seu coração não consegue esquecer a tristeza e a dor desse trauma. Até que ela conhece Grace, uma golden retriever que sofreu abusos e maus tratos, mas que havia sido resgatada por Adam, um homem de bom coração que não suportou ver um animal tão triste e sofrido. Lila, que tem verdadeiro pavor de cães desde a infância, terá de dividir o espaço com Grace. As duas precisam de amor e de tempo para superar suas tragédias pessoais. Grace mantém distância de Lila, pressentindo o medo que ela sente. Aos poucos, porém, Lila consegue enxergar pelos olhos de Grace o amor e a coragem que são tão importantes para seguir em frente. Um romance apaixonante, sobre os dramas da vida, as incertezas e o amor que chega inesperadamente.

Resenha: Um Milagre chamado Grace
, escrito pela autora Kristin von Kreisler e lançado no Brasil pela Editora Única conta a história de Lila Elliot, uma mulher como qualquer outra, exceto pelo fato de que tem total pavor de cachorros por ter sido mordida por um quando criança. Num dia que deveria ser tranquilo, ela acaba passando por uma experiência muito traumática em que Yuri, o zelador do prédio onde trabalha, resolve sair atirando feito um louco nos outros, inclusive nela. Lila consegue escapar e sobreviver. Depois de ganhar alta no hospital, ela vai pra casa de sua amiga Cristina e continua com a recuperação, mas não fica muito feliz por saber que a amiga iria viajar e deixá-la tomando conta da casa, e de Grace. Grace é uma golden retriever que sofria muitos abusos e maus tratos pelo dono e foi resgatada por Adam, e a casa de Cristina era seu lar provisório até que Adam encontrasse um definitivo. Lila não teve escolha e aceitou dividir o espaço com Grace. Será que a partir dessa convivência as duas conseguirão superar seus medos e as tragédias que viveram no passado?

A edição da Única ficou muito fofa. A capa é a coisa mais linda, as páginas são amareladas, a diagramação, apesar de simples, tem um ornamento em forma de rabisco a cada início de capítulo, não percebi erros de revisão e única coisa que me incomodou um pouco (acho que por falta de costume) foi o estilo dos diálogos, que tem aspas em vez de travessão.
Narrada em terceira pessoa, Um Milagre chamado Grace é um livro de leitura fácil com propósito de fazer com que o leitor reflita sobre diversas questões emocionais e até mesmo sociais, e por ter um animal como personagem, foi o suficiente pra me chamar atenção. Imaginei que esse era o tipo de livro que me faria chorar pois logo lembrei de "Marley" (que me fez chorar litros) e até do gato "Dewey" e o quanto fiquei apaixonada pelas histórias desses bichinhos lindos e fofos. Logo quis ler sobre Grace, mesmo sabendo que se tratava de ficção.

Talvez por eu ser daquelas que gosta mais de bicho do que de gente, no início tomei uma enorme antipatia de Lila com todo aquela repulsa e medo de Grace e o quanto teima em acreditar que a pobre cachorra é perigosa. Ela ainda desenvolve um tipo de obsessão para saber o que levou Yuri a sair atirando tentando encontrar alguma justificativa para tal atrocidade. Ela tinha que entender, precisava saber o que se passou pela cabeça desse homem.
Por um lado fiquei com pena, pois mesmo que seja bondosa, é aquele tipo de pessoa que parece ter perdido as esperanças por nada dar certo em sua vida... relacionamento falido, emprego ruim, e quando nada podia piorar, quase morre com um tiro, o que fez com que tenha perdido a fé nas pessoas. Mas ela é bem difícil até a metade do livro, e só depois disso é que um fio de simpatia por ela começou a brotar de mim.

Do outro lado, Grace, que de cara já ganhou minha simpatia, havia sido muito maltratada pelo antigo dono até ser resgatada por Adam, percebe toda a tensão e medo por parte de Lila, sente que não é querida e procura se afastar. Depois de tudo que passou, Grace só quer amor e carinho mas ao que tudo indica, Lila era a última pessoa em quem ela encontraria isso.
As personagens conseguem cativar com suas personalidades tão peculiares, as situações rotineiras e cotidianas nos remetem a realidade, até com a questão dos animais que sofrem maus tratos, e é o tipo de história que poderia ter acontecido com qualquer um, pois é simples e bem verdadeira.

