Dois Garotos, Um Encontro - Alice Oseman

27 de dezembro de 2021

Título: Dois garotos, Um Encontro - Heartstopper #1
Autora: Alice Oseman
Editora: Seguinte
Gênero: HQ/Romance/Juvenil
Ano: 2021
Páginas: 304
Nota:★★★★★
Compre: Amazon
Sinopse: Charlie Spring e Nick Nelson não têm quase nada em comum. Charlie é um aluno dedicado e bastante inseguro por conta do bullying que sofre no colégio desde que se assumiu gay. Já Nick é superpopular, especialmente querido por ser um ótimo jogador de rúgbi. Quando os dois passam a sentar um ao lado do outro toda manhã, uma amizade intensa se desenvolve, e eles ficam cada vez mais próximos.
Charlie logo começa a se sentir diferente a respeito do novo amigo, apesar de saber que se apaixonar por um garoto hétero só vai gerar frustrações. Mas o próprio Nick está em dúvida sobre o que sente – e talvez os garotos estejam prestes a descobrir que, quando menos se espera, o amor pode funcionar das formas mais incríveis e surpreendentes.

Resenha: Charlie Spring é um garoto de 14 anos que estuda no Colégio Truham para Rapazes. Ele é tímido e muito inseguro, pois desde que os garotos descobriram que ele é gay, passaram a importuná-lo em qualquer oportunidade. 
Quando Charlie recebe um comunicado da escola de que deveria comparecer aos grupos interséries para a chamada, ele acaba se sentando ao lado de Nick Nelson, um jogador de rúgbi do segundo ano e super popular. Como eles se sentavam juntos todos os dias, os dois acabaram desenvolvendo uma amizade, ficando cada vez mais próximos. Não demora pra Charlie começar a se sentir diferente com a presença do amigo. Nick é super legal, é um amigo leal, respeitoso e super protetor, mas Charlie sabe que gostar de um garoto hétero só vai machucar seu coração. Ainda assim eles passam o tempo juntos se divertindo e fortalecendo ainda mais essa amizade, até Nick começar a se sentir confuso com seus sentimentos em relação a Charlie...

Eu sou daquelas que ama de paixão histórias contadas em formato de HQ, principalmente essas que deixam o coração quentinho. Dois Garotos, Um Encontro é o primeiro volume de Heartstopper, que vai introduzir o leitor nesse mundinho de descobertas e paixão em sua forma mais pura entre Charlie e Nick.

Enquanto Charlie já sabia sobre sua sexualidade e estava convivendo com isso da melhor forma que podia (mesmo que seja super inseguro e viva pedindo desculpas por tudo), Nick foi pego de surpresa e começou a ter que lidar com esse turbilhão de sensações e sentimentos, além de ficar cheio de dúvidas sobre quem ele é de verdade, o que fazer ou o que dizer. É tão fofa a parte onde ele começa a pesquisar na internet como saber se ele é gay já que começou a se sentir diferente com a presença de Charlie, ou quando eles estão trocando mensagens, digitam toda a frase mas não tem coragem de enviar, que a vontade é de enfiar os dois num potinho, cuidar e proteger pra sempre.
A história é adorável e mostra como é a experiência de se ter um primeiro amor e como ele vai se desenvolvendo aos poucos, dos sentimentos que causam euforia e frio na barriga, da ansiedade de querer ver a pessoa e se sentir bem pertinho dela. A autora consegue tratar do romance com naturalidade e transporta as emoções pro papel de uma forma super delicada e verdadeira, sem romantizar as cenas envolvendo assédio, preconceitos depressão e dependência emocional, com ilustrações que captam a emoção e os conflitos dos personagens com simplicidade e muita perfeição. E é tudo tão fluído e envolvente que mesmo que tenha 300 páginas pode ser lido em questão de minutos.

Uma coisa que achei genial que se refere a diagramação dos quadrinhos é sobre as conversas em grupo e a forma como ela indica quem está falando. Em vez de fazer vários quadrinhos avulsos com vários personagens, ela coloca os balões de conversa alinhados com a cabecinha do personagem indicando que é ele quem está falando. Outro ponto bacana são os quadrinhos se "desfazendo" como folhas ao vento pra formar os próximos, ligando os quadros e os personagens uns nos outros, ou ainda indicando as passagens do tempo. A forma de criação dos quadrinhos foi super bem feita e inteligente.
Pelo que pude perceber a história é uma só e foi dividida em 4 volumes formando a série (por enquanto só os dois primeiros volumes foram traduzidos aqui no Brasil pela Seguinte), e é como se cada volume correspondesse a uma fase, a um passo além que Charlie e Nick dão nesse relacionamento. Essa primeira fase é a fase da aproximação, da amizade que vai sendo construída e fortalecida, dos sentimentos aflorando naturalmente, da curiosidade natural, da ansiedade de não saber o que fazer, e dos questinamentos sobre algo, até então, desconhecido.

Dois Garotos, Um Encontro é uma introdução muito fofa à história de Charlie e Nick, abordando a necessidade do autoconhecimento, as inseguranças relacionadas a sexualidade e a descoberta daquilo que não apenas te faz feliz, mas que te faz se encontrar e ser quem você é.

Na Telinha - Encanto

26 de dezembro de 2021

Título
: Encanto (Encanto)
Elenco: Stephanie Beatriz, John Leguizamo, María Cecilia Botero, Diane Guerrero, Angie Cepeda, Jessica Darrow, Ravi-Cabot Convers
Gênero: Animação/Fantasia/Musical
Ano: 2021
Duração: 1h 43min
Classificação: Livre
Nota★★★★★
Sinopse: Encanto é a nova animação da Disney situada na Colômbia, sobre a extraordinária família Madrigal, que vive escondida em uma região montanhosa isolada, conhecido como Encanto. A magia da região abençoou todos os meninos e meninas membros da família com poderes mágicos, desde superforça até o dom da cura. Mirabel é a única que não tem um dom mágico. Mas, quando descobre que a magia que cerca o Encanto está em perigo, ela decide que pode ser a última esperança de sua família excepcional.

