Ei, pipous!
Apesar da correria de sempre, esse mês até que foi produtivo.
Surtando até agora com Cress, e a edição de luxo de O Diário da Princesa (que tá autografado ainda, socorr). Sem muito falatório, bora espiar o que recebi em Outubro?
13 Incidentes Suspeitos - Lemony Snicket
30 de outubro de 2015
Título: 13 Incidentes Suspeitos - Só Perguntas Erradas #2,5 (livro extra)
Autor: Lemony Snicket
Editora: Seguinte
Gênero: Infanto Juvenil/Aventura/Mistério
Ano: 2014
Páginas: 248
Nota: ★★★★★
Onde Comprar: Saraiva | Submarino | Americanas
Resenha: 13 incidentes Suspeitos é um livro extra e independente da série Só Perguntas Erradas escrita pelo autor (e também personagem da história) Lemony Snicket.
Até agora foram três volumes (de quatro) publicados pela Seguinte no Brasil, Quem Poderia Ser a Uma Hora Dessas?, Quando Você a Viu Pela Última Vez? e Você Não Deveria Estar na Escola?.
O livro foi lançado depois do segundo volume e os casos se passam durante e pouco depois do que ocorre em Quando Você a Viu Pela Última Vez, mas não há ligações entre as histórias.
Não é necessário ler nenhum dos livros da série para entender este visto que os personagens são devidamente (e novamente) apresentados e os mistérios são isolados e fechados por "casos".
É um livro curto e bem divertido com situações misteriosas que convidam o leitor a investigar com Lemony e tirar as próprias conclusões de acordo com as informações obtidas. Ao final de cada caso há a indicação da página com o mistério solucionado.
O cenário é a pequena cidade de Manchado-pelo-Mar, e ela continua sendo pano de fundo de eventos sinistros que Lemony insiste em investigar para solucionar o mistério da vez. Em 13 Incidentes Suspeitos, Lemony fez um arquivo para registrar e organizar pequenos casos a serem solucionados e de antemão alerta o leitor de que as informações são secretas e destinadas apenas aos membros de sua organização, e que nada é da nossa conta.
Lemony Snicket é membro de uma organização secreta com talentos para a investigação. Ele então, investiga ocorrências misteriosas como quadros que caem sozinhos das paredes, sabotagens aparentemente inexplicáveis, pequenos furtos ou o reconhecimento de alguma figura misteriosa que faz de tudo para não se revelar, e ainda tem que aturar sua tutora de cabeleira indomável, S. Theodora Markson (e continue sem querer saber o que o S significa).
Narrado em primeira pessoa pelo ponto de vista de Lemony, vamos acompanhando os mistérios que ele tenta desvendar enquanto se mete em enrascadas e aventuras bizarras enquanto é cercado de outros personagens caricatos e muito engraçados que estão alí quase sempre para atrapalhar o andamento de suas investigações.
A escrita do autor é sua marca registrada, com metáforas, sempre cheia de sarcasmo e mostrando pré adolescentes inteligentes e irônicos contra adultos idiotas e incompetentes que ainda se acham donos da razão mas nunca dão uma dentro.
Os mistérios são divertidos e alguns deles são bastante óbvios, afinal, os livros são infanto juvenis, mas no geral são muito bem desenvolvidos e inteligentes, mas acho que o ponto forte são os personagens peculiares e engraçados em conjunto com a narrativa cômica do autor.
Um ponto bem relevante sobre a escrita é que o autor costuma usar palavras difíceis em diálogos ou descrições para em seguida explicar o que ela significa, então ele consegue fazer com que qualquer um, independente da idade, entenda o que ele quer dizer sem deixar de lado sua essência e o vocabulário "rico".
A capa do livro segue o padrão de ilustrações dos demais, com silhuetas misteriosas e expressivas. As páginas são amarelas e de uma gramatura maior, então as páginas são mais grossas do que o normal, a fonte é grande e bem espaçada e a diagramação em geral é muito bem feita, com várias ilustrações. Como de costume, Lemony sempre aparece com o rosto oculto pela sombra de seu chapéu.
O autor pode até fazer um apanhado com as histórias para que elas se entrelacem com as outras da série, com alguns personagens já conhecidos por seus infortúnios e desventuras...
Resumindo, pra quem já é fã da série é leitura obrigatória pois o livro relembra personagens e traz à tona um pouco mais da cidade arruinada e de seus moradores falidos, e pra quem não conhece e quer uma amostra do que irá encontrar, 13 Incidentes Suspeitos é uma ótima pedida pra poder se familiarizar com o estilo de escrita do autor e com os personagens, tendo uma provinha do que esperar. Pra quem gosta de livros bem humorados, rápidos de serem lidos e que coloca o leitor no papel de detetive junto com o protagonista, é leitura mais que recomendada.
Autor: Lemony Snicket
Editora: Seguinte
Gênero: Infanto Juvenil/Aventura/Mistério
Ano: 2014
Páginas: 248
Nota: ★★★★★
Onde Comprar: Saraiva | Submarino | Americanas
Sinopse: Livro extra e independente da série Só Perguntas Erradas, com 13 contos que estimulam o leitor a desvendar os mistérios antes de ler as soluções no final.
A peculiar cidade de Manchado-pelo-Mar é palco de muitos eventos estranhos e é lá que o jovem Lemony Snicket - famoso solucionador de mistérios - tenta resolver seu primeiro grande caso, relatado em detalhes na série Só Perguntas Erradas.
Mas os mistérios se sucedem, e o detetive mirim agora terá de descobrir por que quadros caem sozinhos das paredes, quem roubaria um tritão amarantino, como é possível que um fantasma passeie pelo cais à meia-noite e quem faz parte da famigerada Gangue do Tijolão, entre vários outros enigmas. Lemony Snicket precisará juntar pistas e interrogar testemunhas para desvendar cada caso.
Os leitores se tornam membros da organização secreta de Snicket e também participam da investigação: o desafio será resolver os casos antes de ler as soluções, reveladas no final do livro.
Resenha: 13 incidentes Suspeitos é um livro extra e independente da série Só Perguntas Erradas escrita pelo autor (e também personagem da história) Lemony Snicket.
Até agora foram três volumes (de quatro) publicados pela Seguinte no Brasil, Quem Poderia Ser a Uma Hora Dessas?, Quando Você a Viu Pela Última Vez? e Você Não Deveria Estar na Escola?.
O livro foi lançado depois do segundo volume e os casos se passam durante e pouco depois do que ocorre em Quando Você a Viu Pela Última Vez, mas não há ligações entre as histórias.
Não é necessário ler nenhum dos livros da série para entender este visto que os personagens são devidamente (e novamente) apresentados e os mistérios são isolados e fechados por "casos".