Adam foi o personagem que mais gostei depois de Grace. Bonito, doce e preocupado com os animais.
Acho que o título já é um grande spoiler do que acaba acontecendo no final das contas, então não é algo tão surpreendente assim, mas a forma como a autora desenvolveu a história, com tantos detalhes, emoções e como fica óbvio que o encontro das duas era algo que tinha que acontecer para que suas vidas fossem preenchidas e reconstruídas em busca de um final feliz. Claro que existe o envolvimento de Adam e a ligação que Grace tem com ele, e dos demais personagens, e a autora, mesmo que tenha inserido fatores tristes e trágicos, faz com que a história seja bonita e tocante, pois retrata receios, traumas e dificuldades de um jeito que agrada, emociona, mas não a ponto de ter me feito debulhar em lágrimas. A história envolve aceitação, superação e acima de tudo, o amor que vem de onde menos se espera...
Quero uma Grace pra mim ♥

Confesso que Menti - Justine Larbalestier

25 de agosto de 2014

Lido em: Agosto de 2014
Título: Confesso que Menti
Autora: Justine Larbalestier
Editora: Galera Record
Gênero: Suspense/Juvenil/Sobrenatural
Ano: 2014
Páginas: 320
Nota: ★★★☆☆
Sinopse: Micah Wilkins é uma mentirosa compulsiva. Para ela, mentir é tão natural quanto respirar. Por isso é preciso prestar muita atenção a seu relato e desconfiar de tudo o que ela disser. Por que ela mente? É um segredo que envolve o outro. Tudo começou quando ela nasceu com a doença da família. E desde então Micah criou um labirinto de mentiras para manter todos afastados da única e terrível verdade. Mas quando seu namorado Zach é encontrado morto em circunstâncias violentas e misteriosas, o comportamento nada confiável da menina a transforma na principal suspeita do crime. Agora, para desvendar essa trama e provar sua inocência, Micah Wilkins promete contar apenas a verdade e nada mais que a verdade.

Resenha: Confesso que Menti, escrito pela autora Justine Larbalestier e lançado no Brasil pela Galera apresenta uma história da qual Micah Wilkins é a protagonista. A garota é uma mentirosa compulsiva que inventa histórias, muitas delas bem mirabolantes, a fim de distorcer a verdade, ou afastar as pessoas dela. Até que Zach, seu namorado, é encontrado morto no Central Park e Micah se torna a principal suspeita. Resta a ela contar a verdade a fim de provar sua inocência, mas será que com seu histórico ela será capaz?

Capa americana
A primeira coisa que me chamou atenção nesse livro foi a capa. Os olhos parecem guardar segredos... Somando isso a sinopse (que deu a ideia de que iria me deparar com uma história enigmática) juntamente com quem escreveu (já conhecia a escrita da autora pela Trilogia da Magia que li faz algum tempo e gostei bastante), não pensei duas vezes ao embarcar nessa leitura.
Antes de comentar sobre minhas impressões, preciso falar um pouco sobre a capa versus sua relação com a história. Micah é negra e por diversas vezes afirma que sua aparência a faz ser confundida com um menino, e apesar de a capa brasileira ser muito bonita, não deixa transparecer tal característica. Ao pesquisar a capa americana, fica claro que ela faz muito mais jus às características físicas da garota. Porém, pelo que soube ao pesquisar, até que a capa final fosse finalmente decidida, houve bastante controvérsias com a ideia de que um livro com uma pessoa negra na capa poderia não chamar atenção dos leitores devido a algum preconceito ou até mesmo racismo que os americanos possam ter, o que me fez ficar com um ponto de interrogação na cabeça e pensando mil bobagens ao comparar a capa original com a capa do Brasil, que mesmo retratando a raça, traz uma quase "Halle Berry" para enfeitar nossas estantes, e não a menina esquisita que Micah é. A beleza de uma capa e a importância de torná-la mais atrativa aos olhos de quem vê pode acabar camuflando questões mais sérias do que se imagina...

