Bruxa da Noite - Nora Roberts

9 de julho de 2020

Título: Bruxa da Noite - Primos O'Dwyer #1
Autora: Nora Roberts
Editora: Arqueiro
Gênero: Fantasia/Romance
Ano: 2015
Páginas: 320
Nota:★★★★☆
Sinopse: Com pais indiferentes, Iona Sheehan cresceu ansiando por carinho e aceitação. Com a avó materna, descobriu onde encontrar as duas coisas: numa terra de florestas exuberantes, lagos deslumbrantes e lendas centenárias – a Irlanda.
Mais precisamente no Condado de Mayo, onde o sangue e a magia de seus ancestrais atravessam gerações – e onde seu destino a espera.
Iona chega à Irlanda sem nada além das orientações da avó, um otimismo sem fim e um talento inato para lidar com cavalos. Perto do encantador castelo onde ficará hospedada por uma semana, encontra a casa de seus primos Branna e Connor O’Dwyer, que a recebem de braços abertos em sua vida e em seu lar.
Quando arruma emprego nos estábulos locais, Iona conhece o dono do lugar, Boyle McGrath. Uma mistura de caubói, pirata e cavaleiro tribal, ele reúne três de suas maiores fantasias num único pacote.
Iona logo percebe que ali pode construir seu lar e ter a vida que sempre quis, mesmo que isso implique se apaixonar perdidamente pelo chefe. Mas as coisas não são tão perfeitas quanto parecem. Um antigo demônio que há muitos séculos ronda a família de Iona precisa ser derrotado.
Agora parentes e amigos vão brigar uns com os outros – e uns pelos outros – para manter viva a chama da esperança e do amor.

Resenha: Bruxa da Noite é o primeiro volume da trilogia Primos O'Dwyer, escrita pela autora Nora Roberts e publicado no Brasil pela Editora Arqueiro.
A história começa num inverno intenso, tomado por chuvas e nevoeiros, no ano de 1263 na Irlanda. Sorcha, mais conhecida como Bruxa da Noite devido aos seus enormes poderes, além de respeitada e ter alguns privilégios por ser esposa de Daithi, o cennfine (chefe do clã), leva uma vida cheia de amor com os três filhos pequenos - Brannaugh, Teagan e Eamon - enquanto seu marido, que estava lutando na guerra, era aguardado com bastante ansiedade quando a primavera chegasse.
Com o passar das semanas, Sorcha e os filhos são perseguidos por Cabhan, um demônio maligno e ambicioso, sedento por poder. A fim de acabar com esse mal, Sorcha trava uma luta com Cabhan, divide seu enorme poder entre os filhos, poder este que passaria para seus descendentes através das gerações, e se sacrifica acreditando que libertaria seus entes queridos do perigo, mas o mal resistiu e, na floresta, iria aguardar pacientemente o momento certo para voltar...

Setecentos e cinquenta anos se passaram desde o sacrifício de Sorcha, o ano é 2013, e Iona Sheenan entra em cena. Ela cresceu nos EUA, carente e procurando aceitação dos pais indiferentes. Recebendo atenção da avó e ouvindo dela histórias fantásticas envolvendo seus ancestrais, Iona descobre onde, enfim, poderia encontrar o que tanto desejava na vida. Então, ela decide deixar tudo para trás partindo para a Irlanda, no Condado de Mayo, com intuito de descobrir sobre suas raízes. Lá ela é recebida de braços abertos pelos primos Connor e Branna O'Dwyer e, por ter um talento nato para lidar com cavalos, Iona consegue um emprego no estábulo. Ao conhecer seu chefe, Boyle McGrath, percebe que encontrou a vida que sempre quis naquele lugar mágico e encantador.
Tudo parecia perfeito, mas o que ela não esperava era descobrir que seus primos, e agora ela também, seriam alvos de Cabhan, que anseia pelos poderes herdados de Sorcha que eles possuem, além da sede por vingança que ele tem...
Resta aos primos Iona, Branna e Connor se unirem para derrotarem esse mal de forma definitiva para, enfim, viverem felizes e manterem a chama do amor da família sempre acesa.

