Clube da Liga #4 - Red Hill - Jamie McGuire

25 de maio de 2015

Lido em: Maio de 2015
Título: Red Hill - Red Hill #1
Autora: Jamie McGuire
Editora: Verus
Gênero: Ficção Apocalíptica/Drama
Ano: 2015
Páginas: 350
Nota: ★★★☆☆
Sinopse: Para Scarlet, cuidar de suas duas filhas sozinha significa que lutar pelo amanhã é uma batalha diária. Nathan tem uma mulher, mas não se lembra o que é estar apaixonado; a única coisa que faz a volta para casa valer a pena é sua filha Zoe. A maior preocupação de Miranda é saber se seu carro tem espaço suficiente para sua irmã e seus amigos irem viajar no fim de semana, escapando das provas finais da faculdade.
Quando a notícia de uma epidemia mortal se espalha, essas pessoas comuns se deparam com situações extraordinárias e, de repente, seus destinos se misturam. Percebendo que não conseguiriam fugir do perigo, Scarlet, Nathan, e Miranda procuram desesperadamente por abrigo no mesmo rancho isolado, o Red Hill. Emoções estão a flor da pele quando novos e velhos relacionamentos são testados diante do terrível inimigo – um inimigo que já não se lembra mais o que é ser humano.
O que acontece quando aquele por quem você morreria, se transforma naquele que pode lhe destruir?
Resenha: Red Hill, da autora Jamie McGuire e publicado pelo selo Verus do grupo Editorial Record, foi o livro escolhido para leitura do mês no Clube do Livro.

O que você faria se estivesse diante de um apocalipse zumbi?
O conceito de apocalipse zumbi e mortos-vivos comedores de gente, até então, era algo ficcional. As pessoas podem até imaginar como seria o fim do mundo e o que fariam numa situação crítica ao assistirem seriados na televisão ou um filme de grande bilheteria, mas na prática ninguém está, de fato, preparado.
Há muitos anos atrás um cientista investiu num projeto que tinha como propósito reanimar mortos. Por ser uma abominação e uma prática anti-ética, ele foi expulso da sociedade científica, mas o que ninguém esperava era que a pesquisa acabaria surtindo algum resultado...

Assim, quando há um alerta de pandemia, a população entra em pânico, e a história gira em torno de três personagens e o que eles fazem quando descobrem que o apocalipse chegou.
Scarlet, Nathan e Miranda são pessoas que, aparentemente, não têm nada em comum. Cada um deles tem suas próprias preocupações e prioridades na vida, até que, diante do surto, eles decidem ir pro rancho Red Hill, propriedade do Dr. Hayes, em busca de abrigo e segurança.

Sem poder se comunicar com as filhas, resta a Scarlet deixar um bilhete sobre onde estaria esperando por elas e contar com sua intuição de mãe de que elas conseguiriam chegar bem.
Miranda só queria fugir da faculdade e curtir o fim de semana, mas se viu obrigada a procurar abrigo em Red Hill, a casa de seu pai.
Nathan é um pai dedicado que mesmo tendo visto seu casamento afundar se preocupa com a filha e agora, mais do que nunca, com sua segurança, e assim como Scarlet e Miranda, tem Red Hill como destino.

Acredito que o foco principal da história são as relações entre os personagens pois a forma como o pano de fundo foi construído não inovou, e isso foi algo que todos os participantes do Clube do Livro concordaram, mesmo tendo gostado ou não.

Narrado em primeira pessoa de forma linear e alternando os pontos de vistas dos três personagens principais, vamos acompanhando a luta de cada um deles para chegar ao local que julgaram adequado para se protegerem, lindando com abalo psicológico que envolve perda e medo, e se adaptando a uma nova vida de forma forçada ao mesmo tempo que precisam aprender a conviver com outras pessoas que agora compõe uma nova "família".

A preocupação de Scarlet como mãe, a dor e o desespero que sentiu quando a confusão começou e ela não tinha notícias das filhas é notável e admirável. A confiança e esperança que ela manteve em acreditar que as filhas conseguiriam chegar até ela são inabaláveis. Ela é forte e decidida, e com as atitudes que tem consegue liderar o grupo que se forma pra que todos fiquem em segurança e, claro, não desiste nunca da ideia de que irá reencontrar as filhas.
Nathan só enxerga felicidade em Zoe, sua filha, e ficou arrasado por ter descoberto que foi abandonado pela esposa na véspera do surto. Ele expõe os sentimentos amargos de indiferença e falta de amor com bastante realidade e sinceridade. Fiquei com pena dele e por mais que a situação e o cenário não fosse favorável, torci para que ele conseguisse encontrar a felicidade em algo ou alguém, por mais impossível que fosse.

Miranda também é uma personagem forte e sua intenção é proteger Ashley, sua irmã. Seu desejo maior era chegar a Red Hill e ter um pouco de paz e segurança, vivendo tranquila até que todo o tormento tivesse fim. Não me apeguei muito a ela mas gostei da autora colocar duas personagens mulheres no topo do grupo mostrando que elas podem ter tanta força e coragem como um homem ao serem testadas e levadas ao extremo.

Apesar da autora ter uma escrita bastante fácil e fluída e ter uma habilidade muito boa pra descrever os detalhes, notei algumas falhas na história. Não sei se o problema é os personagens estarem separados inicialmente e não ficar muito claro se os acontecimentos se passam simultaneamente ou não, mas algumas cenas não batem cronologicamente enquanto outras não fazem a menor diferença no desenvolvimento do enredo. E falando em desenvolvimento, confesso que no começo me empolguei bastante com a leitura, mas com o passar das páginas, talvez por esperar por algo inédito, tenha me decepcionado um pouco.