Por volta de 50 anos atrás, o casal Alma e Pedro Madrigal, junto com seus trigêmeos, precisaram abandonar o vilarejo onde viviam devido a alguns ataques que colocavam a vida de todos em risco. Eles precisavam encontrar um lugar seguro pra recomerçar a vida, e várias pessoas os seguiram em busca da mesma coisa. No caminho, numa tentativa de proteger as pessoas dos invasores, Pedro ficou pra trás e acabou sendo morto, e Alma, com seu espírito de proteção materno, viu com os próprios olhos a vela que carregava ganhar poderes mágicos, afastar os inimigos e construir uma enorme proteção em volta do vale para que ela, os filhos e as demais pessoas ficassem seguras. A chama da vela mágica não se apagaria mais, Alma, que mais tarde ficaria conhecida como Abuela, a protegeria assim como protegeria os filhos, e a casa (ou casita) dos Madrigal, que foi construída com o poder mágico da vela, ganhou vida, vai aumentando e se adaptando a cada membro da família que recebe seu poder, e se tornou uma referência na vila que ganhou o nome de Encanto.



Quando os três filhos de Alma se tornaram crianças, eles receberam um dom, e a família Madrigal começou a usar esses poderes pra ajudar os moradores do vilarejo e todos viverem felizes e em harmonia. Julieta tinha o poder de curar as pessoas com a comida que ela preparava com muito amor, Pepa era capaz de controlar o tempo de acordo com suas emoções, e Bruno tinha o dom da visão, ele enxergava o futuro. O tempo passou, Julieta e Pepa se casaram e tiveram filhos, que quando crianças também receberam seus dons. O poder de Bruno não agradava as pessoas pois ninguém queria ouvir sobre as coisas ruins que iriam acontecer, e por medo de suas previsões catastróficas serem prejudiciais, ele acabou desaparecendo da família e ninguém nunca mais ousou falar sobre ele.


Pepa e seu marido Félix tiveram três filhos: Dolores, que consegue ouvir qualquer coisa independente da distância, então sabe tudo da vida de todo mundo; Camilo, que consegue mudar de forma e se transformar em quem quiser; e o pequeno Antonio, que ama animais e está prestes a passar pela cerimônia para receber seu dom.
Julieta e Augustin tiveram três filhas: A encantadora e irresistível Isabela, que além de conjurar flores e as fazer desabrocharem, tem sucesso em tudo que faz; Luisa, que ganhou o dom da superforça e faz todo e qualquer trabalho pesado em casa e na vila; e Mirabel que para a surpresa/desgosto de Abuela, foi a única da família que não foi agraciada com o dom magia.



Como Mirabel, agora com seus quinze anos, não tem poderes, ela não se sente especial seja na família ou na comunidade, principalmente por ser bem desastrada, e passa seus dias tendo que lidar com o que pra ela, e pra Abuela, parece ser um problema. Como ela é adolescente, as coisas tomam uma proporção ainda maiores do que deviam... E partindo dessa premissa, vamos acompanhando toda a animação dos Madrigal nos preparativos da cerimônia de Antonio, até Mirabel começar a ver a casita se enchendo de rachaduras e a vela mágica em perigo, com sua chama brilhante prestes a se apagar. Ao tentar avisar à família, ela é repreendida, mas Mirabel está decidida a ignorar os avisos e descobrir porque viu isso acontecer, e porque os poderes de sua família parecem estar tão fragilizados.



Ambientado na Colômbia, Encanto é realmente um encanto de se ver. É tudo muito colorido e cheio de vida, tudo muito mágico e de encher os olhos. A trilha sonora é bem divertida e acaba servindo pra contar as partes da história que o público precisa saber pra entender alguma particularidade, conexão ou característica dos personagens, mas que não aparece em forma de acontecimento. O único problema é que algumas delas soam um pouco confusas devido a enorme quantidade de informações, e a primeira música que explica a árvore genealógica da família, por exemplo, só ficou clara pra mim quando fui assistir a animação pela segunda vez, depois de já saber quem é quem. Também não teve nenhuma música que entrou na cabeça a ponto de me fazer sair cantando por aí, como foi com Frozen ou Moana. Não que isso seja um problema, mas quando a gente ouve falar em Disney e animações musicais, a gente logo imagina e espera mais um "hit".

Sobre os personagens, eu fico cada vez mais impressionada de ver como a Disney vem se superando em apresentar pessoas reais do tipo "gente como a gente", com dilemas relevantes que causam uma reflexão super importante, independente da idade de quem esteja assistindo. Essa coisa de que numa história é preciso ter um relacionamento amoroso pra se ter um feliz para sempre, ou um vilão caricato pra acabar com os planos dos personagens está ficando cada vez mais deixada de lado, ainda bem.

Através de Mirabel, percebemos como temos o hábito de nos compararmos aos outros em relação a habilidades e propósitos, de como às vezes nos sentirmos inferiores frente a pessoas que tem algum talento ou sucesso, e como demoramos a entender que todos temos nossas qualidades, e elas são tão importantes quanto a de qualquer outro. A busca pela identidade, pelo amor próprio, e pelo sentimento de pertencimento é uma busca de todos que precisam dar valor a quem são, e como são.



