Explicações, observações e indicações para iniciar o "Desafio das Décadas" no The Sims 4

27 de outubro de 2021

Não sei se alguém por aqui gosta de jogos de simulação, mas aposto que todo mundo conhece ou já jogou The Sims, né verdade?
Antes de começar, deixa eu contar a história do início: Eu já fui a louca do The Sims. Conheci o jogo desde o lançamento do primeiro, aquele quadradão em 2D lá nos anos 2000. Na época eu tinha uns 16 anos e zero preocupações na vida. Desde então fui acompanhando a evolução desse jogo que é um vício só: já tive comunidade grande no finado Orkut (a The Sims 2 Brasil) onde eu escrevia vários guias e tutoriais de tudo o que o jogo oferecia, criava desafios, traduzia vários mods, já fui convidada pela Eletronic Arts junto com outros donos de comunidades e portais grandes pra conhecer o The Sims 3 lá na sede deles antes mesmo de ser lançado (e viajei lá pra São Paulo, e além de ter virado um caco, fiquei com a bunda quadrada porque fui e voltei no mesmo dia, de ônibus), já fui colunista da PontoPackage (uma revista online sobre o universo do The Sims que, infelizmente, não existe mais), e, de brinde, fiz amizades que duram até hoje, quase 20 anos depois. Só não levei isso pra frente porque os filhos foram nascendo, a vida adulta foi ficando cada vez mais pesada, as tarefas de casa e de trabalho não tiveram fim nunca mais, e eu acabei não podendo investir meu tempo curto nisso, mesmo que eu tivesse vontade.

Importante: Já adianto que o post é enorme, então peço que leia só se tiver paciência e interesse no desafio.

Maternidades no Plural - Várias Autoras

14 de outubro de 2021

Título:
Maternidades no Plural: Retratos de diferentes formas de maternar
Autora: Annie Baracat, Deh Bastos, Glaucia Batista, Ligia Moreiras, Marcela Tiboni, Mariana Camardelli
Editora: Fontanar
Gênero: Não Ficção/Maternidade
Ano: 2021
Páginas: 236
Nota:★★★★★
Compre: Amazon
Sinopse: Não existe jeito certo de ser mãe: maternar é um amplo leque de possibilidades.
Annie Baracat, por exemplo, enfrentou resistência até de amigos quando adotou uma criança e se tornou mãe solo por opção. Já Ligia Moreiras nunca sonhou em ser mãe, mas aprendeu a percorrer o caminho da maternidade sozinha e hoje ajuda outras mulheres a fazerem o mesmo. Junto com seu primeiro filho, Deh Bastos nasceu como mãe e renasceu como mulher preta. Glaucia Batista não imaginava que teria que se adaptar à maternidade atípica, mas passou por esse processo duas vezes. Depois de abandonar o projeto hollywoodiano de família heteronormativa, Marcela Tiboni pôde vivenciar a dupla maternidade. Mariana Camardelli, por sua vez, aprendeu na prática que é possível maternar (e amar) filhos que não são seus.
Aqui estão algumas das muitas maneiras possíveis de cuidar e de ser mãe em um mundo cada vez mais diverso e aberto às diferenças.

Resenha: Como mãe, acredito que eu tenha um tico de propriedade pra falar sobre o que é a maternidade real e o quanto isso pesa na vida da mulher. Quem acompanha o blog já deve ter visto várias postagens onde faço desabafos sobre minhas dificuldades e sobre meu esgotamento físico e mental por ser mãe de quatro filhos e dona de casa em tempo integral. Não tenho com quem conversar sobre (talvez por isso use o blog pra escrever o que me deixa angustiada e isso acaba sendo de grande ajuda), não tenho rede de apoio, então tudo acaba sendo mais difícil do que eu acredito que deveria ser. Sempre que possível, procuro ler relatos de outras mães sobre suas experiências, e assim consigo ver que essas dificuldades não são só minhas, e foi por isso que resolvi ler esse livro.