Como eu já tenho um contato maior com esse tema por ser fã de franquias como The Walkind Dead e Resident Evil, e também por ter lido Guerra Mundial Z, nada do que aconteceu em Red Hill me surpreendeu. Os relacionamentos interpessoais me agradaram, mas não ao ponto de me deixarem emocionada ou mexerem comigo de alguma forma. Todos os acontecimentos envolvendo a luta pela sobrevivência e até mesmo os conflitos psicológicos e os relacionamentos entre os personagens em meio a zumbis foram previsíveis, fracos, superficiais e alguns ainda não fizeram o menor sentido dentro do contexto de fim do mundo. O final eu simplesmente não engoli.
Quem já se acostumou com coisas muito mais complexas, pesadas e grotescas envolvendo essas criaturas, a reação dos sobreviventes e a forma como lidam com o que enfrentam, principalmente quando eles já estão há muitos anos naquele ambiente, espera ler algo diferente do que já foi visto, mesmo que a base seja a mesma. Acho que é possível criar tramas em cima de temas conhecidos e, ainda assim, ser original, mas isso não acontece em Red Hill.

A capa retrata bem o ar de arraso digno de um apocalipse e é muito caprichada. Até o céu cinzento representa uma das cenas da história. O título é em alto relevo e no geral o trabalho gráfico é perfeito.
As páginas amarelas tem a fonte agradável, a diagramação é simples e cada capítulo se inicia com o nome do protagonista da vez. Não encontrei erros na revisão e é o tipo de leitura que por fluir bem é possível terminar bem rápido. Eu particularmente demorei um pouco mais por começar a achar o desenvolvimento da história repetitivo no quesito "já li/assisti coisa parecida em outro lugar".

Recomendo o livro pra quem ainda não tem contato com esse universo e quer começar, pois Red Hill traz uma visão "branda" sobre o tema e posso dizer que se existe um apocalipse zumbi para iniciantes, essa é a história.
O "Clube do Livro da Liga" é formado por amigos que resolveram arriscar uma leitura coletiva e se surpreenderam com a interação que foi proporcionada. Temos muitos gostos e ideias em comum, além de muitas discussões e risadas. Ninguém nunca irá nos entender, ainda bem.

Novidades de Maio - Record

24 de maio de 2015

O Marido Ideal - Holly Peterson
Allie Crawford tem a vida com que sempre sonhou. Sua carreira vai de vento em popa, tem dois filhos adoráveis e um marido que é a personificação do charme e da beleza – além de ser um profissional bem-sucedido que lhe proporciona uma vida em família tranquila e ao mesmo tempo emocionante em Nova York.
Porém, quando, durante uma festa em seu apartamento, Allie encontra o marido trancado na área de serviço com uma loura estonteante, o escândalo que se segue coloca sua vida de cabeça para baixo.
Com a ajuda de uma nova amiga, de um antigo caso mal-resolvido, e de um cara que acabou de conhecer, Allie começa a perceber que seu casamento parece mais uma farsa do que algo real. Será que ela não se apaixonou por Wade, e sim pela ideia de ele ser o marido perfeito?
Narrado pelo ponto de vista de uma personagem cativante que tenta de muitas formas manter seu casamento e sua carreira nos trilhos, O marido ideal é um romance sedutor que mistura elementos de intriga, de conspiração e de paixão intensa, e que mostra como conseguimos ser surpreendentemente fortes quando enfrentamos os nossos maiores medos.

A Caça - Departamento Q #2 - Jussi Adler-Olsen
Ao retornar das férias, o detetive Carl Mørck, do Departamento Q, encontra em sua mesa os arquivos do caso Rørvig. Que estranho. O caso não havia sido encerrado? O assassino dos dois irmãos mortos na casa de veraneio não se entregara nove anos depois do crime? Quem teria colocado aqueles arquivos ali? Alguém parece querer que o caso seja reaberto e Carl Mørck morde a isca.
As pistas que encontra levam o detetive à alta-roda, ao mundo do mercado de ações, da indústria da moda e da cirurgia plástica. E também às sarjetas mais imundas e sinistras de Copenhage, onde conhece Kimmie, uma moradora de rua atormentada por vozes e que precisa roubar para viver. Kimmie parece estar sempre fugindo. E de fato está. Três poderosos homens estão atrás dela e não medirão esforços para encontrá-la, pois Kimmie parece saber algo capaz de ameaçar o futuro deles. Algo que pode ter a ver com o caso antes encerrado, mas que, infelizmente para os três, acaba de ser reaberto pelo incansável detetive Mørk.

A Filha do Fazedor de Reis - A Guerra dos Primos #4 - Philippa Gregory
Richard Neville, conde de Warwick, é conhecido como “Fazedor de Reis”, o homem mais poderoso da Inglaterra no século XV. Sem filhos nem herdeiros, ele usa suas filhas, Anne e Isabel, como peões em seus jogos políticos. No entanto, apesar de seus esforços, vê sua influência reduzida na corte de seu antigo amigo e aliado, Eduardo IV.
Assim, Anne, antes uma criança encantadora, se torna uma mulher corajosa ao acompanhar seu pai numa guerra contra o rei da Inglaterra e colocando o herdeiro de Henrique VI no trono, com quem Anne é casada. Porém a jovem logo se vê sozinha, pois seu marido morre e sua família está distante.
Então, ela acaba se casando com Ricardo, duque de Gloucester e levando-a novamente ao centro das intrigas da corte. Ao mesmo tempo que sua escolha poderá colocá-la em conflito com outros integrantes da família real, ela fará com que a maior ambição de seu pai se realize: ascender ao trono inglês.