Dividido em 3 partes, não há capítulos, mas sim tópicos de "antes", "depois" e "histórico familiar" a fim de situar o leitor a cada cena e acontecimento, e narrado em primeira pessoa de forma que ficamos limitados ao ponto de vista muito duvidoso e nada confiável da protagonista, Micah fica incumbida de contar ao leitor sua versão dos fatos, mas nunca sabemos se são reais ou não, principalmente quando ela toca no assunto da "doença de família" que também acaba sendo um mistério e ninguém sabe que doença é essa. Tudo é descrito de forma a fazer o leitor procurar pistas, do que pode ser real ou não, e Micah sempre dificulta tudo porque, às vezes, ela mesma acredita em tudo que conta, sendo mentira ou não. Que tipo de relato podemos esperar de alguém que considera a mentira algo normal e que faz parte de sua vida? Essa pergunta é o que torna a leitura bastante intrigante, pois Confesso que Menti é uma trama bastante misteriosa, repleta de enigmas e mesmo que seja bem estruturada, bastante fluída e fácil, são nas entrelinhas que devemos prestar atenção...
Micah é uma personagem difícil, sempre muito controversa, que tenta mostrar uma coisa enquanto está acontecendo outra, o que me fez pensar que ela se perdeu em si mesma, fica confusa com relação ao que sente e como trata ou é tratada pelos outros, até pelos próprios pais que sempre são muito frios e parecem sentir repulsa por ela. Acredito que a ideia da autora era resumir todos os problemas pelos quais os adolescentes dessa idade passam - conflitos, descobertas, convivência social, aceitação, rejeição, incompreensão, insegurança e etc - e como cada um tem sua própria forma de lidar com o que devem enfrentar.
É uma leitura que vale a pena se encarada como algo a ser "investigado", mas algumas coisas não são muito aprofundadas e acabamos ficando sem resposta, e por mais que a trama soe interessante, não conseguiu me prender e nem me deixar tão envolvida quanto eu pensei que ficaria.

Confesso que Menti é um quebra cabeças. Me vi num jogo tentando juntar partes para ao final decidir se deveria ou não acreditar em Micah, e pra falar a verdade, confesso que se eu não acreditasse, teria perdido meu tempo...


TV Novo Conceito - Bienal 2014 - Episódio 3

24 de agosto de 2014

A TV Novo Conceito está no ar e traz um bate-papo com a mineiríssima (e simpaticíssima) autora Marina Carvalho, que lançou hoje o seu novo livro, "De repente, Ana".
 

Também tivemos o divertido Encontro com Blogueiros, realizado pela parceira Bianca Branco, do blog Hello Star.

TV Novo Conceito - Bienal 2014 - Episódio 2

23 de agosto de 2014

Hoje a TV Novo Conceito traz tudo o que rolou durante o lançamento mundial do livro "As Sete Irmãs", de Lucinda Riley, na 23ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo.


Além de um bate-papo descontraído com a autora.

TV Novo Conceito - Bienal 2014 - Episódio 1

22 de agosto de 2014

A TV Novo Conceito está no ar para trazer aos leitores de todo o Brasil as informações e novidades da 23ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo.


Comandada pela equipe do Grupo Editorial Novo Conceito e com a participação de leitores e blogueiros parceiros, a #TVNovoConceito vai ao ar todas as noites, durante toda a Bienal.