Isabela e Luisa são personagens super interessantes e opostas uma da outra. Isabela, a irmã mais velha, representa a delicadeza e graciosidade, inicialmente demonstrando ser aquele arquétipo de clássica princesa Disney com direito a cabelo esvoaçante em câmera lenta e tudo, mas que tem camadas que vão sendo exploradas ao longo da história que mostram que ela está longe de ser assim. Luisa, a irmã do meio, representa a força e a resistência, aquela de quem todos esperam ajuda e socorro por se mostrar alguém inabalável, mas que no fundo se apavora com a ideia de falhar ou de não conseguir ajudar alguém. Independente disso, elas mostram como as mulheres ainda sofrem uma grande pressão na sociedade para corresponderem às expectativas e agradar os outros enquanto, por dentro, se frustram ou vivem infelizes, até enxergarem que não precisam se preocupar com os outros podendo ser livres pra serem quem quiserem ser, além de poderem tomar as próprias decisões.



Não posso deixar de falar sobre as personalidades dos demais membros da família e como eles podem representar qualquer parente nosso (isso se um deles não representa a nós mesmos). Julieta é a mãe preocupada, carinhosa, que quer manter todos felizes e de barriga cheia. Pepa é um tanto dramática, uma hora está feliz, outra hora está full pistola, fica andando pra lá e pra cá totalmente descontrolada e suas emoções vão de 0 a 100 em questão de segundos. Félix é o típico tiozão que só quer saber de diversão, dança e comilança. Dolores é a prima fofoqueira que sabe da vida de todo mundo, e por aí vai...



Abuela Alma também é uma personagem muito importante para o desenvolvimento e desfecho da história, pois ela, como a grande matriarca e base da família, representa a estrutura, estrutura esta que acabou se estendendo à própria casa por causa da magia. Desentendimentos, falta de compreensão, falta de diálogo e qualquer outra situação negativa em família que acabe colocando em risco a integridade dessa estrutura só vai machucar as pessoas e desencadear mais e mais problemas, e tudo começa quando a família rejeita as visões do futuro trágicas de Bruno sem sequer considerar ver o outro lado, como se quisessem varrer os problemas pra debaixo do tapete com a ideia de que se não podem ver é porque não existe, e se não existe, tá tudo bem. Nem se deram ao trabalho de irem procurá-lo quando ele sumiu. Depois vem Mirabel, que por não ter poderes não é a pessoa que esperavam que fosse a ponto dela se sentir culpada e até excluída por isso. Quantas famílias por aí vivem um inferno por falta de comunicação, pelo excesso de controle e zero abertura para tentar resolver as coisas com diálogo? Talvez a gente possa considerar essa questão como o "vilão" da situação toda.



Encanto é sobre isso, é sobre lidar com nossas falhas, pois ninguém é perfeito. É sobre aprender que uma coisa não pode anular a outra e que é preciso equilíbrio. É um espaço familiar, seguro e acolhedor, mas ao mesmo tempo cheio de pressão, intolerância e assuntos mal resolvidos, afinal, não é preciso ter poderes mágicos pra fazer a diferença. Uma boa conversa e atitudes positivas podem ser capazes de reparar as piores rachaduras...

Amor, Mentiras e Rock & Roll - David Yoon

23 de dezembro de 2021

Título:
Amor, Mentiras e Rock & Roll
Autor: David Yoon
Editora: Seguinte
Gênero: Romance/Juvenil
Ano: 2021
Páginas: 368
Nota:★★★☆☆
Compre: Amazon
Sinopse: Sunny Dae é nerd ― e com orgulho. Essa é a fama que ele e seus dois melhores amigos conquistaram na escola, onde curtir RPG definitivamente não é visto com bons olhos. E estava tudo bem, até Sunny conhecer Cirrus Soh, a garota mais descolada e confiante que ele já viu. Quando Cirrus acha que o quarto do irmão de Sunny é na verdade o dele, o garoto não consegue corrigir o engano. Com os olhos dela brilhando ao ver as guitarras e os pôsteres de rock na parede, ele acaba dizendo que tem uma banda ― embora não saiba nem segurar uma guitarra, ops.
Agora sua única esperança para sustentar a história e conquistar Cirrus é fazer com que seus amigos nerds topem participar de seu plano maluco de tornar essa banda realidade, vestindo as roupas que o irmão mais velho deixou para trás quando se mudou para Hollywood e ensaiando na sala de música da escola. O problema é que logo Sunny descobre que a vida de um rockstar mentiroso não é só fama e glória…

Resenha: Seguindo o estilo de premissa de Frank e o Amor, o primeiro livro do autor, Amor, Mentiras e Rock & Roll também vai abordar as questões de um personagem que conta uma "mentira inocente" pra tentar resolver um problema, quando na verdade ele está criando vários outros.
Sunny Dae é um nerd de carteirinha e sente o maior orgulho disso. Ele e seus dois melhores amigos, Jamal e Milo, são apaixonados por RPG e têm até um canal onde compartilham dessa paixão. Por serem nerds level hard, eles acabam sobrendo bullying no colégio porque, como sempre, os atletas super populares acham os três grandes imbecis que não devem ser levados a sério.
O irmão mais velho de Sunny, Gray, é seu total oposto. Ele é um rockeiro nato, todo descolado, que foi embora pra Hollywood pra seguir seu sonho e está iniciando a carreira como vocalista de uma banda de sucesso. Ao ir embora, ele deixou seu quarto cheio de referências e todo decorado nesse estilo musical. Isso acabou causando uma grande confusão, pois quando Cirrus Soh, uma garota bonita, inteligente e super divertida, se muda pra casa ao lado e o conhece, ela acredita que o quarto de Gray é o de Sunny, e pensando que ela vai rejeitá-lo caso ele mencione sobre seu hobby de nerd, ele acha uma ótima ideia mentir pra impressionar a menina, incorporar a personalidade do irmão, e dizer que ele, junto com seus amigos, fazem parte de uma banda de rock, "Os Imortais".