Maternidades no Plural é um compilado de relatos sobre a experiências das autoras com a maternidade. Experiências estas que expõe os desafios de ser mãe, cada uma com a própria realidade, mostrando que não se tem e cria filhos somente dentro do conceito de "família tradicional". E ler esses relatos, vários deles contendo estatísticas de vários estudos sobre o tema, foi como ter uma conversa com as autoras, onde elas contam, cada uma a sua maneira, como elas vivem a maternidade, ao mesmo tempo que lidam com a sociedade atual, que não só romantiza a maternidade, como também não abre mão dos seus eternos julgamentos.

São relatos intensos e comoventes onde é impossível não se identificar com pelo menos um deles. Relatos que abordam as burocracias que parecem não ter fim e o preconceito dos outros quando duas mulheres casadas decidem ser mães; a conciliação da carreira com a maternidade solo e as conturbações da guarda compartilhada; os anseios, os desafios e os eternos aprendizados da maternidade atípica, por se ter um filho que está no espectro autista; a experiência de entrar num relacionamento onde o parceiro já tem filhos e a mulher além de passar a ter a posição de madrasta, aprende a amar incondicionalmente os filhos que não são seus mostrando que nem sempre a madrasta é aquela bruxa má dos desenhos infantis; a enorme mudança na vida de uma mulher que, solteira, decide adotar uma criança por ter o sonho de ser mãe mas não querer passar por um relacionamento e nem pela gravidez, mostrando a realidade da fila de adoção, das burocracias e dos anseios de acolher e criar uma criança que foi abandonada e já carrega esse trauma desde muito pequena; e, pra finalizar, a mulher que passou a vida inteira sofrendo preconceito por causa do racismo estrutural presente na sociedade, e que, ao se tornar mãe, viu a importância de lutar contra esse sistema e ensinar as crianças sobre o assunto, o que é um passo enorme para levantar inúmeros questionamentos e começar a fazer alguma mudança.
"Foi muito cedo que entendemos que parte da sociedade valida o abandono paterno diante da estatística de que mais de 6 milhões de cidadãos brasileiros não têm o nome do pai na certidão, mas recrimina um casal de mulheres por escolher ter filhos sem a presença masculina. Dois pesos, duas medidas, e nossa jornada só estaria começando." (Marcela Tiboni)
"Não há paz quando há sobrecarga materna. Pergunte para uma mãe solo cansada, exausta e invisibilizada se ela se sente em paz." (Ligia Moreiras)
"Misoginia é o ódio à mulher, tem a ver com sentimentos de repulsa e de aversão. Na nossa cultura, ela se manifesta de algumas formas: objetificação da mulher, comportamentos agressivos, depreciação, violência e feminicídio.
No caso das famílias recompostas, está ligada ao fato de admirarmos um homem que cria um filho de outro (padrasto), mas rechaçamos uma mulher que cria um filho de outra (madrasta). O primeiro é herói, merece crédito e honra. A segunda é apenas uma mulher competindo e tentando roubar o lugar da mãe. Essa narrativa ajuda a sustentar o sistema patriarcal, extremamente machista, sexista e desigual." (Mariana Camardelli)
Enfim, cada mãe falando da sua realidade na maternidade, e por mais que todos os casos sejam diferentes, com histórias de vida diferentes e experiências diferentes, todas têm em comum a jornada do aprendizado, o amor pelos filhos e a vontade de lutar de forma incansável pra fazer com que essas crianças sejam felizes. É necessário que a sociedade entenda que nenhuma mãe é igual a outra, que cada mãe tem sua própria realidade, e todas elas, juntamente com seus filhos, devem ser respeitadas e acolhidas em vez de serem inseridas em determinados estereótipos como se isso fosse legal e aceitável, como se a opinião alheia correspondesse à realidade quando a gente sabe que não é assim que funciona, principalmente quando se trata de uma mãe que se encaixa num desses modelos dos relatos.