Tabuleiro dos Deuses - Richelle Mead

21 de agosto de 2014

Lido em: Julho de 2014
Título: Tabuleiro dos Deuses - "A Era de X" #1
Autora: Richelle Mead
Editora: Paralela
Gênero: Fantasia/Sobrenatural/Distopia
Ano: 2014
Páginas: 421
Nota: ★★★☆☆
Sinopse: Justin March, um investigador de religiões charmoso e traiçoeiro, volta para a República Unida da América do Norte (RUAN), após um misterioso exílio. Sua missão é encontrar os responsáveis por uma série de assassinatos relacionados com seitas clandestinas. Sua guarda-costas, Mae Koskinen, é linda, mas fatal. Membro da tropa de elite do exército, ela irá acompanhar e proteger Justin nessa caçada. Aos poucos, os dois descobrem que humanos são meras peças no tabuleiro de poderes inimagináveis.
Resenha: Tabuleiro dos Deuses é o primeiro volume da série "A Era X" escrita pela autora Richelle Mead e publicado no Brasil pela Paralela.
No futuro o mundo é considerado pós-Mefistóteles, um vírus que acabou com países inteiros. Os culpados? Para muitos, os religiosos e suas crenças. Justin era um investigador desses grupos, mas foi exilado para o Panamá após um fracasso em uma de suas missões. Agora, uma série de misteriosos assassinatos está ocorrendo em noites de lua cheia no RANU, uma república bem desenvolvida pós-vírus. Mae, parte dos supersoldados da elite do país, é designada para ir com Justin investigar as misteriosas mortes. A Verdade é que, quando você expulsa os deuses desse mundo, eles acabam voltando, com força total.

Tabuleiro dos Deuses é um livro diferente e muito interessante. Richelle Mead se tornou muito famosa após a série Academia de Vampiros, cuja trama envolve vampiros e guardiões. Nessa nova série Mead elevou seu conceito comigo e provou que é capaz de escrever diferentes tipos de livros para públicos distintos, não se atendo somente a um estilo de história e narrativa.

Em RANU (República da América do Norte Unida) vive Mae. Esse país é um sobrevivente ao vírus Mefistóteles e se desenvolveu tecnologicamente de uma maneira que outras nações não conseguiram. Os habitantes da RANU têm chips que o governo implante em seus pulsos, tanto para controle do que eles fazem como para dar passagem no metrô, por exemplo. Esse ponto sobre a tecnologia é bem interessante, a autora colocou tudo de uma forma fácil de se compreender. Enquanto li pude imaginar com clareza cada ambiente altamente tecnológico e as funções de vários adereços holográficos presentes.

Em contraponto com essa tecnologia existe a religião e os tabus que envolvem isso na sociedade futurista. Para a população, os culpados pelo vírus foram religiosos. Colocar isso num contexto atual foi fácil e apreciei ainda mais essa questão colocada por Richelle. Quantas vezes na atualidade povos religiosos foram responsáveis por perseguições a homossexuais, abusos velados pela igreja católica e afins? Senti que esse foi um dos lados de Tabuleiro dos Deuses, porque religiões são altamente perseguidas independentemente do que seguem.

A narrativa é bem distinta para quem conheceu a autora com a série Academia de Vampiros. Esse é um dos motivos para eu gostar tanto de Mead. Ela tem capacidade de adequar gêneros a seus determinados públicos, sem pecar em usar uma narração imatura para um livro que requer algo mais maduro, como Tabuleiro dos Deuses. Narrado em terceira pessoa, a trama vai evoluindo com o passar das páginas e esse crescimento gradual vai despertando interesse.

Justin e Mae são uma dupla implacável e quente, posso dizer assim. Os personagens tem interações muito boas e as personalidades fortes se completam. Esse envolvimento dos dois exemplifica que o gênero do livro é mais adulto, porque cenas de sexo são descritas com menos pudor do que vi em Academia de Vampiros, mas sem deixar o bom gosto de lado.

Tabuleiro dos Deuses é diferente e satisfatório. A mistura de religião, sci-fi e um pouco de distopia foi surpreendente. No início a história parece estranha e pouco convincente, mas a história se mostrou original e muito atraente.

Richelle já se mostrou uma autora muito competente para mim ao escrever Academia de Vampiros e Bloodlines, e essa ideia se intensificou com essa nova série. Pode ser que os leitores estranhem e sintam a falta de Rose, Dimitri, Adrian e Sydney, mas Mae e Justin são incríveis juntos também.