Como Sunny está naquela fase onde se sente inseguro com várias questões, se sente um ninguém se comparado ao irmão, e acha que não tem nenhuma qualidade interessante pra chamar atenção de alguma garota, ele deixa essa mentira crescer cada vez mais na intenção de continuar mantendo Cirrus interessada nele, mas em vez de contar a verdade pra acabar logo com essa patifaria, ele resolve envolver os amigos no rolo pra formarem uma banda de verdade e tornar essa mentira algo real.

Sendo assim, o foco da história em si não é apenas o romance de Sunny e Cirrus, mas sim o desenvolvimento e o crescimento dele tentando ser o que ele criou, aprendendo a cantar e tocar, mesmo que esteja fingindo ser quem não é, tudo isso pra tornar a sua fic real. Ele e os amigos realmente chegam ao ponto de formarem a banda e pra poderem se apresentar. Esse foi um motivo pra eu não conseguir me apegar aos personagens, não senti nenhuma empatia por Sunny tentar construir um relacionamento que começou todo errado. Em alguns momentos ele se mostra tão egoísta e arrogante, que a vontade era de dar um soco. Cirrus também não fica muito atrás, pois por mais divertida que seja, em muitos momentos ela demonstrou ser alguém sonsa demais e muito superficial, e penso que por ela não ter sido muito bem desenvolvida, ela acabou não tendo atributos marcantes que fizessem alguma diferença. É aquela tipo de casal que, aparentemente, combina, mas a química é zero.

Mas apesar disso, o livro tem seus pontos positivos, sim. A escrita do autor é muito boa, fluída e envolvente, então não dá pra segurar a curiosidade de terminar a leitura e saber que fim essa confusão vai levar. Ele aborda questões sociais relevantes como o racismo e o preconceito, descontrói o valentão da escola mostrando que ele ataca como forma de se defender pra manter sua posição, mas que no fundo se parece muito mais com Sunny do que eles imaginaram. Outro ponto interessante é sobre a relação de Sunny com o irmão. Num determinado momento Gray retorna pra casa, se mostra um idiota, e o conflito que eles travam por causa do "novo Sunny" acaba sendo um estopim para que ambos se enxerguem de uma maneira diferente e amadureçam.

No fim das contas, Amor, Mentiras e Rock & Roll não foi uma leitura perfeita, mas fiquei satisfeita com a história por mostrar as questões das descobertas adolescentes, das confusões que eles se mentem por ainda não terem se encontrado, e da conclusão que se chega mostrando que ser famoso e ter glória pode trazer algumas coisas inesperadas, mas o importante é saber que somos quem somos, e é preciso respeitar e aceitar as qualidades que temos.

Destruidor de Mundos - Victoria Aveyard

22 de dezembro de 2021

Título: Destruidor de Mundos - Realm Breaker #1
Autora: Victoria Aveyard
Editora: Seguinte
Gênero: Alta Fantasia/Jovem adulto
Ano: 2021
Páginas: 560
Nota:★★★★☆
Compre: Amazon
Sinopse: Ano após ano, Corayne assiste sua mãe, uma célebre pirata, partir para o alto-mar e desbravar todos os reinos de Todala, sem jamais poder acompanhá-la. Quando um misterioso imortal e uma assassina de aluguel aparecem dizendo que ela é a última descendente viva de uma poderosa linhagem ― e a única pessoa capaz de salvar o mundo de um perigo iminente ―, ela aproveita a chance para ir em busca de sua própria aventura.
O problema é que o perigo é muito maior do que ela imaginava: um homem sedento por poder, determinado a reabrir os portais que, no passado, levavam para outros mundos, povoados por criaturas sinistras. Com a ajuda de um grupo de bandidos e maltrapilhos, Corayne terá de provar que o heroísmo pode surgir até nos lugares mais inesperados.

Resenha: Destruidor de Mundos é o primeiro volume da trilogia Realm Breaker, escrita pela autora Victoria Aveyard e publicado no Brasil pela Editora Seguinte.

Todala é um reino vasto que está na mira de Taristan. Ele é um homem sedento por poder que está numa missão que envolve abrir os Fusos adormecidos, que são portais para outros reinos. Na batalha épica que inicia a história, Taristan abre um desses Fusos utilizando uma espada especial e liberta criaturas terríveis que acabam aniquilando todos os heróis que tentavam defender Todala. Agora, sem heróis e com o risco de Taristan continuar abrindo os Fusos para desencadear o caos, quem serão os novos heróis que terão que proteger o mundo desse perigo?

Partindo dessa premissa, somos apresentados a Corayne an-Amarat, uma jovem que aparentemente, não tem nenhuma habilidade especial. Desde sempre ela assiste sua mãe, uma mulher forte e destemida, capitã de um navio pirata, partir para desbravar os reinos de Todala contrabandeando tudo que o reino proibe. Sua maior vontade era sair navegando pra viver uma grande aventura, mas sua mãe nunca permitiu que ela a acompanhasse em suas navegações criminosas.

Até que Domacridhan (ou Dom, ou Vedere, ou Ancião), um misterioso imortal de 500 anos, e Sorasa, uma assassina, aparecem dizendo que Corayne é a última descendente de uma linhagem ancestral e poderosa, e que ela é a única pessoa capaz de salvar o mundo do grande perigo que se aproxima. Porém, Corayne não poderia imaginar que essa aventura seria muito mais perigosa do que parece, pois ela não tinha ideia do poder de Taristan e o que ele é capaz de libertar ao abrir os Fusos. Outros personagens também vão aparecendo ao longo da aventura para formar essa guilda, como Andry Trelland, o escudeiro; Valtik, uma bruxa que fala em enigmas chamados; Charlton, um falsificador com um passado secreto; e Sigil, um caçador de recompensas com contas a acertar. Assim, Corayne, com ajuda de seu grupo peculiar, precisa lidar com esse perigo e mostrar que é possível se tornar uma heroína, mesmo que em lugares desconhecidos e de formas inesperadas. 