Eu ainda não tinha lido nenhum livro de Nora Roberts pra poder fazer comparações. A opção por essa leitura se deu devido ao tema fantástico envolvendo bruxas, magia e com o pano de fundo maravilhoso, convidativo e mágico que é a Irlanda. Isso bastou pra chamar minha atenção e posso afirmar que a autora tem uma escrita única e envolvente e criou personagens bem definidos, além de utilizar de uma mitologia convincente e madura que envolve elementos da natureza e animais que possuem ligação com seus donos e funcionam como uma extensão deles.

A narrativa é feita em terceira pessoa focando no ponto de vista de Iona. Apesar da carência inicial, ela é uma personagem doce e inteligente, mas bem imatura. Boyle já faz o estilo forte e misterioso. Quando Iona decide controlar os poderes que tem, a medida que ela aprende e convive com os primos e os amigos, ela também amadurece e cresce como personagem.
Aparentemente a única coisa que Iona e Boyle têm em comum são o amor por cavalos, mas com o desenrolar da história eles se envolvem cada vez mais. Boyle não tinha intenção de se envolver emocionalmente com ninguém, mas Iona vem pra mudar isso. A ideia, ao que parece, é que eles tivessem uma química explosiva digna de estremecer o chão, mas o único problema é que não consegui sentir química alguma e os dois, como casal, me soaram um tanto vazios, pelo menos até Iona perceber que havia, sim, um sentimento intenso e incondicional por parte de Boyle. O relacionamento, então, é desenvolvido gradualmente até que se torne sólido o bastante pra ser considerado interessante.
A caracterização dos personagens foi o que mais me agradou e os que mais gostei foram Fin e Meara, com quem ela cultiva uma amizade. Fin inclusive é descendente de Cabhan e ele mantém um relacionamento de amor e ódio com Branna, o que torna a história bem mais interessante. A autora já os colocou num caminho e trabalhou as mágoas, ressentimentos e problemas de confiança que eles têm e espero por um livro que se aprofunde melhor no relacionamento dos dois.
Um fator interessante e original sobre a história é que os primos são reconhecidos pelas pessoas como sendo bruxos devido a história de Sorcha, então eles não se mantém no anonimato precisando guardar segredo de suas origens.
Os personagens, como um todo, foram muito bem construídos e todos têm personalidades distintas. O temperamento de alguns dão até mesmo um toque engraçado à história.

O que não funcionou pra mim foi a falta de um aprofundamento maior sobre a história de Iona, pois ela fica constantemente choramingando sobre sua carência e falta de amor mas a autora não expõe nada sobre isso, o que passou com os pais e o que fizeram pra ela se sentir tão sozinha.
Um ponto que, pra mim, foi super desnecessário foi a insistência em falar sobre comida. Os personagens estão sempre comendo e bebendo e evidenciar isso em mais da metade do livro foi algo cansativo e inútil.
Senti falta de uma verdadeira ameaça, e por mais que o leitor saiba que há um perigo que permeia a história, não houve tensão suficiente pra criar um clímax e nada me tirou o fôlego.
O final não fez muito sentido pra mim e me deixou pensando que, ou há um furo enorme, ou eu deixei passar sem ter a menor ideia do que os personagens planejaram para tentar destruir Cabhan.
Os dois primeiros capítulos, que funcionam como a introdução contando como tudo começou, tiveram mais destaque e foram muito mais empolgantes e emocionantes pra mim. Meu erro foi me basear neles ao criar expectativas maiores para o restante da história. Não que ela seja ruim, muito pelo contrário, só esperei por uma coisa quando na verdade me deparei com outra.

Sobre a parte impressa e o trabalho gráfico, a capa é muito bonita e manteve a arte da obra original que remete a todo um mistério. O nome da autora e a moldura que envolve o título possuem aplicações em verniz pra se destacar do fundo fosco. A diagramação é simples, as páginas são amarelas, a fonte tem um tamanho agradável e não encontrei erros de revisão. Os capítulos são numerados com um ornamento inferior como detalhe.

No mais, pra quem procura por um livro que traga uma história com uma escrita envolvente e sólida sobre bruxas, família, amizade e um grande amor, Bruxa da Noite é uma boa pedida.