Cruzada - Irmandade #2 - Robyn Young
Will Campbell é um cavaleiro templário treinado para a guerra. Mas é também integrante da Anima Templi, popularmente conhecida como Irmandade – uma sociedade secreta dentro da Ordem dos Templários, cujo objetivo é fomentar a paz entre diferentes religiões.
Após anos de derramamento de sangue na Terra Santa, a Irmandade enfim orquestra uma delicada trégua entre os exércitos cristão e muçulmano.
Porém, a Anima Templi descobre indícios de uma conspiração de um grupo de comerciantes do Ocidente que planeja reiniciar o conflito entre cristãos e mamelucos (ancestrais dos árabes) visando aos lucros com a venda de armas para ambos os lados.
Como se não bastasse, o rei Eduardo, outrora um confiável integrante da Irmandade, promete ao papa que vai tomar a cruz de Jerusalém liderando uma nova cruzada. Para evitar que isso aconteça, Will recorre ao braço-direito do sultão egípcio Baybars, o emir Kalawun, que tenta proteger sua filha das perversões do marido, o cruel filho do sultão, que planeja destronar seu pai e subjugar os mamelucos.

Freddie Mercury - A Biografia - Laura Jackson
Dono de um talento colossal aliado a uma personalidade infantil, Freddie Mercury tinha uma tendência ao excesso que marcava o seu temperamento de forma definitiva, responsável por suas maiores glórias – e também por seus piores momentos.
Descrevendo a trajetória do astro desde sua infância na exótica Zanzibar e sua transformação de Farrokh Bulsara em Freddie Mercury até sua consagração com o Queen, Laura Jackson narra os tumultuados relacionamentos da vida do cantor, como sua relação duradoura e conturbada com seu primeiro amor, Mary Austin, e a parceria de uma vida inteira com sua confidente, Barbara Valentin. Com depoimentos de amigos mais próximos a ele, Freddie Mercury: A biografia apresenta histórias inéditas do artista que marcou para sempre a história da música.
• Encarte com fotos.
• Laura Jackson é autora de biografias de grande sucesso de personalidades do rock e do cinema, e já entrevistou muitas das principais celebridades do mundo. Há vinte anos ela acompanha a vida dos astros, tendo obtido acesso a seus círculos mais íntimos para produzir uma série de biografias aclamadas pela crítica.
• Em 2015, completam-se 30 anos do primeiro Rock in Rio, quando o Queen fez duas apresentações históricas. A banda, com novo vocalista, fará apresentação nesta edição do festival de 2015.

No Abismo - Carol Shaben
Em outubro de 1984, um avião da Wapiti Airlines bateu contra as árvores e a neve de um canto remoto do gelado e pouquíssimo povoado norte do Canadá. Da tripulação de dez pessoas, apenas quatro homens sobreviveram ao acidente aéreo: o piloto, um político, um policial e um criminoso. O policial foi o responsável pela grave infração de tirar as algemas do criminoso sob sua custódia antes da decolagem. Tal escolha se mostrou decisiva, uma vez que o criminoso foi quem conseguiu deixar a aeronave com menos ferimentos, e pôde ajudar os demais a se salvarem e se organizarem para enfrentar a madrugada que sucedeu aos acontecimentos, antes de serem resgatados. A autora, Carol Shaben, é filha do político que estava entre os sobreviventes, e fez sobre esta incrível história um uma inesquecível narrativa.

Mentiras de Verão - Shannon Hale
Descobrir os meandros do comportamento humano e como somos capazes de conviver com as mentiras da vida — ou, pior, com as verdades — é o fio condutor dos contos de Bernhard Schlink em Mentiras de verão, todos extremamente diretos e melancolicamente belos.
“O dia em que ela parou de amar os filhos...” Assim começa a história de uma mulher que, já idosa, percebe que o sentido da a vida se perdeu. Então, com a ajuda de uma das netas, começa uma inconsciente busca por seu passado, o que a faz reencontrar o homem que amou quando era estudante universitária. Um amor correspondido, arrebatador. Teria ela então tomado a decisão errada?
Por que um jovem pai tenta manter a esposa e a filha isoladas do mundo? O que leva alguém que ama a mentir com frequência à pessoa amada? O que fazer quando uma mentira é de tal modo interiorizado que se torna uma verdade? E como nos libertamos das amarras que nos prendem ao passado quando um novo amor promete grandes mudanças? 

Inimigos: Uma História do FBI - Tim Weiner
Do combate aos gangsters ao terrorismo. A história complexa de uma das mais importantes e influentes instituições norte-americanas, o FBI.
O FBI tem como sua principal missão hoje, e há pelo menos cem anos, o trabalho de espionagem e inteligência secreta contra terroristas.
A pesquisa de Tim Weiner baseia-se em mais de 7 mil páginas de documentos recentemente liberados, incluindo uma extraordinária coleção de arquivos de J. Edgar Hoover, e mais de 2 mil entrevistas registradas por agentes que serviram durante e após os 48 anos de Hoover como chefe do FBI. Por meio do registro de prisões e detenções ilegais, entradas forçadas, invasões de domicílio, grampos telefônicos e aparelhos de escuta, Weiner aborda brevemente casos famosos da justiça criminal – como a guerra contra os gângsteres durante a Grande Depressão e o sangrento confronto com o culto do Ramo Davidiano – para focar nas operações secretas do FBI. 

A Suavidade do Vento - Cristovão Tezza
J. Matozo é um misterioso professor de português em uma pequena cidade paranaense. Na solidão de seu pequeno quarto no segundo andar de um sobrado, ele gasta suas horas livres naquilo que pode tirá-lo – ou ao menos destacá-lo – da mediocridade circundante: Matozo escreve um livro. A aspiração de Matozo vai levá-lo a enfrentar a difícil escolha entre alimentar o sonho de se tornar um escritor reconhecido e manter sua posição confortável na sociedade local.
Publicado em 1991, A suavidade do vento é uma arguta recriação literária de uma sociedade de regras e pequenas pretensões, que equilibra a tradição realista de uma vertente da literatura brasileira com elementos de fantasia de uma fábula moral.
Escrito com a segurança narrativa característica da prosa de Cristovão Tezza, este romance compõe um importante momento na construção de uma das obras mais consistentes da literatura brasileira contemporânea.

Enigmas da Primavera - João Almino
Enigmas da primavera atualiza a mais divulgada história de amor da literatura árabe, originalmente registrada em versos pelo poeta persa Nizami, no século XII. Na história de João Almino, o jovem Majnum apaixona-se por Laila, uma mulher quinze anos mais velha e casada. E sem poder viver esse amor, Majnun busca, confuso e insaciável, respostas para suas fraquezas e delírios. Passa os dias escrevendo uma novela e um ensaio sobre a tolerância no Islã. E absorto em suas leituras, mistura ficção e realidade na sua relação com a Espanha medieval.
Por onde anda em Brasília se depara com sua fixação por Laila e suas dúvidas existenciais, quase levando-o a loucura. Suspeito do assassinato do marido de Laila, ele vê na ida para a Espanha, durante a Jornada Mundial da Juventude de 2011, a oportunidade de fuga. Lá, conhece mais sobre religião, fé e política. 

São Paulo Deve Ser Destruída - Moacir Assunção
Este livro trata do bombardeio impiedoso da segunda maior cidade do país para conter o levante da antiga Força Pública de São Paulo. Os desdobramentos dessa revolta, iniciada em 5 de julho de 1924, foram dramáticos para a população civil. O governo do presidente Arthur Bernardes cercou a capital paulista com um anel de ferro e fogo. A artilharia pesada do Exército atirava de hora em hora contra fábricas e bairros proletários, na tentativa de jogar o povo e os operários contra as tropas amotinadas. Centenas de edificações foram destruídas ou gravemente danificadas pelos canhões enviados de trem, do Rio de Janeiro. As ruas se encheram de escombros. O socorro às vítimas foi extremamente penoso. Como os carros fúnebres não conseguiam circular em meio ao bombardeio inclemente, centenas de mortos foram enterrados em quintais, praças e jardins. Cerca de 300 mil pessoas abandonaram São Paulo, refugiando-se no interior.
Moacir Assunção resgata os cenários do período e reconstitui a história de personagens que viveram de perto o drama do bombardeio, permitindo que a violência e a insânia contra o levante de 1924 não sejam sepultadas de vez pelo esquecimento.

Um Rapaz Adequado - Volume 2 - Vikram Seth
Um estudante, um fabricante de sapatos e um poeta: três pretendentes disputam o amor de uma jovem indiana. Neste segundo volume de um dos mais aclamados e grandiosos clássicos da língua inglesa, Vikram Seth apresenta os candidatos à mão de Lata. O ousado Kabir Durrani, o muçulmano por quem Lata se apaixona perdidamente; o ambicioso Haresh Khanna, o preferido da mãe da moça; e o sofisticado e sensível Amit Chatterji, o favorito da cunhada. Nesse meio-tempo, a Índia recém-independente passa por um período de grande turbulência e transformação. Os debates em torno da reforma agrária ficam ainda mais acirrados, e seus efeitos não apenas dividem opiniões como também colocam em lados opostos amizades, famílias e alianças políticas.
É o começo de uma nova era e, em meio às procissões do Pul Mela, o país se prepara para as eleições gerais, quando um sexto da população mundial se verá diante da oportunidade de mudar seu destino. Em tempos de incertezas, Lata precisa escolher logo seu futuro marido. Uma leve dúvida paira sobre o primeiro pretendente; o segundo defende sua causa, ainda que a distância; e o terceiro sonha com ela, mas não tem coragem de se declarar. Qual deles será o rapaz adequado afinal?

Todo Aquele Imenso Mar de Liberdade - Carlos Marchi
Um panorama fartamente documentado da vida do secretário de imprensa de Jânio Quadros.
Em Todo aquele imenso mar de liberdade, o jornalista Carlos Marchi destrincha a história de um dos maiores colunistas políticos do país, Carlos Castello Branco, o Castelinho. Com olhar arguto, Marchi dá uma aula sobre a vida política do país em uma época em que tudo o que o governo queria era esconder o jogo.
De colunista do Jornal do Brasil a secretário de imprensa do presidente Jânio Quadros, Castelinho teve de conviver até seus últimos dias com a morte de seu filho Rodrigo, vítima de um desastre de carro em Brasília. Outras angústias, pessoais e profissionais, também estão relatadas, bem como frustrações que não deixam de vir acompanhadas das alegrias, glórias, vitórias, histórias bem-humoradas e tiradas memoráveis. Com sua Coluna do Castello, tornou-se ícone da imprensa brasileira, cuja vida essa biografia de Carlos Marchi só faz exaltar, mesmo quando revela suas fraquezas.