A narrativa é feita em terceira pessoa e os capítulos são divididos pelo ponto de vista de seis personagens. Às vezes o capítulo termina e pula pra um personagem que não está presente naquela cena anterior, e isso acaba cortando a fluidez da situação, principalmente quando é uma cena cheia de ação.
Por ter gostado bastante da série da Rainha Vermelha, eu fui com as expectativas lá nas alturas pra ler Destruidor de Mundos, e me surpreendi pois são estilos totalmente diferentes. Enquanto a primeira série tem aquela pegada distópica juvenil com direito a triângulo amoroso, Realm Breaker é uma alta fantasia que foi inspirada em Senhor dos Anéis e a jornada da Sociedade do Anel. Ela é voltada a um público mais adulto devido ao estilo narrativo, aos personagens e à construção de mundo. A escrita da autora dispensa comentários, mas aqui ela parece ter pecado pelo excesso de detalhes que só enchem a história mas não contribuem muito para o entendimento, e senti que a leitura foi um tanto maçante e difícil em alguns pontos. Entendo que o primeiro volume de uma saga desse tipo costuma ser introdutório para que os leitores tenham o máximo de informações pra compreender esse novo universo, mas quando não há informações "didáticas", ou quando essas informações soam confusas a ponto de deixar o leitor perdido, acaba sendo um problema. É aquele tipo de história que começa e você não entende quase nada (recomendo inclusive a reler o prólogo lá pela metade do livro), fica esperando explicações sobre lá na frente, mas as respostas não vem e você fica a ver navios. Então, se você é aquele tipo de leitor que gosta de devorar livros num único dia, talvez com esse, a coisa não vá funcionar. O mundo é apresentado devagar, e as conexões entre os personagens também, afinal, não se pode confiar em qualquer um que acabou de aparecer, e é preciso construir essa relação de confiança aos poucos. Um ponto legal é que os supostos heróis não são invencíveis, logo eles também precisam de proteção, e isso rende várias cenas bem humoradas na história.

Este também não é um livro sobre o desenvolvimento dos personagens, ele foca mais na construção de suas relações até que se torne algo mais sólido. Apesar de sabermos como os personagens são e como agem, o livro aborda muito mais o funcionamento desse universo, mostrando basicamente qual o papel de cada personagem e o que eles vão fazendo ou aprendendo durante a jornada. Então, é impossível não sentir falta de um maior aprofundamento, principalmente quando um personagem é interessante, então já fiquei ansiosa pelo segundo volume para ter um gostinho a mais de cada um deles..

Embora Corayne seja a protagonista, ela não tem um maior destaque no grupo, pois todos tem sua importância alí. Corayne parece estar deslumbrada com sua primeira viagem e os locais que ela visita, mostrando que ela ainda é bem ingênua, mas ela é inteligente, pensa rápido e tem talento pra ler mapas. Porém, ela ainda não tem a experiência que os outros da guilda tem, então ficamos esperando que ela se torne tão interessante quanto eles.

Há um mapa no livro e eu me vi consultando o bendito a cada minuto, pois são muitas cidades, os personagens ficam num vai-e-vem sem fim, são muitas viagens de navio, e sem um mapa é quase impossível se situar. Mas ainda assim a geografia é impressionante e super bem feita. Alguns termos no início podem ser difíceis de se acostumar, são muitos nomes esquisitos pra memorizar, mas chega num ponto onde você já nem percebe mais essa "dificuldade".



A autora também não romantiza tragédias e situações horripilantes. Enquanto em outras histórias sangrentas e cheias de ação acompanhamos os personagens rindo na cara do perigo, aqui podemos ver como situações de crise extremas deixam os personagens abalados e posteriormente necessitados de cuidados e uma boa recuperação. Eles hesitam, sentem medo e raiva, ficam traumatizados e fragilizados, e isso mostram o quanto são humanos e verdadeiros independente de terem poderes mágicos ou não. Aqui, a preocupação em salvar o mundo da destruição é muito maior do que qualquer coisa, afinal de contas, não tem como fazer nada na vida se o mundo acabar e todos estiverem mortos, embora isso não anule as pequenas expressões de afeto que estão alí, mesmo que bem discretas, mostrando que é impossível se privar de todo e qualquer sentimento, independente das circunstâncias. Então, fiquei muito feliz em não ter romance nesse livro, principalmente considerando o gênero, e acho que mais autores deviam seguir esse exemplo. Não é preciso existir um romance pra se criar boas histórias.

No mais, apesar de ter um tanto arrastado, Destruidor de Mundos é uma fantasia épica incrível e cheia de ação que vai conquistar os fãs do gênero. Recomendo e já estou na expectativa do volume 2.

Uma Princesa em Tóquio - Emiko Jean

21 de dezembro de 2021

Título:
Uma Princesa em Tóquio
Autora: Emiko Jean
Editora: Seguinte
Gênero: Romance/Juvenil
Ano: 2021
Páginas: 312
Nota:★★★★☆
Compre: Amazon
Sinopse: Izumi Tanaka nunca sentiu que pertence ao lugar onde vive. Afinal, ela é uma das únicas garotas com ascendência japonesa em sua cidadezinha natal, no norte da Califórnia. Criada apenas pela mãe, as duas sempre foram muito unidas ― até Izzy descobrir que seu misterioso pai é ninguém mais, ninguém menos do que o príncipe herdeiro do Japão. O que significa que Izumi é literalmente uma princesa.
Não demora muito até a família imperial japonesa ir atrás de Izzy e ela partir em uma viagem para Tóquio. Em meio a confusões com um jovem guarda-costas mal-humorado (apesar de lindo!) e com primos envolvidos em diversas polêmicas, a garota vai perceber que a vida da realeza está longe de ser só glamour. E, enquanto tenta conhecer o pai, talvez acabe encontrando a si mesma.

