Autora: Taylor Jenkins Reid
Editora: Paralela
Gênero: Romance
Ano: 2019
Páginas: 360
Nota:★★★★★♥
Sinopse: Lendária estrela de Hollywood, Evelyn Hugo sempre esteve sob os holofotes – seja estrelando uma produção vencedora do Oscar, protagonizando algum escândalo ou aparecendo com um novo marido... pela sétima vez. Agora, prestes a completar oitenta anos e reclusa em seu apartamento no Upper East Side, a famigerada atriz decide contar a própria história – ou sua "verdadeira história" –, mas com uma condição: que Monique Grant, jornalista iniciante e até então desconhecida, seja a entrevistadora. Ao embarcar nessa misteriosa empreitada, a jovem repórter começa a se dar conta de que nada é por acaso – e que suas trajetórias podem estar profunda e irreversivelmente conectadas.
Resenha: Depois de ter curtido muito a escrita e a história de Daisy Jones & The Six, da autora Taylor Jenkins Reid, não pensei duas vezes quando soube do lançamento de Os Sete Maridos de Evelyn Hugo e já queria ler o quanto antes, cheia de expectativas. Diferente do primeiro que tem foco na indústria da música, este nos leva aos bastidores de Hollywood.
Prestes a completar oitenta anos, Evelyn Hugo, a lendária estrela de Hollywood, vive reclusa em seu apartamento depois de protagonizar vários escândalos no meio cinematográfico em sua época de glória. Agora, Evelyn quer contar sua verdadeira história, com direito aos mínimos detalhes e todos os segredos de sua vida, desde que a entrevistadora seja Monique Grant, uma jornalista inexperiente de trinta e cinco anos que ninguém nunca ouviu falar. Inicialmente, Monique não entende o motivo de ter sido escolhida para escrever um livro com a biografia de Hugo em meio a tantos jornalistas famosos que poderiam fazer o mesmo, e ela percebe que escrever e publicar essa biografia não só poderia alavancar sua carreira, como descobrir que as trajetórias das duas poderiam estar conectadas de uma forma surpreendente.
Narrado em primeira pessoa pelo ponto de vista de Monique, a trama retorna ao passado da icônica e famigerada atriz dos anos 60, se intercalando com os momentos presentes da jornalista, evidenciando, assim, o impacto que os detalhes da vida dela causam em Monique. Em meios aos capítulos também surgem as partes divididas por informações sobre cada casamento (que aconteceram por um motivo, e não por ela ter mania de se casar pra causar como muitos pensavam), e várias notícias sobre a atriz em jornais do passado ou em sites da atualidade, com direito a comentários do público e afins, o que mostra que quando a pessoa é pública, todos se acham no direito de julgá-la com suas opiniões que ninguém pediu.
O que realmente movimenta essa jornada é a curiosidade do leitor pela vida de Evelyn. Mas não aquela vida que todos conhecem através das notícias sensacionalistas e dos escândalos aos quais a atriz se envolveu, mas sim sua vida por trás das câmeras, os detalhes de sua rotina, dos seus desejos, dos seus sonhos, e de quem ela é na realidade. São coisas que ninguém sabe por conta da fachada de celebridade que lhe foi imposta. Assim, vamos acompanhando uma mulher forte e que assume tudo o que fez, por mais "sujo" que possa parecer. Evelyn é cativante, e entre as milhões de virtudes e defeitos que tem, talvez a maior delas seja sempre ser sincera com os outros e consigo mesma, sendo capaz de conseguir olhar pra si mesma e avaliar a quantas anda sua vida. Ela se aproveitou de sua beleza, de seu corpo estonteante, dos contatos e influências de Hollywood pra chegar onde queria, e, embora muito disso possa ter lhe dado vários problemas, ela não se arrepende de nada, principalmente porque nada foi por acaso, tudo fez parte das escolhas dela com propósito de se aproximar e conseguir algo muito maior e que a faria feliz de verdade. Monique, então, ficaria responsável por contar ao mundo quem é essa Evelyn Hugo.
Só posso dizer que a autora acertou em cheio outra vez com mais uma obra que levanta questionamentos e discussões sobre a representatividade que personagens femininas empoderadas tem na sociedade, principalmente quando envolvem assuntos ligados à violência contra a mulher, ao preconceito, à sexualidade e outras questões de gênero. E leituras assim são importantes e muito necessárias para que as pessoas aprendam a ser mais tolerantes quando o assunto é amor e felicidade alheia.
Sei que o ano ainda não acabou, mas já me arrisco a dizer que este foi o melhor livro que li em 2019, e sei que vai ser difícil algum outro superar.
Ao final, o que faz a gente se lamentar é que a obra não é baseada em fatos, e que se trata de apenas uma personagem - a melhor personagem -, e se Evelyn Hugo existisse de verdade, eu seria sua maior fã.