Wishlist #18 - Board Games - That Time You Killed Me

8 de março de 2023

Semana passada o Theo veio me contar sobre um jogo que ele "descobriu" no TikTok e ficou super interessado, o "That Time You Killed Me". O jogo é um tipo de xadrez abstrato (que até lembra um pouco do Santorini) que traz três linhas temporais onde os jogadores podem transitar e fazer cópias de si mesmos) entre elas alterando passado, presente e futuro, e fazendo várias interferências nos acontecimentos causando uma bela bagunça enquanto viajam no tempo. A ideia é provar quem inventou a viagem do tempo e apagar o seu rival da história antes que ele apague você.
Apesar de animado com o jogo, ele estava bem triste porque no tal video, o tiktoker falava que não existia versão em português porque o jogo não tinha sido lançado no Brasil. E lá fui eu dar aquela espiada básica no Spoiler Board da Galápagos, e não é que eu tinha deixado passar que eles já estão trazendo o jogo pra cá e o bichinho vai ser lançado no primeiro semestre desse ano? Coincidência, sim ou com certeza?
Achei a ideia super interessante, Theo está doidinho pra jogar e, claro, não podia ficar de fora da lista.

That Time You Killed Me
Editora/Fabricante: Galápagos/Pandasaurus Game
Criador: Peter C. Hayward
Idade recomendada: 10+
Jogadores: 2
Descrição: “Certo, prontos para começar? Eu tenho que avisar, isso pode reavivar algumas memórias traumáticas. O tempo é complicado desse jeito – nem tudo é causa e efeito. É mais tipo... Causa e efeito borboleta. Só porque alguém morreu ontem não quer dizer que vai estar morto amanhã. Ou Ontem...”. That Time You Killed Me é um jogo narrativo que acontece no passado, no presente e no futuro. Como qualquer outro jogo que bagunça o fluxo do tempo, vocês devem jogar esse conteúdo em uma ordem estrita e inalterável. Prontos para viajar no tempo?


Novidade de Março - Quadrinhos na Cia

6 de março de 2023

Na Sala dos Espelhos: Autoimagem em transe ou beleza e autenticidade como mercadoria na era dos likes & outras encenações do eu - Liv Strömquist (17/03/2023)
Por que as fotos que vemos rolar pelo feed das redes sociais podem nos levar a sentimentos de ansiedade, raiva, tristeza e frustração? Quando foi que criamos uma relação voyeurística crônica com nós mesmos? Como, afinal, enxergar a si próprio num mundo dominado pela hiperexposição? Depois dos sucessos de A origem do mundo e A rosa mais vermelha desabrocha, Liv Strömquist volta seu olhar para as imagens que brilham, sedutoras, nas telas dos nossos celulares. Do mito bíblico de Jacó à última sessão de fotos de Marilyn Monroe, da obsessão da imperatriz Sissi da Áustria com magreza e exercício físico ao roubo do busto de Nefertiti – o rosto mais belo que já existiu –, a artista sueca investiga o cânone que nos escraviza e tenta encontrar o que há de real atrás de filtros e selfies. Com a ajuda de reflexões de Susan Sontag, Naomi Wolf, Simone Weil, Eva Illouz e da madrasta da Branca de Neve, Na sala dos espelhos se pergunta como a inveja e o instinto competitivo alimentam o consumo compulsivo. Um livro raro, engraçado, com opinião e inteligência singulares.

Resumo do Mês - Fevereiro

1 de março de 2023

Fevereiro foi um mês que tirei pra poder organizar a casa, ir dando aquela faxinona em cada cômodo da casa, e ainda assim não terminei. E faxinona que eu digo inclui até consertar alguns móveis que começaram a capengar, tipo o tampo traseiro das estantes que soltou, tomadas dando mal contato, e coisas do tipo, então demoro uns 2 dias pra cada cômodo. O problema é que fico morta (o sedentarismo acaba com minha vida), então fico um dia limpando, e dois descansando e tomando remédio pra dor porque fico toda quebrada e dolorida. Ainda falta o quarto das crianças e a cozinha pra dar jeito e já tô triste desde já de imaginar a canseira. Até o fim de semana devo ter acabado esse martírio. Como fiquei mais morta do que tudo, não consegui e nem animei passar aqui no blog, e o tempo que tinha pra descansar eu tava assistindo Dexter ou jogando The Last of Us com a Marina. Inclusive já zeramos a parte 2 e tô bem animada pra ver como vão adaptar a série numa segunda temporada.
Por isso o blog ficou praticamente sem nada, mas agora em Março eu volto com a programação normal.

Caixa de Correio #131 - Fevereiro

28 de fevereiro de 2023

Esse mês foi mais uma correria danada e acabei nem focando em comprinhas nem em leituras. A caixa tá magrinha mas ainda assim fiquei feliz com as aquisições. Queime Depois de Ler eu já queria faz tempo por ter achado a proposta super legal, mas sempre ficava deixando pra depois. E a segunda expansão de Wingspan, Oceania, que tava na lista já fazia um tempinho, eu consegui comprar num preço bem bacana numa loja de jogos de tabuleiro depois de ter passado uma raiva danada no site da Americanas. Ainda não testei apesar de ter chegado no começo do mês, mas assim que for jogando e tiver um tempinho, eu vou trazendo as reviews.

No mais, o que comprei foi isso aqui:

Novidades de Fevereiro - Seguinte e Paralela

6 de fevereiro de 2023

Seguinte

Contos e Lendas Afro-brasileiros - Reginaldo Prandi (16/02/2023)
Adetutu, uma jovem mãe africana, é aprisionada por caçadores de escravos e transportada ao Brasil em um navio negreiro. Durante a viagem, ela sonha com a origem do mundo, criado pelos orixás, deuses de seu povo. Em seu sonho, ela torce por Oxalá, ganha a cumplicidade de Exu, vibra com a atuação de Xangô, emociona-se com Iemanjá.
Numa sacolinha que leva pendurada no pescoço, Adetutu guarda em segredo pequenas lembranças, presentes recebidos dos orixás. Ela usará a sabedoria desses segredos trinta anos depois, já no Brasil.
Os contos e lendas apresentados nesse livro fazem parte do patrimônio mitológico iorubá que o Brasil herdou da África e que aqui se preservou ao longo de mais de um século, contado de boca em boca, transmitido de geração a geração. E que hoje é parte constitutiva da nossa cultura.

Indicado para leitores a partir de 9 anos.
Boletinhos - Alan Soares (28/02/2023)
O primeiro emprego, os boletos que não param de chegar, as contas que não fecham, a vida social atribulada... Pois é, ninguém falou que ser adulto era fácil, mas você não precisa passar por esse momento sozinho.
Boletinhos é o guia perfeito para te acompanhar nessa jornada. O livro explica de forma clara e descontraída como organizar as suas finanças, economizar um pouquinho todo mês e criar hábitos financeiros mais saudáveis. E, como a vida vai muito além do dinheiro, você também vai encontrar orientações sobre assuntos que sempre causam confusão: como montar o currículo perfeitoC Como declarar o imposto de rendaD Dá para começar a investir já no início da carreirab
Alan Soares criou o @boletinhos para levar aos jovens informações mais acessíveis sobre finanças. Agora a página no Instagram virou este guia que mostra como a vida adulta, apesar de complicada, também pode ser a nossa melhor fase – com independência e liberdade para trilharmos o nosso caminho.

Paralela

Um Pouco de Aventura - Christina Lauren (14/02/2023)
Ser filha do famoso caçador de tesouros Duke Wilder deixou Lily sem paciência para essa profissão – e sem dinheiro no banco. Mas ela é sagaz e agora usa os mapas do pai para guiar turistas que buscam "deixar o conforto para trás" e caçar um tesouro de mentirinha no interior de Utah. Tudo vai bem até que o homem que ela amou um dia retorna à sua vida, pronto para explorar o deserto.
Quando Leo Grady vê seu primeiro e único amor aparecer diante dele, pensa que pode ser uma miragem, apesar de mal ter saído da cidade. Mas Lily é real, e Leo está disposto a esquecer o passado e se reconectar com ela. Lily, entretanto, deixa bem claro que isso não vai acontecer.
Porém, quando a viagem dá errado, o grupo é forçado a se perguntar se os mapas de Duke de fato indicam o caminho para um tesouro. Só Leo e Lily podem descobrir a verdade. Sozinhos sob as estrelas nos perigosos labirintos das Canyonlands, eles devem decidir se querem arriscar a vida e o coração para viver uma aventura inesquecível.

Na Telinha - Velma

4 de fevereiro de 2023

Título: Velma
Temporada: 1 | Episódios: 10
Distribuidora: HBO Max
Elenco: Mindy Kaling, Constance Wu, Glenn Howerton, Sam Richardson
Gênero: Aventura, Comédia, Policial, Animação
Ano: 2023
Duração: 25min
Classificação: +16
Nota: ★☆☆☆☆
Sinopse: Velma é uma série de comédia animada para adultos que conta a história de origem de Velma Dinkley, o cérebro subestimado por trás da gangue de Scooby-Doo.

Quando a HBO anunciou que lançaria uma animação para contar as origens da Velma, era mais do que óbvio que os fãs da franquia Scooby-Doo, criada por Hanna-Barbera em 1969, ficaram super animados com esse spin-off.
De todos os desenhos animados desse estúdio, eu particularmente gostava mais de Tom & Jerry (tanto que assisto até hoje), mas nunca rejeitei Scooby-Doo e admito que, quando criança, eu gostava daquela fórmula clichê dos mistérios que sempre eram solucionados depois de um perrengue tão mirabolante que os pobres dos personagens passavam, e me divertia com o óbvio.

Agora, depois de décadas, o que era pra ser uma série que, até onde se esperava, proporcionaria nostalgia e diversão, com um design de arte e efeitos bonitos e descolados, e com informações sobre a origem da Velma e a motivação dela pra juntar os amigos e começar a resolver mistérios, virou uma aberração total que sequer tem noção da essência da animação e nem tem um pingo de consideração pelos fãs que esperavam flores mas receberam tiros. Joe Ruby e Ken Spears, os criadores do Scooby-Doo original, devem estar se revirando no túmulo de tanto desgosto e tristeza. Os primeiros minutos já me fizeram revirar os olhos num looping infinito. Já assisti muitas animações adultas com humor ácido e pesado, que fazem piada com temas sensíveis, que são paródias de outras obras e ainda assim funcionam e são muito boas, mas com Velma não foi muito bem assim.


O mistério em si começa quando o corpo de Brenda, cuja cabeça foi literalmente desmiolada, cái de dentro do armário da Velma fazendo com que ela, inicialmente, se tornasse"suspeita" pelo crime. As detetives encarregadas de investigarem o caso, mães adotivas da Daphne, são a personificação da incompetência e precisam da ajuda dela pra descobrir quem é o assassino que anda matando as garotas populares do colégio para provar para o xerife que Velma é inocente. O problema é que Velma tem alucinações e ataques de pânico que a deixam a beira de um infarto cada vez que ela pensa em solucionar algum mistério, pois associa isso ao sumiço de sua mãe, Diya Dinkley. Velma desde criança gostava de resolver mistérios e ela acredita, sabe-se lá por que motivo, que sua mãe a abandonou por causa disso, e não consegue ficar livre dessa culpa. Assim, para tentar provar sua inocência, ela começa a seguir algumas pistas para investigar o caso do assassinato, mas ela também quer desvendar o mistério do sumiço de sua mãe numa tentativa de se curar desse trauma e parar com as alucinações. Mas outras garotas começam a aparecer mortas, outros suspeitos começam a surgir, e o caso fica pior do que já era.


Partindo dessa premissa, o primeiro ponto problemático é que, mesmo sendo sobre personagens adolescentes no ensino médio e classificação +16, a série é voltada ao público adulto. Há bastante violência gratuita e exagerada (quase no estilo Happy Tree Friends onde, por exemplo, "sem querer" um estudante aleatório tem um pé decepado), palavrões e incontáveis cenas e piadinhas infames de cunho sexual ou de estereótipos, que além de serem repetidas por milhares de vezes, não tem a menor graça e são extremamente forçadas. A primeira cena já mostra duas baratas transando do nada (???) antes de vermos um grupo de garotas adolescentes, nuas e hipersexualizadas tomando banho no vestiário do Colégio da Baía Cristal. A partir daí, já começam a utilizar do recurso da metalinguagem de forma desenfreada e completamente sofrível. O que poderia ter de relevante é completamente ofuscado pelas piadinhas esdrúxulas que se estendem ao longo dos episódios de forma repetitiva e insistente, sempre envolvendo sexo, drogas, violência, sangue, saúde mental e etc, e também por personagens secundárias, menores de idade, extremamente sexualizadas, assumidamente "vadias", que vivem fazendo caras, bocas e poses sugestivas de graça.

Quem for assistir esperando encontrar os personagens típicos com suas personalidades e características vai se frustrar. Não digo isso pela mudança de nacionalidade, etinia ou orientação sexual deles, isso é o que menos importa e inclusive acho que, às vezes, é até interessante esse tipo de mudança em prol da representatividade e afins, mas o problema é que, pelos acontecimentos se passarem antes de formarem a Mistérios SA. é muito esquisito acompanhar os personagens sob outras personalidades totalmente diferentes das quais estávamos acostumados. É como se durante esses acontecimentos eles estivessem passando por um período de amadurecimento de acordo com essas experiências que tiveram, mas o contraste é tão gritante que não fui capaz de assimilar como um personagem com características x conseguiu virar outro totalmente diferente. Por exemplo, aquela Velma esperta e sagaz do clássico deu espaço pra uma Velma incoerente, hipócrita e irritante que, mesmo traumatizada, mal dá pra ter pena, e que fica mendigando a atenção de quem ela gosta mesmo que seja desprezada, e despreza quem gosta dela no maior descaso possível.


Daphne agora é uma asiática patricinha que faz parte do grupinho de garotas populares da escola e tem um comportamento mui questionável. Ela foi a melhor amiga de Velma no passado, mas depois que se tornou popular passou a tratá-la como lixo e agora elas se odeiam. Ela namora Fred já faz um ano e não se conforma com ele evitando todas as suas investidas mais calientes, mas não desiste do boylixo pois ele também é popular na escola e eles formam um casal "bonito", até ele ser afastado dela a força.


Fred, o "galã adolescente", é o típico cara branco, rico e privilegiado que ninguém aguenta. Ele é aquele playboy inconveniente, mimado, imbecil, preconceituoso e enrustido que além de não ter amadurecido ainda fica fazendo de tudo pra conseguir a aprovação do pai, que nunca está satisfeito com nada. Ele também tem uns faniquitos disfarçados de ataque de fúria quando alguma coisa não sai conforme ele quer, e mesmo que Velma saiba o quanto ele é ridículo, ela ainda gosta dele baseado em nada, só pra rolar aquele conflito de sentimentos forçado entre o bonitão da escola, o amigo desprezado e a amiga que virou inimiga que "movimenta e traz mais emoção à trama", só que não.

E o pobre do Salsicha que era o sujeito mais good vibes  de todos, virou um streammer dependente emocional chamado Norville, engajado com terapia e causas anti-drogas (pois é) e apaixonado pela Velma. O problema é que ela o enxerga como irmão e quanto mais ele tenta se declarar e demonstrar esse sentimento pra tentar ganhar o coração da menina, mais ela ri (???). E o Scooby? Ninguém nunca nem viu.


Eu até cheguei a considerar que a adolescência é uma fase terrível e é mais do que normal haver conflitos emocionais, dramas desnecessários, exageros a se perder de vista, questões de autodescoberta e imaturidade, mas acho que o problema maior talvez seja pela série ter se vendido como algo inovador e que daria uma nova roupagem aos personagens acompanhando a atualidade, afinal, dos anos 60 pra cá as coisas já evoluíram bastante e a sociedade, apesar de ainda ter alguns atrasos, está bem diferente. Se formos comparar todas as versões de Scooby-Doo vamos encontrar diferenças e pequenas mudanças que são compreensíveis e aceitáveis. Mas em momento algum Velma dá a entender que a série seria uma paródia ou algo do tipo, parece que ela realmente se leva a sério como releitura e os roteiristas acharam que atirar lacre sem noção pra todo lado funcionaria. Se isso é algum tipo de estratégia pra justificar alguma reviravolta futura, ou só fazer com que todo mundo assista e comente, mesmo que seja pra falar mal, deu certo (a trouxa aqui comentando sobre), e não duvido que foi por causa desse hype que a segunda temporada já começou a ser desenvolvida.