Resenha: Izumi Tanaka é uma garota nipo-americana de dezoito anos que vive com a mãe, Hanako, e seu cachorro Tamagochi numa cidadezinha no norte da Califórnia. Sendo uma das únicas garotas de ascendência japonesa da cidade, ela acaba tendo que lidar com todas aquelas questões de uma pessoa que não é branca vivendo num lugar onde quase todo mundo é branco, e que bom que ela tem a Noora, a Hansani e a Glory como amigas (com descendência japonesa também) pra ter com quem contar. Elas inclusive formaram a GGA, a "Gangue de Garotas Asiáticas". Embora tenham personalidades bem diferentes, elas combinam muito bem quando estão juntas

Izumi não conheceu seu pai, e sua mãe sempre disse que ela foi fruto de um romance de uma noite só com quem ela nem se lembra lá na época da faculdade, e ela, por ter uma ótima relação com a mãe, vivia bem com isso, mesmo que, no fundo, ainda sentisse falta de ter uma presença paterna alí ao seu lado e de saber mais detalhes sobre sua origem.
Uma peculiaridade da GGA é descobrir coisas, e quando Noora encontra o livro "Orquídeas Raras da América do Norte" com uma dedicatória de amor à sua mãe escrita por Makoto Mak, lá em 2003, muitas dúvidas começam a surgir. Seria esse tal de Makoto o pai de Izumi? Será que sua mãe estava mentindo esse tempo todo? As meninas resolvem fazer uma investigação pra descobrirem quem é esse cara, custe o que custar, e Noora descobre que Makoto é na verdade Makotonomiya Toshihito, o solteirão mais cobiçado de todo o japão que faz parte da família imperial japonesa. Sim, o príncipe herdeiro na primeira linha de sucessão! Claro que ela confronta a mãe, que acaba assumindo que seu pai é mesmo o príncipe, o que, consequentemente, torna Izumi uma princesa! Como se todo esse rolo não tivesse ido de 0 a 100 muito rápido, o embaixador do Japão ainda aparece em sua casa com um convite para ela ir até o Japão conhecer seu pai, e Izumi topa na mesma hora embarcar nesse conto de fadas contemporâneo onde irá atravessar o mundo em busca de respostas e de um final feliz.

A história é bem divertida e dá pra ler em questão de poucas horas, de tão fluída. O livro traz várias referências da cultura pop e das tradições japonesas, e é como se o leitor estivesse fazendo uma tour por Tóquio, conhecendo de perto os detalhes da realeza.
Izumi é uma protagonista bem divertida, mesmo que ela entre em dilemas adolescentes que são bem bobos pra quem já passou dessa fase, mas que pra ela é motivo de surto e muito drama. Na maioria das vezes eu achei ela infantil demais pra idade, faz escolhas absurdas que a gente sabe que não vai dar certo só de imaginar, e nem acredita que ela realmente toma certos tipos de decisões, mas isso acaba sendo parte dessa jornada do amadurecimento que ela tinha que passar.

Obviamente as coisas não terminam num "felizes para sempre" assim que ela chega ao Japão, afinal, ser uma princesa não é só usar um vestido e uma coroa e sair dando tchau por aí com sua dama de companhia do lado, e as coisas pra ela só estavam começando. Até então ela era uma desconhecida, e agora tem uma nova família pra conhecer, incluindo primas insuportáveis que vão querer infernizar sua vida. A imprensa fica em sua cola querendo saber as novidades e fofocas e ela vira notícia, e Izumi ainda vai ter que aprender séculos de tradições e cultura, que entram em conflito com os costumes da época atual, num piscar de olhos. E como se isso já não fosse muita coisa pra sua cabeça, ela ainda precisa lidar com o fato de se sentir atraída pelo seu guarda-costas, o jovem Akio. Seu pai fez questão de colocar um guarda-costas mais jovem pra Izumi não se sentir desconfortável com um cara mais velho. Apesar de Akio se mostrar irritante no começo fazendo a gente pensar que lá vem o clichê do casal que começa brigando e termina aos beijos, ele é um fofo.

O romance não é o foco da história, até mesmo por ser um tipo de relacionamento que não se encaixa nos padrões tradicionais da realeza. Mas ainda assim, mesmo cientes de que não é algo adequado, as coisas vão evoluindo aos poucos de uma forma bem natural e nenhum dos dois conseguem resistir. Não dá pra negar que eles são almas gêmeas.

A forma como a autora foge de estereótipos representando os asiáticos é bem legal e não vemos essa representatividade amarela na maioria dos livros, pelo menos não da forma como este apresentou.

No mais, Uma Princesa em Tóquio não é um livro que fala apenas de amizade e respeito às tradições da família, mas sobre a busca de Izumi por sua identidade, sobre se encontrar e descobrir quem ela é e de onde veio de verdade. E, a partir de agora, fazendo parte da realeza, qual é o próximo passo? 

The Sims 4 - Desafio das Décadas - 1950

18 de dezembro de 2021



No início da década os Sims tiveram que viver mais um conflito em suas vidas difíceis (ou nem tanto): a Guerra Coreana. Dessa vez todos os Sims solteiros que começaram a década como jovens adultos, sejam homens ou mulheres, participariam dessa peleja. Os "sortudos" são das famílias espalhadas pelo mundo, e foram Henrique, Simone, Lorenzo e Alexei. Todos eles morreram, coitados, e as famílias estão desoladas...
Já na casa principal, não tinha ninguém jovem adulto pra ser convocado.

Uma coisa que só reparei agora, nessa altura do campeonato, é que tô levando esse desafio de um jeito um tanto certinho e sem graça. Os sims casam, tem filhos e morrem. Casam, tem filhos e morrem. Não anda acontecendo nada "bombártico", não tem um vilão, não tem um golpe, não tem ninguém saindo no soco. Então tô pensando em movimentar as coisas com umas ideias mirabolantes que tive aqui e ainda assim não fugir das regras...

A casa:



Nessa década algumas coisas mui úteis começaram a ser permitidas: Os Sims podem ter uma TV (da mais fuleira, mas podem) e tomar banho de chuveiro, até que enfim! Então o que fiz foi repintar a casa, reformar os banheiros e comprar a bendita televisão! Eles também podem se tornar famosos caso queiram entrar nesse universo das celebridades, incluindo seguirem carreiras de ator/atriz.

A vida e a saga da família:

Na primavera, as duas filhas mais velhas de Carla, a Samantha e a Sarah já eram adolescentes. Samantha foi com o pai numa apresentação de música na cidade e conheceu Peter Moss, o pianista. Ela ficou encantada com a música e depois de uma conversa bem divertida - e intensa -, ela já estava apaixonada pelo bonitão. Depois de várias investidas, os dois começaram a namorar e logo se casaram. Peter tem muita influência nesse universo musical e é milionário. Samantha foi morar em sua mansão em Del Sol Valley e agora é uma madame muito da chique, tem até governanta na mansão. Não é golpe, gente, é amor. Até mesmo porque ela nem imaginava que ele tinha esse fortuna quando o conheceu por acaso ♥.



Sarah começou a namorar com um rapaz que estudava em sua escola, o Ryan Bolt. Quando ele virou jovem adulto, ela o convenceu de se casarem pois ela queria sair de casa pra formar sua própria família. Eles se casaram e foram morar numa casa bem perto da casa dos seus pais.

Ao fim da primavera, Albert e Estevão morreram de velhice.

A Guerra acabou, o verão chegou e Cameron decidiu que depois de tantos anos na luta, seria uma boa ideia tirar férias, juntando os dois casais pra fazerem uma viagem com duração de 3 dias. O destino? Sulani. Bora pra praia ter um descanso das crianças e estrear a "invenção do biquini".
A casa ficava numa pequena ilha paradisíaca com direito a muito verde, água cristalina e cachoeira, e nesse cenário romântico tudo poderia acontecer...
Na primeira noite, eles festejaram muito, e beberam além da conta. Carla só faltava desmaiar de tanto sono e foi dormir. Elias também foi dormir. Lisbeth e Cameron ficaram conversando na varanda, e alí ela começou a lembrar de quando o conheceu, e como seria se ele não tivesse casado com sua irmã. Talvez a bebida tenha lhe dado coragem, e Lisbeth confessou já ter se sentido atraída por Cameron. O clima começou a esquentar, Cameron se deixou levar e eles acabaram se beijando alí mesmo, e não vou mentir dizendo que eles pararam aí. Quando o dia amanheceu, e eles foram dormir fingindo que nada aconteceu, afinal, ninguém jamais poderia saber...



O resto das férias passou rápido. Eles aproveitaram o clima e nadaram no mar, fizeram churrasco, pescaram, namoraram em paz, se divertiram muito e até passaram pelo desespero de presenciar um vulcão em erupção e um terremoto. No último dia, enquanto Carla dava seu último mergulho, Lisbeth não aguentou mais e aproveitou pra confessar que, mesmo sabendo que aquilo tinha sido um grande erro, ela estava apaixonada por Cameron. O que ela não esperava era que Elias aparecesse naquele exato momento...



Elias ficou FU-RI-O-SO, mas não pôde fazer nada naquela hora, pois as férias chegaram ao fim e eles tinham que voltar pra casa.
Chegando em casa, Lisbeth pediu desculpas pro marido pois tudo não passou de um mau entendido, e depois de fazer greve de fome e de sono, Elias pensou melhor e chegou a conclusão que ela e o amigo jamais faria nada pra magoá-lo ou colocar seu casamento em risco, foi quando todo mundo foi surpreendido com a notícia de que Lisbeth estava grávida! Todos comemoraram e ficaram muito felizes sem saber desse segredo tumulístico, mas, lá no fundo, Lisbeth estava desesperada, afinal, quem é o pai desse bebê???
No começo do outono, Edward nasceu, e quando virou bebê deu pra ver perfeitamente que ele é... a cara, os olhos e o cabelo do PAI. O alívio, meudeusdocéu.



Mas, continuar morando nessa casa e tendo que conviver com o cunhado todo santo dia estava sendo um tormento pra Lisbeth, então ela e Elias decidiram que era hora de se mudarem dalí com seus filhos pra bem longe, e o destino escolhido foi uma casa modesta em Monte Komorebi.

Chegando em meados da estação, Carla e Cameron se tornaram idosos e desenvolveram um interesse enorme por xadrez. Todo o tempo livre que tinham, lá estavam eles jogando. Soraya ficou com o violino da tia e passou a treinar diariamente. Selena arranjou um trabalho de babá pra trabalhar meio período, e numa das reuniões da família pra quem trabalha, ela conheceu o filho adolescente do amigo do pai da criança que ela cuida, Daniel Martin.



Eles começaram a se envolver e logo engataram num namoro, o problema era que eles não poderiam se casar tão cedo... Selena vai curtir os bons momentos com o namorado, e o que tiver de ser, será.
Soraya conseguiu um emprego de meio período numa cafeteria da cidade, assim ela pode conciliar trabalho com estudo.

Lá em Del Sol Valley, Samantha já é jovem adulta, e começou a se sentir um pouco sozinha devido aos inúmeros shows e apresentações que seu marido faz por aí, então adotou uma cachorrinha peludinha e colocou o nome nela de Mildred, mas ela não demorou nada a morrer de tanto enjoo até descobrir que estava grávida. Logo nasceu o pequeno David.



Sarah também tinha se tornado jovem adulta, e não demorou muito a descobrir sua primeira gravidez, pouco depois nasceu Andrew, e assim que ele cresceu e virou um bebê, ela descobriu a segunda gravidez.

Lisbeth começou a sentir falta da casa dos pais, da irmã e das sobrinhas depois de passar a vida toda morando com elas, então sempre que possível ela ia visitá-los junto com as filhas, mesmo correndo o risco de encontrar com Cameron. Eles continuaram uma relação de amizade, e por mais que ela não tenha, de fato, esquecido o momento que viveu com ele, preferiu ignorar para não se machucar e nem magoar ninguém. E ele faz o mesmo.

Selena se descobriu uma verdadeira artista quando começou a fazer pinturas, e sua mãe resolveu incentivá-la nessa jornada. No início do inverno, ela começou a pesquisar sobre o curso de Belas Artes e depois de se candidatar e esperar alguns dias, ela conseguiu se matricular em Foxbury. Agora ela se mudou para o alojamento da universidade em Britechester e é a primeira de toda a família a ingressar numa universidade!


Soraya se sentiu super inspirada com o exemplo da irmã e começou a se esforçar ainda mais nos estudos pra ser uma aluna nota 10, pois quanto melhor sua nota na escola, melhor vai ser a oportunidade na universidade.


No final do inverno, que também indica o final da década, Carla, muito idosa, acabou morrendo de velhice. Cameron implorou pela vida da esposa pra Dona Morte e ele conseguiu que Carla ganhasse uma segunda chance. Porém, no dia seguinte, enquanto ele e Soraya estavam no trabalho, Carla foi arrancar algumas ervas daninhas das suas plantas, mas o frio estava tão congelante que a coitada morreu congelada. Quando Soraya chegou em casa do trabalho, ela se deparou com o túmulo da mãe e ficou arrasada.



Fazendo a tour pela vizinhança, o resumão das famílias ficou assim:

Em Winderburg, Diana já está idosa e os seis filhos continuam morando com ela.
Sarah e Ryan tiveram um casalzinho de gêmeos, o Mark e a Megan. Eles viraram bebês bem na véspera do aniversário de Andrew e da virada da década.



Em Willow Creek, Dalila morreu de velhice e Regina, agora jovem adulta, ficou sozinha na casa.
Catrina já está idosa e Vítor é jovem adulto. Regina e Vitor não se envolveram com ninguém e continuam solteiros.

Em Newcrest, Ana e Sabina continuam dividindo a casa com seus maridos. Ana e Josué tiveram o Tomás, que jé é criança. Sabina e Sidney ainda não tiveram filhos pois estão se dedicando ao trabalho.
Leonardo morreu deixando Diva viúva e a filha, Cláudia, órfã, coitada. Os gêmeos Paulo e Artur continuaram morando na casa, já que foi deixada pelos seus falecidos pais, e decidiram não se casar. Eles já estão idosos.

Em Magnolia Promenade, Alicia morreu de velhice e os filhos Hanzel, Harry e Mercy, todos ainda solteiros, não decidiram o que fazer com a casa herdada.

Em Evergreen Harbor, Elisa e Robson não tiveram filhos e preferiram adotar 3 gatos: A Pirula, a Pankeca e o Wilson. Eles já estão idosos, o casal e os gatos.

Em Brindlenton Bay, Leon morreu de velhice e a esposa Viviane ficou viúva e herdou a casa. Ela já está idosa e só está esperando a morte chegar.
Fabrício já está idoso, logo sua esposa, Cristina, não quer ter filhos mais. O homem já tá com o pé na cova e ela não vai arriscar ficar viúva e com um bebê debaixo do braço. E o mesmo vale pra Loretta, que também não teve filhos com Christian e nem pretende já que ele também está velho.

Em Britechester, Selena continua se dedicando aos estudos. Ela e Daniel continuam o namoro e ele visita ela no alojamento sempre que possível, mas o foco dela no momento é a universidade.

Lá em Monte Komorebi, Lisbeth e Elias, que já está idoso, enfim, enterraram o passado, e agora estão avaliando a possibilidade deles voltarem pra casa principal quando - e se - Soraya for pra universidade. Assim eles cuidam da casa enquanto ela e a irmã estiverem fora e ainda vivem melhor já que a casa é grande e espaçosa pros seus filhos.

Soraya foi fazer uma visita à Samantha para avisar da tragédia e pra ter um pouco de consolo, e quando voltou pra casa, foi a vez de se deparar com a urna de cinzas do seu pai. Cameron morreu de velhice e agora só sobrou ela nesse casarão.

Deprimida, ela só chorava até ser surpreendida com o Inspetor Ecológico da cidade. Ken Ueda foi fazer uma inspeção no lote, e pela casa não estar de acordo com as normas, a conta ia ter um aumento. Soraya tentou subornar o homem, e ele, muito honesto, recusou. Os dois começaram a discutir, afinal, ela estava com a cabeça cheia por ter acabado de perder os pais, mas talvez essa briga tenha sido um tipo de sinal, pois mesmo que o momento tenha sido o pior, foi alí que eles se conheceram, e nada como um relacionamento que surge no meio de uma discussão ou de uma confusão qualquer, não é mesmo?



Agora que a década chegou ao fim, vamos ver o que a década de 60 e o movimento hippie reserva pra essa família...