Na Telinha - Little Fires Everywhere (1ª temporada)

8 de julho de 2020

Título: Pequenos Incêndios por Toda Parte (Little Fires Everywhere)
Temporada: 1 | Episódios: 8
Elenco: Reese Witherspoon, Kerry Washington, Joshua Jackson, Lexi Underwood, Megan Stott, Jade Pettyjohn, Jordan Elsass, Gavin Lewis, Rosemarie DeWitt
Gênero: Drama
Ano: 2020
Duração: 60min
Classificação: +16
Nota:★★★★★
Sinopse: Um encontro entre duas famílias completamente diferentes vai afetar a vida de todos. A dona de casa perfeita Elena Richardson (Reese Witherspoon) aluga a casa de hóspedes à Mia Warren (Kerry Washington), uma artista solteira e enigmática que se muda para Shaker Heights com sua filha adolescente. Em pouco tempo, as duas se tornam mais do que meras inquilinas: todos os quatro filhos da família Richardson se encantam com as novas moradoras de Shaker. Porém, Mia carrega um passado misterioso e um desprezo pelo status quo que ameaça desestruturar uma comunidade tão cuidadosamente ordenada.

Little Fires Everywhere é uma minissérie americana, baseada no romance homônimo e best-seller de Celeste Ng. No Brasil, o livro foi lançado pela Editora Intrínseca. A série foi lançada pela plataforma gringa de streaming Hulu (a mesma que distribuiu a série The Handmaid's Tale) e agora foi disponibilizada com exclusividade pra gente pela Amazon Prime Video. A trama se passa nos anos 90 e mostra como a vida, aparentemente perfeita, da família de Elena Richardson é afetada pela chegada da artista Mia Warren e sua filha Pearl, ambas negras, na cidadezinha bucólica de Shaker Heights, Ohio, cujos princípios utópicos de conservadorismo, harmonia e ordem estão prestes a ser abalados.


Enquando Elena mantém as aparências de família perfeita e bem estruturada com seu marido advogado e seus quatro filhos adolescentes, Mia não tem raízes, não faz questão de cultivar amizades e perdeu as contas de quantas vezes se mudou, já que mantém um estilo de vida itinerante.
Mia se torna inquilina dos Richardson e tudo começa quando Pearl faz amizade com os filhos de Elena e fica maravilhada com a mansão que eles moram e com o estilo de vida que levam, afinal, ela nunca teve uma casa confortável ou um quarto pra chamar de seu. Logo ela se sente acolhida em meio aquela família que a trata tão bem. Em contrapartida, a filha caçula de Elena, Izzy, é a ovelha negra da família, não se encaixa, não aceita as imposições da mãe que exige que a menina seja alguém que ela não é, e acaba encontrando refúgio em Mia, pois é a única que realmente parece enxergá-la e compreendê-la.


E a partir daí, começa uma "guerra invisível" entre mães que só querem o melhor para seus filhos, mas que parecem não saber lidar muito bem com o que eles realmente querem. A trama ainda encaixa questões judiciais envolvendo Bebe Chow, uma personagem chinesa que sofre por ter abandonado a filha num momento de desespero, e que envolve Mia, Elena e sua melhor amiga, Linda, de forma direta ao caso, fazendo com que o drama sobre os privilégios das classes sociais mais altas, e as injustiças sofridas pelas mais baixas, se intensifique ainda mais.


Com tantas discussões acerca de questões raciais, que são tão relevantes para a sociedade, Little Fires Everywhere parece ter vindo a tempo e a hora para ajudar a conscientizar as pessoas sobre uma pontinha do que é o racismo velado e os privilégios dos brancos, assim como abordar questões sexistas, problemas familiares, as enormes dificuldades que envolvem a maternidade, e as consequências de se manter tantos segredos e viver de aparências, e a série faz isso muito bem.