É um livro curto e bem divertido com situações misteriosas que convidam o leitor a investigar com Lemony e tirar as próprias conclusões de acordo com as informações obtidas. Ao final de cada caso há a indicação da página com o mistério solucionado.
O cenário é a pequena cidade de Manchado-pelo-Mar, e ela continua sendo pano de fundo de eventos sinistros que Lemony insiste em investigar para solucionar o mistério da vez. Em 13 Incidentes Suspeitos, Lemony fez um arquivo para registrar e organizar pequenos casos a serem solucionados e de antemão alerta o leitor de que as informações são secretas e destinadas apenas aos membros de sua organização, e que nada é da nossa conta.
Lemony Snicket é membro de uma organização secreta com talentos para a investigação. Ele então, investiga ocorrências misteriosas como quadros que caem sozinhos das paredes, sabotagens aparentemente inexplicáveis, pequenos furtos ou o reconhecimento de alguma figura misteriosa que faz de tudo para não se revelar, e ainda tem que aturar sua tutora de cabeleira indomável, S. Theodora Markson (e continue sem querer saber o que o S significa).
Narrado em primeira pessoa pelo ponto de vista de Lemony, vamos acompanhando os mistérios que ele tenta desvendar enquanto se mete em enrascadas e aventuras bizarras enquanto é cercado de outros personagens caricatos e muito engraçados que estão alí quase sempre para atrapalhar o andamento de suas investigações.
A escrita do autor é sua marca registrada, com metáforas, sempre cheia de sarcasmo e mostrando pré adolescentes inteligentes e irônicos contra adultos idiotas e incompetentes que ainda se acham donos da razão mas nunca dão uma dentro.
Os mistérios são divertidos e alguns deles são bastante óbvios, afinal, os livros são infanto juvenis, mas no geral são muito bem desenvolvidos e inteligentes, mas acho que o ponto forte são os personagens peculiares e engraçados em conjunto com a narrativa cômica do autor.
Um ponto bem relevante sobre a escrita é que o autor costuma usar palavras difíceis em diálogos ou descrições para em seguida explicar o que ela significa, então ele consegue fazer com que qualquer um, independente da idade, entenda o que ele quer dizer sem deixar de lado sua essência e o vocabulário "rico".
A capa do livro segue o padrão de ilustrações dos demais, com silhuetas misteriosas e expressivas. As páginas são amarelas e de uma gramatura maior, então as páginas são mais grossas do que o normal, a fonte é grande e bem espaçada e a diagramação em geral é muito bem feita, com várias ilustrações. Como de costume, Lemony sempre aparece com o rosto oculto pela sombra de seu chapéu.
O autor pode até fazer um apanhado com as histórias para que elas se entrelacem com as outras da série, com alguns personagens já conhecidos por seus infortúnios e desventuras...
Resumindo, pra quem já é fã da série é leitura obrigatória pois o livro relembra personagens e traz à tona um pouco mais da cidade arruinada e de seus moradores falidos, e pra quem não conhece e quer uma amostra do que irá encontrar, 13 Incidentes Suspeitos é uma ótima pedida pra poder se familiarizar com o estilo de escrita do autor e com os personagens, tendo uma provinha do que esperar. Pra quem gosta de livros bem humorados, rápidos de serem lidos e que coloca o leitor no papel de detetive junto com o protagonista, é leitura mais que recomendada.
Os Príncipes Encantados Também Viram Sapos - Megan Maxwell
29 de outubro de 2015
Título: Os Príncipes Encantados Também Viram Sapos
Autora: Megan Maxwell
Editora: Suma de Letras
Gênero: Romance
Ano: 2015
Páginas: 376
Nota: ★★★☆☆
Onde Comprar: Saraiva | Submarino | Americanas
Resenha: Megan Maxwell é autora best-seller na Espanha e fez sucesso com a trilogia Peça-me o que Quiser se tornando best-seller no Brasil.
Os Príncipes Encantados Também Viram Sapos é um romance que conta a história de Kate e Sam, que se apaixonaram à primeira vista ainda muito jovens e nutrem um amor inabalável que parece superar tudo nesta vida. Depois da faculdade eles se casam e muitos anos depois o casal parece continuar mantendo uma vida perfeita e feliz. São companheiros, se compreendem, se respeitam e tem valores familiares que são a base do casamento e que se estendem para o resto da família. Até que um dia o telefone tocou, uma notícia inesperada foi dada e as coisas mudaram da água pro vinho pois não se tratava de um simples mal entendido... Um segredo de Sam que ninguém jamais poderia imaginar veio à tona, tudo que Kate e a família acreditavam fluir com perfeição acabou ruindo e a vida se transformou num poço de incertezas e descrenças. Kate e Sam se separam e tudo se desequilibra pois não é fácil aceitar certas escolhas feitas. O perdão não será o bastante para a família lidar, compreender ou aceitar o problema em questão, então, o que fazer? Como agir diante de uma grande decepção?
Não vou me estender muito ao resumir a premissa pois seria um grande spoiler, mas posso dizer que a autora, ao trazer o clímax que se refere ao segredo de Sam para o início da história, trabalhou no desenvolvimento das reações e da atitude que a família e os amigos passaram a ter a partir dali, afinal, o "príncipe" acabou se revelando um "sapo". Mas talvez não sejam só os príncipes que sofram desse mal...
Geralmente nos deparamos com livros que mostram todo aquele romance mágico e lindo até que se casam e vivem felizes para sempre, mas neste livro a autora traz o que muitos se questionam: "o que vem depois do final feliz continua mesmo sendo feliz?"
A narrativa é feita em terceira pessoa e ainda que seja intrigante é bem lenta e cheia de repetições.
Não consegui me conectar aos personagens e nem acreditar que pudessem ser tão felizes e cheios de paixão pois não acredito que isso corresponda à realidade, principalmente porque tudo foi tão rápido que nem deu tempo de me apegar a eles e nem acreditar naquele amor.
Mas não vou negar que a autora tem uma habilidade muito boa em criar uma trama que faz com que o leitor se envolva em emoções e reaja conforme os sentimentos e as atitudes que os personagens têm. Então, ainda que eu não tenha me conformado com muitas escolhas e decisões tomadas aqui, até mesmo porque quando um autor resolve escrever sobre um tema polêmico e que gera discussões infinitas ele não precisa fazer com que as pessoas concordem ou não com as coisas, mas no mínimo deve fazer com que a história se torne real o bastante para se tornar crível sem que o problema que enraíza a trama seja camuflado com humor e outros detalhes que desviem a nossa atenção, acho que pela forma como o livro mexeu com meus sentimentos a ponto de me envolver, me fazendo ora ter vontade de socar a cara de um e ora tendo vontade de abraçar outro, fez, sim, com que a leitura valesse a pena. Posso dizer que a ideia me atraiu, mas o desenvolvimento de forma geral acabou não funcionando pra mim tão bem quanto eu gostaria pois sou da ideia de que a confiança é a base do relacionamento e uma vez que esta é perdida dificilmente pode ser recuperada, nem com segundas chances.
Sobre os personagens, vou ser sincera em dizer que Cat e Ollie, as filhas de Kate e Sam, foram as que mais me agradaram. Elas tentam compreender o que está acontecendo e praticamente fazem papel de adultas, agindo com mais maturidade do que os próprios pais.
Destaque também para Serena, a mãe de Kate, que sempre age com sabedoria e não tem nada de cobra, mesmo sendo a sogra.
Terry e Michael são o que posso chamar de "desvio de atenção" que mencionei anteriormente, pois eles tem um relacionamento que ganha um destaque tão grande que se tornou uma subtrama. Sendo personagens secundários, ela é irmã de Kate e Michael irmão/melhor amigo de Sam, eles conseguiram trazer mais paixão ao livro do que os protagonistas. Deveriam ter um livro dedicado a eles pois neste conseguiram roubar a cena várias vezes.
Quando Kate e Sam se conhecem, o começo do romance se passa no Havaí, então é claro que preciso ressaltar as descrições dos cenários da história, lugares paradisíacos e maravilhosos que praticamente convidam o leitor a fazer uma viagem até lá, mesmo que imaginária. Se a autora nunca esteve lá, sua pesquisa sobre os detalhes da ilha abrangendo o turismo, a cultura, a comida e a paisagem em geral são de tirar o chapéu. A vontade é de estar lá sentada na praia observando o mar e o pôr-do-sol.
Com relação a capa, além de delicada é uma graça pois traz hibiscos, a flor símbolo do Havaí, dando a impressão de um clima tropical mas sem revelar nada da trama e, sendo sincera, gosto de capas discretas assim. A tipografia do título também é linda, mesclando fontes e criando uma arte visual que camufla o título comprido do livro tornando-o mais justo.
Comparei a capa brasileira com a capa espanhola e graças ao próprio Deus a editora não a manteve, pois a impressão que dá está longe de um príncipe encantado cheio de "magia" saindo de si, mas sim que o modelo sofre de algum distúrbio de flatulência azul Confort e ainda acha que arrasa com essa cara "sedutora", coitado. Essa capa espanhola é muito feia, sério.
A diagramação é bem simples e minimalista e o que me incomodou um pouco, além das letras miúdas, foi a divisão de capítulos. Eles não se iniciam em uma página nova mas sim na mesma página onde o anterior termina apenas com uma linha divisória pra separar um do outro. Acho que se os ornamentos usados na capa fossem utilizados nos inícios dos capítulos daria um charme a mais na obra. As páginas são amarelas e não lembro de ter percebido algum erro de revisão.
Quando as pessoas escondem fatos que podem mudar a vida de todos destruindo seus sonhos devemos compreender ou condenar? É possível perdoar alguém em quem acreditamos mas que nos magoa intensamente? É possível curar um coração que se parte em mil pedaços? O que fazer quando atitudes impensadas geram consequências que serão levadas para o resto da vida? E quando outras pessoas que não tem nada a ver com a história se envolvem sem ter como fugir?
Posso dizer que a história me fez refletir acerca de perguntas como estas mas apesar de ter vivido algo parecido não consegui ter empatia alguma. Não acho que devemos tentar reparar erros cometendo outros erros, mas também posso dizer que o julgamento do que é certo e errado é bem subjetivo pois cada um tem sua própria concepção e visão sobre valores e sobre o que acredita.
Como minha primeira experiência com um livro da autora, apesar do livro não ter superado minhas expectativas não achei que seja ruim, muito pelo contrário. É um livro que fala de sentimentos profundos e verdadeiros, consequências que surgem através de mentiras, reações que envolvem o que é certo e errado e o perdão que devemos conceder se quisermos ter uma segunda chance pra sermos felizes, mas dando espaço à esperança pois, em certos casos, só ela é indício de que as coisas vão se resolver...
Autora: Megan Maxwell
Editora: Suma de Letras
Gênero: Romance
Ano: 2015
Páginas: 376
Nota: ★★★☆☆
Onde Comprar: Saraiva | Submarino | Americanas
Sinopse: Um conto de fadas moderno e apaixonante que tem como cenário as ilhas paradisíacas do Havaí.
Kate e Sam se conheceram muito jovens, durante férias de verão na Califórnia, e se apaixonaram à primeira vista. O amor entre eles supera o tempo e a distância e, ao terminarem a faculdade, ele a pede em casamento.
Os anos se passam e o casal parece ter construído a vida perfeita: eles têm uma carreira de sucesso, duas filhas lindas e ainda são apaixonados. Sam, que cresceu em um orfanato, conseguiu com Kate tudo o que sempre quis: uma grande família.
Até que um telefonema muda tudo...
Resenha: Megan Maxwell é autora best-seller na Espanha e fez sucesso com a trilogia Peça-me o que Quiser se tornando best-seller no Brasil.
Os Príncipes Encantados Também Viram Sapos é um romance que conta a história de Kate e Sam, que se apaixonaram à primeira vista ainda muito jovens e nutrem um amor inabalável que parece superar tudo nesta vida. Depois da faculdade eles se casam e muitos anos depois o casal parece continuar mantendo uma vida perfeita e feliz. São companheiros, se compreendem, se respeitam e tem valores familiares que são a base do casamento e que se estendem para o resto da família. Até que um dia o telefone tocou, uma notícia inesperada foi dada e as coisas mudaram da água pro vinho pois não se tratava de um simples mal entendido... Um segredo de Sam que ninguém jamais poderia imaginar veio à tona, tudo que Kate e a família acreditavam fluir com perfeição acabou ruindo e a vida se transformou num poço de incertezas e descrenças. Kate e Sam se separam e tudo se desequilibra pois não é fácil aceitar certas escolhas feitas. O perdão não será o bastante para a família lidar, compreender ou aceitar o problema em questão, então, o que fazer? Como agir diante de uma grande decepção?
Não vou me estender muito ao resumir a premissa pois seria um grande spoiler, mas posso dizer que a autora, ao trazer o clímax que se refere ao segredo de Sam para o início da história, trabalhou no desenvolvimento das reações e da atitude que a família e os amigos passaram a ter a partir dali, afinal, o "príncipe" acabou se revelando um "sapo". Mas talvez não sejam só os príncipes que sofram desse mal...
Geralmente nos deparamos com livros que mostram todo aquele romance mágico e lindo até que se casam e vivem felizes para sempre, mas neste livro a autora traz o que muitos se questionam: "o que vem depois do final feliz continua mesmo sendo feliz?"
A narrativa é feita em terceira pessoa e ainda que seja intrigante é bem lenta e cheia de repetições.
Não consegui me conectar aos personagens e nem acreditar que pudessem ser tão felizes e cheios de paixão pois não acredito que isso corresponda à realidade, principalmente porque tudo foi tão rápido que nem deu tempo de me apegar a eles e nem acreditar naquele amor.
Mas não vou negar que a autora tem uma habilidade muito boa em criar uma trama que faz com que o leitor se envolva em emoções e reaja conforme os sentimentos e as atitudes que os personagens têm. Então, ainda que eu não tenha me conformado com muitas escolhas e decisões tomadas aqui, até mesmo porque quando um autor resolve escrever sobre um tema polêmico e que gera discussões infinitas ele não precisa fazer com que as pessoas concordem ou não com as coisas, mas no mínimo deve fazer com que a história se torne real o bastante para se tornar crível sem que o problema que enraíza a trama seja camuflado com humor e outros detalhes que desviem a nossa atenção, acho que pela forma como o livro mexeu com meus sentimentos a ponto de me envolver, me fazendo ora ter vontade de socar a cara de um e ora tendo vontade de abraçar outro, fez, sim, com que a leitura valesse a pena. Posso dizer que a ideia me atraiu, mas o desenvolvimento de forma geral acabou não funcionando pra mim tão bem quanto eu gostaria pois sou da ideia de que a confiança é a base do relacionamento e uma vez que esta é perdida dificilmente pode ser recuperada, nem com segundas chances.
Sobre os personagens, vou ser sincera em dizer que Cat e Ollie, as filhas de Kate e Sam, foram as que mais me agradaram. Elas tentam compreender o que está acontecendo e praticamente fazem papel de adultas, agindo com mais maturidade do que os próprios pais.
Destaque também para Serena, a mãe de Kate, que sempre age com sabedoria e não tem nada de cobra, mesmo sendo a sogra.
Terry e Michael são o que posso chamar de "desvio de atenção" que mencionei anteriormente, pois eles tem um relacionamento que ganha um destaque tão grande que se tornou uma subtrama. Sendo personagens secundários, ela é irmã de Kate e Michael irmão/melhor amigo de Sam, eles conseguiram trazer mais paixão ao livro do que os protagonistas. Deveriam ter um livro dedicado a eles pois neste conseguiram roubar a cena várias vezes.
Quando Kate e Sam se conhecem, o começo do romance se passa no Havaí, então é claro que preciso ressaltar as descrições dos cenários da história, lugares paradisíacos e maravilhosos que praticamente convidam o leitor a fazer uma viagem até lá, mesmo que imaginária. Se a autora nunca esteve lá, sua pesquisa sobre os detalhes da ilha abrangendo o turismo, a cultura, a comida e a paisagem em geral são de tirar o chapéu. A vontade é de estar lá sentada na praia observando o mar e o pôr-do-sol.
Com relação a capa, além de delicada é uma graça pois traz hibiscos, a flor símbolo do Havaí, dando a impressão de um clima tropical mas sem revelar nada da trama e, sendo sincera, gosto de capas discretas assim. A tipografia do título também é linda, mesclando fontes e criando uma arte visual que camufla o título comprido do livro tornando-o mais justo.
Comparei a capa brasileira com a capa espanhola e graças ao próprio Deus a editora não a manteve, pois a impressão que dá está longe de um príncipe encantado cheio de "magia" saindo de si, mas sim que o modelo sofre de algum distúrbio de flatulência azul Confort e ainda acha que arrasa com essa cara "sedutora", coitado. Essa capa espanhola é muito feia, sério.
A diagramação é bem simples e minimalista e o que me incomodou um pouco, além das letras miúdas, foi a divisão de capítulos. Eles não se iniciam em uma página nova mas sim na mesma página onde o anterior termina apenas com uma linha divisória pra separar um do outro. Acho que se os ornamentos usados na capa fossem utilizados nos inícios dos capítulos daria um charme a mais na obra. As páginas são amarelas e não lembro de ter percebido algum erro de revisão.
Quando as pessoas escondem fatos que podem mudar a vida de todos destruindo seus sonhos devemos compreender ou condenar? É possível perdoar alguém em quem acreditamos mas que nos magoa intensamente? É possível curar um coração que se parte em mil pedaços? O que fazer quando atitudes impensadas geram consequências que serão levadas para o resto da vida? E quando outras pessoas que não tem nada a ver com a história se envolvem sem ter como fugir?
Posso dizer que a história me fez refletir acerca de perguntas como estas mas apesar de ter vivido algo parecido não consegui ter empatia alguma. Não acho que devemos tentar reparar erros cometendo outros erros, mas também posso dizer que o julgamento do que é certo e errado é bem subjetivo pois cada um tem sua própria concepção e visão sobre valores e sobre o que acredita.
Como minha primeira experiência com um livro da autora, apesar do livro não ter superado minhas expectativas não achei que seja ruim, muito pelo contrário. É um livro que fala de sentimentos profundos e verdadeiros, consequências que surgem através de mentiras, reações que envolvem o que é certo e errado e o perdão que devemos conceder se quisermos ter uma segunda chance pra sermos felizes, mas dando espaço à esperança pois, em certos casos, só ela é indício de que as coisas vão se resolver...
Prometo Falhar - Pedro Chagas
28 de outubro de 2015
Título: Prometo Falhar
Autor: Pedro Chagas Freitas
Editora: Novo Conceito
Gênero: Crônicas/Romance
Ano: 2015
Páginas: 400
Nota: ★★★★☆
Onde Comprar: Saraiva | Submarino | Americanas
Resenha: Prometo Falhar, escrito pelo autor português Pedro Chagas e publicado no Brasil pela Novo Conceito é um livro que tem como essência o amor.
O autor não escreve sobre o amor lindo e perfeito de contos de fadas, mas sobre o amor da forma como ele realmente é, com defeitos, falhas e imperfeições, vindo de pessoas que são passíveis de erros e que também não são perfeitas. O amor entre familiares, entre amantes ou entre amigos. Aquele amor que machuca, que sufoca, que transforma ou desperta o pior. Mas também o amor que cura, que liberta, que perdoa e que dura pra sempre.
Em Prometo Falhar, nos deparamos com o amor exposto sem pudor e sem limites, de forma crua e intensa, em diversas facetas e situações únicas, mas profundas o bastante para mostrar que todos nós estamos sujeitos a ele, independente da forma como venha e por quem nutrimos este sentimento.
Em cada crônica o autor expõe formas de amar e ser amado, das mais simples as mais absurdas e inimagináveis, e acredito que pelo menos em uma delas alguém vai se identificar. As crônicas são curtas e rápidas de serem lidas e muitas delas são apresentadas em forma de poema, mas acho que o ideal é ler o livro aos poucos, abrindo uma página ao acaso e se deixar ser surpreendido como se a crônica fosse um tipo de "mensagem do dia" para refletir.