Alguém viu a Mona Lisa? - Rick Gekoski
Alguém viu a Mona Lisa? conta as histórias e curiosidades por trás de algumas das maiores perdas da cultura artística mundial – incluindo obras que jamais existiram. O bibliófilo Rick Gekoski nos instiga a desvendar o mistério dessas ausências, como o roubo da Mona Lisa do Museu do Louvre em 1911 e o poema escrito por James Joyce aos 9 anos, desaparecido e tido como o Santo Graal dos tesouros literários. O livro trata também de assuntos delicados, como o papel da guerra na apropriação de obras artísticas e no saque aos bens culturais de civilizações antigas, e se é aceitável destruir uma obra de arte, ainda que como desejo último do artista.


Novidades de Maio - Bestseller

5 Seconds Of Summer - A Biografia - Joe Allan
Depois do best-seller One Direction chega a vez da trajetória real de quatro meninos talentosos, que se recusam a ser definidos como “apenas mais uma boy band”
Com um álbum de estreia que liderou as paradas de quatro continentes e um exército fiel de fãs, os meninos do 5 Seconds of Summer mostraram desde o começo que vieram para ficar. Ashton, Calum, Luke e Michael saíram da Austrália e dominaram o mundo com muita personalidade e ousadia. “5 Seconds of Summer - A biografia” conta pela primeira vez a meteórica jornada de sucesso do 5SOS, com histórias da infância dos meninos, fotos de grandes momentos da banda e os primeiros passos dos garotos como um grupo. O autor Joe Allan explora o poder das redes sociais para alavancar a carreira da banda, além de contar com detalhes o que rolou nos bastidores do processo de criação do primeiro álbum do 5SOS e a intensa turnê com o One Direction.
• O livro contém fotos de grande momentos da banda.
• 5 Seconds of Summer — A biografia é leitura obrigatória para qualquer fã da banda.

Dataclisma - Christian Rudder
Com nossas vidas cada vez mais expostas on-line, é possível que usem nossos dados para todo tipo de atividade: nos espionar, nos contratar, nos demitir e, principalmente, nos vender coisas de que realmente não precisamos.
Em Dataclisma, no entanto, Christian Rudder usa todos esses dados para nos mostrar quem realmente somos na internet — quando pensamos que ninguém está vendo. Ousado, original e irreverente, Rudder encara o desafio de manter a privacidade do público ao mesmo tempo em que explica, com base na análise dos dados, a diferença do comportamento dos homens e mulheres na rede; como o botão “curtir” do Facebook pode prever, com precisão surpreendente, a orientação sexual de uma pessoa; como mulheres bonitas têm mais chances de conseguir se sair bem em entrevistas de emprego; como o Twitter pode provocar uma nova dinâmica do ódio em massa e muito mais.
O autor mostra como a Internet pode ser um lugar vibrante, brutal, carinhoso, indulgente, enganador, sensual e cheio de fúria. Afinal ela reflete a nossa sociedade e é composta por seres humanos. Da zona urbana a rural, dos ricos aos pobres, dos negros aos asiáticos, passando por brancos e latinos, de várias idades, todos estão conectados. E nunca na história da humanidade suas vidas e relações nunca foram tão rastreadas e transformadas em dados. 

O Menino da Lista de Schindler - Leon Leyson

23 de maio de 2015

Lido em: Abril de 2015
Título: O Menino da Lista de Schindler
Autor: Leon Leyson
Editora: Jovens Leitores/Rocco
Gênero: Drama/Biografia/Juvenil
Ano: 2014
Páginas: 256
Nota: ★★★★★
Sinopse: Um pequeno vilarejo, os irmãos, os amigos, as corridas nos campos, os banhos de rio: essa é a verdadeira história de Leon, a história de um mundo despedaçado pela invasão dos nazistas. Quando em 1939 o exército alemão ocupou a Polônia, Leon tinha apenas dez anos. Logo ele e sua família foram confinados no gueto da Cracóvia junto a milhões de outros judeus. Com um pouco de sorte e muita coragem, o menino conseguiu sobreviver ao inferno e foi contratado para trabalhar na fábrica de Oskar Schindler, o famoso empreendedor que conseguiu salvar mais de mil e duzentos judeus dos campos de concentração.
Neste testemunho que ficou por tanto tempo inédito, Leon Leyson nos conta sua extraordinária história, na qual, graças a força de um menino, o impossível se tornou possível.
O Menino da lista de Schindler é um legado de esperança e um chamado para que todos nós nos recordemos daqueles que não tiveram a chance do amanhã.

Resenha: Leib Lejson (que posteriormente passou a se chamar Leon Leyson) era um garoto polonês de apenas 10 anos de idade e judeu. Ele nos conta como era sua vida no vilarejo onde morava, despreocupada e feliz, até que o exército alemão ocupou a Polônia em 1939 obrigando ele a sua família a viverem confinados no gueto da Cracóvia espremidos a outros judeus. E através deste fantástico testemunho de alguém que viu de perto os horrores da Segunda Guerra e do Holocausto e que teve a chance de escapar da morte, conhecemos sua história tão trágica quanto bela.

Existem vários livros que abordam o tema do Holocausto mas nem todos são indicados para leitores mais jovens pelas descrições explícitas, brutais e muito pesadas sobre tudo o que os judeus passaram. Alguns mostram os alemães como totais vilões, outros mostram os demais como vítimas e é difícil encontrar algum onde seja possível perceber um certo equilíbrio de forma que descobrimos que em meio a escuridão pode, sim, haver um pontinho de luz. Leon consegue expor os acontecimentos pelos quais passou com sutileza mas ainda sendo possível entender o horror que foi o Holocausto, além de mostrar que existiu um alemão que fazia parte do partido nazista mas que secretamente não era a favor das práticas de seus "companheiros" e usou todo seu dinheiro e influência para salvar mais de mil e duzentos judeus dos campos de concentração usando a desculpa de que precisava de mão de obra para sua fábrica, e o jovem foi um de seus funcionários.