Chega a ser desconfortável para o expectador acompanhar Elena e Mia se desconstruindo a medida que os problemas vão aparecendo e várias descobertas vão sendo feitas. Elena é uma jornalista que trabalha meio período e leva a vida da forma mais metódica que se possa imaginar. Ela faz listas de afazeres, impõe aos filhos o que devem vestir e como devem se comportar, e até tem os dias certos da semana para ter relações com seu marido (?), e ai de quem sair da linha. Nada pode sair fora do planejado pra essa mulher.
Mia é o oposto. Ela consegue ver a vida de uma forma diferente, consegue enxergar a essência das pessoas mesmo que as evite e as trate com secura, mas sabe que por ser negra, ela e a filha enfrentarão coisas que estão fora da realidade de quem é branco, mesmo que elas pareçam ter sido aceitas na comunidade. Assim, o relacionamento conturbado e incômodo das protagonistas e de seus filhos, começa a revelar um outro lado de Elena e como ela vai, aos poucos, perdendo a compostura, e como os segredos de Mia, que ela fez questão de esconder durante tantos anos, começam a vir à tona a ponto da vida de todos virar de cabeça pra baixo.


A temporada tem apenas 8 episódios, mas consegue se desenvolver bem e mostrar os pontos mais importantes sobre o passado das protagonistas através de flashbacks que se passam nos anos 70 e 80 que explicam muito sobre suas escolhas de vida e o que influenciou em suas trajetórias até o momento presente.
As pessoas são imperfeitas e tentam fazer as escolhas que elas julgam serem as mais corretas pra suas vidas com base no que aprenderam ou no que experimentaram, mas isso não significa que é a melhor escolha ou que qualquer coisa vai levá-las a redenção ou coisa do tipo. O final da temporada deixa algumas questões em aberto, e a curiosidade pra saber o que vai acontecer com os personagens fica no ar, mas conclui de uma forma bem trágica que, felizmente ou não, mostra que existe o reconhecimento de que as coisas nem sempre estão sob nosso controle ou como gostaríamos que fosse. Little Fires Everywhere é desconfortável e inquietante em alguns momentos, mas não nego que prende a atenção, surpreende com as atuações, dá vários tapas na cara com diálogos inteligentes e situações absurdas, e mesmo que cause algumas frustrações e revoltas com alguns acontecimentos, é mais do que recomendada.

Resumo do Mês - Junho

1 de julho de 2020


Esse mês não pude dar muita atenção pro blog, mais uma vez. Não gosto quando isso acontece porque sinto falta de sentar aqui e escrever sobre minhas leituras e as séries que vejo, mas isso fica meio difícil quando eu não ando lendo nada e ainda fico sem tempo pra escrever sobre o que ando assistindo.
Ando tendo uns problemas no condomínio do prédio onde moro por causa do Ian. Esse isolamento faz com que a gente fique PRESO DENTRO DE CASA DIA E NOITE e isso com certeza tá deixando as pessoas mais LOUCAS DO QUE NUNCA. Como já comentei várias vezes nessas postagens do resumo, que muitas vezes me servem como um desabafo, o Ian é uma criança terrível. Não pára um minuto, faz bagunça demais, grita demais, incomoda demais, e a vizinha aqui debaixo parece ter levado pro lado pessoal e não pára de reclamar do barulho que ele faz. Ela já reclamou comigo, já reclamou pro síndico, já reclamou pra imobiliária, já levei advertência por causa do incômodo e eu, sinceramente, não sei o que fazer. Sei que deve incomodar porque ele não para um minuto sequer, e quando corre pela casa dá cada pisão no chão que chega a tremer as paredes, mas por ser criança e não entender o que ele faz, fico sem saber como lidar.

Mas o que eu faço? Não tenho culpa do isolamento acústico nesse bendito apartamento ser zero e qualquer passo que a gente dê já faz barulho no teto da vizinha. Já pedi desculpas e falei que ia tentar controlar, mas vou amarrar o menino? Dar remédio pra dormir? Despachar pra longe? Sem escola e sem o acompanhamento com a psicóloga pra ajudar com o hiperativismo dele o menino só falta subir pelas paredes, e por mais difícil que seja, é complicado quando as pessoas não tem empatia e não entendem que a situação é complicada pra TODOS, inclusive pra mim que ando mais surtada do que nunca porque sou uma pessoa só, estamos todos presos, e não consigo ficar por conta dele 24hrs por dia pra manter ele em silêncio absoluto pra não incomodar os outros, até mesmo porque tenho outros filhos e uma casa inteira pra cuidar SOZINHA. Como não quero caçar briga com ninguém, e como fico incomodada por estar causando esses transtornos pros outros (mesmo que nunca tivesse sido minha intenção), o único jeito vai ser me mudar, MAIS UMA VEZ.