A narrativa é feita em primeira pessoa e é cheia de sentimentalismo. Os textos são cheios de significados profundos e é possível sentir o que foi passado através das palavras. Esse é um ponto bem positivo pra mim, pois ler um livro que fala de amor mas que não nos toca não faz o menor sentido e, por isso, posso afirmar que Prometo Falhar cumpre com o propósito de mexer com nossos sentidos e emoções.
Mas, levando em consideração o tema do livro, os vários palavrões que estão presentes nos textos me soaram um tanto desnecessários. Não me importo com palavrões quando fazem parte de diálogos de personagens com uma personalidade que remete a este estilo, mas no contexto desse livro em particular não foi algo que tenha me agradado muito.
Um ponto que achei bem intrigante é que o autor parece "desconstruir" muitas crônicas alternando o estilo de escrita em cada uma delas de forma proposital, ignorando pontuações, iniciando frases com letra minúscula e dando a entender que nem o próprio texto precisa ser perfeito para que possa mexer com as pessoas, pois como todos nós, somos falhos e imperfeitos, temos nossos defeitos mas ainda temos nossas formas de nos expressarmos e lidarmos com sentimentos.
Ainda que seja um tema que eu goste e que me faça refletir e me emocionar, senti que muitas das crônicas, ainda que falem de amor, parecem dizer a mesma coisa com palavras diferentes para "diversificar". Então a leitura acabou se tornando um pouco monótona e deixou aquela sensação de repetição. Apesar de satisfatória de forma geral, a adaptação do livro para o português do Brasil não ficou 100% pois muitas palavras ou frases, por mais que seja fácil de entender, não sofreram mudanças e percebemos a diferença por não falarmos daquele jeito aqui. Muitas vezes eu lia e mentalmente fazia um sotaque português de alguma expressão, "ora pois". Algumas palavras ainda tem marcações com o significado em notas de rodapé mas acho que se há diferenças no idioma, estas devem ser adaptadas à nossa realidade e as frases deviam ter sido reformuladas para uma melhor fluidez e compreensão.
As crônicas podem ser lidas fora de ordem, mas não há marcações de capítulos/crônicas. A principio o que indica o início de uma crônica nova é a margem superior da página que é maior do que nas demais páginas.
Eu gostei do livro e da forma como o autor expôs o amor que se apresenta de várias maneiras de acordo com quem seja. Amor que emociona, amor que dói e machuca, amor que confunde, amor que abala as estruturas, que vem cedo demais ou se manifesta tarde demais, pela pessoa certa ou pela pessoa errada e por aí vai.
O próprio título do livro já é explícito o suficiente pra mostrar que falhar não é uma opção, mas que por mais que isso possa doer e trazer a sensação de fracasso, é através dos erros que adquirimos experiências para que possamos acertar no futuro, afinal, é praticamente impossível encontrarmos a perfeição. Temos que viver com intensidade, arriscar quando possível e entender que o verdadeiro fracasso é não tentar.
Autor: Pedro Chagas Freitas
Editora: Novo Conceito
Gênero: Crônicas/Romance
Ano: 2015
Páginas: 400
Nota: ★★★★☆
Onde Comprar: Saraiva | Submarino | Americanas
Sinopse: Prometo Falhar é um livro que fala de amor. O amor dos amantes, o amor dos amigos, o amor da mãe pelo filho, do filho pela mãe, pelo pai, o amor que abala, que toca, que arrebata, que emociona, que descobre e encobre, que fere e cura, que prende e liberta. Em crônicas desconcertantes, Pedro convida o leitor a revisitar suas próprias impressões sobre os relacionamentos humanos. A linguagem fluida, livre, sem amarras, faz querer ler tudo de uma vez e depois ligar para o autor para terminar a conversa. Medo, frustração, inveja, ciúme e todos os sentimentos que nos ensinaram a sufocar são expostos sem pudores. Mergulhe de cabeça numa obra que mostra que é possível sair ileso de tudo, menos do amor. Você escolhe a ordem em que vai ler as crônicas do jovem escritor que tem 21 obras publicadas e é sucesso de vendas em Portugal.
Resenha: Prometo Falhar, escrito pelo autor português Pedro Chagas e publicado no Brasil pela Novo Conceito é um livro que tem como essência o amor.
O autor não escreve sobre o amor lindo e perfeito de contos de fadas, mas sobre o amor da forma como ele realmente é, com defeitos, falhas e imperfeições, vindo de pessoas que são passíveis de erros e que também não são perfeitas. O amor entre familiares, entre amantes ou entre amigos. Aquele amor que machuca, que sufoca, que transforma ou desperta o pior. Mas também o amor que cura, que liberta, que perdoa e que dura pra sempre.
Em Prometo Falhar, nos deparamos com o amor exposto sem pudor e sem limites, de forma crua e intensa, em diversas facetas e situações únicas, mas profundas o bastante para mostrar que todos nós estamos sujeitos a ele, independente da forma como venha e por quem nutrimos este sentimento.
Em cada crônica o autor expõe formas de amar e ser amado, das mais simples as mais absurdas e inimagináveis, e acredito que pelo menos em uma delas alguém vai se identificar. As crônicas são curtas e rápidas de serem lidas e muitas delas são apresentadas em forma de poema, mas acho que o ideal é ler o livro aos poucos, abrindo uma página ao acaso e se deixar ser surpreendido como se a crônica fosse um tipo de "mensagem do dia" para refletir.
A narrativa é feita em primeira pessoa e é cheia de sentimentalismo. Os textos são cheios de significados profundos e é possível sentir o que foi passado através das palavras. Esse é um ponto bem positivo pra mim, pois ler um livro que fala de amor mas que não nos toca não faz o menor sentido e, por isso, posso afirmar que Prometo Falhar cumpre com o propósito de mexer com nossos sentidos e emoções.
Mas, levando em consideração o tema do livro, os vários palavrões que estão presentes nos textos me soaram um tanto desnecessários. Não me importo com palavrões quando fazem parte de diálogos de personagens com uma personalidade que remete a este estilo, mas no contexto desse livro em particular não foi algo que tenha me agradado muito.
Um ponto que achei bem intrigante é que o autor parece "desconstruir" muitas crônicas alternando o estilo de escrita em cada uma delas de forma proposital, ignorando pontuações, iniciando frases com letra minúscula e dando a entender que nem o próprio texto precisa ser perfeito para que possa mexer com as pessoas, pois como todos nós, somos falhos e imperfeitos, temos nossos defeitos mas ainda temos nossas formas de nos expressarmos e lidarmos com sentimentos.
Ainda que seja um tema que eu goste e que me faça refletir e me emocionar, senti que muitas das crônicas, ainda que falem de amor, parecem dizer a mesma coisa com palavras diferentes para "diversificar". Então a leitura acabou se tornando um pouco monótona e deixou aquela sensação de repetição. Apesar de satisfatória de forma geral, a adaptação do livro para o português do Brasil não ficou 100% pois muitas palavras ou frases, por mais que seja fácil de entender, não sofreram mudanças e percebemos a diferença por não falarmos daquele jeito aqui. Muitas vezes eu lia e mentalmente fazia um sotaque português de alguma expressão, "ora pois". Algumas palavras ainda tem marcações com o significado em notas de rodapé mas acho que se há diferenças no idioma, estas devem ser adaptadas à nossa realidade e as frases deviam ter sido reformuladas para uma melhor fluidez e compreensão.
As crônicas podem ser lidas fora de ordem, mas não há marcações de capítulos/crônicas. A principio o que indica o início de uma crônica nova é a margem superior da página que é maior do que nas demais páginas.
Eu gostei do livro e da forma como o autor expôs o amor que se apresenta de várias maneiras de acordo com quem seja. Amor que emociona, amor que dói e machuca, amor que confunde, amor que abala as estruturas, que vem cedo demais ou se manifesta tarde demais, pela pessoa certa ou pela pessoa errada e por aí vai.
O próprio título do livro já é explícito o suficiente pra mostrar que falhar não é uma opção, mas que por mais que isso possa doer e trazer a sensação de fracasso, é através dos erros que adquirimos experiências para que possamos acertar no futuro, afinal, é praticamente impossível encontrarmos a perfeição. Temos que viver com intensidade, arriscar quando possível e entender que o verdadeiro fracasso é não tentar.
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O Mundo das Vozes Silenciadas - Carolina Munhóz e Sophia Abrahão
27 de outubro de 2015
Título: O Mundo das Vozes Silenciadas - O Reino das Vozes #2
Autoras: Carolina Munhóz e Sophia Abrahão
Editora: Fantástica/Rocco
Gênero: Fantasia/Juvenil/Nacional
Ano: 2015
Páginas: 288
Nota: ★★★★☆
Onde comprar: Saraiva | Submarino | Americanas
Resenha: O Mundo das Vozes Silenciadas é o segundo volume da série O Reino das Vozes, escrita pela autora nacional Carolina Munhóz em parceria com Sophia Abrahão.
Por se tratar da continuação, a resenha pode ter spoilers do livro anterior, sorry.
Em O Reino das Vozes que não se Calam, conhecemos a protagonista Sophie, uma jovem depressiva, cheio de medos e dúvidas, que não enxergava o próprio valor e acreditava que a felicidade era algo que jamais iria encontrar. Até que ela descobre um lugar fantástico, o Reino, onde foi aceita como a pessoa que é e, enfim, encontrou a felicidade, além de descobrir que lá ela é alguém muito importante para os Tirus, o povo do mundo mágico.
Mas depois de todos os acontecimentos que se passaram, no final das contas, Sophie deixou o Reino pra trás e mais de cinco anos se passaram desde então. Ela fez faculdade de música e agora, sendo adulta, lida com a vida real. Agora Sophie trabalha para uma banda de rock famosa, a Maguifires, como assistente de produção e, em segredo, namora Nicholas, o vocalista.
Seu relacionamento com Léo foi fadado ao fracasso já que o sucesso subiu à cabeça dele quando a Unique, sua banda, fez sucesso e ele deixou de dar importância às coisas que não tivessem ligação com ela, incluindo Sophie, que ficou de lado.
Até que Sophie revive a experiência de ir até o Reino, mas além de não entender o motivo, ela fica diante de um enigma que deve ser desvendado e agora deve buscar as respostas, principalmente por que sua ausência é prejudicial aos Tirus. Seus dramas passados vem à tona e ela precisa lidar com problemas dos quais não esperou, principalmente a dor de um coração partido. Agora Sophie deve decidir mais uma vez entre fantasia e realidade e o que vai definir seu destino serão suas escolhas baseadas em sua busca por respostas nos dois mundos que conhece.
A narrativa segue o mesmo padrão do livro anterior, em terceira pessoa, poética e, neste livro, além de ser mais fluída, senti um aprofundamento muito maior na questão dos sentimentos dos personagens e a forma como cada um deles foi apresentado, diferente do primeiro que foi mais raso em suas construções. Esse aprofundamento faz com que o leitor acabe tendo uma ligação maior com eles, talvez consiga se identificar, ter empatia e torcer por cada um, seja de forma positiva ou negativa.
As descrições para cenários são simplesmente perfeitas e nesse ponto só tenho elogios. É possível imaginar cada pedacinho por onde os personagens passam, como se o próprio leitor estivesse lá na Itália, presenciando os acontecimentos e apreciando o lugar, mas confesso que ainda me incomodo com a insistênciairritante da autora em se referir aos personagens através de alguma característica física que eles tem, como "a ruiva isso" ou "a ruiva aquilo" (como foi com o livro Por um Toque de Ouro, por exemplo, em que apontei isso como algo que não me agradou).
Um dos pontos legais da história é a nova fase em que Sophie se encontra. Diferente de como foi apresentada no primeiro livro, talvez pelo tempo que se passou e pelo pouco mais de idade que ela tem, ela agora está mais madura, menos sarcástica, mais confiante e em vez de se entregar aos problemas, ela prefere encará-los de frente para resolver as coisas além de usar sua experiência para ajudar os outros que sofrem e não se dão o devido valor. Sophie está longe de sua família e de seus amigos, ainda lida com a depressão, mas o que parece é que ela aprendeu a contornar os problemas para não se deixar levar por eles, mas ainda se envolve em discussões ou brigas bobas que poderiam ser facilmente evitadas, como é o caso das brigas com Nicholas.
Nicholas é aquele tipo de personagem que arranca suspiros, gato, sarado e é o namorado perfeito. Entre ele e Léo, escolho ele sem pensar duas vezes, mas Sophie ainda carrega uma mágoa dentro de si e ainda nutre sentimentos pelo seu ex e isso faz com que ela fique, de certa forma, dividida entre os dois.
Como eu havia dito na resenha do livro anterior, continuo acreditando que o Reino seja uma metáfora, algo criado por Sophie para que sirva como um tipo de válvula de escape, um meio que ela encontrou para poder fugir de problemas e de momentos difíceis e que, ainda que ela acredite nisso com toda a convicção do mundo, tudo isso só exista na cabeça dela. É uma teoria que pra mim faz bastante sentido, mas resta aguardar o próximo volume para maiores esclarecimentos.
Mas sendo bem sincera, por mais que a história pareça ter alcançado um nível maior no que diz respeito a escrita e a narrativa e até a forma como problemas delicados de cada um são abordados, o que não anda me agradando muito nas histórias nos últimos livros da autora é que temas como fama, música, sucesso, dinheiro e afins estão sempre ali entranhados fazendo parte do desenrolar da trama e nunca camuflados ou tratados com sutileza, e isso acaba me deixando saturada. A sensação é de já saber os elementos que vou encontrar no livro antes mesmo de abri-lo e sinto falta uma história dela que vai me surpreender de verdade justamente por não abordar música e celebridades. Usar isso em um livro, ok... mas em dois, três e etc se torna algo repetitivo, cansativo e cai no clichê. Ainda que existam temas delicados, fortes e dignos de reflexão, é como se existisse um tipo de fórmula que se sobressai à trama em si: Algo como "fantasia + música + celebridades = livros da Carolina Munhóz".
Seguindo o padrão do primeiro livro, a capa é a coisa mais linda ever. O tom de azul dá um ar mágico e misterioso à obra e os detalhes em verniz e alto relevo dão um charme a mais. As páginas são amarelas e há ornamentos em cada início de capítulo.
Enfim, O Mundo das Vozes Silenciadas é uma sequência super satisfatória, que mostra uma personagem com problemas reais e críveis com quem muitos podem se identificar e com um final que foge de clichês e deixa o leitor ansiando pelo próximo volume.
Pra quem gosta de fantasia com toques de drama e várias referências musicais, não pode deixar de acompanhar a série.
Autoras: Carolina Munhóz e Sophia Abrahão
Editora: Fantástica/Rocco
Gênero: Fantasia/Juvenil/Nacional
Ano: 2015
Páginas: 288
Nota: ★★★★☆
Onde comprar: Saraiva | Submarino | Americanas
Sinopse: Anos após ter deixado o Reino das vozes que não se calam para trás, Sophie começou a trabalhar como assistente de uma famosa banda de rock. Enquanto tenta lidar com os desafios de sua nova vida, a jovem não imagina que em breve será chamada de volta para o seu mundo mágico, o único lugar onde já se sentiu acolhida. E muito menos o quanto sua longa ausência foi prejudicial para o Reino. Será que ela vai precisar decidir outra vez entre a realidade e a fantasia? Uma nova jornada repleta de descobertas e escolhas difíceis espera por Sophie e pelos leitores em O mundo das vozes silenciadas.
Resenha: O Mundo das Vozes Silenciadas é o segundo volume da série O Reino das Vozes, escrita pela autora nacional Carolina Munhóz em parceria com Sophia Abrahão.
Por se tratar da continuação, a resenha pode ter spoilers do livro anterior, sorry.
Em O Reino das Vozes que não se Calam, conhecemos a protagonista Sophie, uma jovem depressiva, cheio de medos e dúvidas, que não enxergava o próprio valor e acreditava que a felicidade era algo que jamais iria encontrar. Até que ela descobre um lugar fantástico, o Reino, onde foi aceita como a pessoa que é e, enfim, encontrou a felicidade, além de descobrir que lá ela é alguém muito importante para os Tirus, o povo do mundo mágico.
Mas depois de todos os acontecimentos que se passaram, no final das contas, Sophie deixou o Reino pra trás e mais de cinco anos se passaram desde então. Ela fez faculdade de música e agora, sendo adulta, lida com a vida real. Agora Sophie trabalha para uma banda de rock famosa, a Maguifires, como assistente de produção e, em segredo, namora Nicholas, o vocalista.
Seu relacionamento com Léo foi fadado ao fracasso já que o sucesso subiu à cabeça dele quando a Unique, sua banda, fez sucesso e ele deixou de dar importância às coisas que não tivessem ligação com ela, incluindo Sophie, que ficou de lado.
Até que Sophie revive a experiência de ir até o Reino, mas além de não entender o motivo, ela fica diante de um enigma que deve ser desvendado e agora deve buscar as respostas, principalmente por que sua ausência é prejudicial aos Tirus. Seus dramas passados vem à tona e ela precisa lidar com problemas dos quais não esperou, principalmente a dor de um coração partido. Agora Sophie deve decidir mais uma vez entre fantasia e realidade e o que vai definir seu destino serão suas escolhas baseadas em sua busca por respostas nos dois mundos que conhece.
A narrativa segue o mesmo padrão do livro anterior, em terceira pessoa, poética e, neste livro, além de ser mais fluída, senti um aprofundamento muito maior na questão dos sentimentos dos personagens e a forma como cada um deles foi apresentado, diferente do primeiro que foi mais raso em suas construções. Esse aprofundamento faz com que o leitor acabe tendo uma ligação maior com eles, talvez consiga se identificar, ter empatia e torcer por cada um, seja de forma positiva ou negativa.
As descrições para cenários são simplesmente perfeitas e nesse ponto só tenho elogios. É possível imaginar cada pedacinho por onde os personagens passam, como se o próprio leitor estivesse lá na Itália, presenciando os acontecimentos e apreciando o lugar, mas confesso que ainda me incomodo com a insistência
Um dos pontos legais da história é a nova fase em que Sophie se encontra. Diferente de como foi apresentada no primeiro livro, talvez pelo tempo que se passou e pelo pouco mais de idade que ela tem, ela agora está mais madura, menos sarcástica, mais confiante e em vez de se entregar aos problemas, ela prefere encará-los de frente para resolver as coisas além de usar sua experiência para ajudar os outros que sofrem e não se dão o devido valor. Sophie está longe de sua família e de seus amigos, ainda lida com a depressão, mas o que parece é que ela aprendeu a contornar os problemas para não se deixar levar por eles, mas ainda se envolve em discussões ou brigas bobas que poderiam ser facilmente evitadas, como é o caso das brigas com Nicholas.
Nicholas é aquele tipo de personagem que arranca suspiros, gato, sarado e é o namorado perfeito. Entre ele e Léo, escolho ele sem pensar duas vezes, mas Sophie ainda carrega uma mágoa dentro de si e ainda nutre sentimentos pelo seu ex e isso faz com que ela fique, de certa forma, dividida entre os dois.
Como eu havia dito na resenha do livro anterior, continuo acreditando que o Reino seja uma metáfora, algo criado por Sophie para que sirva como um tipo de válvula de escape, um meio que ela encontrou para poder fugir de problemas e de momentos difíceis e que, ainda que ela acredite nisso com toda a convicção do mundo, tudo isso só exista na cabeça dela. É uma teoria que pra mim faz bastante sentido, mas resta aguardar o próximo volume para maiores esclarecimentos.
Mas sendo bem sincera, por mais que a história pareça ter alcançado um nível maior no que diz respeito a escrita e a narrativa e até a forma como problemas delicados de cada um são abordados, o que não anda me agradando muito nas histórias nos últimos livros da autora é que temas como fama, música, sucesso, dinheiro e afins estão sempre ali entranhados fazendo parte do desenrolar da trama e nunca camuflados ou tratados com sutileza, e isso acaba me deixando saturada. A sensação é de já saber os elementos que vou encontrar no livro antes mesmo de abri-lo e sinto falta uma história dela que vai me surpreender de verdade justamente por não abordar música e celebridades. Usar isso em um livro, ok... mas em dois, três e etc se torna algo repetitivo, cansativo e cai no clichê. Ainda que existam temas delicados, fortes e dignos de reflexão, é como se existisse um tipo de fórmula que se sobressai à trama em si: Algo como "fantasia + música + celebridades = livros da Carolina Munhóz".
Seguindo o padrão do primeiro livro, a capa é a coisa mais linda ever. O tom de azul dá um ar mágico e misterioso à obra e os detalhes em verniz e alto relevo dão um charme a mais. As páginas são amarelas e há ornamentos em cada início de capítulo.
Enfim, O Mundo das Vozes Silenciadas é uma sequência super satisfatória, que mostra uma personagem com problemas reais e críveis com quem muitos podem se identificar e com um final que foge de clichês e deixa o leitor ansiando pelo próximo volume.
Pra quem gosta de fantasia com toques de drama e várias referências musicais, não pode deixar de acompanhar a série.
Tag - Outubro Rosa
26 de outubro de 2015
Oie, gente!
Outubro Rosa é um movimento popular conhecido em todo o mundo. O nome remete à cor do laço rosa que simboliza a luta contra o câncer de mama e estimula a participação da população, empresas e entidades. Este movimento começou nos Estados Unidos, onde vários Estados tinham ações isoladas referente ao câncer de mama e ou mamografia no mês de outubro, posteriormente com a aprovação do Congresso Americano o mês de Outubro se tornou o mês nacional (americano) de prevenção do câncer de mama.
Em homenagem a proposta, eis que a tag foi criada (não foi por mim, mas não me perguntem quem foi pois não faço a menor ideia e se foi vc me avise pra que eu possa dar os devidos créditos) com perguntas/temas pertinentes à questão da prevenção que você podem ver logo abaixo:
Campanha - Um livro que você indica para todos.
Prevenção - Um livro que você previne as pessoas indicando elas a não lerem.
Câncer de mama - Um livro com um personagem que devemos ter cuidado.
Dia Mundial - Um livro que todo mundo ama.
Rosa - Um livro de capa rosa.
Autoexame - Um livro que você descobriu sozinho e foi bom.
Médico - Um livro que todo mundo deveria ler.
Luta - Um livro difícil de terminar.
Peito - Um livro que tem um lugar especial no seu coração.
Risco - Um livro que você tem medo de ler.
Conscientização - Indique outras pessoas.
Campanha
- Um livro que indico para todos:
Meu Romeu - Lisa RayvenMeu Romeu é aquele livro com um romance gradual e intenso. A autora tem uma habilidade sem igual em descrever sensações baseadas nas experiências mais íntimas que os personagens vivem e descobrem e ainda equilibra a tensão com diálogos e cenas com muito bom humor.
Impossível não indicar.
Prevenção
- Um livro que eu previno as pessoas indicando elas a não lerem:
Melancia - Marian KeyesMelancia foi um daqueles livros que encontrei por acaso e fui conquistada pela capa... Mas ao ler foi uma decepção atrás da outra... Enredo fraco, clichê e previsível com uma personagem sem noção...
Câncer de mama
- Um livro com um personagem que devemos ter cuidado:
Pequenas Grandes Mentiras - Liane MoriartyPequenas Grandes Mentiras foi um dos melhores livros que já li. A trama é super bem construída e apresenta problemas familiares reais e que fazem parte do cotidiano. E claro, mostra um personagem que, aparentemente, é exemplo de boa pessoa sendo que por dentro é alguém que devemos sempre ter cuidado e ficar com os dois pés atrás.
Dia Mundial
- Um livro que todo mundo ama:
A Culpa é das Esrtelas - John GreenNão sou muita fã de John Green mas confesso ter gostado de A Culpa é das Estrelas ainda que não seja meu livro favorito. Mas confesso de forma geral que este é um livro que todo mundo ama e dispensa maiores comentários.
Rosa
- Um livro de capa rosa:
A Noiva é Tamanho 42 - Meg CabotA Noiva é Tamanho 42 é o quinto e último volume da série Mistérios de Heather Wells da autora diva Meg Cabot. Escolhi esse livro em particular só pelo fato de ele ter a capa toda rosa e sem outros detalhes maiores como cenários e afins. A história dá sequência a saga de Heather, que neste volume, está preocupada com os preparativos do casamento enquanto, obviamente, há o mistério sobre um assassinato bizarro. O diferencial é que se trata de uma série mais adulta do que as demais da autora pois além de abordar assassinatos, ainda se aprofunda num relacionamento bem mais maduro que o casal principal tem.
Autoexame
- Um livro que eu descobri sozinha e foi bom:
A Bússola Dourada - Philip Pullman
A Bússola Dourada foi um livro que me surpreendeu bastante. O autor criou um universo alternativo parecido com o nosso mas que remete ao steampunk e traz os deamons, algo como uma extensão de seus donos, como se fossem a "alma" das pessoas projetadas em forma de animais. A trilogia Fronteiras do Universo é uma das melhores que já tive oportunidade de ler, inclusive.
Médico
- Um livro que todo mundo deveria ler:
Garota Exemplar - Gillian FlynnGarota Exemplar tem uma trama de deixar o cabelo de qualquer um em pé ao trazer uma protagonista psicopata que traça um plano maquiavélico para prejudicar o marido. As reviravoltas que a história tem e a personalidade doentia da protagonista, assim como as coisas que ela é capaz de fazer, vão surpreender.
Luta
- Um livro difícil de terminar:
Morte Súbita - J.K. RowlingA estreia de J.K. com um livro voltado ao público adulto foi bastante satisfatória, mas por mais que a história de Morte Súbita seja ótima, traga várias críticas à sociedade e tenha várias lições de moral, é difícil se conectar a ela devido a introdução que se prolonga, as apresentações dos vários personagens e afins. É necessário persistir para que a leitura, enfim, se torne empolgante, prenda e flua bem. O resultado final compensa, mas é um livro difícil de terminar por causa do começo.
Peito
- Um livro que tem um lugar especial no meu coração:
Harry Potter e a Pedra Filosofal - J.K. RowlingO que dizer de um livro que introduziu milhões de leitores à literatura? Harry Potter dispensa comentários e a série toda é algo que vou levar no coração pro resto da vida.
Risco
- Um livro que eu tenho medo de ler:
A Guerra dos Tronos - George R.R. MartinNão é bem medo, mas por mais que todos falem bem da série (e do seriado também) e seja um tipo de leitura que muito me interessa, não tenho coragem de ler por agora devido a complexidade da história e da enorme quantidade de páginas (e letras miúdas) que com certeza iriam me atrasar em outras leituras e além. Sei que ficaria envolvida a ponto de simplesmente largar minhas obrigações e no momento não posso me dar a esse luxo, infelizmente.
Conscientização
– Tagueie outras pessoas:
Vou deixar a tag em aberto pra quem quiser fazer ;)
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