Inicialmente eles não perceberam que se tratava de um salvamento em massa e que todos os judeus que faziam parte da "Lista de Schindler" poderiam ter esperança de que escapariam da morte certa. Leon foi o judeu mais jovem a compor a lista. Ele correu muitos riscos diante de nazistas com o poder de matá-lo sem misericórdia alguma, e mesmo sendo corajoso e perseverante, muitas vezes precisou contar com a sorte.

O início do testemunho é lento com informações que servem como base, mas a medida que a leitura prossegue, nos deparamos com uma história incrível, emocionante e que toca na alma, pois através de Leon foi possível saber que o bem existe e que deve-se acreditar que as coisas podem dar certo por mais difíceis que pareçam. Em meio a soldados alemães que acreditavam que judeus não eram humanos e que mereciam sofrer até a morte, além de terem tudo o que conquistaram em suas vidas tomados, existiam pessoas que representavam a bondade com suas boas ações e atitudes nobres diante do horror e das diversas tentativas dos nazistas de desumanizarem os judeus. Muitos deles arriscaram suas vidas para manterem a dignidade que os alemães tentaram lhes arrancar.

Em suma, o relato é surpreendente, muito emocionante e inspirador pois mostra que por piores que tenham sido as condições pelas quais Leon passou, ele não deixou que isso o destruísse, muito pelo contrário. Seu passado o deixou mais forte, sua família é um grande exemplo de união e amor.
O Holocausto foi uma atrocidade sem tamanho, sem explicação e é impossível entender como pode existir pessoas tão cruéis. O sentimento é de raiva, indignação, mas ao saber de relatos como o de Leon, ainda é possível acreditar que nem tudo está perdido e que existe sim pessoas boas no mundo.
Ao final, só me restou agradecer a Leon por ter presenteado as pessoas com sua história de vida. Com certeza ele nos abre os olhos para valorizarmos a vida e a liberdade, além de deixar a mensagem de que com coragem, fé e amor, é possível superar vários obstáculos.

A Herdeira - Kiera Cass

22 de maio de 2015

Lido em: Maio de 2015
Título: A Herdeira - The Selection #4
Autora: Kiera Cass
Editora: Seguinte
Gênero: Romance/Juvenil
Ano: 2015
Páginas: 392
Nota: ★★★★☆
Sinopse: Vinte anos atrás, America Singer participou da Seleção e conquistou o coração do príncipe Maxon. Agora chegou a vez da princesa Eadlyn, filha do casal. Prestes a conhecer os trinta e cinco pretendentes que irão disputar sua mão numa nova Seleção, ela não tem esperanças de viver um conto de fadas como o de seus pais… Mas assim que a competição começa, ela percebe que encontrar seu príncipe encantado talvez não seja tão impossível quanto parecia.

Resenha: "A trilogia como um todo vale muito a pena ser lida, mesmo que o desfecho não tenha sido tão empolgante como esperei, mas vou sentir falta e queria muito que a história fosse além do 'felizes para sempre'..." 
Foi assim que finalizei a resenha de A Escolha, que até então havia imaginado ser o último livro da trilogia The Selection. Agora, Kiera Cass presenteia seus leitores e fãs com A Herdeira, o quarto volume do que acabou se tornando uma série, então, sim, a história realmente foi além do "happy end".
Recapitulando a trama, a história da Seleção se passa num mundo pós guerra e entre países dominados e reerguidos, surgiu Illea. O novo país tinha um esquema de castas a fim de identificar os cidadãos e suas hierarquias na sociedade e a Seleção era um sistema para a escolha da nova princesa. Numa disputa em forma de reality show entre mais de 30 jovens, o príncipe Maxon deveria escolher sua futura esposa. Eis que surge America, uma jovem da casta 5, considerada inferior, que, claro, entra na Seleção e balança o coração do príncipe. E a partir daí uma história de amor complexa em meio a conflitos relacionados ao governo do país se desenrola até eles conseguirem superar os obstáculos, se casarem e fim.

Vinte anos se passaram desde então e Maxon e America são rei e rainha. O sistema de castas e da Seleção foi abolido buscando a igualdade social entre os cidadãos mas ainda há conflitos devido aos resquícios do governo anterior além dos costumes do povo com os quais o rei precisa lidar. As pessoas ainda sentem que fazem parte das castas e há bastante discriminação e preconceito quando não deveria ter, e isso continua causando revoltas, rebeliões e até mesmo desaparecimentos e morte. Diante disso, o rei Maxon busca por algo que distraia o povo até que tome medidas que tragam uma solução para os problemas que estão saindo de controle, e sua única ideia é trazer a Seleção de volta. Porém, dessa vez a Seleção é inversa, pois não se trata de um príncipe com 35 garotas lutando para se tornar sua esposa, mas sim uma princesa que deverá escolher um marido em meio a vários jovens. A herdeira do trono é Eadlyn, a filha mais velha do casal que por mais que tenha sido criada para se tornar uma líder de pulso firme, nunca teve intenção de viver um conto de fadas como seus pais viveram. Ahren é seu irmão gêmeo e ele é quem deveria ser o herdeiro, mas por Eadlyn ter nascido sete minutos antes dele, o título, por direito, é dela.
Contra sua vontade e fazendo um "acordo" com o pai, Eadlyn inicia a nova Seleção descrente que poderia encontrar alguém digno de ser seu marido, mas quando a competição começa ela talvez perceba que as coisas não seriam como imaginou...
"Eu era Eadlyn Schreave. Nenhuma pessoa era tão poderosa quanto eu."
-Pág. 25
E com esse lema de que Eadlyn é a pessoa mais poderosa e importante do país, a história de A Herdeira segue, narrada em primeira pessoa numa escrita fácil e fluida, com um pano de fundo que foge à distopia, já que as pessoas estão livres das castas, mas não necessariamente com uma protagonista agradável e fácil de se aturar. Ela é diferente de qualquer personagem que já me deparei e faz o tipo ame ou odeie. Não há meio termo.

Eadlyn foi criada para ser líder, mas suas atitudes são dignas de uma adolescente rebelde sem causa. Ela é mimada, quer passar a impressão de ser forte e decidida, quando na verdade é egoísta, petulante, atrevida, infantil e com um complexo de superioridade que é de matar e que, no fundo, tem medo do fracasso. Ela demonstra claramente que por mais que ame seus pais, não tem o menor respeito por eles, nem por quem são, e se acha no direito de desobedecer, gritar, responder mal, dar as costas, bater a porta na cara e por aí vai... A ideia de seguir ordens não lhe agrada, a ideia de se submeter a alguém muito menos, mas mesmo sendo assim, ela ainda não é má pessoa. Ela foi criada assim, aprendeu a ser assim e pensa que é correto fazer o que faz.

Me questionei por que Maxon e America deixaram a situação chegar a esse ponto, qual a intenção de permitirem tal comportamento sendo que Ahren e os outros dois irmãos, Kaden e Osten, não são assim, muito pelo contrário. Eles são obedientes, tem senso, respeito e sabem distinguir o certo do errado e são personagens que conquistam e despertam a simpatia do leitor logo de cara. Prefiro pensar e espero que por trás dessa "falha" há um propósito e uma explicação plausível que ainda virá no quinto volume. Talvez a ideia de superprotegê-la tenha partido do que Maxon viveu com seu pai tirano, como se quisesse evitar que ela jamais passasse por nada de ruim, mas as pessoas não aprendem se não tiverem o mínimo de exemplo ou experiência a se seguir, e dentro da Seleção, tendo que lidar com os mais variados tipos de jovens com personalidades e atitudes distintas, Eadlyn acaba se deparando com o desconhecido, e isso a assusta muito já que não está acostumada com nada que saia fora de sua rotina. Ela continua sendo o centro das atenções, mas dessa vez precisa interpretar e ainda lidar com quem não conhece. Exceto por Kile, o jovem que vive no palácio com ambições de sair de lá e viver a própria vida, mesmo que tivesse que deixar sua irmã e sua mãe, madame Marlee (sim, a própria!). Mas, contra seus interesses, ele acaba entrando na Seleção e se torna o ponto de apoio de Eadlyn. E o garoto que cresceu com ela como amigo agora passa a despertar novas sensações na princesa...

Ao comparar as situações presentes na história com os livros anteriores, achei muitas delas floreadas e bem exageradas, algumas cômicas que até me fizeram gargalhar, principalmente ao levar em consideração a reação de Eadlyn com o que lhe acontece, fora a forma espantosa como trata os pais que já mencionei. Ela pode ter sido criada de outra forma já que sua responsabilidade é infinitamente maior do que a dos seus irmãos, mas não fez sentido pra mim eles terem sido criados pelos mesmos pais e terem uma visão de mundo totalmente diferente, principalmente porque enxergam os defeitos e as falhas dela.
Gostei da construção dos demais personagens: Kile e Erik, o intérprete de Henri, um dos selecionados que não fala muito bem a língua de Illéa, e os três irmãos de Eady, principalmente Ahren, que é um exemplo de pessoa.

Acho que pela história ter mudado de protagonista mas ainda concentrar personagens antigos dentro do universo de Illea e da Seleção, A Herdeira deveria ser considerado um spin-off da trilogia pois a história realmente poderia ter terminado no livro anterior tranquilamente. Mesmo que não sendo tão necessária assim, foi uma continuação que me agradou. Uma das mais gratas surpresas que tive foi me deparar com personagens antigos dos quais eu gostava e torcia tanto pra serem felizes: Marlee, Aspen, conhecido por general Leger, e até Lucy continuam fazendo parte da história e mesmo que sem um aprofundamento maior, já que esbarram esporadicamente com Eadlyn, foi muito bom saber um pouco sobre o que aconteceu com cada um deles e o que estão fazendo após tantos anos. Maxon e America não são mais os mesmos e acredito que o tempo foi o responsável por essa mudança, além da enorme responsabilidade de governarem o país, serem pais de quatro filhos e ainda terem que preparar a filha para reinar. Eadlyn não sabe muitos detalhes da vida deles no que diz respeito ao que aconteceu na Seleção passada nem a real ligação e importância de Marlee, Lucy e Aspen tem alí, mas não formei uma opinião sobre essa questão de terem optado manter o passado em segredo assim. Quem sabe revelações sobre isso virão a tona futuramente...

Senti uma mudança na escrita da autora nesse livro. Enquanto há frases de impacto com enorme significado (vide quotes abaixo), percebi alguns diálogos que me soaram rasos, outros bobos e desnecessários, mas acabei associando isso à completa imaturidade e falta de senso da protagonista.
O final, mesmo que repentino e corrido, é de deixar qualquer um agoniado, clamando pelo próximo volume. Só posso dizer que por mais que eu tenha achado Eadlyn antipática e intragável, torço pra que ela amadureça e tenha consciência de tudo o que ela tem reservado para si, e mude, mesmo que pela dor.