Já perdi as contas de quantas vezes mudei nos últimos 15 anos... Não podia fazer isso agora. É um gasto que eu não planejava ter, mas pra evitar a fadiga, vai ser o único jeito de dar paz e ter paz. É horrível quando a gente mora num lugar e não se sente em casa porque os outros reclamam sem sequer tentar entender o outro lado da história. Morar de aluguel é uma merda, mas a vantagem é que se tá ruim, a gente sai e pronto. Já achei uma casa espaçosa e bacana pra gente alugar, porque com o Ian, pelo menos enquanto ele for pequeno, não tem a menor condição de irmos morar em prédio, e agora só tô aqui esperando a análise dos documentos pra começar a preparar a mudança. Já deu tudo certo e agradeço todos os dias por isso.

Só preciso avisar a imobiliária pra colocar um aviso pro próximo que for alugar que é pra pessoa ter muito cuidado caso tenha filhos pequenos.... Nem sempre um comportamento problemático significa que o filho é mal criado, pode ter outras coisas por trás e quem não tem filho NUNCA vai saber e entender, de fato, como é. Então não adianta tentar explicar alguma coisa pra quem não pode se colocar no lugar do outro e nem vive nada do tipo entender. Criança faz barulho, criança grita, criança corre, criança chora, e pela experiência que tive aqui, percebi que não é qualquer um que entende e aceita que criança precisa disso pra ser criança.

Enfim... Acho que isso justifica um pouco minha ausência e desânimo, mas não quero desistir e pretendo me dedicar mais, assim que possível. Só não posso ficar me cobrando por algo que sei que não vou dar conta.

♥ Na Telinha
- 365 Dni

♥ Wishlist
- Funkos de The Craft

Caixa de Correio de Junho


Caixa de Correio #100 - Junho

30 de junho de 2020

Caixinha de Correio n° 100, Brasil?? É isso mesmo. Um dos pouquíssimos posts fixos e pontuais (as vezes nem tanto) chegou à sua 100ª edição. A tristeza é que, apesar de eu ter recebido popinhos maravilindos, continuo sem comprar e receber livros. Mas pra qualquer colecionador, essa caixa tá mais do que porreta. Tive coragem de customizar o pop da Hermione do baile porque aquele vestido rosa que ela usa no filme e que ficou representado no popinho nunca me desceu. Assim sendo, agora tá azul, como bem descrito no livro, e digna da minha admiração, graças as minhas habilidades artesanatísticas  (e sim, tenho a outra com o vestido rosa ainda, essa de azul é outra). Espiem as belezuras:

#NaJanelaFestival - Jornadas Antirracistas

25 de junho de 2020


Nos dias 26, 27 e 28 de junho, seis bate-papos e uma intervenção poética colocam em foco um debate premente para a construção de uma democracia plena: a ampliação das vozes e da luta antirracista. Com a participação de escritores, educadores, jornalistas, ativistas, pesquisadores e empreendedores, as #JornadasAntirracistas vão discutir temas diversos e prestar uma homenagem a Sueli Carneiro, uma de nossas maiores intelectuais contemporâneas, ativista e feminista antirracista.

As conversas acontecem ao vivo canal do YouTube da Companhia das Letras e os leitores podem contribuir com perguntas.

Confira abaixo a programação completa do #NaJanelaFestival e se programe para conferir:

📅 Sexta-feira, 26 de de junho
18h | Abertura: Performance de lançamento do livro “Não pararei de gritar”, com Carlos de Assumpção. Mediação: Paulo Sabino

📅 Sábado, 27 de junho
15h | Educação e infâncias negras
Com Bel Santos, Kiusam de Oliveira e Otávio Júnior. Mediação: Juê Olívia

17h | Racismo estrutural e institucional
Com Cida Bento, Jurema Werneck e Silvio Almeida. Mediação: Ronilso Pacheco

19h | Feminismos negros: Uma homenagem aos 70 anos de Sueli Carneiro
Com Sueli Carneiro, Bianca Santana e Djamila Ribeiro. Mediação: Flávia Oliveira

📅 Domingo, 28 de junho
15h | Ficções contemporâneas
Com Jarid Arraes, Jeferson Tenório e Jessé Andarilho. Mediação: Adriana Couto

17h | Cultura, ativismo e empreendedorismo
Com Eliane Dias, Monique Evelle e Nina Silva. Mediação: Flavia Lima

19h | Qual democracia?
Com Acauam Oliveira, Samuel Gomes e Thiago Amparo. Mediação: Flavia Rios


E não deixe de acessar também a página do festival na Amazon, com descontos em vários títulos do catálogo da Cia das Letras!

Na Telinha - 365 Dni

11 de junho de 2020

Título: 365 Dias (365 Dni)
Elenco: Anna-Maria Sieklucka, Michele Morroner, Bronislaw Wroclawski
Ano: 2020
Duração: 1h 54min
Classificação: +18
Nota:★☆☆☆☆
Sinopse: Em 365 dias, Laura é uma diretora de vendas que tem sua vida virada do avesso com a chegada de Massimo, membro da família da máfia siciliana. Entretanto, numa viagem à Sicília, Massimo a sequestra lhe dando 365 dias para se apaixonar por ele.

Baseado no romance erótico da autora polonesa Blanka Lipińskae, o filme é uma produção (também polonesa) e adaptação que vai contar a história de Laura Biel, uma diretora de vendas, bonita e independente, e o que acontece com sua vida quando ela é sequestrada pelo chefe da máfia siciliana, o típico italiano sedutor, lindo, gostoso e tatuado, Massimo Torricelli. Juro que eu nunca tinha ouvido falar desse filme e muito menos do livro, e fui assistir por acaso quando começou o bafafá, e o desgosto tomou conta de mim.


Apesar de ser autêntica e bem sucedida na vida profissional, Laura é bem infeliz na vida pessoal devido a indiferença com que seu namorado a trata, e, mesmo sendo bonita, gostosa e fogosa, se sente jogada pra escanteio quando tem tanto amor e fuego pra dar, enquanto o mocorongo do boy lixo não está disposto e nem um pouco interessado em retribuir. Em seu aniversário de 29 anos, Laura vai passar as férias na Sicília com esse namorado horroroso e brocha e sua melhor amiga, confidente e inseparável, até que ela é sequestrada por Massimo e levada para a mansão dele, onde é obrigada a permanecer por 365 dias com propósito de se apaixonar por ele. Caso isso não aconteça nesse prazo, o que ele alega ser impossível porque ele confia no próprio "taco", ele a deixará ir embora. O motivo? Há cinco anos ele teve uma visão com o rosto de Laura, ficou maravilhado com toda aquela beleza, se apaixonou perdidamente, e desde então, ficou obcecado e passou a vida procurando ela pelo mundo, ao mesmo tempo que lidava com as questões criminosas depois que "herdou" o cargo de chefe da máfia com a fatídica morte do pai (gente¹?)


Laura, então, não tem escolha pois não pode fugir, não tem a quem pedir ajuda, está longe da família, e aceita seu destino entrando num tipo de jogo de sedução e provocações, se fazendo de difícil com suas caras e bocas, às vezes se faz de doida dando alguns ataques nada a ver, gastando a bufunfa do homem endinheirado com roupas chiques que marcam seu corpitcho esbelto, despertando atenção de outros homens tão odiosos quanto, e causando ciúmes em Massimo de propósito. Até ela, obviamente, ceder aos abusos disfarçados de "boa pegada" e às manipulações psicológicas disfarçadas de "encantos" de Massimo, afinal, Laura andava muito frustrada sexualmente já que não ganhava a atenção do namorado e estava muito infeliz, coitada, e agora achou um homão dos sonhos pervertidos que a trate como uma rainha. Isso deveria servir como desculpa pra alguém engolir essa situação, pelo amor de Deus? Não tem nada que justifique ou faça sentido nessa história, nem mesmo o fato de ela exigir seu notebook e seu celular enquanto está lá confinada quando não usa (nem pra ligar pra polícia e pedir socorro), e por ter algum problema cardíaco que, teoricamente, a deixa fragilizada mas isso não acrescenta em nada na história, a não ser fazer com que o maníaco se preocupe e queira "cuidar" dela melhor, até ser um detalhe inútil e completamente esquecido (gente²?).


Enfim... Odeio fazer comparações, mas diante de tanto absurdo e falta de originalidade, é impossível não comparar 365 Dni com Cinquenta Tons de Cinza. Tem sexo em lugares aleatórios; tem luxo, poder, riqueza e esbanjo de dinheiro como forma de agrado; tem a mocinha relutante e deslumbrada com o "macho alfa" e dominador que a coloca num pedestal; tem gente julgando o relacionamento dos dois por conta das diferenças; tem baile de máscaras; tem ameaças vindas da ex namorada louca; e tem tentativas de pequenas cenas de humor que não tem nem um pouco de graça. Talvez a diferença é que 365 Dni realmente entregou as cenas hots que as pessoas queriam ter visto em 50 Tons, e não viram. Enquanto Mr. Grey de Cinquenta Tons faz uma proposta mediante contrato, o que sugere que a Anastacia teve uma escolha, Massimo, como o verdadeiro criminoso que é, dopa e sequestra Laura, e a obriga a estar ali a sua disposição para que passe a gostar dele a força, enquanto ele, obcecado, finge que precisa da permissão dela pro que quer que seja, mas sempre está ali feito um predador, ofegante, alisando cada milímetro do corpo dela, vigiando, provocando, pegando a coitada pelo pescoço a cada desaforo, e andando pra lá e pra cá ora sem camisa mostrando o peitoral peludo, ora pelado mostrando a bunda e o pinto.


Por mais bonitos e sexys que os protagonistas aparentem ser, as atuações são horríveis, eles são super afetados e não param de fazer caras e bocas, poses coreografadas e irreais, sustentam olhares intensos e sedutores como se tivessem olhando direto pro próprio sol o tempo todo e sem o menor motivo, e têm diálogos tão terríveis quanto aquela peruca loira e imóvel de Laura, que só conseguiram me deixar com vergonha alheia e em estado de choque. Não nego que, apesar do absurdo mais doentio que já vi na vida, existe tensão sexual e química entre os dois e as cenas de sexo quase explícitas que só aparecem mesmo depois de mais de uma hora de filme, são ousadas e bem feitas até certo ponto, mas se a ideia era só mostrar o sexo desvairado e selvagem que deixa qualquer um assado e esfolado em carne viva, a história em si não era necessária e qualquer outra fantasia delirante podia ser usada para que os meios pudessem justificar os finalmentes.

No final das contas, além da lendária revirada de olhos naquele looping infinito, a impressão que tive é que a Netflix, que se diz tão descolada e apoiadora de tantas causas relevantes nessa sociedade podre, parece ter perdido o juízo ao enfiar esse troço no catálogo em busca não só de dinheiro, mas da audiência pela bendita polêmica e, principalmente, pela curiosidade do povo fogoso que não pode ouvir falar em filmes baseados em livros eróticos que já saem correndo pra assistir (vide cinquenta tons de cinza) e comentar.


Odioso, vergonhoso, triste... Se a ideia era causar alvoroço romantizando a Síndrome de Estocolmo e fazendo de Laura e Massimo o casal do momento, conseguiram, pena que de uma forma tão tosca e negativa. E pra quem pensa que aquele final ridículo e que sugere uma tragédia pôs fim nessa história, não se enganem. Pelo que parece a trilogia inteira vai ser adaptada para as telinhas, logo, esse martírio vai ter continuação. Pena que até onde soube, já que parece impossível a gente não se esbarrar em comentários envolvendo esse filme pela internet afora, a história continua desandando e só vai ladeira abaixo, porque a romantização de absurdos ainda piores segue firme e forte.

É ficção? Sim. Pode ser uma fantasia sexual maluca? Também. Assisti e depois senti que perdi 2 horas da minha vida que nunca mais vão poder ser recuperadas? Com certeza. Mas deixou o alerta. É complicado quando as mulheres, enfim, começaram a ter coragem e passaram a exigir seus direitos, principalmente sobre o próprio corpo, e a lutar contra o machismo, denunciando violências e abusos sofridos nas mãos de caras escrotos, mas um conteúdo tão errado desse tipo conquista fãs. Às vezes não sei nem o que pensar, principalmente porque o dinheiro acaba falando mais alto, e não vai demorar para que alguma editora pegue carona nessa onda pra adquirir os direitos de publicação dos livros no Brasil, já que ainda não foram lançados por aqui...