Nem tenho nem vontade de comentar sobre o tema principal da série: saúde mental. Todos os personagens tem um trauma relacionado a alguma forma de abandono que reflete em seus comportamentos e precisam superar isso a medida que vão amadurecendo, e por mais que essa questão seja interessante, a abordagem é péssima, desde as crises de ansiedade e os ataques de pânico frequentes que Velma sofre e como são amenizados de um jeito impossível, até como práticas ilegais são justificadas como forma de se atingir um objetivo para pôr fim numa aflição.

Há um episódio onde passam rapidamente a ideia de que quem está de luto e deprimido pela perda de alguém quer transformar a morte alheia em algo sobre ele, como se sofrer fosse egoísmo ou sei lá. E uma observação para o mascote da saúde emocional do colégio, que se chama "Lelé" (ou "Nutso" no inglês). Porque querer fazer uma série para abordar a saúde emocional na maior parte do tempo e dar a entender que quem precisa de ajuda é "lelé da cabeça" deve ser de muito bom tom e muito engraçado.


Inclusive algumas cenas de crise estão alí de propósito pra forçar uma determinada situação entre personagens que passam longe de ser inclusivas ou sequer engraçadas, caso a ideia fosse fazer piada sobre, mas estão alí pra dar um empurrão no enredo e fazer as personagens ficarem confusas com seus sentimentos e com a própria sexualidade.

A impressão que tive é que tentaram ir pelo caminho das animações escrachadas e politicamente incorretas, dessas que estão pouco de lixando pro famigerado cancelamento que cutucam temas sensíveis sem o menor peso na consciência (como South Park ou Rick and Morty, por exemplo), mas falharam miseravelmente porque a forçação de barra pra tentar dar lições inúteis ou fazerem críticas aleatórias usando de "humor ácido" é insuportável, e é tanta coisa sendo alvo de piadas sem graça que é impossível saber ao certo quem deveria ser o público alvo desse troço. Conseguiram não só estragar, mas rebaixar o conceito de besteirol a um nível que chega a ser inacreditável. Mudaram toda a essência da coisa e transformaram os personagens só pra despejarem um monte de bobagens que brotam do além pra serem atiradas pra qualquer lado sem que façam o menor sentido dentro do contexto. Parece que só estão alí com o único propósito de se aproveitarem de temas sensíveis ou que envolvem lutas sociais, mas desvirtuando - e até invalidando - tudo como se não houvesse amanhã. Seria menos pior se criassem personagens originais pra construir uma série original em vez de se aproveitarem de uma franquia clássica só pra atrair quem já era fã e matar todos eles de decepção, afinal, as únicas coisas fiéis são os nomes que eles têm e as roupas que usam, o resto é invenção tirada da casa do chapéu. Teria risco de algo vindo do zero tomar hate por ser ridículo? Claro que sim, porque as piadas são ruins de verdade, mas pelo menos não iria gerar essa revolta e esse completo desgosto por terem destruído o que já havia se consolidado ao longo de décadas com essa ideia de "desconstrução".

Os últimos epísódios, apesar de seguirem o mesmo padrão ruim, começam a ficar menos piores porque já entram na resolução do mistério mirabolante, e mesmo que a Mistérios SA ainda não tenha sido criada, dá pra ter noção do caminho que os personagens vão seguir ao mesmo tempo que vemos que eles começam a adquirir pequenos toques da personalidade original, mas sabe-se lá quantas temporadas vão ser feitas até chegarem lá.

Enfim, não vou dizer que Velma foi a pior coisa que já assisti na vida porque tem muito lixo espalhado nas plataformas de streaming por aí, mas com certeza foi a que mais me fez revirar os olhos, tamanha a antipatia e ojeriza. Assisti esperando uma coisa nostálgica, mas saí com a sensação de que meu tempo vale menos do que duas baratas transudas.