Sobre o projeto gráfico, nem preciso dizer que a capa é um luxo só. Ela mantém o estilo dos livros anteriores mas, na minha opinião, é a mais bonita de todas. Páginas amarelas, capítulos curtos, cada início de capítulo traz a figura da tiara da capa e fonte de tamanho agradável. A edição ficou ótima.

A Herdeira vai despertar as mais diversas sensações no leitor, mas é uma leitura que, para os fãs da série, é, de fato, obrigatória.

Brutal - Luke Delaney

21 de maio de 2015

Título: Brutal - D.I. Sean Corrigan #1
Autor: Luke Delaney
Editora: Fábrica 231/Rocco
Gênero: Thriller Policial
Ano: 2015
Páginas: 416
Nota: ★★★★★
Sinopse: O que levaria alguém a golpear outra pessoa na cabeça e, na sequência, esfaqueá-la 77 vezes?  O garoto de programa Daniel Graydon jamais imaginaria que encontraria tamanha perversão nos clientes com quem saía. Mas viu seu fim se aproximar ao ir contra sua regra de ouro: nunca levar os homens para casa. Seu parceiro sexual e algoz, porém, tinha algo de sedutor e era difícil recusar a proposta de uma noite regada a sexo, e muito bem paga. Daniel tornara-se apenas uma das vítimas de um personagem sombrio, cuja pulsão pela morte o levava a matar com regularidade e método. Cada morte representando um passo adiante no aperfeiçoamento da macabra arte de tirar vidas: cruel, dolorosa, limpa e sem pistas. Um desafio para a polícia de Londres e sua divisão de Crimes Graves do Grupo Sul, liderada pelo atormentado detetive-investigador Sean Corrigan.

Resenha: Brutal é o primeiro livro da série D.I. Sean Corrigan, escrita pelo autor Luke Delaney e publicado no Brasil pelo selo Fábrica 231, da Rocco.
Com Londres como pano de fundo, a história começa quando o assassino narra seu feito desde quando começou a observar sua vítima até o momento do crime: Um garoto de programa que o leva para seu apartamento e lá é assassinado a sangue frio de forma brutal, sem piedade. Não há pistas, não há evidências, tudo foi muito bem planejado e executado e só resta ao assassino se deleitar com o que acabou de fazer.

Sean Corrigan é um detetive encarregado de uma das Equipes de Investigação de  Homicídios de South London. Investigar crimes graves, mortes violentas e caçar os assassinos é seu trabalho e agora que o caso do garoto de programa chegou ao seu conhecimento, ele irá fazer de tudo para descobrir o que aconteceu e porquê. Por ter um passado trágico onde era abusado pelo pai quando criança, Sean tem a capacidade de ver além do que os demais policiais enxergam. Ele consegue entender o que motiva assassinos, estupradores e incendiários usando da infância despedaçada para descobrir o que os outros não ousariam imaginar. Através de sua imaginação sombria e singular, Sean compreendia a necessidade que os criminosos têm ao cometer atrocidades, lidando com demônios alheios por ter aprendido a controlar os seus próprios e tendo, assim, uma vantagem sobre os outros detetives.
A medida que a história se desenrola, acompanhamos o planejamento e execução do assassinatos pelo ponto de vista do próprio assassino, cuja narrativa é feita em primeira pessoa, enquanto o ponto de vista, narrado em terceira pessoa, de Sean mostra suas tentativas de desvendar o mistério de um crime "perfeito", limpo e sem pistas que acaba sendo um enorme desafio para a polícia. São diversas mortes cujas vítimas não tem nada em comum, mas Sean sabe que o assassino é apenas um.

A história em si é ótima, me surpreendeu e foi além das minhas expectativas. A narrativa, que é alternada entre o assassino e Sean, é muito fácil e fluída, e a escrita é ótima. Acredito que pelo autor ter feito parte da polícia, lidando com investigações criminais, ele adquiriu uma visão muito mais ampla para poder escrever sobre esse mundo e, mesmo Brutal tendo sido seu livro de estreia, talvez esse tenha sido um fator diferencial que tornasse a história tão envolvente e incrivelmente realista. Os procedimentos policiais são autênticos, os detalhes são descritos com maestria, e mesmo que Sean caia no clichê de investigador com passado traumático, tudo isso colaborou para a história ser muito bem construída.

Sean Corrigan é um bom exemplo de policial que luta por justiça mesmo sendo atormentado por seu passado. Ele poderia sucumbir emocionalmente, mas usa o que poderia destruí-lo para aguçar seus sentidos, sua percepção e sua capacidade de pensar como alguém que não tem escrúpulos e enxergar a verdadeira escuridão por trás das pessoas. Ele é implacável no que acredita e não hesita mesmo que tenha que afrontar seus superiores para ir atrás de quem acredita ser o culpado pelos assassinatos brutais. Sua caracterização, além de convincente, foi essencial para tornar a trama ainda mais interessante do que já é. Cheia de tensão e frustrações, a história é uma corrida contra o tempo no que diz respeito aos crimes, mas ainda mostra que é possível equilibrar assuntos profissionais e pessoais quando a vida de Sean é mais aprofundada, mostrando seus laços familiares com esposa e filhas sem deixar que a ideia principal da trama seja posta em segundo plano. Tudo é muito bem amarrado e bem pensado.

A história não faz rodeios quando o assunto gira em torno de procedimentos policiais e detalhes sórdidos sobre assassinatos. Pra quem procura por um livro policial convincente e brilhantemente sangrento, com crueldade, frieza incessante e calculismo vai encontrar em Brutal uma história excelente, viciante e com certeza vai pedir por mais.