Penso que esse é o tipo de livro com informações mais do que relevantes para se levar e se praticar na vida, que deveria ser lido por todos a fim de compreenderem não só o que é a maternidade real em todos os seus aspectos, e como ser mãe muda a vida da mulher pra sempre, mas também a importância do feminismo e desse tipo de ativismo para todas essas mulheres, que todo dia enfrentam essa sociedade que ainda não abandonou o patriarcado e nem os estereótipos construídos há séculos atrás.

Com que Roupa? - Giovanna Nader

8 de outubro de 2021

Título:
Com que Roupa?
Autora: Giovanna Nader
Editora: Paralela
Gênero: Não ficção
Ano: 2021
Páginas: 200
Nota:★★★★★
Compre: Amazon
Sinopse: Você já parou para pensar no impacto que uma única blusinha tem no meio ambiente? Uma peça simples como essa pode parecer inofensiva, mas, considerando os agrotóxicos e pesticidas utilizados nas plantações de fibras de tecido, a desigualdade social entre trabalhadores e consumidores e a quantidade de poliéster e microplásticos liberados por nossas roupas na lavagem, é impossível separar o mercado da moda da crise climática. Ao mesmo tempo, é impossível pensar na vida sem a existência da moda. Então qual é a melhor maneira de se relacionar com esse universo tão complexo e essencial?
Em Com que roupa?: Guia prático de moda sustentável, a comunicadora e ativista ambiental Giovanna Nader convida o leitor a participar de uma jornada para reinventar sua relação com a moda. Nestas páginas você vai encontrar dicas de estilo, técnicas para preservar mais as suas roupas e orientações para consumir menos e melhor.

Resenha: Giovanna Nader é ativista ambiental, consultora de moda e apresenta o programa Se Essa Roupa Fosse Minha na GNT, e em seu livro Com que Roupa?, publicado pelo selo Paralela da Companhia das Letras, a mineira vai mostrar aos leitores, através de um guia super prático de moda sustentável, que é importante que as pessoas se unam em prol de ajudar o planeta a partir de escolhas relacionadas ao consumo mais conscientes.

A autora se aprofunda em tópicos importantes, como os impactos causados no meio ambiente desencadeados pela alta produção, sobre condições de trabalho das pessoas que trabalham nesse meio de consumo e que muitas das vezes são bem precárias, e sobre como a indústria gira num ciclo vicioso e sem fim, que incentiva o consumismo desenfreado das pessoas cada vez mais, trazendo reflexões - e não soluções - sobre problemas sérios e atuais que estão presentes no cotidiano, mas que por costume ou ignorância acabamos nem percebendo os malefícios que comportamentos, aparentemente inofensivos que temos, podem causar.

Sendo assim, mesmo que não haja nenhuma imposição por parte da autora, podemos encontrar no livro alternativas inteligentes e informações esclarecedoras para impulsionar e melhorar hábitos, e ajudar a amenizar essa problemática trabalhada, tendo acesso a opções diversificadas para se renovar o guarda roupa, reaproveitar ou personalizar uma peça esquecida e "fora de moda", dicas de estilo e economia na hora de comprar, e etc.

É um livro super legal que todos deveriam ler, seja pra esfriar a cabeça e sair de uma ressaca literária após uma leitura mais densa, ou simplesmente a título de curiosidade sobre os impactos da moda em geral no meio ambiente. Recomendo muito!

"Por uma moda mais ética, humana e sustentável."

A Rosa Mais Vermelha Desabrocha - Liv Strömquist

6 de outubro de 2021

Título:
A Rosa Mais Vermelha Desabrocha - O amor nos tempos do capitalismo tardio ou por que as pessoas se apaixonam tão raramente hoje em dia
Autora: Liv Strömquist
Editora: Quadrinhos na Cia
Gênero: HQ/Não Ficção
Ano: 2021
Páginas: 176
Nota:★★★★★
Sinopse: Podemos controlar o amor? O que realmente acontece quando ele acaba? Como o amor deixou de ser considerado uma força misteriosa para se tornar algo racionalmente explicável? Por que procuramos ser mais amados do que amar?
Com muito humor e inteligência, e o título emprestado de um verso da poeta norte-americana Hilda Doolittle, A rosa mais vermelha desabrocha examina as engrenagens do amor nos tempos do capitalismo tardio. A partir de histórias como a de Sócrates, que traiu Alcibíades há mais de dois mil anos, ou a de Teseu, que abandonou a amada Ariadne de uma hora para outra na ilha de Naxos, e com a ajuda de Beyoncé, do filósofo Sören Kierkegaard, dos smurfs, da namorada alucinada de Lorde Byron, de Platão, de Jabba de Star Wars, e de outros especialistas na arte de amar, a artista sueca Liv Strömquist mais uma vez desconstrói mitos e se afirma como uma das quadrinistas mais relevantes da atualidade.

Resenha: Depois de conquistar os leitores com a HQ A Origem do Mundo, a autora sueca Liv Strömquist está de volta com A Rosa Mais Vermelha Desabrocha, publicado no Brasil pelo selo Quadrinhos na Cia, da Companhia das Letras.

O livro vai abordar de uma forma bem didática, utilizando de vários fundamentos acadêmicos, a evolução do amor desde a era medieval até os dias atuais, apontando seus prós e contras, e as diversas teorias filosóficas e seus embasamentos intelectuais que lhe são aplicadas para reforçar seus pontos e argumentos.

A autora evidencia e faz comparações relacionadas a vários ícones, de Sócrates a Leonardo DiCaprio, abordando alguns de seus relacionamentos, assim como levanta temas importantes, como fatores que interferem na autoestima e na confiança, de onde surgiu e quais as consequências do narcisismo, a responsabilidade afetiva, a falta de interesse em um amor duradouro, a diferença envolvendo ter privilégios ou não entre homens e mulheres, e afins, os estudando através de estatísticas e situações corriqueiras, e com base nos conhecimentos de grandes especialistas nas área da filosofia e da sociologia, sempre usando do bom humor. E por mais que haja bastante dados e informações, a leitura não fica cansativa, muito pelo contrário, só mostra que os fatos estão aí e não podem ser contestados, mas sim discutidos para que mais e mais pessoas se informem e reflitam sobre o assunto.




Pra quem gosta de HQs que trazem temas relevantes na sociedade atual, que é capaz de promover debates e fazer com que os leitores pensem de forma mais crítica sobre relacionamentos num geral, é uma excelente e esclarecedora leitura.

Resumo do Mês - Setembro

1 de outubro de 2021


Pode ser impressão minha, mas de Agosto pra cá o tempo parece ter voado. Nem acredito que o ano acaba em 3 meses e pelo visto a gente vai piscar e, quando assustar, já vai ser ano novo. No mais, vou aproveitar esse pingo de tempo que falta pro ano acabar pra colocar minhas pendências do blog em dia e não ficar devendo nada pra acabar o ano em paz.

Espiem o resuminho do que teve em Setembro aqui no bloguito:

Caixa de Correio #115 - Setembro

30 de setembro de 2021

Não sei se é efeito da pandemia ou da correria do meu bendito dia a dia, mas esse mês pra mim também passou voando. Pisquei e acabou. Recebi alguns livritchos, alguns deles pra poder agregar nos meus estudos, e um dois decks que são lindos demais. Esse Dark Wood nem se fale, mas é uma pena que as cartas sejam fininhas e mais frágeis do que eu gostaria. Já o Tattoo tem cartas com uma gramatura absurda de alta e parece que vai durar o resto da vida. Popinho da Lilo com a Xêpa é a coisa mais fofa, e mês que vem é capaz que eu pegue o pop dela com o Fofucho, o peixe XD. Eu bem que também queria os milhões de Stitchs que estão saindo, mas como ando sem grana, é impossível colecionar tudo, ainda mais quando a gente inventa de colecionar os pops de Harry Potter.

Enfim... Espiem a caixinha desse mês: